terça-feira, 31 de março de 2009

Drag Me to Hell - O Poster

Depois do trailer, foi revelado o primeiro poster do filme de terror Drag me to Hell, de Sam Raimi:



Drag me to Hell está em fase de pós-produção e além de uma ajuda no argumento pelo irmão Ivan Raimi, conta também com a presença no elenco de Alison Lohman (Beowulf), Justin Long (Zack and Miri Make a Porno) e Lorna Raver.

O filme narra a história de Christine Brown, uma agente financeira que nega um pedido de empréstimo a uma velha cigana, de forma a conseguir obter a promoção que deseja. Como vingança, a cigana dirige uma vingança que condena Christine a três dias de macabras visitas de um demónio chamado Lamia. Agora Christine e o namorado têm de encontrar forma de acabar com essa maldição ou então são arrastados para o Inferno.

Drag Me to Hell estreia nos Estados Unidos a 29 de Maio.

Grandma's Intergalactic Bed & Breakfast



A Disney adquiriu os direitos para criar um filme de animação sobre uma avó hippie, que tem um relacionamento muito especial com... extra-terrestres.

O filme baseia-se no livro Grandma's Intergalactic Bed & Breakfast, ainda não publicado, da autoria de Clete Smith. Na história, um rapaz vai visitar a avó pela primeira vez e descobre o seu segredo. A produtora Mandeville films de David Hoberman e Todd Lieberman vai ser responsável pela produção do filme.

Ainda não existe data definida para a estreia do filme.

The Secret Life of Houdini: The Making Of America`s First Superhero



Depois do pouco sucesso obtido pelo filme Death Defying Acts (2007), que abordava a história do ilusionista Houdini, a Summit Entertainment anunciou que irá produzir um filme sobre Harry Houdini.

O filme será baseado na biografia The Secret Life of Houdini: The Making Of America`s First Superhero, escrita por William Kalush e Larry Sloman e tornar-se-á um filme de acção, abordando o facto de o ilusionista ter sido um espião britânico.

Os produtores serão Eric Feig, Geoff Shaevitz e Ashley Schlaifer, mas ainda não se conhece o argumentista.

Obituário: Andy Hallett


4 de Agosto de 1975 - 30 de Março de 2009

Faleceu, aos 33 anos, o actor Andy Hallett, devido a problemas cardíacos. O actor interpretou a personagem Lorne, na série Angel durante 76 episódios.

Box Office EUA - Monstros e Aliens na América



Fim-de-Semana de 27 de Março a 29 de Março de 2009


A Dreamworks entrou a ganhar nos Estados Unidos este fim-de-semana, tudo graças à estreia de Monsters vs. Aliens. O filme consegue a classificação de 7.3/10 no IMDb e arrecadou $58.2 milhões de dólares em receitas de bilheteira, tanto em 2D, como 3D. Contudo, a receita da versão em 3D somou 56% do total facturado, ou seja 32 milhões de dólares.
A história de terror, The Haunting in Connecticut, que tem gerado alguma popularidade dentro dos fãs do género também entrou a ganhar nas bilheteiras americanas, com $23 milhões de dólares.



Já o thriller de acção 12 Rounds, que conta com o protagonismo de
John Cena, ficou por uma modesta sétima posição. O filme consegue apenas classificação de 5.2/10 no IMDb e facturou $5.3 milhões de dólares.

A destacar nesta tabela o excelente resultado do filme francês Taken, que se estreou a 30 de Janeiro nos Estados Unidos, mas que ainda se mantém na tabela dos filmes mais vistos, acumulando $137 milhões de dólares em receitas.

Dupla Sedução, por Carlos Antunes


Título Orginal:
Duplicity
Realização: Tony Gilroy
Argumento: Tony Gilroy
Elenco: Clive Owen, Julia Roberts, Tom Wilkinson e Paul Giamatti

Ao segundo filme, Tony Gilroy mostra que é, no fundamental, um argumentista evocador.
Se em Michael Clayton evocava Sidney Pollack e (de certa forma) Frank Capra, aqui evoca Hitchcock e o melhor filmes de Hitchcock feito por outro (roubo a citação popular sem vergonha nenhuma), Charade.


Tony Gilroy constroi uma trama de inesperada complexidade, cujas reviravoltas vão encaixando com a relação atribulada de Ray (Clive Owen) e Claire (Julia Roberts).
Ninguém acredita, no entanto, que essas reviravoltas não se revelem afinal uma erosão da sua própria grandeza, atraiçoando quem pensa tudo dominar.
O tom do filme assim o denuncia e afirma, revelando no final ser mais directo - e previsível, infelizmente - do que quer parecer.


O filme conta muito com a permanente provocação e química entre os dois protagonistas que têm a sua dose de charme a aplicar à tensão humorística da sua relação.
O que não conseguem sempre aplicar, sobretudo porque há algo nos flashbacks que explicam - demasiado cedo - a sua relação que lhes retira margem de manobra.
Saber menos seria melhor para convencer o espectador.
Mas quando são bons, são verdadeiramente bons, corrosivos e sedutores.


Só que o jogo de cintura e de charme dos protagonistas revela-se um pouco curto, mesmo um pouco conformado, pelo que há que dar o devido mérito aos secundários que, mesmo com o seu pouco tempo disponível, vão arrebatando mais do filme do que parecia ser possível.
Seja a contrução irritável e irritante do CEO de Paul Giamatti ou o êxtase inocente com que Carrie Preston desafia Julia Roberts, esses momentos resgatam-nos da ameaçadora monotonia para que o filme parece escorregar.


Se toda a sua trama intricada fosse, ao invés, levada com mais estilo e leveza ou, quem sabe, levado ao ponto de um screwball como Mr & Mrs Smith (o do Hitchcock, entenda-se!) tivéssemos um grande filme.
Assim, fica-se pelo entretenimento saudável e temporário que é.


DVD: Hard Candy, por Tiago Ramos



Título original: Hard Candy (2005)
Realização: David Slade
Argumento: Brian Nelson
Elenco: Patrick Wilson, Ellen Page e Sandra Oh

Hard Candy é um filme tecnicamente simples. Os cenários são simplistas, a fotografia é “limpa” e sem grandes artifícios e o elenco é reduzido. Contudo e se olharmos numa perspectiva menos técnica, Hard Candy é mais complexo do que se julga à partida. Aquilo que se poderia ter tornado um mero filme que aborda a temática sensível que dá pelo nome de pedofilia, torna-se num thriller psicótico e provocador.

Comecemos pelo conteúdo. O tema é actual e nunca antes se falou tanto em pedofilia e nos problemas da Internet como agora, mas este prima pela originalidade com que trata do assunto. Longe do cliché “homem perturbado que persegue menina ingénua” (comum nos filmes de Hollywood), Hard Candy aborda a história de um predador sexual pedófilo de 32 anos e a sua “presa”, uma rapariga aparentemente inocente de 14 anos. Contudo, neste filme nada é o que parece e facilmente ocorre uma inversão de papéis fascinante.

Curioso em Hard Candy é a forma como usa pormenores para, de uma forma simples, captar a atenção do espectador. E a forma como a jovem Hayley se veste é digna de nota. Afinal a personagem é, aparentemente, um Capuchinho Vermelho contemporâneo e isso pode iludir o espectador. A meio do filme é-nos passada a ideia: e se o Capuchinho Vermelho comesse o Lobo Mau?

Uma das principais virtudes do filme são as interpretações. Em 2005, Ellen Page e Patrick Wilson eram praticamente desconhecidos do grande público, mas já aqui se notaram as qualidades em ambos os actores. Ellen Page surge como uma das jovem mais promissoras da actualidade, sem grandes tiques de vedeta, uma actriz segura e praticamente irrepreensível, comparável a Natalie Portman. Por sua vez, Patrick Wilson interpreta um papel difícil, mas acaba por conseguir dar-lhe a volta com grande mestria, sem grandes dificuldades. E Hard Candy revelou essas facetas dos actores precisamente antes da constatação dos factos em Juno e Little Children, respectivamente.

Hard Candy apresenta um jogo psicológico perverso, de inversão de papéis, onde nem tudo é o que parece. O filme vive dessa mesma ilusão e somos constantemente assaltados por dúvidas. A questão que se impõe é que David Slade não consegue manter a genialidade do início ao fim do filme. Se bem que inicialmente, a escolha da posição das câmaras conduz o espectador para o jogo psicótico, a meio do filme acaba por conduzir a alguma desilusão. Outro erro em que caiu o realizador foi o de, relegar a ideia de uma jovem inteligente e perversa, para a ideia de uma justiceira ou vingadora, que acaba por se revelar doentia.

O thriller apresenta um grande argumento original, mas é prejudicado por um final mais precipitado e em suspenso, que acaba por deixar o espectador algo desiludido. Contudo, é dos melhores dos últimos anos, tendo diálogos soberbos e acima de tudo, inteligentes. Hard Candy é um filme perturbador e a genialidade com que o faz é perfeita.

Digno de nota, Hard Candy poderia tornar-se um clássico contemporâneo, se bem que a enorme produção de longas-metragens hoje em dia, pode adiar esse “rótulo”. A memorizar também o fantástico poster do filme, que longe dos actuais posters de filmes americanos, sugestiona de uma forma inteligente o próprio espectador.

Classificação:

Extras:






  • Cenas Cortadas
  • Making Of “Creating Hard Candy”
  • Featurette “Controversial Confection”
  • Trailer

Classificação dos Extras:

segunda-feira, 30 de março de 2009

Homem no Arame, por Tiago Ramos



Título Original: Man on Wire (2008)
Realização: James Marsh
Elenco: Philippe Petit, Annie Allix, Jean-Louis Blondeau, Ardis Campbell e David Demato

Todos nós tememos, uma vez por outra, andar na corda bamba. Porém, para Philippe Petit essa é uma das razões de viver. E é essa sensação de vivacidade que inspira o documentário Homem no Arame.



O realizador do documentário, James Marsh, fez toda a construção do mesmo com contornos e detalhes cinematográficos. A condução com imagens de arquivo (perfeitamente bem documentadas), as entrevistas com os principais intervenientes da aventura épica e as reconstituições dos eventos de maior dramatismo em todo o golpe ajudam a envolver o espectador durante toda a história. Apesar de um início aparentemente aborrecido, que pode de imediato afastar alguns espectadores menos pacientes, Man on Wire rapidamente consegue tomar o pulso, espontaneidade e vivacidade necessárias.

A inspiração e energia de Philippe Petit, o funâmbulo que conduziu todo o golpe sem uma razão lógica, sem mais que um rubor que o atinge, sem mais que um espírito aventureiro rapidamente nos contagia no alcance dos nossos objectivos, na conquista dos nossos sonhos mais extraordinários.

Os períodos tensos e de perigo, fazem de Homem no Arame, mais que um documentário, mas um thriller muito bem construído, adensado com personagens inteligentes e consistentes e uma banda sonora bem construída. O protagonista é um excelente entertainer, um actor vibrante, que interpreta a própria história que, se não fosse tão bem documentada na história, acharíamos poder ser impossível.



A James Marsh devemos atribuír o elogio de não querer mais que contar uma história, com contornos vivos e emotivos. E de não ter caído no erro de reavivar a memória do atentado ao World Trade Center, nem fazer disso um motivo para vender o seu documentário. A razão do documentário, a razão do golpe de Philippe Petit é simplesmente mostrar que os sonhos podem ser concretizados, mesmo que pareçam impossíveis.

Classificação:

Obituário: Maurice Jarre


13 de Setembro de 1924 - 29 de Março de 2009

Faleceu o compositor Maurice Jarre, aos 84 anos de idade, que compôs bandas sonoras de filmes que pertencem à história do cinema, como Lawrence of Arabia (1962) e Doctor Zhivago (1965). Além dos dois filmes mencionados acima, pelos quais ganhou o Óscar, o compositor venceu ainda o Óscar pela banda sonora de A Passage to India (1984).

Michael Clayton, por Carlos Antunes

http://www.indielondon.co.uk/images/7693.jpg

Título Orginal: Michael Clayton
Realização: Tony Gilroy
Argumento: Tony Gilroy

Uma questão de genealogia.
A presença de Sidney Pollack – como actor e produtor – é a evidência maior de que Michael Clayton descende da genealogia de filmes políticos que se firmavam na década de 1970 como comentários políticos de enorme acutilância.

Reclamando para o “combate” o espaço de relação entre as grandes corporações e os gabinetes jurídicos que os servem, Michael Clayton reclama um espaço em que, tanto as movimentações globais como as motivações individuais estão expostas.
Um campo singelo e exigente.
Daí que valha a pena destacar o argumento que manobra e une com grande agilidade e coerência as relações e as matrizes individuais com as vontades e os mecanismos económicos.
Agilidade e coerência porque todos os traços originados desembocam e influenciam os restantes.
Se os indivíduos se movem por necessidades que – directa ou indirectamente – têm origem nas necessidades dos grupos que os comandam, são as relações entre eles – por mais ténues ou ilusórias que sejam – que, no limite, definem o que eles fazem e, por extensão, como serão vistos.
Dito de outra forma, a par do conteúdo interventivo liberal, há uma dedicação sincera às personagens.
Daí resultam três interpretações de enorme fulgor e qualidade.

George Clooney (Michael Clayton), Tilda Swinton (Karen Crowder) e Tom Wilkinson (Arthur Edens).
Cada um deles é um elemento que compreende que está envolvido – mesmo imbuído – de um poder que não lhes deviam estar tão acessível. Mais do que isso, compreendem que esse poder atribui à vida humana um valor e é essa consciência que os leva a agir e a decidir.
Afinal, o valor do indivíduo é também o deles.
Por isso Karen Crowder decidirá por salvar o seu valor em sacrifício do de Michael Clayton e Arthur Edens.
Arthur decidirá salvar o valor dos que devia “destruir” em sacrifício do seu.
E Michael decidirá sacrificar o seu valor pelo valor de uma amigo mas para também afrontar o poder que lhe definiu o valor.
Em tudo isto nota-se a evocação do melhor de Frank Capra enquanto reaccionário social.
Michael Clayton é um Mr. Smith goes to Washington. Sem a inocência, pelo contrário, com boa dose de cinismo. Mas, ainda assim, o sujeito anónimo a minar o perpétuo esquema por dentro, a reivindicação de um poder individual capaz de afrontar o poder instituído.

Com uma tal genealogia – directa a um génio, convenhamos – e com um thriller dinâmico como fundo, Michael Clayton é um dos filmes que ainda exige de nós tanto quanto nos proporciona, um dos filmes que ainda exige ser visto.



Publicado originalmente a 6 de Abril de 2008

DVD: O Motel, por Tiago Ramos


Título original: Vacancy (2007)
Realização: Nimród Antal
Argumento: Mark L. Smith
Elenco: Kate Beckinsale, Luke Wilson e Frank Whaley

Se esperam de O Motel uma surpresa, vão ficar desiludidos. Afinal o realizador Nimród Antal revela ainda a sua inexperiência por trás das câmaras, apesar de ser conhecido pelo filme Kontroll, que foi um sucesso de crítica. Contudo, se virmos o filme sem grandes expectativas e como apenas mais um filme de série B, acredito que ficarão surpresos.

A narrativa é semelhante a tantas outras, mas a nível argumentativo percebe-se que Nimród Antal tentou piscar o olho a um remake de Psycho, de Alfred Hitchcock. Ao contrário de Saw e Hostel, O Motel não se reduz ao cliché do cinema gore tão em voga nos últimos tempos e consegue criar algum temor no espectador. Com tantos filmes e sequelas extremamente violentas, com uma abundância exagerada de cenas em que há derramamento de sangue de forma gratuita, é natural que o espectador vá ficando insensível a isso; no entanto, se há coisa que sempre gerou fãs e algum medo foi o suspense, o chamado terror psicológico. O próprio cenário, um quarto de motel, ajuda a criar esse mesmo suspense, a paranóia e o sentido claustrofóbico.

O Motel não é uma obra-prima e nem de perto consegue chegar-se ao patamar de Psycho, tal como o realizador não consegue fugir ao comum copy-paste de filmes do género; contudo, não é necessariamente um filme previsível e podemos contar com alguns rasgos de criatividade.

Se há algo que Nimród Antal consegue neste filme é criar personagens realmente interessantes, utilizando actores que, normalmente, são subestimados. É o caso de Kate Beckinsale, que consegue aqui um registo mais credível que o habitual, no papel de uma esposa deprimida e de Luke Wilson, num registo mais moderado e humilde do que normalmente o seu irmão Owen Wilson surge.

O Motel não sobrevive de um twist final, como é o caso de Saw ou Hostel, nem pretende competir nessa área, como é comum comparar-se. O Motel é um filme de suspense à antiga, sem grande novidade, mas que consegue cumprir o seu objectivo. E nisso está de parabéns.

Classificação:

Extras:


  • Sequência de início de filme alternativa
  • O elenco e a equipa técnica de “O Motel”
  • Curtas-metragens: snuff films
  • Cena adicional




Classificação dos Extras:


domingo, 29 de março de 2009

Asfixia, por Carlos Antunes


Título original: Choke
Realização: Clark Gregg
Argumento: Clark Gregg
Elenco: Sam Rockwell, Anjelica Huston, Brad William Henke e Kelly Macdonald

Choke está perigosamente perto da comédia romântica e da simplificação freudiana para ser um bom sujeito sob um escudo de nociva personalidade.
Não bastaria aplicar a ambos os pressupostos uma estranheza genuína para salvar a perspectiva da banalidade indie que hoje em dia atravessa o cinema que Hollywood aceita no seio das grandes produções.
O que salva Choke da irrelevância é a cruel ironia com que Chuck Palahniuk revê a individualidade no mundo contemporâneo.


Do jovem Victor, que atravessa a vida procurando a sensação do (orgásmico) vazio para compensar uma bizarra relação com a mãe e que perante o amor - encontrado, hélas, num manicómio - perde as suas capacidade sexuais, temos tanta pena quanto vontade de ridicularizar.
Mas a ameaça histriónica de rendenção desta figura que é, fundamentalmente, sórdida excepto para quem o ama - e não sei se além da mãe que não o reconhece e da mulher que o ama haverá mais alguém - só não parece ridícula porque se concretiza na mais grandiosa absurdidade.
Afinal de contas, um tipo que força a sua asfixia em restaurantes para conseguir dinheiro de quem o salva, poderá ser o redentor num lar para idosas psicóticas.
Seria perturbador se a um ponto tão exagerado não fosse risível!


O mais delicioso de entre tudo isto é a hilariante metáfora que leva o protagonista dos seus "quadros vivos" da História Americana, com a sua esperança e pureza, para a sordidez desalmada dos tempos modernos.
A derrota do sonho americano no tempo de uma viagem de autocarro, ou o retrato da cultura do vazio americano?
Seja qual for a resposta, há algo nessa ideia que atinge o alvo melhor do que o humor mais directo que o resto do filme explora, mesmo que seja um humor feito numa base de puro desespero e tristeza perante o mundo.


Porque Clark Gregg bem tenta dar tempo aos seus actores para criarem personagens palpáveis e manter a sua realização discreta para não prejudicar a eficácia da narrativa.
Mas essa narrativa está logo à nascença a desfazer-se nas suas diversas partes, incapaz de se manter unida.
Há uma espécie de cambalear episódico à medida que o filme segue em frente que se acentua à medida que se caminha para o final.
A essência está lá, mas falta-lhe mais talento para dar a réplica certa a Fight Club, mesmo que esteja longe de ser um mau filme.

Dollhouse - Review dos 6 episódios



Quem lê o blogue sabe que não sou propriamente fã de Dollhouse. Contudo, tenho feito companhia a uma pessoa no visionamento da série, até porque gosto de dar 5 oportunidades a uma série de mostrar o que vale (exclui-se Gossip Girl onde nem o primeiro acabei de ver). Neste caso dei 6 porque me disseram que o último era o melhor até agora.

No geral, parece-me uma boa ideia mal trabalhada. O conceito por detrás da série parece-me bom, mas não tem sido abordado da melhor forma, quer por Joss Whedon, quer por Eliza Dushku. Ao primeiro falta-lhe a criatividade necessária, à segunda falta-lhe expressividade. O papel de Echo e restantes dolls exige uma capacidade de abstração de si mesmo apenas conseguida por Dichen Lachman no papel de Sierra. A Dushku falta-lhe essa capacidade tão necessária ao papel interpretado, pois alguém cuja mente é limpa entre trabalhos não deve conter nem um pouco de si próprio e não é isso que se vê: as expressões são as mesmas, os olhares têm sempre a mesma expressão, a linguagem corporal não muda.



Já a estória paralela, com o agente Ballard (Tahmoh Penikett), demonstra também uma inactividade enervante. A vizinha, os colegas do FBI, a (falta de) vida pessoal... Sim, no último episódio que vi há um resquício de interesse e algumas perguntas no ar, mas se neste momento não as visse respondidas não me afectaria minimamente.

Episódio 1 - Ghost



Pela primeira vez somos apresentados a todo o cenário envolvente e a algumas das personagens. Pode-se dizer que a personagem de Echo é, no mínimo, um desapontante déjà vu de Tru Calling. Falta enredo e interesse e não há qualquer background onde a estória possa firmemente assentar.
Uma nota de rodapé sobre a prestação de Fran Kranz no papel de Topher, brilhantemente conseguida apesar dos clichês.

Episódio 2 - The Target



Finalmente algum desenvolvimento do passado. Ficamos a saber um pouco sobre o passado recente da Dollhouse e desvenda-se um pouco do que se está a passar com Echo. Teria sido um episódio interessante se não fosse pelo desenrolar da acção principal. Denota-se a falta de imaginação ao apresentar novos dados e a ausência de perguntas pertinentemente interessantes. Talvez elas existam, mas não têm sido devidamente abordadas.
A nota de rodapé neste caso vai para a multiplicidade de Echos e para as piadas fáceis com o nome: dispensavam-se.

Episódio 3 - Stage Fright



Finalmente um pouco de interesse, talvez trazido pela personagem de Sierra. Vemos Echo a pensar "out of he box" e a ser criativa, coisa que surpreendentemente (ou não) não espanta alguns membros mais elevados na Dollhouse. A verdade é que a personalidade prórpia de cada personagem vai fazendo menos falta a Echo, e isso ajuda a que o episódio seja melhor, já que Dushku não parece mesmo consegui-lo.
Nota de rodapé: qual era afinal a função de Sierra?

Episódio 4 - Gray Hour



E temos o primeiro episódio interessante. A interpretação e o argumento dificilmente terão falhas graves e permite soltar algumas gargalhadas. Além de interessante e um pouco ao estilo de Alias, temos uma Dushku renovada e um conjunto de actores capazes. Sierra tem uma curta, mas eficaz aparição que permite ver que até Dushku chegar ao seu nível ainda tem muito que aprender. Temos a possibilidade de ver pela primeira vez que pode não estar tudo controlado dentro da Dollhouse.

Episódio 5 - True Believer



Primeiro "encontro" de Echo e Ballard. O desempenho de Dushku melhorou (talvez porque em dois terços do episódio não seja necessária expressão visual) e o seu papel foi digno de nota. Não que a estória tenha avançado significativamente, mas valeu a pena. Ainda asim, não me parece que Dollhouse seja uma série obrigatória. Continua mal desenvolvida e com uma estória fraca.

Episódio 6 - Man on the Street



Este foi o episódio extra-5-hipóteses. Até o anterior dificilmente a série passaria dos 2,5/5, aqui talvez tenha chegado aos 3/5.
Gostei da abordagem em modo de reportagem que pode ter lançado algumas discussões sobre a ética da situação e sobre o que se faria se houvesse essa hipótese, embora não tenha adiantado muito. Acho que foi uma jogada inteligente por parte dos produtores.
Quanto à estória em si, algumas trocas pelo meio e questões mais ou menos pertinentes ficam no ar após o episódio. Será que está tudo bem na Dollhouse ou existirão mesmo problemas? Pode ter sido apenas uma jogada bem feita, é a verdade.


Sherlock Holmes



Guy Ritchie regressa ao submundo londrino, numa nova versão de Sherlock Holmes. A personagem vai ser reinventada, para desagrado de muitos fãs. Deixará de ser calculista e cerebral, tornando-se um herói moderno, com direito a cenas de pancadaria.

A Warner Bros. Pictures revelou um teaser poster do filme:



O filme estreará no dia de Natal, ainda este ano e terá como actores principais Robert Downey Jr. no papel do detective Sherlock Holmes, Jude Law enquanto Dr. Watson e Rachel McAdams como Irene Adler.