domingo, 31 de outubro de 2010

Poster internacional de "The Tourist"

Foi divulgado um poster internacional de The Tourist, para distribuição em França, com grande destaque para as personagens de Johnny Depp e Angelina Jolie:



Florian Henckel von Donnersmarck (A Vida dos Outros) é o realizador do filme que está previsto estrear a 10 de Dezembro nos Estados Unidos.

Novo poster de "The Green Hornet"

Foi divulgado mais um poster de The Green Hornet:



Seth Rogen (Pineapple Express), Cameron Diaz (The Box) e Christoph Waltz (Inglourious Basterds) são os protagonistas. The Green Hornet estreia a 14 de Janeiro de 2011 nos Estados Unidos.

Leia também:

Cenas Memoráveis do Cinema (X)


The Nightmare Before Christmas (1993), de Henry Selick

O Split Screen deseja a todos os seus leitores um divertido (e assustador) Halloween!

O Eterno Solteirão, por Carlos Antunes


Título original: Solitary Man
Num ano em que tivemos Gordon Gekko de volta, a melhor interpretação de Michael Douglas está neste filme que terá passado despercebido.
Um filme pequeno, estreado para cumprir obrigações, mas que deveria ter direito à atenção que a maioria das outras 35 estreias do mês de Setembro não merecem.


O filme é uma ode atormentada à masculinidade envelhecida. O falhanço afogado em sexo com miúdas cada vez mais novas, uma crise de meia idade que não soube parar mesmo quando a idade já ia avança.
Michael Douglas é o filme, é o personagem brilhante que só se sabe afundar mais e mais, mas que nos leva a conceder-lhe um aplauso sentido pela dignidade que protege mesmo ao longo da linha descendente.
Mesmo quando não tem motivos para continuar a comportar-se como anteriormente, ele fá-lo porque lhe parece que é o papel que deve ser seu.
A filha e o neto, os poucos amigos que lhe restam, são todos vítimas de um homem a interpretar um papel que está convencido que tem de ser o seu.
Ele falhar porque é mais simples desapontar uma vez e desaparecer do que ser bem sucedido numa relação a longo prazo.
Mas a tolerância dessas pessoas é a rede que o leva a arriscar tanto assim.


Uma coisa que Michael Douglas sabe é que, embora ele seja o filme como o filme é dele, tem de dar espaço aos secundários para definirem os contornos menos polidos da história que o tem como centro. Sobretudo se os secundários têm o talento de De Vito e Sarandon.
Se não se dissipa tudo para lá da brilhante interpretação de Douglas é porque eles sabem ser óptimos na discrição, no apagamento.


Um caso em tudo similar ao de O Rei da Califórnia, um filme sem direito a aparato onde Michael Douglas sente a liberdade para transformar o papel que lhe cabe num deleite pessoal sobre a arte da interpretação.
Um caso que demonstra que, nas margens, está muito do melhor cinema actual.



sábado, 30 de outubro de 2010

Obituário: George Hickenlooper


25 de Maio de 1965 - 30 de Outubro de 2010

Faleceu, aos 45 anos de idade, o realizador George Hickenlooper, encontrado morto aparentemente devido a causas naturais. O realizador encontrava-se na cidade norte-americana de Denver para apresentar o seu mais recente filme Casino Jack, com Kevin Spacey como protagonista. Tornou-se especialmente conhecido por Factory Girl (2006) ou ainda pelo famoso documentário Hearts of Darkness: A Filmmaker's Apocalypse (1991) sobre a produção caótica do filme Apocalypse Now, considerado o melhor documentário do ano pelo National Board of Review e através do qual também venceu um prémio Emmy.

Trailer de "London Boulevard"



Foi revelado o trailer de London Boulevard, o filme que marca a estreia do argumentista William Monahan (The Departed) na realização:



Com realização e argumento de William Monahan, o filme centra-se na história de um homem recém libertado da prisão que se apaixona por uma jovem estrela de cinema. Keira Knightley (Atonement), Colin Farrell (In Bruges) e Stephen Graham (This Is England) são os protagonistas do filme que estreia em Portugal através da Ecofilmes Audiovisuais, mas ainda sem data de estreia definida.

Os posters que não chegaram a ser (VI)


Embargo, por Carlos Antunes


Título original: Embargo
Realização: António Ferreira
Argumento:
José Saramago e Tiago Sousa
Elenco: Filipe Costa, Cláudia Carvalho, Pedro Diogo e José Raposo

Poucos minutos antes de entrar na sala de cinema vi no poster deste filme a citação de um crítico que comparava Embargo ao humor negro dos irmãos Coen.
A dúvida assaltou-me, não porque a incompetência portuguesa ficase demonstrada ao escreverem Cohen em vez de Coen, mas porque não estava explícito se seria o humor negro brilhante de Fargo e Barton Fink ou o humor negro fastidioso de Um Homem Sério e Destruir depois de ler.


O filme alonga um conto muito breve que é uma alegoria sobre o que anima os corpos e o livre-arbítrio. A alma revista em jeito de caricato inserido no quotidiano.
O conto é um pequeno jogo que se fosse além da sua extensão tornar-se-ia numa piada forçada.
E é exactamente isso que o filme é porque teve de criar mais terreno que ocupasse o tempo de uma longa-metragem.
Para lá do périplo forçado dentro do automóvel há uma família que não tem a devida atenção, um sonho de venda da invenção da máquina de scanner de pés e um amigo com quem partilha o trabalho numa rulote de bifanas.
É uma vida construída para um homem cuja relevância está no desespero de estar preso ao seu carro.
Uma vida acessória, ingrata para o espectador, uma piada elaborada e sem picos de humor decentes.


Isto não é evidente deste logo. Primeiro atentamos na qualidade da produção que conseguiu criar o ambiente perfeito para um filme de Ficção Científica com traços de tipicidade portuguesa nuns tristes anos 1970/1980.
Há mesmo indicações discretas que nos levam a pensar numa revisita artesanal de 2001: A Space Odyssey com identidade bairrista e com a dimensão de um velho "chasso".
Era possível imaginar um belo filme português a sair daqui, um filme de caminhos pouco pisados por cá.
Não fossem depois as rábulas duvidosas e aquela resolução que é puro "final feliz" em estado de serendipidade idiota, até poderíamos estar perante um retrato irónico da nossa posição económica na Europa.
Afinal, lá pelo meio, apenas há um penoso caminho com muito pouco para ver, para rir ou para interpretar. É um deserto de ideias a tentar fazer cumprir o tempo estipulado para uma longa-metragem.


Para o final não posso deixar de apontar um erro grave que passará despercebido a muitos.
A banda sonora, interessante que é como tem sido norma nos filmes de António Ferreira, está muitas vezes a sufocar o filme, ressoando com brutalidade quando devia ser apenas um acompanhamento.
Isso é mais problemático e mais evidente quando esta abafa as notícias de rádio que deveriam servir para compôr o ambiente que explica e justifica o embargo que, afinal de contas, dá nome ao filme.
António Ferreira continua a ser dos realizadores nacionais a que se devem estar atentos, mas os seus trabalhos mais longos precisam rapidamente de mostrarem a mesma qualidade das suas curtas. Deus não quis e, sobretudo, Respirar (Debaixo de Água) continuam a ser os seus melhores trabalhos perante os quais este Embargo faz figura de parente pobre.



Oito novos nomes para o elenco de "The Twilight Saga: Breaking Dawn", incluindo actor brasileiro



E a divulgação de novos nomes para o elenco de The Twilight Saga: Breaking Dawn - Part 1, não pára. Ainda não existem indicações de qual o papel que os oito actores que se seguem irão interpretar.

Das novas entradas para o elenco temos: Olga Fonda (Love Hurts), Janelle Froehlich (Hacienda Heights), Masami Kosaka (The Runaways), o brasileiro Sebastião Lemos (Força-Tarefa), Amadou Ly (The Tested), Ty Olsson (X2), Wendell Pierce (The Wire) e Carolina Vázquez (Matalobos).

Festival de Cinema de Londres: Os Vencedores



Foram divulgados há uns dias os vencedores do Festival de Cinema de Londres, de onde se destacou o drama russo How I Ended This Summer, de Aleksei Popogrebsky, derrotando alguns dos favoritos como 127 Hours, de Danny Boyle ou Black Swan, de Darren Aronofsky:

Melhor Filme: How I Ended This Summer, de Alexei Popogrebsky
Menção Especial do Júri: Archipelago, de Joanna Hogg
Prémio Sutherland: The Arbor, de Clio Barnard
Menção Especial do Júri (Prémio Sutherland): Leap Year, de Michael Rowe e Don't Be Afraid, Bi!, de Phan Dang Di
Melhor Revelação Britânica: Clio Barnard, por The Arbor
Melhor Documentário: Armadillo, de Janus Metz
BFI Fellowship: Danny Boyle

Poster de "The Way Back", de Peter Weir

O site In Contention revelou em exclusivo o poster de The Way Back, do realizador Peter Weir:



As expectativas sobem com a realização de Peter Weir, nomeado já por seis vezes ao Óscares da Academia, com filmes como Dead Poets Society (1989), The Truman Show (1998) e Master and Commander: The Far Side of the World (2003). O filme conta a história verídica dos soldados que escaparam do gulag (campo de concentração) siberiano em 1940.

Jim Sturgess (Across the Universe), Ed Harris (The Hours) e Colin Farrell (In Bruges) serão os protagonistas do filme. Já agora, fica aqui também o trailer revelado há algum tempo:



The Way Back tem estreia limitada nos cinemas norte-americanos a 21 de Janeiro de 2011.

Vencedores do passatempo Dexter



Como estávamos a oferecer um dos melhores prémios que já passou aqui no blog, não podíamos deixar de avaliar com muita atenção todas as participações.
Aquelas que mais nos marcaram e que vão receber packs com estes três livros ficam agora aqui para todos as lerem.

Sónia Teixeira
Bem, a minha ideia para a série advém obviamente da minha profissão (psicóloga).
Agora que Dexter vive o drama de ter ficado sem a mulher e com o filho para criar, era interessante ele entrar numa espiral de desespero perfeitamente natural.
Para ajudar nisso o departamento convocaria uma psicóloga astuta para lidar com ele e com o que lhe aconteceu. Será que essa psicóloga conseguiria desvendar o seu terrível passado? Será ela tão inofensiva como parece? Será Dexter mais esperto que ela? Conseguirá Dexter um final feliz?

Ana Godinho
Na perseguição pelo Trinity, a Deb Morgan perde o seu rumo.
Aparece um suspeito que encaixa na descrição do Trinity e a Deb apanha-lhe o rasto. Ao encontrar-se com ele não hesita e mata-o.
Mas o acto começa a pesar na sua consciência, e ela desabafa com o Dexter.
Dexter vê isto como um acto de coragem e, mesmo contra os concelhos do Henry, revela à Deb quem ele é. E o que faz.
A Deb ao descobrir que o Dexter para além de ter morto o Trinity, não o fez logo. O que causou a morte, não só da Rita mas do Lundy.
Cheia de remorsos a Deb aponta uma arma ao Dexter e pega no telemóvel para chamar a policia mas quando abre o telemóvel vê uma foto do Harrison e apercebe-se que ele teria de viver com o estigma de ser filho de um assassino em serie.
Deb mata o Dexter e desfaz-se do corpo cortando aos pedaços e usando o “Slice of life” para despejar os sacos do lixo.

Gonçalo Pedreira
Aqui fica a minha sugestão para uma futura storyline que aprofundasse o dilema de Dexter.
Dexter terá de enfrentar serial killers "da vida comum".
Uma velhota que deixa cair os vasos na cabeça dos vizinhos incomodativos, um condutor de autocarro com demasiado azar no momento em que um peão atravessa fora da passadeira...
Tudo casos aparentemente acidentais, impossíveis de serem levados a julgamento mas que Dexter reconhece como sendo gerados por instintos iguais aos seus.
E nessa altura levanta para Dexter a dúvida sobre se não será toda a sociedade humana como ele próprio, com um "passageiro negro", mas que eles conseguem controlar através de um instinto que lhe falta.
Dexter ficará indeciso sobre se deve tentar adquirir esses instintos agora que é pai ou se deve libertar as amarras de todos os outros Passageiros Negros que vê à sua volta.


Parabéns a todos, em breve serão contactados para receberem este prémio!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Passatempo Gru - O Maldisposto


Com a estreia do filme de animação Gru - O Maldisposto, temos packs de livros inspirados no filme para oferecer.
Cada pack traz um exemplar dos livros abaixo que continuam as histórias e o divertimento que podem acompanhar no cinema.



Poderão participar através de três métodos, sendo que todos eles se devem focar nos Mínimos, as pequenas criaturas que auxiliam o vilão de serviço:

1) Desenho
2) Fotografia
3) História

Temos três packs para oferecer, um a cada uma das melhores submissões em cada categoria.

Regulamento:
- O passatempo decorre até às 23:59 do dia 15 de Novembro, sendo excluídas todas as respostas que chegarem depois desse prazo.
- Para participarem terão de enviar a vossa submissão por email para splitscreen.passatempos@gmail.com identificando claramente o passatempo a que concorrem.
- No email deverão constar também o nome completo e a morada completa do participante.
- Os premiados serão escolhidos por um júri constituído por elementos do Split Screen entre todos aqueles que apresentarem uma participação válida e a escolha será definitiva a menos que se apresente um caso de fraude.
- No caso de não haver submissões em alguma das categorias, o pack respectivo será atribuído à melhor submissão de qualquer outra categoria.
- O Split Screen reserva-se o direito de fazer uma selecção das respostas validadas quando se apresentarem circunstâncias duvidosas da legitimidade da origem das mesmas.
- O nome dos vencedores será publicado neste blogue e os mesmos serão avisados por email.
- Só serão permitidas participações a residentes em Portugal e apenas uma por participante e residência.
- Os custos associados ao envio dos prémios ficará a cargo dos participantes.
- O envio dos prémios ficará a cargo do Split Screen, não sendo este responsável por quaisquer danos ou extravios dos mesmos.
- Em caso de não concordar com alguma destas regras, deverá abster-se de participar.

[REC] 2, por Carlos Antunes


Título original: [REC] 2
Realização: Jaume Balagueró e Paco Plaza Elenco: Claudia Silva, Ferran Terraza, Manuela Velasco, David Vert e Jonathan Mellor

Sou um detractor de [REC] com a dose de animosidade que isso me valeu. Não encontrei nele nem sustos nem cinema, o que é o mesmo que dizer que não lhe encontrei nada.
Com esta sequela não sou tão afirmativo da minha percepção.


Neste caso começam a surgir traços de personagens. O padre com uma missão, a própria rapariga Medeiros.
Não são sólidos nem suficientes para satisfazerem uma exigência cinematográfica, mas num filme que é todo ele um truque, de certa forma aceita-se que sejam ténues as suas presença.
Começam a ter uma história, começam a ter uma base onde se movimentar, mesmo que esta seja uma história vulgarizada ao longo dos anos que se limita a misturar elementos de dois géneros há muito instalados em definitivo no cinema de terror, mais exactamente desde que o final dos anos 1960 estreou a primeira obra de Romero e no início dos anos 1970 chegou O Exorcista.


Isto não impede que a estrutura narrativa do filme seja fraca, moldada ao gimmick do filme em vez de abrir caminhos para ele.
Quero com isto dizer que, perante o assumir de uma forma de apresentar o filme, a narrativa teria de ser muito mais incisiva do que é.
Continua a haver um desleixo - embora menor quando comparado ao filme anterior - de quem escreve, desinteressados que estão da solidez do argumento quando o truque de câmara lhes garantirá a venda de bilhetes independentemente do trabalho feito a montante da filmagem.


Por outro lado é preciso reconhecer o esforço colocado na articulação dos momentos de câmara.
Embora se sujeite o olhar de cada momento às necessidades visuais, há pelo menos o esforço em fazer variar a perspectiva e multiplicar os caminhos por onde a câmara circula e a forma como ela é dominada pelo grupo que a maneja.
O problema desta montagem, a par com a tentativa de construção de uma história explicativa, está na forma como reduz o número e a variedade de sustos que atraíram o público ao primeiro filme e que, por isso mesmo, o podem agora afastar pela diferença operada.


Claro que sobra a questão essencial sobre estes dois filmes, que sem o artifício da câmara na primeira pessoa, serem facilmente reduzidos - já com boa margem de manobra - a meia hora cada um.
Ou seja, com a possibilidade de isto se tornar numa trilogia, é provável que um único filme pudesse ter arrumado a questão de forma satisfatória e com uma (mais) fácil aceitação do gimmick.



[REC], por Carlos Antunes


Título original: [REC]
Realização: Jaume Balagueró e Paco Plaza Elenco: Manuela Velasco, Ferran Terraza e David Vert

É certo que [REC] coloca em jogo, com enorme perspicácia, a presença de uma câmara – televisiva, ainda para mais, num período em que o tele-voyeurismo é um “cancro social” – num prédio fechado, colocando em posição as peças de um potencial jogo de tensão.
Mas o filme acaba, afinal, por ser apenas mais um sintoma desse tele-voyeurismo, propagado agora ao cinema, como se para o público que o cinema tem agora, isto chegasse.


Não há em [REC] uma composição de personagens. A sua anonimidade ressoa bem nos propósitos (apenas) funcionais que elas servem.
Até a breve – e fundamentalmente ridícula – tentativa de capitalizar na tensão gerada por temas actuais como o pequeno racismo gerado pela emigração redundam na ideia televisiva da exploração mais insignificante e espalhafatosa da realidade.
Esta ausência de estrutura dramática é um defeito incontornável. Bastará ver Night of the Living Dead para perceber como sempre houve preocupação em compôr uma realidade palpável nos filmes deste género.


Mesmo que optemos por ignorar esta falha, na verdade não encontramos nada de substancial neste filme.
No que toca às ideias de terror, elas estão mais do que vistas, não só em outros filmes de terror, mas até numa banal Casa de Terror.
As bruscas irrupções de som e/ou luz mal conseguem gerar algum susto momentâneo, muto menos gerar uma fluência consistente (e interessante, lá está) de terror.
Acreditando que a ideia visual é suficiente para renovar as velhas ideias de como fazer terror, os realizadores forçam ao extremo essa mesma ideia, acabando o filme em modo “visão nocturna”.
Em que se traduz isto tudo? Uma forma diferente de levar o espectador a dar um “salto na cadeira” mas nem por isso mais interessante.


Se nos lembrarmos ainda do momento em que a câmara subitamente rebobina a filmagem, vale a pena ainda questionarmo-nos sobre o mecanismo.
Estaremos afinal perante o visionamento de uma gravação encontrada ou perante o tratamento despreocupado e indigente desta forma de cinema?
A conclusão é apenas uma, de que se reduziu o cinema à relidade do tratamento do media visual ao primitivismo – televisivo e caseiro – da exploração imediata e irreflectida da realidade.
Fazer disso cinema é tão limitado quanto é possível ser nestes tempos de enorme modernidade visual . Bastará ver Os Fragmentos de Tracey para compreender como essa modernidade pode servir e potenciar um filme e não o resumir a qualquer efeito de redutor mimetismo.


A verdade, tão simples quanto é possível colocá-la, é que estamos perante um filme que negligencia por completo a componente dramática do cinema, apostando na crença de que o efeito visual “inovador” será o suficiente.
E se é claramente suficiente para os espectadores, que na sua maior parte ficaram envolvidos pelo mecanismo, a verdade é que é por demais insuficiente para o cinema.




Publicado originalmente a 1 de Maio de 2008.

"Paris, I'll Kill You": Antologia de terror com Joe Dante, Vincenzo Natali e outros



Depois de Paris, je t'aime (2006) que se centra no projecto Cities of Love, as antologias com base numa temática voltaram a estar em voga. Um projecto curioso inspirado em tal filme vem a caminho. De seu nome Paris, I'll Kill You, o filme pretende ser uma antologia de curtas-metragens do género de terror numa cidade de Paris vista com outros olhos: mais negra, suja e sangrenta.

Darryn Welch e Mathieu Robinet são os produtores do filme, que esperam vir a ser um franchise. Até ao momento, o projecto já reuniu um interessante grupo de realizadores, a grande maioria mais que habituados ao género: Joe Dante (Gremlins), Paco Plaza ([REC]), Vincenzo Natali (Cube), Xavier Gens (Frontiers), Ryûhey Kitamura (The Midnight Meat Train), Christopher Smith (Triangle), Julien Maury e Alexandre Bustillo (À l'intérieur) e até o realizador de videoclips Joern Heitmann.

"Super 8" de J. J. Abrams estreia a 10 de Junho de 2011



Embora J. J. Abrams insista em manter o seu novo projecto Super 8 sob grande secretismo, foi já revelada a data de estreia do filme. O filme, com Steven Spielberg como produtor executivo, irá estrear no início da época de Verão, onde estreiam os grandes blockbusters: 10 de Junho de 2011.

Embora ainda sem confirmação, em Super 8, um grupo de crianças brincam com uma câmara super 8 no final dos anos 70, mas que quando revelam o filme acabam por encontram uma criatura alien nas fotografias.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Novo poster de "Rabbit Hole"



Foi revelado um novo poster de Rabbit Hole, de John Cameron Mitchell (Shortbus), depois do primeiro trailer ter suscitado ainda mais curiosidade sobre o filme:



Rabbit Hole junta Aaron Eckhart (The Dark Knight) e Nicole Kidman (The Hours) em duas prestações que se dizem fabulosas. Da mesma forma que a toca do coelho, no clássico Alice no País das Maravilhas, representa uma viagem de conhecimento, o filme Rabbit Hole mostra como o casal se esforça e enfrenta o luto da perda de um filho.

As impressões de TRON Day



Depois de no final do ano passado termos tido a oportunidade de estarmos presentes no evento intitulado Avatar Day (impressões aqui), eis que este ano a Walt Disney Pictures resolveu criar um evento semelhante: TRON Day. Mais uma vez o Split Screen esteve presente numa das sessões que aconteceram um pouco por todo o mundo e que deram a conhecer os primeiros 23 minutos do filme TRON: Legacy, um dos mais aguardados do ano.

As primeiras impressões e de maior impacto, são obviamente as de nível estético: um visual absolutamente extraordinário, que promete - em termos tecnológicos - revolucionar mais uma vez o Cinema contemporâneo, pois utiliza recursos digitais que nunca antes foram utilizados no grande ecrã. Obviamente que TRON: Legacy é um filme de nichos bem específicos. Não agradará a todos devido à sua especificidade de género. Por um lado atrairá os fãs de ficção-científica e de efeitos especiais - e nesse campo promete não desiludir - mas também por outro beneficiará de alguma onda de revivalismo por parte de quem assistiu ao filme original nos anos 80. Especialmente uma das cenas iniciais evoca todo o espírito do filme original e também dos anos 80, pelo que nesse campo poderá ser do agrado de muitos.

Tecnicamente e visualmente exímio, promete fazer as delícias dos - perdoem-nos a expressão - geeks. Para os amantes de filmes de acção, a história aparenta não desiludir também. Mas é a nível de argumento que as dúvidas se colocam: será uma sequela ao nível do original? Ou pretende subsistir meramente através dos revolucionários efeitos digitais que utiliza? Para os detractores do uso (e abuso) dos efeitos especiais em filmes e da tecnologia 3D, obviamente que o filme será alvo de críticas. Contudo, parece-nos que existe em TRON: Legacy um nível de algo muito parecido com genialidade que não deverá ser ignorado por ninguém. Também a banda sonora do duo Daft Punk adequa-se perfeitamente às imagens reveladas do filme: um dos pontos altos do filme.



Para quem não sabe, TRON: Legacy é uma sequela do filme TRON (1982), produzido pela Walt Disney Productions e que revolucionou a década de 80, acabando por ser nomeado para dois Óscares: Melhor Guarda-Roupa e Melhor Edição de Som. Na história, um hacker foi abduzido para dentro de um sistema de computadores e é forçado a participar em jogos gladiatórios. O filme foi protagonizado por Jeff Bridges, que neste filme é recuperado para voltar a interpretar o papel de Kevin Flynn. Em Tron: Legacy, Sean Flynn (Garrett Hedlund) é o filho de Kevin Flynn, que procura informações a respeito do desaparecimento do seu pai. Mas acaba por se ver envolvido dentro do mesmo mundo de programas e jogos em que o seu pai tem vivido há 25 anos. Juntamente com a leal confidente (Olivia Wilde) procuram salvar-se de um universo cibernético, muito avançado e perigoso.



Em Portugal, TRON: O Legado estreia a 13 de Janeiro de 2011.

Vencedores do passatempo Duna


Com algum atraso, que lamentamos, aqui ficam os três vencedores do passatempo Duna.

Luís Miguel Sales

Pedro Ricardo Faria

Joaquim António Carmo

Vencedor do passatempo Sempre que te Vejo


Obrigado a todos os participantes em mais este passatempo. São as crescentes participações que nos vão permitir trazer mais novidades e dinamizar ainda mais o blog. Aliás, torná-lo também vosso. Fiquem atentos.
E agora a vencedora.

Joana Domingos Morais

Universo Paralelo, por Carlos Antunes


Título original: Pandorum
Realização: Christian Alvart
Argumento: Travis Milloy
Elenco: Dennis Quaid, Ben Foster e Cam Gigandet

Moon é um dos grandes filmes de ficção científica de anos recentes muito simplesmente porque explora a incompreensão e o confronto entre o Homem e o Tempo que velozmente o ultrapassa.
Pandorum começa da mesma forma suportado na (mais uma) sólida interpretação de Ben Forster.
O seu confronto com o vazio da memória e a necessidade da construção do Homem a partir de uma temporária tabula rasa num mundo que se criou sem a sua intervenção são o início de um filme de uma dimensão filosófica incontestável.


O que vem em seguida contraria este incício. O filme enche-se de seres mutantes e torna-se em mais uma das versões desnecessárias de Alien.
Sente-se de imediato que se perdeu a hipótese de um intrigante filme para a acção e o terror com menos eficácia do que o possível.
Pois embora os ambientes severos e intimidantes criados por Christian Alvart se contem entre os melhores, a narrativa sobre a qual trabalha é mais do que confusa no seu contínuo geral explicativo, parece diversas vezes construído por sucessão de ideias soltas, potencialmente capazes de iniciar um bom argumento de filme, mas pequenas demais para algo mais do que irem servindo a encher o filme.


Há material suficiente para interessar o espectador e os fãs generalizados de ficção científica, mas o filme tem a insalubre intenção de enveredar para terrenos que explorem à descarada os cenários e os ambientes.
Vacila no foco que tinha sobre as personagens que são, tanto no início como no final, o melhor do filme.
Por isso não vai mais longe nos resultados e no gosto do público.