terça-feira, 30 de novembro de 2010

Último apelo ao voto



Terminam hoje às 23h59 as votações para os TCN Blog Awards para os quais o Split Screen está nomeado na categoria de Melhor Blogue Colectivo e Melhor Blogger (Tiago Ramos e Ana Alexandre). O ano passado vencemos o prémio de Melhor Blogue de Cinema & TV e toda a equipa ficaria bastante feliz em ver o seu esforço diário de actualização do blogue ser recompensado pelos seus leitores mais uma vez.

O prémio não é monetário, mas ver a satisfação de quem nos lê basta-nos para o sentimento de realização ser completo. Reconhecemos o valor dos outros nomeados, blogues que durante 2010 se destacaram na área de cinema e televisão, mas sabemos que este reconhecimento será tanto nosso como vosso, que ajudam o Split Screen a melhorar diariamente.

Posto isto, apelamos uma última vez a quem não votou que possa consultar a barra lateral do blogue http://cinemanotebook.blogspot.com/ e votar nas categorias correspondentes: neste caso Melhor Blogue Colectivo e Melhor Blogger. Divulguem, ajudem, votem!

V: Novo poster da 2ª temporada


A ABC divulgou hoje na página oficial de V no Facebook o novo poster promocional da segunda temporada da série. O trailer para o episódio de estreia pode ser visto aqui.

Anne Hathaway e James Franco serão os apresentadores dos Óscares 2011



Em comunicado oficial a Academia revelou hoje que os actores Anne Hathaway e James Franco serão os apresentadores da cerimónia dos Óscares 2011. Depois de Alec Baldwin e Steve Martin, a Academia volta a apostar numa dupla como anfitriões da mais famosa cerimónia de prémios cinematográficos.

Embora a notícia tenha deixado alguns cinéfilos descontentes (ou no mínimo intrigados), a verdade é que a escolha desta dupla faz parte da estratégia de conseguir um público mais novo para uma cerimónia que tem perdido espectadores ao longo dos anos. A presença de ambos os actores em episódios de Saturday Night Live poderá contribuir ainda para a expectativa de uma improvável dupla que poderá garantir divertidos momentos cómicos. De recordar ainda que Anne Hathaway fez parte de um divertido número musical apresentado por Hugh Jackman, nos Óscares 2009.

Nota curiosa para o facto de que ambos poderão estar nomeados nesta mesma cerimónia: Anne Hathaway é apontada como uma improvável nomeada na categoria de Melhor Actriz por Love and Other Drugs e ainda uma quase certa nomeação para James Franco por 127 Hours. A última vez que tal aconteceu foi na 59.ª cerimónia, onde Paul Hogan, um dos três apresentadores, esteve nomeado ao Óscar de Melhor Argumento por 'Crocodile' Dundee (1986). A questão que se levanta perante muitos é: será isto considerado favoritismo?

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Sight & Sound nomeia "The Social Network" como o melhor do ano



A revista britânica Sight & Sound divulgou a lista dos melhores filmes do ano, onde The Social Network figura como o melhor de 2010. Um raríssimo primeiro lugar para um filme americano, surpreendente tendo em conta o historial dos críticos convidados pela revista: Caché em 2006, 4 Months, 3 Weeks and 2 Days em 2007, Hunger em 2008 e Un prophète no ano passado.

A lista é composta por doze filmes, existindo contudo vários empates:

1. The Social Network
2. Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives
3. Another Year
4. Carlos
5. The Arbor
6. Winter’s Bone
6. I Am Love
8. The Autobiography of Nicolae Ceausescu
8. Film Socialisme
8. Nostalgia for the Light
8. Poetry
8. A Prophet

Fora a lista dos 12, a lista continua ainda com vários outros filmes empatados tais como Certified Copy, Meek's Cutoff, Dogtooth, Enter the Void, Mistérios de Lisboa, Of Gods and Men, Aurora, Exit Through the Gift Shop, Four Times, The Ghost Writer e Over Your Cities Grass Will Grow. Obviamente que o destaque vai para o português Mistérios de Lisboa que mais uma vez figura em listas internacionais como um dos melhores do ano.

Obituário: Irvin Kershner


29 de Abril de 1923 - 27 de Novembro de 2010

Faleceu, aos 87 anos de idade, o realizador Irvin Kershner, por motivos ainda não divulgados. O realizador tornou-se especialmente conhecido por Star Wars: Episode V - The Empire Strikes Back (1980), um dos episódios da saga de George Lucas mais acarinhado pelos fãs. Parte da sua curta filmografia é composta ainda por Never Say Never Again (1983), o último filme da saga 007 com Sean Connery e a sequela RoboCop 2 (1990).

Fotos promocionais e sneak peak de Being Human


A série britânica Being Human terá uma versão americana pelas mãos da SyFy. A série manterá o nome original, Being Human e foram agora reveladas algumas imagens promocionais e um sneak peak. A série conta a história de três personagens na casa dos vinte anos que tentam viver juntos, apesar de um ser um vampiro, outro ser um lobisomem e outra um fantasma.

A série original já tem a sua terceira temporada confirmada para 2011 e foi nomeada para o BAFTA para melhor série dramática.

Being Human estreia no SyFy em janeiro de 2011.

Nova preview de Game of Thrones


Foi lançada há minutos atrás uma nova preview de Game of Thrones, a nova série épica da HBO a estrear em 2011. A série tem como base a saga de George R. R. Martin, As Crónicas de Gelo e Fogo, cujo autor é considerado o Tolkien contemporâneo. Esta preview de 60 segundos inclui cena inéditas e um vislumbre de novas personagens.

O elenco da série conta com nomes como Sean Bean (trilogia LOTR), Mark Addy (Robin Hood, 2010), Lena Headey (300), Harry Lloyd (Robin Hood, tv) e Alfie Allen (Atonement).

A série é uma das grandes apostas de 2011.

Obituário: Leslie Nielsen


11 de Fevereiro de 1926 - 28 de Novembro de 2010

Faleceu, aos 84 anos de idade, o actor Leslie Nielsen, vítima de complicações devido a uma pneumonia. O actor canadiano tornou-se especialmente conhecido pelos seus papeis cómicos em spoof movies, sendo inclusive um dos pioneiros nesse género. Os seus papeis em Airplane! (1980) e The Naked Gun: From the Files of Police Squad! (1988) foram dois dos seus maiores sucessos no mundo do cinema. Participou em mais de 100 filmes e 1500 séries televisivas. As suas últimas prestações foram em spoof movies: Stan Helsing (2009) e Spanish Movie (2009).

domingo, 28 de novembro de 2010

Nova imagem de Michelle Williams como Marilyn Monroe

Com uma nomeação para o Óscar de Melhor Actriz Secundária por Brokeback Mountain (2005) e excelentes prestações em filmes como Incendiary (2008), Synecdoche, New York (2008), Wendy and Lucy (2008) e Shutter Island (2010) ou ainda em Blue Valentine e Meek's Cutoff (ambos ainda por estrear em Portugal), Michelle Williams tem provado ser uma das actrizes mais promissoras da actualidade. Não seria então de estranhar a expectativa sobre o seu trabalho como Marilyn Monroe, um ícone da cultura pop dos anos 50.

Foi recentemente revelada uma nova imagem da actriz enquanto Marilyn Monroe em My Week with Marilyn. Realizado por Simon Curtis, mais reconhecido no panorama dos telefilmes e mini-séries, o filme centra-se num assistente de realização responsável por acompanhar a vedeta dos anos 50 por Londres, durante as gravações de The Prince and the Showgirl (1957). Em entrevista, a actriz realçou o desafio que é abraçar esta biopic, dado que «fisicamente e vocalmente, tudo acerca dela é diferente de mim». Por isso mesmo teve o apoio de professores que a ajudaram a entrar na mente da estrela de Hollywood, mas que actualmente se encontra tão imersa no papel que o seu julgamento em relação ao filme acaba por ser pouco imparcial e distorcido.

Ao elenco do filme juntam-se ainda Judi Dench no papel da actriz inglesa Sybil Thorndike que foi a Rainha Dowager em The Prince and the Showgirl. O actor Kenneth Branagh será o realizador e co-protagonista Laurence Olivier, enquanto que Eddie Redmayne será o jovem Colin Clark. Julia Ormond será Vivien Leigh, mulher de Olivier e Dougray Scott será o marido de Marilyn Monroe, Arthur Miller. O elenco completa-se com Emma Watson e Dominic Cooper.

My Week with Marilyn deve estrear no final de 2011.

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Festival Caminhos do Cinema Português 2010: Os vencedores



Foram anunciados na semana passada os vencedores do Festival Caminhos do Cinema Português 2010, o único que visa homenagear exclusivamente o que se faz de melhor no cinema em Portugal. Os grandes vencedores, em competição no certame, foram Um Funeral à Chuva, de Telmo Martins e Como Desenhar um Círculo Perfeito, de Marco Martins.

Júri Oficial
Grande Prémio Cidade de Coimbra: 48, de Susana de Sousa Dias
Melhor Longa Metragem: Um Funeral à Chuva, de Telmo Martins
Melhor Curta Metragem: Vicky & Sam, de Nuno Rocha
Melhor Animação: Viagem a Cabo Verde, de José Miguel Ribeiro
Melhor Documentário: Pare, Escute, Olhe, de Jorge Pelicano
Prémio Revelação: O Conto do Vento, de Cláudio Jordão

Júri Caminhos
Melhor Actor: Ivo Canelas em Desavergonhadamente Real
Melhor Actor Secundário: Nuno Lopes em Efeitos Secundários
Melhor Actriz: Rita Martins em Efeitos Secundários
Melhor Actriz Secundária: Beatriz Batarda em Como Desenhar um Círculo Perfeito
Melhor Realizador: Gonçalo Galvão Teles por Senhor X
Melhor Direcção Artística: Artur Pinheiro em Como Desenhar um Círculo Perfeito
Melhor Argumento Original: Nuno Rocha por Vicky e Sam
Melhor Argumento Adaptado: Tiago Sousa por Embargo
Melhor Fotografia: Pedro Patrocínio e Frederico Miranda em Memórias de Fogo
Melhor Guarda-roupa: Susana Jacobetty em Kinotel
Melhor Caracterização: Maria Almeida (Nani) em Kinotel
Melhor Montagem: João Braz em Fantasia Lusitana
Melhor Som: Pedro Lima em Viagem a Cabo-Verde
Melhor Banda Sonora: Bernardo Sassetti em Como Desenhar um Círculo Perfeito

Júri Ensaios Visuais
Prémio Ensaios Visuais: Sinfonia dos Loucos, de Vasco Mendes
Menção Honrosa: Ida de Retorno, de Lourenço Viana

Júri da Federação Internacional de Cineclubes
Prémio D. Quijote: 48, de Susana de Sousa Dias
Menção Honrosa: Senhor X, de Gonçalo Galvão Teles

Júri de Imprensa
Prémio de Imprensa: Um Funeral à Chuva, de Telmo Martins
Prémio do Público Chama Amarela: Um Funeral à Chuva, de Telmo Martins


Como Desenhar um Círculo Perfeito


Um Funeral à Chuva


Vicky and Sam

Vicky and Sam - trailer from Nuno Rocha on Vimeo.


Teaser poster e teaser trailer de "Green Lantern"



A Warner Bros. Pictures divulgou recentemente o teaser poster e teaser trailer da adaptação da banda desenhada de Green Lantern:



A história gira em torno de um universo protegido por uma força da paz e da justiça, conhecida por Tropa dos Lanternas Verdes. Mas quando um inimigo chamado Parallax tenta destruir o equilíbrio de poder do Universo, o destino depende do recruta mais novo da equipa e primeiro humano a ser seleccionado.

Martin Campbell (Casino Royale) será o realizador de Green Lantern, que conta com Ryan Reynolds, Blake Lively, Mark Strong e Peter Sarsgaard. O filme estreará a 17 de Junho de 2011, nos Estados Unidos.

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Poster internacional de "Blue Valentine"

Enquanto a expectativa em torno de Blue Valentine cresce, foi divulgado um poster internacional com vista à divulgação no mercado australiano:



Com a tagline "Nobody Baby But You And Me" faz-se assim referência ao refrão da canção "You and Me", de Penny & The Quarters (música escolhida pela personagem de Ryan Gosling como a canção do casal). A juntar a isto o tom romântico evidenciado pelo poster que faz ansiar ainda mais pelo filme de Derek Cianfrance (Brother Tied), que promete trazer duas das melhores interpretações do ano: a de Ryan Gosling e Michelle Williams.

Depois de ter feito o circuito dos festivais internacionais, Blue Valentine estreou ontem na Austrália e terá estreia limitada a 31 de Dezembro nos Estados Unidos.

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Alinhar ao centro

Passatempo Lie to me - Série 1


Continumos a colaborar com a Castello Lopes para trazer até aos nossos leitores algumas das melhores séries actuais.
Com o lançamento de Lie to me vamos pedir novamente a quem por aqui passa que seja parte integrante do nosso blog, ou seja, para levarem para casa um exemplar do DVD da primeira temporada da série, apenas têm de escrever uma crítica à mesma.
Publicaremos a crítica aqui no blog e, como recompensa, terão a série para reverem quando quiserem.
A única condicionante, como não poderia deixar de ser, é que crítica seja totalmente original e não poderá ter sido anteriormente publicada noutro local. Ficamos a aguardar os vossos textos.



Regulamento:
- O passatempo decorre até às 23:59 do dia 12 de Dezembro, sendo excluídas todas as respostas que chegarem depois desse prazo.
- Para participarem terão de preencher o formulário aqui apresentado com todos os dados solicitados.
- Os premiados serão escolhidos por um júri, constituído por elmentos do Split Screen, entre todos aqueles que apresentarem uma participação válida e a escolha será definitiva a menos que se apresente um caso de fraude.
- O Split Screen reserva-se o direito de fazer uma selecção das respostas validadas quando se apresentarem circunstâncias duvidosas da legitimidade da origem das mesmas.
- O nome dos vencedores será publicado neste blogue e os mesmos serão avisados por email.
- Só serão permitidas participações a residentes em Portugal e apenas uma por participante e residência.
- Os custos associados ao envio dos prémios ficará a cargo dos participantes.
- O envio dos prémios ficará a cargo do Split Screen, não sendo este responsável por quaisquer danos ou extravios dos mesmos.
- Em caso de não concordar com alguma destas regras, deverá abster-se de participar.

Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 1, por Carlos Antunes


Título original: Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 1
Realização: David Yates
Argumento: Steve Kloves
Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Alan Rickman, Ralph Fiennes e Helena Bonham Carter

Fui ver este Harry Potter por inércia depois de ter, ao longo dos anos, acompanhando a série cinematográfica por acompanhamento do meu irmão e depois, igualmente, de ter desistido muito rapidamente da saga escrita.
Tão perto do fim é um pouco difícil evitar descobrir o que vai suceder, mesmo que isso se tenha vindo a tornar mais e mais evidente com o passar do tempo.


Esta primeira parte do fim da saga vem reforçar a ideia que o sexto já tinha evidenciado, que Harry Potter decaiu para uma pilhagem de duas referências fundamentais, O Senhor dos Anéis e Star Wars.
A verdade é que há muito material que retira inspiração dos percursos de ambas essas sagas. Aliás, o próprio Star Wars tem momentos que são variações da estrutura narrativa criada por Tolkien.
Poderá, por isso, discutir-se que o que verdadeiramente interessa é a inovação do contexto onde decorre a história.
Não é verdade. Uma saga com um universo tão longamente definido não precisa de, chegando ao final, submeter-se a comparações tão evidentes e pouco convincentes que são meras reformulações com outras personagens.


O sentimento de mera repetição prolonga-se com a própria concretização do filme.
Os três amigos atravessam paisagem após paisagem à procura de um momento iluminado que lhes permita descobrir a forma de destruir um artefacto que lhes afecta o estado de espírito à medida que o transportam.
O artefacto deveria despoletar os conflitos dentro do pequeno triângulo de relações equívocas em que eles estão enfiados.
A vazia passagem de paisagem para paisagem, tal como o ténue conflito e resolução das relações que acontece praticamente todo “fora do ecrã” deveriam ser essenciais para um dos momentos-chave do filme, a destruição do tal artefacto, mas parecem casualidades numa linha traçada independentemente dos personagens e de quaisquer eventos que eles coloquem em marcha.


Para um filme de fantasia com pretensões a épico, este limbo criativo é desesperante para o público não iniciado que tem de depender da narrativa do filme e apenas dessa para compreender e aceitar o que se passa.
Continuo a achar que, ao fim de todo este tempo, o “Escolhido” deveria ser uma personagem mais sólida e activa não tanto dependente da casualidade e abafada pelos conhecimentos de Hermione e pelas decisões bruscas de Ron.
Mais ainda, os dados essenciais da ascensão do poder de Voldemort e a sua perseguição Hitleriana aos seres não-mágicos deveriam estar no ecrã a solidificar um universo sustentado para as suas personagens que parecem vaguear num espaço solitário onde o exterior é, senão inútil, pelo menos indiferente.


O desespero aumenta quando à narrativa se soma a qualidade cinematográfica em si.
Não coloco em causa a qualidade dos valores de produção, sobretudo a fotografia – Eduardo Serra a afirmar-se peremptoriamente em grandes produções – e os efeitos especiais.
Mas coloco em causa que as pretensões épicas do filme terminem em bilhetes postais com personagens em movimento ou, pior ainda, que a cena de emoção mais intensa do filme – um funeral na praia – pareça saído de uma produção baseada num romance de cordel e não em algo que tem vários milhares de páginas de um reino mágico.


Não é o primeiro nem será o último filme a sujeitar-se a ser criticado sendo metade de uma história inteira.
Se o livro é tão complexo como esta divisão sugere, então deveriam ter arriscado preencher o tempo do filme – e prolongá-lo, se chegasse a isso – com mais informação do que aquela que lá está.
Sobretudo, deveriam dar emoção ao que mostram por agora e não limitar-se a fazer um trecho que serve de mera introdução ao que, suponho, será a batalha final da segunda parte.
Este filme tinha de ser “suficiente”, valer um pouco por si próprio e justificar o interesse do público.
Não o faz e só por arrasto do movimento generalizado das muitas horas dispendidas com a saga é que irei ver o verdadeiro final que, segundo toda a lógica de extrapolação, será ainda mais decalcado de Star Wars do que este pedaço de (pouco) cinema foi.
Tanto assim é que o que verdadeiramente se destaca é a pequena animação que contextualiza os Talismãs da Morte. Se pudessem ser duas horas e meia de pequenos contos do género, seria muito melhor.


"Mistérios de Lisboa" na lista de candidatos ao prémio francês Louis Delluc



Mistérios de Lisboa, filme de Raúl Ruiz e um dos melhores do ano, continua a surpreender a nível internacional. Depois da Concha de Prata para Melhor Realizador no Festival de San Sebastián e o Prémio da Crítica na Mostra Internacional de São Paulo, o filme encontra-se agora na lista curta de candidatos ao prémio francês Louis Delluc.

O prémio já com 73 anos pretende distinguir o melhor filme francês do ano. Actualmente, o presidente do júri Gilles Jacob e mais 20 membros vindos da área apresentaram a sua lista de oito candidatos ao prémio, onde consta o filme Mistérios de Lisboa, ao lado de obras de grandes realizadores como Roman Polanski, Olivier Assayas, entre outros. Eis a lista de oito candidatos:
O vencedor do ano passado foi Un prophète (2009), candidato francês ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. Os vencedores deste ano serão anunciados a 17 de Dezembro.

Novos posters internacionais e clips de "The King's Speech"



Tom Hooper tem vindo a surpreender. Depois de no ano passado ter apresentado o excelente The Damned United (2009), que infelizmente passou despercebido de muitos, traz-nos este ano um dos mais fortes candidatos ao Óscar. Apontado por muitos como um franco vencedor do Óscar para Melhor Filme e Melhor Actor (Colin Firth), as hipóteses de The King's Speech passam por diversas categorias desde as já referidas, como também a de Melhor Actriz Secundária (Helena Bonham Carter) e Melhor Actor Secundário (Geoffrey Rush), passando por Melhor Realizador, Melhor Argumento Original até às categorias mais técnicas.



Depois do desapontamento que foi o primeiro poster oficial do filme, The King's Speech que estreou esta semana nos Estados Unidos, ganhou dois novos posters internacionais (um espanhol e um quad poster britânico), bem como quatro novos clips.

Enemy

sábado, 27 de novembro de 2010

22 Balas, por Carlos Antunes


Título original: L'immortel
Realização: Richard Berry
Argumento: Richard Berry, Eric Assous e Richard Berry
Elenco: Jean Reno, Kad Merad, Gabriella Wright e Marina Foïs

A história de um mafioso que se retira mas não consegue escapar ao seu meio, que tem como nova prioridade a família e, por isso, se descuida, não tem nada de novo a não ser o cenário, Marselha.
Nem por isso deixa de ser um belo filme sobre a impossibilidade da moral na vida de crime e sobre lealdades.
Claro que o chamariz de ser um filme dos mesmos produtores de Busca Imparável promete um percurso alucinante de mortes, o que cumpre ainda que com alguma moderação (por comparação), mas só na segunda parte.
Antes disso centrou-se nas suas personagens, em emoções intensas e num percurso de construção dramática credível, embora, como se verá, complicada em todas as implicações de lealdades, traições e retribuições.


Isso coloca o filme uns furos mais acima do expectável e, melhor ainda, dá-lhe alguma personalidade dentro das sua directrizes pouco inovadoras.
A fidelidade comprometida entre antigos amigos jurados, a moralidade dentro de um mundo imoral que encontra a vontade de vingança de uma agente fiel à lei mas desejosa de um apaziguamento que esta nunca lhe trará. São temas fortes, reconhecíveis, mas ainda com vida nova a darem.
São os motivos que cruzam três personagens de motivações fora do contexto que deveria ser o seu. O Padrinho que prefere o esquecimento à vingança. O gangster que adquire o poder mas continua a temer quem largou tal vida. A polícia a quem o gangster matarou o marido mas que nunca conseguirá uma condenção.
A dinâmica do trio constrói um cenário com bons propósitos para o desenrolar final porque em nenhum momento as suas acções são motivadas por motivos egocêntricos, sempre por relações com outros elementos que não tiveram nem escolha nem hipótese de se verem no pior ponto da trama.


Entre os actores, não há como escapar a Jean Reno e à sua seriedade. A sua concretização da personagem, por vezes sofrida, noutras alturas roçando a superação absurda das suas limitações, é pouco credível mas surpreende por resultar de forma digna.
O destaque, no entanto, vai para Kad Merad, bem recordado por Paris 36, que aqui sabe ir deixando rastos de leveza (quase) cómica e de ferocidade emocional que equilibram a narrativa.
Nota de surpresa, ainda, para o realizador, que evolui rapidamente daquele início estilisticamente comprometido e duvidoso para uma solidez que sustenta bem todo o tipo de cenas, emocionais ou de acção.


O conjunto dá um filme de público lato, como os franceses sabem ainda tão bem fazer com um equilíbrio entre o entretenimento e a composição mais profunda.
Não é pela inovação ou pela genialidade que ele se distingue, mas por ser um filme de parâmetros sólidos num meio cada vez mais polarizado entre extremos qualitativos.


sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Sneak Peak e poster de The Borgias


The Borgias, a nova grande aposta da Showtime já tem o primeiro sneak peek (de três minutos e meio). Esta é a série que vem substituir The Tudors e promete lançar-se com o mesmo ritmo que a antecessora. A família escolhida também não é para menos, os Borgias são conhecidos como uma das famílias mais corruptas da história, contando com casos de adultério, roubo, assassinato, incesto, suborno e violação. A isto acrescenta-se o facto de o patriarca da família, Rodrigo Borgia, ter sido "eleito" (uma vez que se diz que comprou os votos) Papa no ano de 1492, um ano depois do início da narrativa da série.

Além de Jeremy Irons no papel de Rodrigo Borgia, o elenco conta com Holly Grainger (Lucrécia Borgia), François Arnaud (Cesare Borgia), David Oakes (Juan Borgia), Joanne Whalley (Vanossa, mulher de Rodrigo), Colm Feore (Cardial Giuliano Della Rovere) e Sir Derek Jacobi (Cardeal Orsini).

A série ainda não tem data de estreia marcada, apenas se sabe que estreará algures no início de 2011.

Os posters que não chegaram a ser (VIII)


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Projecção do filme MAIS, de José Alberto Pinheiro, amanhã | Universidade Aberta



O Split Screen convida todos os seus leitores a assistirem ao encontro que se realizará amanhã (26 de Novembro) na Delegação do Porto da Universidade Aberta, das 16h às 20h: «Sociolinguística, Antropologia e Cinema: Abordagens multidisciplinares de programas de rádio e de televisão».

Esta sessão inclui ainda a projecção do filme Mais, de José Alberto Pinheiro, um jovem cineasta português, fundador do grupo de produção underground Vígilia Filmes e que apresentou a sua recente curta-metragem Dança-me no Fantasporto 2010. Ana Guedes, Simão Moreira e Jorge Paupério são os protagonistas.



Mais informações aqui.

V: Trailer promocional da 2ª temporada


Já está disponível o trailer promocional da segunda temporada de V, cuja estreia está prevista para 4 de Janeiro de 2011 no canal norte-americano ABC. Os fãs da série ficarão certamente entusiasmados com as primeiras imagens do episódio de abertura, apropriadamente intitulado de "Red Rain".

Passatempo Foi assim que aconteceu - Série 1


Depois da bem sucedida experiência com Espião Fora de Jogo, queremos continuar a dinamizar o blog tornando os leitores parte da "máquina".
Assim sendo, quem achar que tem capacidade para se atirar a uma crítica sobre a primeira temporada de Foi assim que aconteceu, poderá ser recompensado com o DVD da mesma, gentilmente cedido pela Castello Lopes.



Regulamento:
- O passatempo decorre até às 23:59 do dia 10 de Dezembro, sendo excluídas todas as respostas que chegarem depois desse prazo.
- Para participarem terão de preencher o formulário aqui apresentado com todos os dados solicitados.
- Os premiados serão escolhidos por um júri constituído por elmentos do Split Screen entre todos aqueles que apresentarem uma participação válida e a escolha será definitiva a menos que se apresente um caso de fraude.
- O Split Screen reserva-se o direito de fazer uma selecção das respostas validadas quando se apresentarem circunstâncias duvidosas da legitimidade da origem das mesmas.
- O nome dos vencedores será publicado neste blogue e os mesmos serão avisados por email.
- Só serão permitidas participações a residentes em Portugal e apenas uma por participante e residência.
- Os custos associados ao envio dos prémios ficará a cargo dos participantes.
- O envio dos prémios ficará a cargo do Split Screen, não sendo este responsável por quaisquer danos ou extravios dos mesmos.
- Em caso de não concordar com alguma destas regras, deverá abster-se de participar.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Estreias 25 Novembro'10: The American, Machete, Le concert, The World is Big and Salvation Lurks Around the Coner, Unstoppable e L'immortel

Amanhã, dia 25 de Novembro, pode contar com as seguintes estreias numa sala de cinema perto de si:

Destaques:

O Americano (The American)

Ano: 2010
Realização: Anton Corbijn
Argumento: Rowan Joffe e Martin Booth
Género: Drama, Thriller
Elenco: George Clooney, Paolo Bonacelli e Violante Placido
Jack (George Clooney) é um exímio fabricante de armas artesanais, feitas por encomenda. Quando uma missão corre mal e lhe custa a vida da mulher amada, decide mudar de rumo. Mas, para que isso se torne possível, ele terá de completar uma última missão que presume a criação de uma nova arma para uma mulher misteriosa. Durante a sua estada numa pequena cidade em Itália, aquele homem solitário, e aparentemente inofensivo, acaba por criar laços com um padre (Paolo Bonacelli), com quem troca confidências, e Clara (Violante Placido), uma prostituta a quem se liga emocionalmente. Mas, Jack percebe que o seu vínculo ao mundo do crime tem um preço e que, mesmo que se sinta moralmente alterado, dificilmente escapará incólume ao seu passado. Três anos depois do sucesso de "Control" - sobre a história de Ian Curtis, líder e vocalista dos míticos Joy Division -, o fotógrafo Anton Corbijn regressa à realização com a adaptação da obra "A Very Private Gentlemnan", de Martin Booth.

Outras sugestões:

Machete (Machete)

Ano: 2010
Depois de perder a família num sangrento ajuste de contas com Torrez (Steven Seagal), o mais perigoso traficante de drogas de todo o México, Machete (Danny Trejo), ex-agente federal mexicano, parte para o Texas, numa tentativa de deixar o passado para trás e começar uma nova vida. Já nos EUA, sem compreender o alcance do que lhe é pedido, Machete aceita uma proposta de Benz (Jeff Fahey) para assassinar o senador McLaughlin (Robert De Niro), que ele crê ter ligações ao tráfico de emigrantes. Porém, percebendo que tudo não passa de uma maneira de o incriminar, falta ao acordo tornando-se num alvo a abater. Assim, numa tentativa de limpar o seu nome, o ex-agente concentra todas as energias num esforço de vingança contra os que o traíram. Para isso contará ainda com a ajuda de Luz (Michelle Rodriguez) e de Padre (Cheech Marin), um sacerdote ágil no manejo de armas, com quem aprenderá o significado de redenção. Co-escrito e realizado pelo actor Ethan Maniquis e Robert Rodriguez ("Sin City - A Cidade do Pecado", "Grindhouse", "Planeta Terror"), conta ainda com a participação de Lindsay Lohan, Jessica Alba, Don Johnson e Michelle Rodriguez.


O Concerto (Le concert)

Ano: 2009
Realização: Radu Mihaileanu
Argumento: Radu Mihaileanu, Matthew Robbins e Alain-Michel Blanc
Durante década de 70, nos anos de governação de Leonid Brejnev (1906-1982), Andrei Filipov (Aleksey Guskov) foi o grande maestro da União Soviética e dirigiu a famosa Orquestra do Teatro Bolshoi. Mas, depois de se recusar a deixar os seus músicos por questões raciais, foi demitido, assim como praticamente todos os músicos. Três décadas mais tarde, ele ainda trabalha no Teatro, mas como empregado de limpeza. Uma noite, durante as suas rotinas, Andrei encontra no fax um convite do director do Théâtre du Châtelet, para uma tournée em Paris e tem uma ideia perfeitamente louca: reunir os seus velhos músicos judeus e, representando a Orquestra do Teatro Bolshoi, levá-los à capital francesa. Assim surge a grande oportunidade de fazê-los regressar aos palcos e saborear a vingança...


O Mundo é Grande e a Salvação Espreita ao virar da Esquina
(
Svetat e golyam i spasenie debne otvsyakade)

Ano: 2008
Num acidente de viação, Sashko perde os pais e a memória. Sem se recordar sequer do seu próprio nome, o jovem vai ter a ajuda do avô que o leva numa grande viagem pela Europa... de bicicleta. Pelo caminho, as recordações despertam.

Imparável (Unstoppable)

Ano: 2010
Realização: Tony Scott
Argumento: Mark Bomback
Género: Acção, Aventura
Elenco: Denzel Washington, Chris Pine e Rosario Dawson

Frank (Denzel Washington) é um engenheiro veterano de uma companhia ferroviária que, depois de 28 anos em serviço, está a pouco tempo de ser dispensado. Will (Chris Pine) é um maquinista recém-contratado, pouco motivado com o trabalho mas com noção do seu dever. Dois homens que, apesar de estarem em momentos opostos das suas vidas, terão os seus destinos cruzados quando um comboio de carga cheio de combustível e gás venenoso se dirige, desgovernado, a uma cidade de 100 mil habitantes, vaporizando tudo pelo caminho. Os dois terão assim de pôr de lado as suas diferenças e, em contra-relógio, arriscar tudo para evitar a catástrofe. Com realização de Tony Scott ("Homem em Fúria", "Assalto ao Metro 1 2 3") e argumento de Mark Bomback, é baseado em factos verídicos ocorridos em 2001, no Ohio, EUA.

22 Balas (L'immortel)

Ano: 2010
Género: Thriller
Elenco: Jean Reno, Gabriella Wright e Marina Foïs

Apesar do seu passado como gangster, Charly Mattei (Jean Reno) é hoje um homem mudado. Abandonou o mundo do crime para se dedicar, de corpo e alma, à sua mulher e filhos. Mas sempre soube que, mais tarde ou mais cedo, o seu passado voltaria para o assombrar. Assim, numa fria manhã de Inverno, é atacado por um grupo de homens encapuçados que o atinge com 22 balas, deixando-o entregue à morte num sombrio parque de estacionamento no porto de Marselha, Sul de França. Mas, contra todas as probabilidades, Charly sobrevive e, com a certeza que este é um jogo com apenas um desfecho, decide procurar o culpado: Zacchia, um seu ex-amigo com ligações à Máfia e único homem que o poderia desejar morto. Um "thriller" de acção realizado por Richard Berry ("A Caixa Negra", "Eu César, 10 Anos e 1/2, 1,39m"), é baseado no livro "L'Immortel", de Franz-Olivier Giesbert, que tem com base acontecimentos reais no mundo da Máfia francesa.

Sinopses: Cinecartaz Público

Minissérie Spartacus: Gods of the Arena


A série Spartacus: Blood and Sand ganha uma prequela, onde explicarão alguns factos mencionados durante a série. A minissérie Spartacus: Gods of the Arena estreia dia 21 de janeiro no Starz e conta com 6 episódios. Esta minissérie deriva do facto de terem diagnosticado cancro ao actor Andy Whitfield, que interpretava Spartacus. A estação decidiu então encomendar a minissérie para preencher o tempo enquanto esperava uma recuperação do actor, mas uma recaída recente fez com que os médicos que o acompanhavam decidissem aconselhá-lo a abandonar a série para passar a um tratamento mais agressivo. Whitfield estava já a treinar para a segunda temporada e a estação decidiu avançar com a produção e substituí-lo.

O argumento explicará a ascensão de Quintus Lentulus Batiatus (John Hannah). A Casa de Batiatus domina a cidade de Cápua há muitos anos, oferecendo os melhores gladiadores para lutar na Arena e Quintus recebe por parte do pai a responsabilidade de manter o bom nome da Casa. Ambicioso, ele pretende elevar o nome dos Batiatus acima de todos as glórias já conquistadas, tendo ao seu lado o apoio da sua esposa Lucrécia (Lucy Lawless). Para isso, Batiatus investe tudo o que tem na formação de um gladiador, Gannicus (Dustin Clare), um homem que vive, luta e ama como se fosse o seu último dia. Contudo, a luta pela glória também traz inimigos que anseiam a destruição da Casa de Batiatus e a morte do gladiador.


Natal em Community, versão animada


O episódio especial de Natal da série Community irá para o ar dia 9 de dezembro e será inspirado nos antigos especiais de animação produzidos em stop motion, tendo como título "Abed's Uncontrollable Christmas". Segundo Dan Harmon, produtor da série, o argumento do episódio andará à volta de situações que farão parte da vida das personagens no decurso da série, sendo que a única diferença é que ocorrerão na versão animada.

No episódio, Abed acorda um dia e descobre que se transformou num boneco de stop motion. Acreditando que é um sinal divino, decide tentar convencer os seus amigos a redescobrirem o significado do Natal, enquanto que estes, convencidos que Abed tem um sério problema, tentam encontrar ajuda psiquiátrica.

Poster e preview de Off the Map, a nova série de Shonda Rhimes


A nova série de Shonda Rhimes que estreará dia 12 de janeiro na ABC já teve direito a poster e primeira preview.

Off the Map aborda a vida de uma equipa de médicos que vai trabalhar pequena cidade na América do Sul, em plena floresta tropical, sendo confrontados com todo um novo estilo de vida e novo modo de praticar medicina. A Dr.ª Lily Brenner (Caroline Dhavernas), juntamente com Mina Minard (Mamie Gummer, filha de Meryl Streep) e Manny Diaz (Enrique Murciano) acabam de aterrar no local, cada um deles fugindo dos seus demónios na vida que deixaram para trás e encontram-se com o lendário e enigmático Ben (Martin Henderson) e o seu colega Otis (Jason George), que lhes irão ensinar como salvar vidas no ambiente mais desafiante em que alguma vez trabalharam.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Review: Haven - 1.ª temporada


A maioria das séries que envolvem um mistério principal andam com um sério problema na organização das suas prioridades. Passam 90% do tempo da série com stand-alones (episódios que não abordam a mitologia principal, mas sim a mitologia de apenas um episódio) e nos últimos 3 episódios recorrem a parte da resolução da questão principal, deixando sempre algo por revelar para que os espectadores fiquem com vontade de assistir à temporada seguinte. Por um lado compreende-se que basear uma série à volta de uma questão principal faz com que os espectadores não tenham vontade de ver um episódio aleatório se o apanharem na TV, pois não compreendem o que se passa. Contudo, pelo outro lado não conseguem manter uma audiência fixa, e os últimos episódios quase parecem uma recompensa ao estilo "agora, vocês que acompanharam a série toda, tomem lá um bocadinho daquilo que querem por serem bons espectadores".

Haven sofre desse mesmo mal e também de outros tantos. O argumento da série é baseado no livro de Stephen King "The Colorado Kid", que nos apresenta um mistério inicial com muitas perguntas e poucas respostas e que não se baseia na resolução do mistério, mas sim na forma de contar o que se passou e as várias implicações do modo de a contar. O problema é: como é que se faz disso uma série? A verdade é que The X-Files estipulou um critério de qualidade para o que se faz na área de acontecimentos estranhos e reuniu numa só série casos com explicação científica e explicação paranormal. Fringe optou pela variante da explicação científica. Haven enveredou pela paranormal e uma das coisas que mais confusão me fazia na série era o facto de que durante os dez primeiros episódios a personagem principal recusava lembrar-se que tudo o que acontecia naquela cidade era estranho e negava (e gozava com) as explicações paranormais até que a meio do episódio parecia lembrar-se que por lá havia a hipótese de haver algo fora do normal.


Falando então dos episódios em si, alguns deles, especialmente os iniciais, eram fracos. O elenco parecia ainda não ter encarnado bem a personagem, os argumentistas pareciam andar a tentar encontrar o verdadeiro rumo da série e a série não passava dos stand alones numa cidade onde acontecem coisas estranhas. Depois vieram os três episódios finais, em que finalmente percebemos que a série consegue ter um rumo relativamente interessante e até ficamos com vontade de ver a segunda temporada e esquecer que 90% dos episódios foram medianamente desinteressantes.

O elenco, não sendo extraordinário, não é terrível, destacando o actor Lucas Byant no papel de Nathan Wuornos especialmente pela sua capacidade de aparentar não conseguir sentir nada devido a uma teórica neuropatia idiopática. Emily Rose como Audrey Parker não fascina e Eric Balfour no papel de Duke poderia dar um pouco mais de si. As personagens mais cómicas são talvez as que vieram directamente do livro que deu origem à série, os dois jornalistas da cidade.


Haven não é uma má série, é uma série com o orçamento reduzido e mal trabalhada no seu início, mas que eventualmente poderá conquistar um papel nas séries de ficção científica desde que deixe de lado os episódios individuais e comece a trabalhar melhor a sua mitologia. A sua segunda temporada já foi confirmada e aguardo pela altura em que Haven tenha dias melhores.