tag:blogger.com,1999:blog-12911874807554598402024-02-20T00:59:23.473+00:00Split ScreenNo cinema, split screen corresponde à divisão do ecrã, mostrando dois acontecimentos separados ao mesmo tempo. Neste blogue corresponde à abordagem de dois temas: televisão e cinema.Split Screenhttp://www.blogger.com/profile/14442179362943437807noreply@blogger.comBlogger11218125tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-36170610543756512332023-03-20T17:21:00.001+00:002023-03-20T17:38:10.044+00:00John Wick: Capítulo 4, por Eduardo Antunes<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://splitscreen-blog.blogspot.com/2023/03/john-wick-capitulo-4-por-eduardo-antunes.html" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="960" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhL3Td6EAb65UUcez4wkXcka8AzEraVuYX8lun2uzObfALz5lNHm1k80oeOxgiyHCDiBY0mzRTuLxpx9p2fYtYqeqxF4pO_glvoYMHprTCKN-QHMaKTX3zvEbH8uJ0xFxXnqOL35jR9NhPQLA3gWp8Aolj8-7Eui3Vmp32fNcXR0R0tgLZPLMbw5sKK/w512-h640/FqEtBzfXoAA18wZ.jpeg" width="512" /></a></div>
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<b style="text-align: justify;">Título original</b><span style="text-align: justify;">: <a href="https://www.imdb.com/title/tt10366206/" target="_blank">John Wick: Chapter 4</a> </span><span style="text-align: justify;">(2023)</span></div>
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<a href="https://www.blogger.com/"></a></div>
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<b>Realização</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0821432" target="_blank">Chad Stahelski</a></div>
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<b>Argumento</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm8748334" target="_blank">Shay Hatten</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm3360218/?ref_=tt_ov_wr">Michael Finch</a></div>
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<b>Elenco</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000206">Keanu Reeves</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0947447/?ref_=tt_cl_t_2">Donnie Yen</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0803889/?ref_=tt_cl_t_3">Bill Skarsgård</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0574534/?ref_=tt_cl_t_10">Ian McShane</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000401/?ref_=tt_cl_t_4">Laurence Fishburne</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0760796/?ref_=tt_cl_t_5">Hiroyuki Sanada</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm3875456/?ref_=tt_cl_t_6">Shamier Anderson</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm4680793/?ref_=tt_cl_t_8">Rina Sawayama</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0714698/?ref_=tt_cl_t_7">Lance Reddick</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0012078/?ref_=tt_cl_t_9">Scott Adkins</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000317/?ref_=tt_cl_t_14">Clancy Brown</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1164730/?ref_=tt_cl_t_12">Natalia Tena</a></div>
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<br />Quando se torna uma franquia uma paródia de si própria? Quando ultrapassa esta o seu inicial contributo e se torna no mesmo cansativo processo contra o qual estava a trabalhar? Questões que me cruzaram o pensamento anteriormente, mas que regressaram nos primeiros minutos deste <b><i>John Wick</i></b>, ao ver o mesmo tipo de ameaças expressadas pela lenta rouquidão do protagonista, a qualquer substituível personagem ou extra que repita o seu nome <i>ad infinitum</i>.</div><div style="text-align: justify;">
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<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; margin: 0px; text-align: justify;">
<a name='more'></a></div>
<div><div style="text-align: justify;">Porque, à partida e mesmo face a aparente inesgotável gama de desinteressantes <i>blockbusters</i>, conseguimos já reparar uma ligeira estagnação nas sequências de acção destes filmes, ainda que marcadamente melhor executadas que as de outros congéneres. Através do reconhecimento de vários golpes e posicionamentos repetidos, por a fórmula (e o próprio actor que positivamente se insere directamente na execução das mesmas) se esgotar no excesso que as sequelas pretendem sempre impor sobre si próprias [e a sua audiência].</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para lá dos grandes enquadramentos, existe sensivelmente uma cena que, não só tira maior partido do formato IMAX, como também oferece uma renovada leitura do mesmo tipo de combates que vemos aqui pela quarta vez. Ao se posicionar acima do espaço onde Wick se encontra a defrontar uma onda imparável de inimigos, temos uma leitura clara da geografia da cena, dos clarões que impactam nos adversários, e de como ele se deve comportar face a posição das balas que o razam.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Fora isso, a duração aproximada das três horas deixa-se sentir pesadamente na nossa apreciação, particularmente no segundo acto, por se focar numa tangente narrativa, desnecessária e desinteressante, puramente aborrecida. Curiosamente, num filme que se proclama a diferentes níveis ser sobre consequências, apresenta toda uma sequência simplesmente desprovida das mesmas, incluindo naquela que será a pior sequência de acção desta série. Criada apenas para adicionar uma caricata personagem e [mais] uma sequência numa multidão onde a mesma não apresenta qualquer reacção ao assassinato em massa que acontece em primeiro plano.<br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Assim se nota que as segunda e terceira sequelas poderiam ter sido emparelhadas, no que se efectivaria como o final de uma trilogia melhor limada e coerente, já que ambos os terceiro e quarto filmes apresentam cenas demasiado similares para justificar a sua repetição. Sendo o confronto directo e inconsequente [para o protagonista] com uma série de agentes totalmente armados, resultado da sua fuga de um hotel que o protegia; ou a sua fuga final face a multiplicidade de assassinos que o perseguem em busca da choruda recompesa; exemplos da falta de ideias que já vinha a assaltar os argumentistas.</div><div style="text-align: justify;">Se achara a sequela anterior basicamente inútil, esta vem comprovar esse facto, iniciando-se sensivelmente no mesmo ponto narrativo que a anterior, àparte as consequências iniciais para Winston. As quais poderiam ter sido trabalhadas no segundo acto da narrativa, como forma de enquadrar e impulsionar a restante acção.</div><div><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXfvLnvi_2868jqiwL-HS5CMlWvSkLW_pL1lhPtFVjIxLJswSP9nwzm7I8-On1YEOE3BX7huoEpavaogW3NyAirOEv-fBNNGcIUMabwWB2289NjQ2zBu65eZ7mEKfKthfM3IAfMJdTV0EDIxNvPVvczerqelpYyedyghWzJ0u5vNmmdxXTELSwjL48/s1920/a633d-16766348603091-1920.webp"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXfvLnvi_2868jqiwL-HS5CMlWvSkLW_pL1lhPtFVjIxLJswSP9nwzm7I8-On1YEOE3BX7huoEpavaogW3NyAirOEv-fBNNGcIUMabwWB2289NjQ2zBu65eZ7mEKfKthfM3IAfMJdTV0EDIxNvPVvczerqelpYyedyghWzJ0u5vNmmdxXTELSwjL48/w640-h426/a633d-16766348603091-1920.webp" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para lá disso, o argumento apresenta uma oportunidade interessante de desenvolver a sua premissa, ao poder emparelhar o protagonista com um assassino que busca apenas protegê-lo enquanto a recompensa não sobe ao valor mais alto, mas a qual nunca desenvolve em favor de ambos, preferindo alimentar o mesmo tipo de vilanias, aqui ainda assim mais sadisticamente ilustradas através de Skarsgård.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No entanto, é sem dúvida Donnie Yen a melhor contribuição para a franquia, não apenas como brilhante lutador que ainda demonstra ser, trazendo uma contribuição que os protagonistas de <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt1899353/" target="_blank">The Raid</a></i></b> no filme anterior não tiveram real oportunidade (servindo, aí, apenas de glorificada aparição), mas principalmente por trazer um núcleo emocional (ainda que básico), por entre uma subtil e eficaz interpretação de Yen e, com isso, a memória ao protagonista daquilo porque desistiu da vida para a qual voltou a ser arrastado. </div><div style="text-align: justify;">O que permite um seu [mínimo] desenvolvimento emocional, face o enredo que cada vez mais o leva mais longe naquilo que parece ser um objectivo sem final alguma vez alcançável.</div></div></div></div><div><br /></div><div><div style="text-align: justify;">Este último ponto volta a ser focado aqui, e ao qual é dada finalmente alguma continuidade. Questionando-se mesmo o filme [metalinguisticamente] desde a sua primeira cena, quando será suficiente, quando poderá e deverá findar todo este empreendimento, e dando seguimento a essa importante questão, face tantas outras franquias que o não pretendem alguma vez fazer.</div><div style="text-align: justify;">Ainda que este não pretenda ser um(a série de) filme(s) que pretenda oferecer grande desenvolvimento à personagem, por entre riscos cada vez mais altos e absurdos, inimigos substituíveis (reforçado na primeira cena), e armas mais eficazes (e armaduras, menos?), algum tipo de finalidade e maturidade é bem-vinda.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Isto também porque, quando o argumento nos apresenta uma situação que pretende instaurar tensão, mas simultaneamente requisita a suspensão da nossa descrença perante a multitude de sequenciais acidentes pelo que o protagonista passa sem sequer um ferimento visível ou por demais cansaço (pelo menos, para lá de alguns segundos), falha o argumento por nos apresentar tal situação [de pretendida tensão] contrariamente ao protagonista que se não pretende mais ancorado na realidade.</div><div style="text-align: justify;">As sequências ultimadas em Paris mostrar-se-ão vitimadas por essa esquizofrenia, onde a sua inspirada coreografia e execução (ainda que algo excessivas na duração) retiram qualquer restante realismo que [ainda] se espera(ia) neste universo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div>Uma franquia perderá a sua identidade quando repete <i>ad nauseam</i> aquilo porque ficou conhecida sem, no entanto, a mesma novidade que, à partida, trouxe para o seu género e com, antes, afogo de manter a relevância por entre as suas congéneres. A sequela anterior esteve próxima de o fazer, e em boa parte, também esta entrada na série, na repetição casual das suas conhecidas sequências e larga substituição da sua simplicidade pelo oposto excesso sem controlo. No entanto, foi capaz de oferecer positivamente uma sensação de finalidade a estes filmes, que perderiam o sentido na sua existência contínua, tendo em conta a escolha à partida de um protagonista envelhecido.<br /><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjKKapPvTed_R4B7aYXXhrMM0SYypzKXblRjXu5TfBAaTob6PfFU3gXGp-KxBZp_T6RGtne_q8Um_wooM_fRq4Wfk-Xa5XnEJsOG7x4-aJVEBUwtNp6xpu3ZLYn19iNjscVwEWUe8t03NI/s1600-h/2,5.png"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjKKapPvTed_R4B7aYXXhrMM0SYypzKXblRjXu5TfBAaTob6PfFU3gXGp-KxBZp_T6RGtne_q8Um_wooM_fRq4Wfk-Xa5XnEJsOG7x4-aJVEBUwtNp6xpu3ZLYn19iNjscVwEWUe8t03NI/s320/2,5.png" /></a></div><br /><a href="#"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUpMOlANPFwR5sK_dXS9WGHimGmIcLj-fKzDDUQe1xbjmEZs_uB9kMImfle_tOZFXy5r96DDa5S3Xp5Ng0KoxwGJJjZ5Dm53CCARjBith6A9iZFW7dzNYaS8jKN4CWpV03DkW4BAqN9uf8pvqydIZN8Ct0OjZ3XSgVl4vTYOd02m1tNz6DyqWf6Oam/s2560/john-wick-chapter-4-movie-new-HD-Stills-4.webp" style="clear: left; display: inline; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1707" data-original-width="2560" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUpMOlANPFwR5sK_dXS9WGHimGmIcLj-fKzDDUQe1xbjmEZs_uB9kMImfle_tOZFXy5r96DDa5S3Xp5Ng0KoxwGJJjZ5Dm53CCARjBith6A9iZFW7dzNYaS8jKN4CWpV03DkW4BAqN9uf8pvqydIZN8Ct0OjZ3XSgVl4vTYOd02m1tNz6DyqWf6Oam/w640-h426/john-wick-chapter-4-movie-new-HD-Stills-4.webp" width="640" /></a></div></div>Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-45131490863033834222022-07-29T18:27:00.007+01:002022-07-29T20:30:04.107+01:00Cyrano, por Eduardo Antunes<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://splitscreen-blog.blogspot.com/2022/07/cyrano-por-eduardo-antunes.html" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1481" data-original-width="1000" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHeZSYEFzWlnhZPG-QptXoAcemW1JrfEVlK4yiCnIIvb51Oxklpozr-v9zGcTsYIyQhG0jxJLTlqVFroIGFf20ROstyY8nj-WiUygPo1RsCm-jzOFBmziEwjLrqBFLLNW0f5QRJWlvfO8vhGibuKut_gH5ABQt5eKw-s8E6Muik9T6GA27ew6e8mdH/w432-h640/2858906.jpg" width="432" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div>
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<b>Título original</b>: <a href="https://www.imdb.com/title/tt12889404/" target="_blank">Cyrano</a> (2021)</div>
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<b>Realização</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0942504/?ref_=tt_ov_dr">Joe Wright</a></div>
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<b>Argumento</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm1765584/?ref_=tt_ov_wr">Erica Schmidt</a></div>
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<b>Elenco</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0227759/?ref_=tt_ov_st">Peter Dinklage</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm2247245/?ref_=tt_ov_st">Haley Bennett</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm5123156/?ref_=tt_ov_st">Kelvin Harrison Jr.</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0578853?ref_=tt_cl_t_4">Ben Mendelsohn</a></div>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><a href="https://www.blogger.com/"></a><u></u><u></u><br />
<div style="text-align: justify;"><div>É na dissonância entre a franca qualidade da obra original e a tentativa inusitada e preguiçosa de aplicação de uma determinada sensibilidade moderna que não nos conseguimos ligar a uma história tão simples na sua eficaz aplicação da palavra, como se lembrando o público do quão longe estamos de regressar a uma época de subtil expressão literária e representatividade de temáticas actuais segundo personagens universais na sua caracterização.</div>
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<a name='more'></a><div style="text-align: justify;">Desde logo existe um peso sob o qual a opção de adaptar esta história enquanto musical é inevitavelmente medida à actualidade. Face <b><i>Les Misérables</i></b> ou <b><i>Hamilton</i></b>, exemplares icónicos na transposição de momentos históricos a um contexto musical, tecemos à partida as nossas próprias expectativas às possibilidades que essa sinergia pode criar.</div><div style="text-align: justify;">E embora não conhecendo a peça de teatro originária, é essa própria (inesperada) ideia de um musical que aqui abre conflito com a própria narrativa, tão apegada e assente –na ideia e meio originários– à utilização das palavras, que as por demais vulgaríssimas letras das canções para aqui compostas, não só desrespeitam a origem a que se associam, como não ilustram os sentimentos das personagens tanto quanto as palavras da obra conseguem fazer.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Pois a escolha de um musical faz-se na falta de outra possibilidade de expressão sentimental pelas personagens, aqui precisamente injustificada por a palavra ser meio essencial e directo de expressão destas –de forma oral ou escrita– ao longo de toda a narrativa. Assim, a presença das canções nesta adaptação apenas retrai a nossa atenção das implicações emocionais, onde a equipa espera que a música o faça alternativamente.</div><div><div><div style="text-align: justify;">Para além de que a encenação e realização dos momentos musicais é, nesses momentos, francamente desinspirada. Se a concretização deste esforço cinemático durante uma altura de vastas restrições não permitia uma utilização de maiores recursos, teria sido preferível qualquer outra alternativa à paupérrima tentativa transposta nesta realização. Talvez regressando à ideia de encenação já anteriormente utilizada pelo realizador na sua anterior adaptação de uma obra clássica.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZJzx_JPzOzCXmhmsOX88znxReBTGPvFKEEF8mufxxb1X7svSWkinPSQSmVFgaYGsw4AAfcEqIDJIjj82rUluDIL-VTJKp-11BCxZ9rI270RjN6Rd9eD3ij8GXSy3DyDZ_rQTLZyWKlvkKMrp4HaaD295ZzHCNGrNuTLwzrp70FWTnt-RncgOE-QrA/s4500/MV5BZWRhNDA1NjEtYTM0Yi00M2IyLTk0NWEtMjk4YjYwNWRhNWRmXkEyXkFqcGdeQXVyMTkxNjUyNQ@@._V1_.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZJzx_JPzOzCXmhmsOX88znxReBTGPvFKEEF8mufxxb1X7svSWkinPSQSmVFgaYGsw4AAfcEqIDJIjj82rUluDIL-VTJKp-11BCxZ9rI270RjN6Rd9eD3ij8GXSy3DyDZ_rQTLZyWKlvkKMrp4HaaD295ZzHCNGrNuTLwzrp70FWTnt-RncgOE-QrA/w640-h426/MV5BZWRhNDA1NjEtYTM0Yi00M2IyLTk0NWEtMjk4YjYwNWRhNWRmXkEyXkFqcGdeQXVyMTkxNjUyNQ@@._V1_.jpg" /></a><br /><br /><div style="text-align: justify;">Pois nem as raríssimas coreografias de grupo aqui relembram a maravilhosa encenação da primeira dança de Anna e Trotsky na vastamente superior e mais inspirada adaptação de Wright de <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt1781769/" target="_blank">Anna Karenina</a></i></b>. Vemos apenas simples movimentos de braços pelos dançarinos em ambientes realistas com os quais nada se ligam ou fazem por transpor. Onde, nesse outro filme, a encenação fazia parte de toda a realização, a dos momentos musicais aqui reconhece-se desprendida de toda a restante encenação.</div></div></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Pior, no momento climático da narrativa, onde o envio das tropas para a guerra poderá significar à protagonista a perda do seu amor, o enfoque numa música que ilustra a história de apenas três soldados numa gruta retira qualquer nuance e escala que, de resto, essa cena possui e deveria transpor ao espectador.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Mas mesmo para lá desta opção estilística, reconhece-se de alguma forma a tentativa de adaptar esta história de época a certas sensibilidades modernas, numa tentativa de igualmente "actualizar" as questões da peça escrita. Que, para lá da mera aparência (através da escolha do elenco no que toca aos seus dois protagonistas masculinos), não resvala em qualquer aspecto para a narrativa. Pois se a ideia não é ilustrada pela própria história, ambas chocam aquando do nosso entendimento do preconceito pretendido ilustrado, face uma adaptação que não o reconhece na sua narrativa.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Escolhe, antes, aplicar essa ideia superficialmente, acabando por, antes e ironicamente, confirmar a mensagem original da obra quanto à valorização superficial das coisas, ao invés de localizar a história num ambiente moderno (como fez <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt0117509/" target="_blank">Romeo + Juliet</a></i></b>). Onde depois as mudanças poderiam-se fazer sentir mais presentes e, consequentemente, impactantes, por na obra original eventualmente não resultarem.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Assim, aquilo que poderia ter servido como um revivalismo de uma obra de extremo cuidado e beleza na sua escrita acaba por nos demonstrar o que a falta de firmeza e intenção no argumento e realização pode causar ao que se pretende transpor, podendo o público perder por completo a nuance da qual os autores pretendiam imbuir a obra original, caso o interesse em a conhecer para lá da actual adaptação não se mantiver. Aconselho antes a (re)visitar a <a href="https://www.imdb.com/title/tt0099334/" target="_blank">adaptação francesa de 1990</a>, que fará por encher melhor as medidas de quem pretende esta história conhecer.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFTy9ORyZMVyrbLW3nBTNUk_uioDxDmpD9S2GaL7NmQz6CSGRPL7qCDnH1xARmXEyKimgK0oL2RQ_CoL4acaV-OSMuL2CfpaZ8T9SzIZwXGc99Oj8aavzH-dxy8UPJt4-9Om-2Dn9Bh2Bw/s1600-h/1,5.png" style="text-align: left;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5302060516606997714" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFTy9ORyZMVyrbLW3nBTNUk_uioDxDmpD9S2GaL7NmQz6CSGRPL7qCDnH1xARmXEyKimgK0oL2RQ_CoL4acaV-OSMuL2CfpaZ8T9SzIZwXGc99Oj8aavzH-dxy8UPJt4-9Om-2Dn9Bh2Bw/s320/1,5.png" style="height: 31px; width: 155px;" /></a></div>
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</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinsGuTzidLlZyQfswTlp0CsHJonj19b3Pc9QZsAxgaVqZrqLIxowv_9XgRhLy6VpWXduFsiECmxAsiB8xwhBlFhyljT5JGrcRpS14jL00Ikt-YXJEYJHzpvF1o4y6Yu8JWMof4I8rZ7Zjkia5gDT6Qw1tDThmJ9XL5kBGK4xf4CFEluP1G_9iURgBQ/w640-h426/MV5BZjAyNDRhODMtZDNiNC00OWNjLWJmNzQtZWY1ZmQ5NWI0NTk2XkEyXkFqcGdeQXVyMTkxNjUyNQ@@._V1_.jpg" /></div><br />
</div>Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-40441096289489421022022-07-29T18:04:00.003+01:002022-07-29T20:36:04.122+01:00Casa Gucci, por Eduardo Antunes<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://splitscreen-blog.blogspot.com/2022/07/casa-gucci-por-eduardo-antunes.html" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1383" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfgWDh3KRDr3XITwWgvKV8gPk0rZl2_TDd2XM3oQzFr_ASgYfoAQM1gd72Hu4x1Ie614OrKMzhIGBT9cPqgIHx74GFo2oAyQ57CbcWGw3M4ol7CXCqni2KFWvjqmneX9K9yL2bo0DdtIw/w432-h640/gucci72dpi-1500x2222.png" width="432" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div>
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<b>Título original</b>: <a href="http://www.imdb.com/title/tt11214590" target="_blank">House of Gucci</a> (2021)</div>
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<b>Realização</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000631/?ref_=tt_ov_dr">Ridley Scott</a></div>
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<b>Argumento</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0426539/?ref_=tt_ov_wr">Becky Johnston</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1894782/?ref_=tt_ov_wr">Roberto Bentivegna</a></div>
<div>
<b>Elenco</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm3078932/?ref_=ttfc_fc_cl_t1">Lady Gaga</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm3485845/?ref_=ttfc_fc_cl_t2">Adam Driver</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000199/?ref_=ttfc_fc_cl_t3">Al Pacino</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000460/?ref_=ttfc_fc_cl_t4">Jeremy Irons</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0001467/?ref_=ttfc_fc_cl_t5">Jared Leto</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1658935/?ref_=ttfc_fc_cl_t6">Jack Huston</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000161/?ref_=ttfc_fc_cl_t7">Salma Hayek</a><br /></div>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><a href="https://www.blogger.com/"></a><u></u><u></u><br />
<div style="text-align: justify;"><div>Existem diversas serializações biográficas dedicadas a grupos familiares afectados por excêntricas vicissitudes às quais, no seu formato alongado, lhes são permitidas um enfoque episódico em personagens, temas ou épocas distintas, cuja atenção dividida nos permite absorver a história mais eficazmente. Formato do qual me recordei aquando dos obrigatórios escritos finais informativos do destino das diversas personagens, relembrando a minha própria necessidade de gastar mais tempo em cada uma delas, em particular a que devia acarretar, juntamente com a personagem de Lady Gaga, o conflito central de toda a história.</div>
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<a name='more'></a><div style="text-align: justify;">Neste formato cinematográfico, é perdido o ritmo acertado para um franco desenvolvimento desta extensa narrativa, naquilo que acaba por resultar numa edição desenfreada por entre personagens e/ou eventos, mesmo considerando os totalizados 150 minutos de duração do filme. Sintoma provável do seu estatuto enquanto adaptação cinematográfica de um livro que, sem conhecimento, imagino extenso na sua eventual narração exaustiva dos eventos.</div><div style="text-align: justify;">Se, ao ver a duração, brincava com a ideia de Ridley Scott permitir-se finalmente lançar nos cinemas a sua visão longa e inadulterada do seu filme previamente ao lançamento caseiro, vejo essa afirmação contraditada, no que se nota ser um esforço de compactar tanto a um único filme. Um filme com um alcance de duas décadas de história, onde o Maurizio de Adam Driver não se sente como segundo protagonista, antes nada mais que um engenho narrativo com maior tempo de ecrã.</div><div><div style="text-align: left;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkdBHHk7-P76zst9fvtZp1TNQGXrnRiVGoPv0kuaJ3LgQLbySOOslRWti_NM3VpqZ-JPz-IqlezlvZael972jy0NZl8C2jqe26Hx9oitFcDAZcsW_p6EYUZHTSd0QWzT6Ny_Cb9KWOcZ4/s2048/G_05678_RC.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkdBHHk7-P76zst9fvtZp1TNQGXrnRiVGoPv0kuaJ3LgQLbySOOslRWti_NM3VpqZ-JPz-IqlezlvZael972jy0NZl8C2jqe26Hx9oitFcDAZcsW_p6EYUZHTSd0QWzT6Ny_Cb9KWOcZ4/w640-h426/G_05678_RC.jpg" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Desde o início era aparente a falta de tempo dedicado a este protagonista. Por num particular momento vermos Adam Driver recuar um passo perante a expressiva autoridade do pai Rodolfo (Jeremy Irons), para imediatamente dar lugar à próxima conversa reconciliada entre ambos.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Mesmo quando já na sua relação matrimonial com Patrizia, se dá o primeiro confronto entre o casal, sentindo Maurizio pela primeira vez a pressão da sua companheira perante a reputação do nome da família, presenciamos esse primeiro conflito patente numa breve expressão de Driver, imediatamente saltado por cima para contar os eventos seguintes.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Nem sequer a repentina excentricidade de Maurizio parece saída da sua emancipação –seja da aceitação que procura do seu pai ou da que aparenta encontrar na relação "amorosa" que surge com Patrizia– mas antes enquanto um mero conjunto de lugares comuns, através do típico reencontro com a amiga de infância por entre antigas memórias reavivadas e inportunos gastos económicos para a impressionar.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Poderia até ter sido de algum interesse, aproximados do final, entender o ângulo do seu renovado interesse na reputação da empresa que nunca lhe suscitara atenção nas décadas anteriores, interesse esse inicialmente surgido por parte de Patrizia que entretanto abandona em detrimento de um sentimento possessivo e controlador do seu destino na família.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Se era o intuito um enfoque na personagem de Maurizio e na sua trágica condição enquanto peão por entre vontades familiares a ele alheias, acaba por ficar retido numa limitada ilustração da sua emotividade perante a sua relação com Patrizia. Foca-se o filme pontualmente no estado emocional de Maurizio, o suficiente para este se sobressair do cenário no qual se move, embora nunca o suficiente para justificar a sua figuração frontal neste filme, por si só já demasiado cheio e sem qualquer intuito, por trás e em frente da câmara, que nos permita guardar na memória qualquer momento do filme. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbG1AzwUPIe2j97N2QcoLUT9hqbSrLx8IHaGnGbvGD-71Zm9JO9t1Gda5M4ju69Ld3siY0Rh4N0iutCRoBSiS2FDIQ3DnHmd7PFt_qtB0fMuRyggN9seYFRGm2a58wwCvyeJPu3a1CKyDb/s1600-h/2.png" style="text-align: left;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5302060521542024482" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbG1AzwUPIe2j97N2QcoLUT9hqbSrLx8IHaGnGbvGD-71Zm9JO9t1Gda5M4ju69Ld3siY0Rh4N0iutCRoBSiS2FDIQ3DnHmd7PFt_qtB0fMuRyggN9seYFRGm2a58wwCvyeJPu3a1CKyDb/s320/2.png" style="height: 29px; width: 155px;" /></a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqGLFMh0081XRk9D5X7v0fUYCZpYqK0BeBcVd9UU0fqqmOw4V9e-lqgKSMrvUjsLVldjonwn9gWXAdUHjcbflKw5wSwar4kSNxCsY7C6qo50MHErwbPjmCj3v3yAxdNfjU0P_fx6briOM/s2048/G_00282_R-scaled.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqGLFMh0081XRk9D5X7v0fUYCZpYqK0BeBcVd9UU0fqqmOw4V9e-lqgKSMrvUjsLVldjonwn9gWXAdUHjcbflKw5wSwar4kSNxCsY7C6qo50MHErwbPjmCj3v3yAxdNfjU0P_fx6briOM/w640-h426/G_00282_R-scaled.jpg" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>
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</div>Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-70597814572189514622022-07-29T16:53:00.003+01:002022-07-29T20:42:10.720+01:00Loki - Temporada 1, por Eduardo Antunes<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://splitscreen-blog.blogspot.com/2022/07/loki-temporada-1-por-eduardo-antunes.html" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="864" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEDd3s_TgtUKmoasg82LAt-B6jH1VAXtDYhrFRXPqAdhy3zbxE7KiYUh7vs04sCLJ7u4WZZK_3vmxzbgvH8hJHy5HsirKiwqK8xTlr8EQIdwycCBn-nJT-Tu6_RmnOZ5wxYjEnFHrQLEM/w432-h640/MV5BNTkwOTE1ZDYtODQ3Yy00YTYwLTg0YWQtYmVkNmFjNGZlYmRiXkEyXkFqcGdeQXVyNTc4MjczMTM%2540._V1_.jpg" width="432" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>
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<b>Título original</b>: <a href="https://www.imdb.com/title/tt9140554/" target="_blank">Loki</a> (2021)</div>
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<b>Criadores</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm5642271" target="_blank">Michael Waldron</a></div><div><b>Elenco</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm1089991" target="_blank">Tom Hiddleston</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1620545" target="_blank">Sophia Di Martino</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0005562" target="_blank">Owen Wilson</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1813221" target="_blank">Gugu Mbatha-Raw</a> </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;"><div>A personagem interpretada por Hiddleston volta a reforçar o seu carisma num primeiro esforço em almejar o que será o futuro do universo do qual deriva, não explorando totalmente o potencial informado, mas mostrando-se como uma das mais entretidas incursões por estas histórias serializadas em que a Marvel começa a vir apostando.</div></div>
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<a name='more'></a><div>
<div style="text-align: justify;"><div>Se o início parece alienante, por aparentemente ilustrar todos os eventos do universo cinemático até então como apenas a decisão de um trio de entes alienígenas, os eventos durante a série demonstram a precisa rebelião (quer pelo protagonista, quer pelo público) face essa ideia, de que existe uma tentativa de (de)limitar algo para a qual não existe possibilidade de controlo. </div><div>Inicialmente, a ideia do livre arbítrio destas personagens parece inexistente, para mais tarde entendermos que ela sempre existiu e que guia, precisamente, os eventos da série e da personagem de Loki. É preciso que tudo mude para tudo permaneça igual? Ou terá sido necessária a dica de que tudo está pré-determinado, para incitar à verdadeira mudança?</div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><i>Loki </i></b>aparenta ser um exercício metalinguístico sobre o próprio esforço de um universo cinemático, onde a visão é também necessariamente uma única, onde as visões que não se coadunam com a principal são dispensadas para evitar confusas variações. </div><div style="text-align: justify;">Aliás, inicia a série a ideia de que não existe possibilidade de escolha das personagens para lá do que está pré-definido, mas ainda que seja assim ilustrado, durante o desenvolvimento do argumento é-nos mostrado que tal não importa de um ponto de vista narrativo, já que não limita a liberdade narrativa dos próprios argumentistas que se possibilitaram a criar esta série. Novamente, brinca a Marvel com o desenvolvimento metalinguístico dos seus conteúdos após <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt9140560/" target="_blank">WandaVision</a></i></b>, mas não de um ponto de vista técnico como nessa série.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDgwkPgKKoe-R6M5QnoB6GhT6VRwYrqJ_y6GhQ87d6jrw1JhPDTQ47tWXx6uBwaQ2jaLjb67V7IXnp-2JLYgbH1axKTIe1gr0EdsGXOpXkGuXh6vHTw8xWUKAlTPEsReIh-5vv85oW60w/s2048/1a12c9a727f7f935e7a6f0a5a84a082c_4096x2572_675413e6.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDgwkPgKKoe-R6M5QnoB6GhT6VRwYrqJ_y6GhQ87d6jrw1JhPDTQ47tWXx6uBwaQ2jaLjb67V7IXnp-2JLYgbH1axKTIe1gr0EdsGXOpXkGuXh6vHTw8xWUKAlTPEsReIh-5vv85oW60w/w640-h426/1a12c9a727f7f935e7a6f0a5a84a082c_4096x2572_675413e6.jpeg" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><div style="text-align: justify;">A série imediatamente faz-nos questionar a sua própria lógica, ao afirmar que as deslocações temporais realizadas durante os eventos de <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt4154796/" target="_blank">Avengers: Endgame</a></i></b> ocorreram de acordo com um plano pré-estabelecido. Entendemos, desta forma, que na verdade, nada é dessa forma. Desde esse filme, as implicações eram contraditórias, pois as deslocações temporais criam novas linhas temporais, apenas para serem aparentemente desfeitas regressando na linha temporal "correcta". Assim, algumas variações são permitidas, se existir desculpa suficiente para lidar com tais incongruências (ainda que <b><i>Endgame </i></b>não tenha conseguido fazê-lo).</div><div style="text-align: justify;">Infelizmente, todos estes questionamentos que, desde o princípio, o nosso titular protagonista se faz por questionar ele próprio, não chegam para elevar esta série para lá dos seus limitados desvios por um ou outro ponto espácio-temporal e diversas variações sobre a mesma personagem. Ponto do qual a série acaba por retirar a sua maior valorização, num questionamento constante da personagem de Loki.</div><div style="text-align: justify;"><div><br /></div></div><div style="text-align: justify;"><div>E se Loki se revela a personagem mais interessante de se apoiar neste contexto, visto possuir das maiores evoluções enquanto personagem ao longo das suas diversas aparições cinemáticas, podendo-se precisamente apoiar nos diferentes rumos que poderia ter tomado, acaba por ser apenas um veículo para, no final, deixar a porta aberta para delinear futuros encontros entre diferentes variantes das personagens (como demonstra já <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt10872600/" target="_blank">Spider-Man: No Way Home</a></i></b>). Isto não deixa de ser potencialmente interessante por si só, mas também não chega a ter o devido desenvolvimento aqui, por entre outros pontos que pretende servir.</div><div>Se vemos na relação com a variante feminina de Loki um confronto de eventuais destinos e semelhantes atitudes, o mesmo potencial face inúmeras outras versões da personagem fica retido a um único episódio e um punhado de variações da personagem (reconhecíveis das BDs), servindo mais como aperitivo que não terá, infelizmente, sequência.</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiA-QfoY61_YhSGijBXX6QVXQg93Vtl-AoZ7K2oGyqKAKQD1g0mIfLgwVhWfa367-wagF4syWN2eLSG5ev-Myvie_zFqnAaLswQc1Zu-HpYFQzsO4YOFk-sXHetN4C4YmVxzpupZVh2s0A/s2048/MV5BMTM2NjMwOWYtMjE3NS00OWFlLWEwMTctNjI2ODRkMjMxYTM5XkEyXkFqcGdeQXVyODIyOTEyMzY%2540._V1_.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1366" data-original-width="2048" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiA-QfoY61_YhSGijBXX6QVXQg93Vtl-AoZ7K2oGyqKAKQD1g0mIfLgwVhWfa367-wagF4syWN2eLSG5ev-Myvie_zFqnAaLswQc1Zu-HpYFQzsO4YOFk-sXHetN4C4YmVxzpupZVh2s0A/w640-h426/MV5BMTM2NjMwOWYtMjE3NS00OWFlLWEwMTctNjI2ODRkMjMxYTM5XkEyXkFqcGdeQXVyODIyOTEyMzY%2540._V1_.jpg" width="640" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div>E também aqui reconhecemos a estranheza da evolução desta variante da personagem. Pois, se enquanto audiência, assistimos à evolução de Loki até ao seu sacrífico em <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt4154756/" target="_blank">Infinity War</a></i></b>, a variante que nos é aqui apresentada é a que acabara de tentar conquistar um planeta. Assim, os desafios que teve que ultrapassar até ser relembrado do seu real valor durante vários filmes, são aqui rapidamente ultrapassados em poucos episódios. Não estranhamos esta variação da personagem, por a reconhecermos das suas últimas aparições, mas estranhamos quando nos relembramos esta ser a personagem saída de 2012.</div><div><br /></div><div><b><span style="color: #cc0000;">[<i>Spoilers</i>]</span></b> No final, mesmo o aparente antagonista, manipulador de todos os eventos e dito conhecedor de todo o passado, presente e futuro, chega a um momento que, sem explicação, não sabe mais o que se passará. É-nos mostrado aqui o beco a que os argumentistas tinham chegado, onde continuando nesta lógica de uma linha definida não seria possível fazer mais nada, apesar de pretenderem a continuação do chamado Multiverso em diante. <span style="color: #cc0000;"><b>[/Fim de <i>spoilers</i>]</b></span></div><div><span style="color: #cc0000;"><b><br /></b></span></div></div><div style="text-align: justify;"><div>Serve, assim, <b><i>Loki </i></b>enquanto uma primeira exploração da ideia de um vasto conjunto de possibilidades narrativas sem, no entanto, lhe corresponder o merecido potencial, seja na personagem central, seja na premissa desenvolvida. Servirá, como sabemos, enquanto forma de nos ser apresentado e explicados os eventos que virão, ainda que aqui bem apoiado na interpretação do carismático protagonista (cujo reconhecimento geral terá também sido incentivo para uma série lhe ser dedicada).</div><div><br /></div></div></div><div style="text-align: justify;"><div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: center; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;"><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; margin: 0px;"><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjKKapPvTed_R4B7aYXXhrMM0SYypzKXblRjXu5TfBAaTob6PfFU3gXGp-KxBZp_T6RGtne_q8Um_wooM_fRq4Wfk-Xa5XnEJsOG7x4-aJVEBUwtNp6xpu3ZLYn19iNjscVwEWUe8t03NI/s1600-h/2,5.png" style="font-size: medium; text-align: left;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5302060524084115490" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjKKapPvTed_R4B7aYXXhrMM0SYypzKXblRjXu5TfBAaTob6PfFU3gXGp-KxBZp_T6RGtne_q8Um_wooM_fRq4Wfk-Xa5XnEJsOG7x4-aJVEBUwtNp6xpu3ZLYn19iNjscVwEWUe8t03NI/s320/2,5.png" style="height: 33px; width: 155px;" /></a><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK6iNmXVEWHeN6heGUM-kyInIAoRPTsEkykTL9XG72Ineo8khaCopO2u7pQDDSVx4WStDPX0nwjCfjGZ-Ncf7EizZ3RigeFkF1wZgLlZYV10ROE0-UKpbxNP_DDI4B0yWDuFKRyiQqvOw/s2048/arc-105-11408_r.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK6iNmXVEWHeN6heGUM-kyInIAoRPTsEkykTL9XG72Ineo8khaCopO2u7pQDDSVx4WStDPX0nwjCfjGZ-Ncf7EizZ3RigeFkF1wZgLlZYV10ROE0-UKpbxNP_DDI4B0yWDuFKRyiQqvOw/w640-h426/arc-105-11408_r.jpg" width="640" /></a></div></div>
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<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; margin: 0px;">
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Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-88281539373621783892022-04-16T21:22:00.004+01:002023-03-09T11:41:36.050+00:00Monstros Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore, por Eduardo Antunes<div style="text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://splitscreen-blog.blogspot.com/2022/04/monstros-fantasticos-os-segredos-de.html" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3705" data-original-width="2500" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHiCHw4MwQanue8_TKi8ZA-1GX7WzBhcwDXxEZ5yPSffGPX6rQGtALkQeEcGH4PLhEoyeKrc7lOP87aISZyrIzUdrcqXpCLU0hDa8xDG9UZA29RVX0MDeHrvtAZ4g8HrzMgOdE7ERjDWjkptHZBOisKKigtz-_NTXdZR9e6CIGstj8KPNW75PcTUtA/w432-h640/Fantastic-Beasts-Secrets-of-Dumberdore.jpeg" width="432" /></a></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div><b> Título original</b>: <a href="https://www.imdb.com/title/tt4123432/" target="_blank">Fantastic Beasts: The Secrets of Dumbledore</a> (2022)
<div>
<b>Realização</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0946734/?ref_=tt_ov_dr">David Yates</a></div>
<div>
<b>Argumento</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0746830/?ref_=tt_ov_wr">J.K. Rowling</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0460141/?ref_=tt_ov_wr">Steve Kloves</a></div>
<div>
<b>Elenco</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm1519666/?ref_=ttfc_fc_cl_t4">Eddie Redmayne</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0283945/?ref_=ttfc_fc_cl_t13">Dan Fogler</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000179/?ref_=ttfc_fc_cl_t1">Jude Law</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0586568/?ref_=ttfc_fc_cl_t3">Mads Mikkelsen</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm3009232/?ref_=ttfc_fc_cl_t8">Ezra Miller</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0837223/?ref_=ttfc_fc_cl_t10">Alison Sudol</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm4360085/?ref_=ttfc_fc_cl_t11">Callum Turner</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1790970/?ref_=ttfc_fc_cl_t14">Jessica Williams</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0618986/?ref_=ttfc_fc_cl_t18">William Nadylam</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0185404/?ref_=ttfc_fc_cl_t12">Richard Coyle</a></div>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><a href="https://www.blogger.com/"></a><br />
<div style="text-align: justify;"><div>Se o título é ilustrativo de alguma coisa é da esquizofrenia que estamos aqui perante, primordialmente devido à atenção dividida da autora deste universo. Onde, antes de criar novas histórias com personagens potencialmente tão reconhecíveis quanto as da saga originária, existe uma preocupação em alimentar vícios próprios de estabelecer e esclarecer elementos dogmáticos para as que já se sabiam nomeadas, retirando contínua e drasticamente a novidade e originalidade do que captou em tempos a imaginação de simultâneas gerações.</div><div><br /></div></div>
<a name='more'></a><div>
<div style="text-align: justify;"><div>Parece haver à partida –e reportando ao elemento que faz sobressair esta franquia das suas congéneres fantasiosas– uma tentativa de Rowling de sumplantar o próprio material, assim como de Yates em tentar oferecer um novo mas familiar sabor aos elementos [mágicos] que já conhecemos da outra série de onde esta sai.</div><div>Facto que não traria resistência da minha parte, caso houvesse uma mínima contextualização para estas novas situações mágicas, mas à semelhança de <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt4123430/" target="_blank">Crimes of Grindewald</a></i></b> (onde até já a presença de um pó capaz de revelar situações passadas retirava imediatamente entraves à história), são apresentadas novas dinâmicas pontuais que servirão a cena em questão e nada mais para além disso.</div><div><br /></div><div>Exemplarmente, existe desde logo aqui uma espécie de dimensão paralela (semelhante à do universo de Doctor Strange, da Marvel) onde podem haver conflitos sem quaisquer baixas materiais ou humanas, que –ainda que interessante visualmente– retira qualquer conflito extra que pudesse haver no confronto entre os dois mundos, mágico e <i>muggle</i>, nos eventuais danos e revelações colaterais. Como se esta série sentisse a obrigação de responder às novas tentativas cinemáticas de transposição do elemento da magia.</div><div>Se o elemento magia oferece resolução sem explicação a qualquer situação com que as personagens (e a audiência) se deparem, então este deixa de ter o aliciamento original que possuía e passa a servir apenas de dispositivo resolutivo, perdendo-se o carácter próprio e diferenciador desta saga. </div><div>O que também não seria problemático se, ao mesmo tempo, este não fosse fulcral na nossa apreciação deste universo e, mais relevante, narrativa. Onde a nossa aceitação da fantasia inerente ao elemento e suas ramificações é necessária ao processamento dos eventos e onde a ausência do nosso (mínimo) entendimento do seu funcionamento passa a ser uma constante indesejável na apreciação da história.</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAkEpCf8MFk39_7t1F-tiLg_w12EwcWQfIQ2yqRSK9thEohX_K2artetDW7h33fEhXfoYeRN8SAsINLz-kbF5HL4KdZmF2UHivknNaMxgu5M9zAZDB-VJg456Jxmg58Bv61tfCSaIMaWh_GC4imwTDaTOUzlFRjeEIduWnt334lCYIq72cLlo-B7qb/s2560/FO9NhRZVQAEhOEF.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1705" data-original-width="2560" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAkEpCf8MFk39_7t1F-tiLg_w12EwcWQfIQ2yqRSK9thEohX_K2artetDW7h33fEhXfoYeRN8SAsINLz-kbF5HL4KdZmF2UHivknNaMxgu5M9zAZDB-VJg456Jxmg58Bv61tfCSaIMaWh_GC4imwTDaTOUzlFRjeEIduWnt334lCYIq72cLlo-B7qb/w640-h426/FO9NhRZVQAEhOEF.jpg" width="640" /></a></div><br /><div><br /></div><div><br /></div><div>A compl(exif)icação do mundo subjacente apenas produz maior número de questionamentos, onde antes a sua simplificação permitia um envolvimento maior na sua misteriosa lógica. Não só a limitação dos assuntos ao contexto de uma escola não trazia demais implicações na realidade, como a existência de um ministério dedicado aos assuntos mágicos parecia lógico, sem nunca levantar questões indesejadas, por servir a narrativa e se manter vago o suficiente.</div><div>São esses questionamentos que rapidamente são trazidos à superfície do nosso raciocínio na narrativa central deste <b><i>Secrets of Dumbledore</i></b>. Assistimos à tentativa de infiltração no sistema político do mundo dos feiticeiros, sistema funcional que à partida não conhecíamos a sua existência e para o qual não somos esclarecidos.</div><div><br /></div><div>Isto porque, na feliz tentativa de reforçar a inclusão do título que originou esta nova franquia de filmes, a autora escolhe ao mesmo tempo incluir elementos reconhecíveis da nossa realidade, criando uma estranha mistura [de realidade e fantasia]. Tentativa (falhada) certamente de fazer paralelo com algumas situações políticas mais actuais, onde líderes são seleccionados para lá das suas duvidosas atitudes, mas misturando com elementos fantásticos que neste ambiente menos juvenil parece simplesmente ingénuo.</div><div>Para além de que o elemento fantástico apresentado desde o início levanta à partida demasiadas questões para nos conseguirmos abstrair da sua contraditória inclusão: Nasce um espécime da criatura em questão durante todo o filme apenas quando é necessário um líder? O que acontece se nenhum dos candidatos for puro de coração? Tendo no final apontado para Dumbledore como digno de ser nomeado, caso fosse o único nessa condição, seria ele o escolhido líder mesmo sem ser candidato? Aliás, no final, para que existem candidatos e apoiantes, se todo o suposto processo democrático se resume ao instinto de uma criatura fora do controlo do "governo" e população?</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb0dRvBM8DQhXFjsJQ5L5IGzWkN8SMniI4bmefXynQr1fkPuUbAF0TaV2uiTIy94dAleTb81aIMCaYIL3cpZES8Bd_i0R-pnVbu8VeKmiuW0SF3QBWTwPcd4ek9EIX4Yi7g9SHZtQxlxhUnbUwPHlaREtzbYdLHqcBqWBPyVcwfwEOoGvRc_nOTLmX/s2560/FO9NhRYVkAIKzyE.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1707" data-original-width="2560" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb0dRvBM8DQhXFjsJQ5L5IGzWkN8SMniI4bmefXynQr1fkPuUbAF0TaV2uiTIy94dAleTb81aIMCaYIL3cpZES8Bd_i0R-pnVbu8VeKmiuW0SF3QBWTwPcd4ek9EIX4Yi7g9SHZtQxlxhUnbUwPHlaREtzbYdLHqcBqWBPyVcwfwEOoGvRc_nOTLmX/w640-h426/FO9NhRYVkAIKzyE.jpg" width="640" /></a></div><div>É aqui que se resume mas não se limita a referida esquizofrenia de uma total falta de intenção narrativa da autora. Pois não é meramente na clara sobreposição casual de eventos e elementos descritivos ao longo da narrativa amostra disso, sendo igual e especialmente as revelações sobre a família titular inconsequentes na narrativa geral, expressadas verbalmente ao protagonista sem razão, e resolvidas prontamente sem grande conflito. O que ilustra novamente a claríssima falta de história para tanto filme, podendo este e o seu antecessor ter sido condensados num só, ondes tantos pontos narrativos secundários poderiam ter sido retirados em detrimento de uma narrativa mais concisa e linear, por haver tantos elementos inconsequentes no conflito maior apresentado ou por todos os elementos apresentados no filme anterior terem uma resolução indigna e insatisfatória, sem consequências para nenhuma das personagens envolvidas. Sinal de um título que pretende clamar pela atenção dos fãs acérrimos, que procuram respostas que já conhecem ou que, ao invés, não têm quaisquer consequências na sua apreciação do resto.</div><div><br /></div><div>É tão expresso o corte de substratos narrativos do produto final que Rowling incluiria num livro inteiro, que a inclusão da personagem de Yusuf (honestamente retirada da minha memória do filme anterior, talvez pelo mesmo encantamento que Grindewald usa sobre ele…) não tem qualquer relevância no filme, a dado momento infiltrado na equipa do antagonista e sendo desde então a sua presença colocada de parte durante a maior parte do filme para reaparecer no final e se voltar a juntar aos heróis, sem intuito para esse ponto específico.</div><div>Condição, aliás, partilhada pela personagem de Queenie, cuja aliança com o antagonista no filme anterior já por si contraditória com a sua própria vontade (dada a sua relação com Jacob) é aqui no final reposta à posição inicial, sendo inteiramente escusada e inoportuna a mudança da personagem de um para outro lado, já que nem mesmo as suas capacidades mágicas são propriamente postas a um uso suficiente que justifique tal mudança em termos narrativos.</div><div><br /></div><div>De entre as novas personagens, existe uma bem colocada e curiosa dinâmica entre os irmãos Scamander mais ou menos silenciosa, onde Newt começa a assumir uma posição de liderança perante o irmão mas face ainda um claro desconforto presente nas suas interacções. E onde o próprio irmão, face um salvamento engendrado por Newt, se sente desconfortável na eventual aceitação e reconhecimento das ilustradas capacidades dele, preferindo não reconhecer a sua falta de igual capacidade perante Newt. Dinâmica essa que infelizmente não será explorada para lá destas minhas breves palavras.</div><div>Até a personagem interpretada por <a href="https://www.imdb.com/name/nm2239702" target="_blank">Katherine Waterston</a> está restrita aos últimos momentos do filme (muito provavelmente devido a conflitos horários da actriz), preferindo o filme pôr de lado qualquer desenvolvimento na sua caracterização e/ou relação com Newt, e "substituindo" a sua presença pela de nova personagem, 'Lally' Hicks, agradável mas sem papel para lá do de avançar da história.</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoyLTTbV_Jvu-JdyhB_6nFss0Aj5T124T-ytTy6CKv-2Rj_gSkwfAIBUF5s0j39-eSyKVvNWFzZM8sm6tIGt-0JciySM2fkLil8ipS8Uf50w-3GkAZ18xiZcN67OOJrPzIqAUMg8j73rMj_l9gOMyWY5rE61IveOm7_DEEfsRJ8VV66uvwrx-QaSqL/s2560/FO9OVpJVEAEsVuB.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1707" data-original-width="2560" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoyLTTbV_Jvu-JdyhB_6nFss0Aj5T124T-ytTy6CKv-2Rj_gSkwfAIBUF5s0j39-eSyKVvNWFzZM8sm6tIGt-0JciySM2fkLil8ipS8Uf50w-3GkAZ18xiZcN67OOJrPzIqAUMg8j73rMj_l9gOMyWY5rE61IveOm7_DEEfsRJ8VV66uvwrx-QaSqL/w640-h426/FO9OVpJVEAEsVuB.jpg" width="640" /></a></div><div><div><div>Será tudo isto sintoma do início desta franquia com(o) <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt3183660/" target="_blank">Fantastic Beasts</a></i></b>, com a apresentação de uma série de novas personagens, às quais agora os filmes se sentem na (necessária) obrigação de responder, ao mesmo tempo que se vão redireccionando para um novo protagonista [sob a forma de Dumbledore] que já ofuscara Newt na sequela anterior. Assim, não é capaz de responder suficientemente à caracterização das suas personagens para nos fazer esquecer dos eventuais saltos de lógica necessários à percepção dos diferentes pontos narrativos, pois seria essa a eventual condição suficiente para nos envolver na história, mesmo que essa não fosse a mais desenvolvida.</div></div><div><br /></div></div><div>Será aliás, e contraditoriamente, essa explorada dinâmica entre Albus [Dumbledore] e Gellert [Grindewald], criada a partir da primeira cena, a parte mais francamente apreciável do filme, muito graças às excelentes interpretações de ambos Jude Law e Mads Mikkelsen, que nas suas estreadas e breves interacções são capazes de transpor a relação subjacente e nunca vista entre ambos, transposta pela melancólica saudade de Albus face a posição que entretanto desenvolveu, contraposta à serena e algo exigente posição de Gellert para com o seu anterior aliado e amor.</div><div>Mas mesmo a resolução dessa dinâmica, desde logo obviamente ilustrada pela incapacidade de se degladiarem por factor de um medalhão que literalmente o não permite, é de ridícula e preguiçosa desinspiração, apesar de daí resultar o subsequente conflito entre Albus e Gellert que tanto traz de trágico nas espelhadas e íntimas movimentações de ambos.</div><div><br /></div><div><i>"Call it destiny"</i>, afirma Dumbledore relativamente à resolução de tais eventos quando nos aproximamos do final do filme. Resposta a qual contraponho, antes chamando de conveniência. Conveniência saída de uma mente que não tem já respostas para as suas próprias ideias, antes e apenas mostrando vontade de objectivar as suas expressas idiossincrasias em aproveitamento dos recursos que os estúdios lhe continuam desesperadamente a oferecer. Tudo isto numa vontade de satisfazer as respostas de todos, criando no processo novas indesejadas questões, num universo que acabará por sofrer pelo seu arrastamento sem propósito último.</div><div align="justify"><div align="justify"><div align="justify"><br /></div></div></div>
<div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFTy9ORyZMVyrbLW3nBTNUk_uioDxDmpD9S2GaL7NmQz6CSGRPL7qCDnH1xARmXEyKimgK0oL2RQ_CoL4acaV-OSMuL2CfpaZ8T9SzIZwXGc99Oj8aavzH-dxy8UPJt4-9Om-2Dn9Bh2Bw/s1600-h/1,5.png" style="text-align: left;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5302060516606997714" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFTy9ORyZMVyrbLW3nBTNUk_uioDxDmpD9S2GaL7NmQz6CSGRPL7qCDnH1xARmXEyKimgK0oL2RQ_CoL4acaV-OSMuL2CfpaZ8T9SzIZwXGc99Oj8aavzH-dxy8UPJt4-9Om-2Dn9Bh2Bw/s320/1,5.png" style="height: 31px; width: 155px;" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDln1hRenG1hx4ZI6IlP5bNuYBK9CQTZh2T0UInem6H2Bhzhbl-U-EHa1agx2b-mG44iIsbrVXylayZbrA_EC4i0I4T6WpssPWNrJJv6Dvy7JuFVKHXA-fw5g7q_vOHQ0V9hCOOmSznHETZXuRZxP2IKUTDE_H0AT8luAxHofH2EwHjwNriRPCeKu9/s1500/Secrets-of-Dumbledore_Albus_Aberforth.jpeg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="999" data-original-width="1500" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDln1hRenG1hx4ZI6IlP5bNuYBK9CQTZh2T0UInem6H2Bhzhbl-U-EHa1agx2b-mG44iIsbrVXylayZbrA_EC4i0I4T6WpssPWNrJJv6Dvy7JuFVKHXA-fw5g7q_vOHQ0V9hCOOmSznHETZXuRZxP2IKUTDE_H0AT8luAxHofH2EwHjwNriRPCeKu9/w640-h426/Secrets-of-Dumbledore_Albus_Aberforth.jpeg" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>
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</div>
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</div>Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-14103699031131707682022-03-19T12:21:00.007+00:002022-07-31T23:30:02.388+01:00Homem-Aranha: Sem Volta a Casa, por Eduardo Antunes<div style="text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://splitscreen-blog.blogspot.com/2022/03/homem-aranha-sem-volta-casa-por-eduardo.html" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="691" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghlbW2Ns7TTodvIQRNzGONsUupYTlTmfkMeIuvzabmXkI4lC9FHrphgifnDQoVOlVNZsNFRKS1uZrN810aWQB0V1_-5laeMrTgoB7XfgvMP5GvPLN2cKLAI9g8UMKWa2FLZ4BQmh9lziNnUMW3MBSIQCuDPYe5sOCS25giROZCsNy4IMnrgGDaPQ83/w432-h640/dew1kxk-171f6352-71df-4050-813e-6d3f53c8f12f.jpg" width="432" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div><b> Título original</b>: <a href="https://www.imdb.com/title/tt10872600/" target="_blank">Spider-Man: No Way Home</a> (2021)
<div style="text-align: justify;">
<b>Realização</b>: <a href="http://www.imdb.com/name/nm1218281" target="_blank">Jon Watts</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Argumento</b>: <a href="http://www.imdb.com/name/nm0571344" target="_blank">Chris McKenna</a>, <a href="http://www.imdb.com/name/nm1273099" target="_blank">Erik Sommers</a></div>
<div>
<b>Elenco</b>: <a href="https://www.blogger.com/#">Tom Holland</a>, <a href="https://www.blogger.com/#">Zendaya</a>, <a href="https://www.blogger.com/#">Jacob Batalon</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1212722?ref_=tt_cl_t_3">Benedict Cumberbatch</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0004937?ref_=tt_cl_t_6">Jamie Foxx</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000353?ref_=tt_cl_t_7">Willem Dafoe</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000547?ref_=tt_cl_t_8">Alfred Molina</a>, <a href="https://www.blogger.com/#">Marisa Tomei</a>, <a href="https://www.blogger.com/#">Jon Favreau</a>, <a href="https://www.blogger.com/#">Tony Revolori</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1940449?ref_=tt_cl_t_12">Andrew Garfield</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0001497?ref_=tt_cl_t_13">Tobey Maguire</a></div>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><a href="https://www.blogger.com/"></a><br />
<div style="text-align: justify;"><div>Não tendo tido a oportunidade (e talvez até, em retrospectiva, vontade) de apanhar esta visualização no grande ecrã, chegou-me finalmente o momento de ver esta mais recente adaptação cinemática de Homem-Aranha, já sem as expectativas nostálgicas de outrém e com a confirmação de todos os rumores que estragaram à partida qualquer surpresa que pudesse existir, numa vontade permanente dos mais fanáticos confirmarem os seus conhecimentos e, assim, conseguirem os seus desejos sem demais desafio.</div><div><br /></div></div>
<a name='more'></a><div>
<div style="text-align: justify;"><div>O que me parece ironicamente contrário ao próprio sentimento da personagem aqui em questão, desafiada ao limite em tantos dos seus momentos narrativos, raramente conseguido os seus desejos da forma como esperava. Para além de que, fora a dita inclusão nostálgica de elementos reconhecíveis de anteriores iteracções do protagonista, pouco faz este filme na verdade por avançar esta particular interpretação, nos quase 150 minutos que compõem este filme.</div><div><br /></div><div>Esta personagem tem tido o azar de sofrer (então mais, agora) pelo seu estado legal límbico entre dois estúdios que, infelizmente, não se encontram tão separados assim na responsabilidade criativa perante a personagem. Na vontade de integrar esta versão de Homem-Aranha em ambos os universos fílmicos que (quer a Marvel quer a Sony) pretendem criar, ficam este filmes "necessitados" agora de se sujeitar e subjugar aos anteriores e eventuais posteriores filmes que daqui se possam retirar.</div><div>É agora inteiramente patente e visível o problema, não apenas desta trilogia, mas de todo o mais recente esforço deste universo cinemático. Onde a promessa de pontos narrativos que desafiem a personagem são inseridos no final de um filme para serem desfeitos e desconsiderados pela premissa do filme seguinte, apenas para dar azo a novo desafio, que novamente será desconsiderado.</div><div><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh8mcnFDjRekoKKf6R8wkaANDHDEmeAaUK7SlCn8p2_RNnWSyRd76SXEqE3wL21Yxk4R-Uz8rdE1Oyo0JmNCnNJcyOtKyklqhgQ21e43K_jbGwB_fLPZRjnJaAx9zVADG20St6JhlaHwfIZmoZzKxGlV3r6LRgSPf9ySRKTXpXv7ZPyf-IKocuSoQ3/s4096/FEXv3KvVkAML7Ae.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh8mcnFDjRekoKKf6R8wkaANDHDEmeAaUK7SlCn8p2_RNnWSyRd76SXEqE3wL21Yxk4R-Uz8rdE1Oyo0JmNCnNJcyOtKyklqhgQ21e43K_jbGwB_fLPZRjnJaAx9zVADG20St6JhlaHwfIZmoZzKxGlV3r6LRgSPf9ySRKTXpXv7ZPyf-IKocuSoQ3/w640-h426/FEXv3KvVkAML7Ae.jpg" /></a><br /><br /></div><div>Já dissera antes que <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt2250912/" target="_blank">Homecoming</a> </i></b>deixara o desafio final de May descobrir a identidade de Peter, para em <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt6320628" target="_blank">Far From Home</a></i></b> ser-nos dito que não houvera quaisquer consequências nesse facto. Esse filme entretanto deixara a dica final da descoberta pública da identidade da personagem para aqui novamente serem removidas as potenciais consequências de tal facto, focadas apenas em pequenos segmentos durante os primeiros trinta minutos, para seguir com o elemento que nos introduzirá ao próximo filme dedicado a Doctor Strange. </div><div align="justify"><div align="justify">Este último é inclusivamente relembrando no final dos créditos com o seu vídeo promocional próprio, ilustrando já a falta de esforço neste contínuo cinemático em apresentar os próximos capítulos, que antes fazia através de mais subtis referências.</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">O maior problema aqui é a constante reiniciação do arco emocional de Peter Parker ao longo do filme, que nos faz constantemente perder no investimento que devemos ter na personagem. Se no início, ele vê-se em grandes dificuldades em lidar com a sua revelação e nova percepção pública, face o surgimento dos vilões do filme ele passa a ter que lidar com a eventual responsabilidade pessoal de reabilitação destes. Seguidamente, quando se vê perante a perda de uma relação pessoal (supostamente) integral à sua pessoa, vê-se subitamente impelido pela vontade de assassinar o responsável. Que desde logo, é um ponto narrativo que não se sente familiar para a personagem em geral, e ainda menos para esta interpretação, o qual já lidou duas anteriores vezes directamente com a perda, sob a forma do seu tio e de Tony Stark. E no final, nem sequer é resolvida pelo próprio, sendo antes impedido de tal acto por outra personagem.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibIAu-xn0lJcljKSGLM-kWZ8Jupqiqs5-nGKhLGmUeWgvXoyVq-tI0tVlLz9sRxmj0z30bbKkLjfRT5D4oJ1yyZ0DaUVF-KSIHGllWyqjVGahAL6Mah1TIJyDShSOgDVjOmiyRgonp8U3FUcwCPmL5-GDffuOPsj_39jb5y7mCswaPxYoJZTWm_ubt/s2560/spider-man-no-way-home-still-1-scaled.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibIAu-xn0lJcljKSGLM-kWZ8Jupqiqs5-nGKhLGmUeWgvXoyVq-tI0tVlLz9sRxmj0z30bbKkLjfRT5D4oJ1yyZ0DaUVF-KSIHGllWyqjVGahAL6Mah1TIJyDShSOgDVjOmiyRgonp8U3FUcwCPmL5-GDffuOPsj_39jb5y7mCswaPxYoJZTWm_ubt/w640-h334/spider-man-no-way-home-still-1-scaled.jpg" /></a><br /><br /></div><div align="justify"><div align="justify">De certa forma, faz-se este filme sentir como se esta trilogia fosse apenas um desperdício de tempo. Não pela sua identidade secreta –elemento inteiramente revertido entre o início e fim do filme– ser o único foco temático desta personagem mas por, sendo um dos seus pontos fulcrais e diferenciadores dos seus congéneres, ter basicamente restabelecido a personagem a um seu estado originário neste universo cinemático. Quaisquer personagens e relações com que tenhamos estabelecido contacto ao longo destes filmes foram essencialmente limpas, não ficando sequer ideia do que possa ser feito com a personagem seguidamente.</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Não que essas relações fossem de grande investimento, à parte da sua amizade com Ned, já que a relação com MJ não é suficientemente desenvolvida para sentirmos realmente essa perda, apenas apresentada no final do filme anterior, para imediatamente ser relegada para segundo plano aqui após uma introdução que parece clamar atenção para a sua nova e desafiante contextualização nestes eventos.</div><div align="justify">Também a relação com May foi sempre e igualmente superficial, com mais momentos joviais que emotivos entre ambos, culminando o sentimento dessa relação na mera repetição do famoso lema que já atribuímos rapidamente à personagem de Homem-Aranha, como forma de tentar oferecer alguma profundidade à despedida da personagem (para lá do esforço da interpretação de Tom Holland, claro está).</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Estas perdas fazem-se através de uma narrativa que insere vilões com os quais este Peter Parker não tem qualquer ligação e que são inseridos ora enquanto piada, ora enquanto desafio fácil para este Homem-Aranha (até à chegada de Osborn/Green Goblin), o que não oferece qualquer satisfação na sua inserção, aparte o seu reconhecimento imediato por quem acompanhe a personagem desde há duas décadas. </div><div align="justify">Se a comparação mais obviamente feita seria com <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt4633694/" target="_blank">Into the Spider-Verse</a></i></b>, influência e razão (monetária) óbvia para a transposição destas ideias para este filme, o enfoque desse outro esforço cinemático na jornada de dois protagonistas, novos à narrativa mas baseados nas ideias (re)conhecidas da personagem titular, diferentes entre si e passíveis de crescimento apenas através da sua relação inter-pessoal, sem chamar atenção indesejada para os restantes aspectos eventualmente questionáveis da história, demonstra uma clareza na forma como a equipa responsável por esse outro filme pretendia abordar as suas personagens centrais que, aqui, não existe à partida.</div><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZOLSpT9IuKEvOYjjnbJ1MGjHqeawf8SuKQS0kw5KXmQw9N-HMRr92rj86kqpcY9aW5Z3EDVBa-oeP1IKsDgIbYzfRJNvyCR983lKI5diuQHwfPmUj6Olvd03gKvZT34fkdXW2FUnnoGGlnzTsd0dipYmutuOck_4GaI3-ENqcjubyAZMvHEPolcho/s1280/tumblr_c17516932ff6af1b339573e1fd4e63a2_961c9c02_1280.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZOLSpT9IuKEvOYjjnbJ1MGjHqeawf8SuKQS0kw5KXmQw9N-HMRr92rj86kqpcY9aW5Z3EDVBa-oeP1IKsDgIbYzfRJNvyCR983lKI5diuQHwfPmUj6Olvd03gKvZT34fkdXW2FUnnoGGlnzTsd0dipYmutuOck_4GaI3-ENqcjubyAZMvHEPolcho/w640-h428/tumblr_c17516932ff6af1b339573e1fd4e63a2_961c9c02_1280.jpg" /></a><br /><br /><div align="justify">Mesmo a presença aqui de alguns dos vilões é contraditória face a explicação que nos é dada, não fazendo sentido a presença de Connors/Lizard e Marko/Sandman (dos outros filmes), tendo em conta que já haviam sido redimidos anteriormente. Por não resultarem no contexto da reabilitação que Parker procura para estes elementos –ou na explicação da causa da sua vinda para esta realidade–, torna-se estranha a sua inclusão no filme (para lá da venda de outra dupla de figuras de acção pela Disney).</div><div align="justify">Esta mercantilização da(s) personagem(ns) é até visível na presença de novo fato a cada momento maior da acção que, em momentos até podendo informar sobre a personagem (apenas Homem-Aranha se veria perante a eventualidade de virar o seu fato sujo do avesso, por não ter outra hipótese), no final servirá para vender figuras alternativas para todos os gostos.</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">O que me leva, finalmente, à inclusão de Andrew Garfield e Tobey Maguire nas suas anteriores interpretações da personagem titular. A sua inclusão sente-se em certa medida mais pensada que todo o restante leque de opções narrativas, como tentativa de oferecer alguma perspectiva emocional a esta terceira interpretação do protagonista, sentindo-se finalmente incluído num seio mais familiar (contraditoriamente), num universo de outra forma demasiado vasto para o seu mais diminuto contributo. No entanto, fica a sua forçada inserção como (desnecessário) elemento catártico para as respectivas interpretações (e fanáticos). Porque parece cada novo esforço cinemático de uma dada personagem significar um desrespeito para com os anteriores, apesar de nunca pretenderem ser contrários entre si e antes complementares à personagem que, à partida, se deveria gostar.</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Curiosamente (e tendo lido ainda jovem), Homem-Aranha tornou-se uma personagem das minhas favoritas com histórias onde, até já mais amadurecido, o foco era o protagonista, para o qual os elementos do universo externo serviam e perante os quais o mesmo não se sabia inserir. Sendo fã das duas anteriores interpretações da personagem e do primeiro filme desta, parece agora a personagem estar para sempre destinada a se ter que adaptar à sua figuração tremendamente lucrativa num universo já demasiado vasto para o que esta personagem oferece na sua posição particular na panóplia de restantes heróis.</div><div align="justify">Gostaria de poder dizer que o desafio maior de Peter Parker virá a seguir mas, honestamente, não voltarei a cair no mesmo erro de esperar pela resolução de temáticas narrativas que este universo já não pretende responder.</div><div align="justify"><br /></div></div></div>
<div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbG1AzwUPIe2j97N2QcoLUT9hqbSrLx8IHaGnGbvGD-71Zm9JO9t1Gda5M4ju69Ld3siY0Rh4N0iutCRoBSiS2FDIQ3DnHmd7PFt_qtB0fMuRyggN9seYFRGm2a58wwCvyeJPu3a1CKyDb/s1600-h/2.png" style="text-align: left;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5302060521542024482" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbG1AzwUPIe2j97N2QcoLUT9hqbSrLx8IHaGnGbvGD-71Zm9JO9t1Gda5M4ju69Ld3siY0Rh4N0iutCRoBSiS2FDIQ3DnHmd7PFt_qtB0fMuRyggN9seYFRGm2a58wwCvyeJPu3a1CKyDb/s320/2.png" style="height: 29px; width: 155px;" /></a></div>
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<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg4kQQiLj6w6fuEVPAOQqT5mbLdnFdEbwQEbvnsduc-QdGfdDdF4jsUxlUWszmWEglXML5rAWwZJRmpac3YJrZ_sHA7-oOyu_L0vIu6uWxaEN3D2A-jlwcjixvszUi5VrJYSwFxJhx2DOVwv2tRbjJUKC7Mb34sE5Ik8qMF6FBoGmuecnNCvGkHl5K/s1200/spider-man-point.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="964" data-original-width="1200" height="514" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg4kQQiLj6w6fuEVPAOQqT5mbLdnFdEbwQEbvnsduc-QdGfdDdF4jsUxlUWszmWEglXML5rAWwZJRmpac3YJrZ_sHA7-oOyu_L0vIu6uWxaEN3D2A-jlwcjixvszUi5VrJYSwFxJhx2DOVwv2tRbjJUKC7Mb34sE5Ik8qMF6FBoGmuecnNCvGkHl5K/w640-h514/spider-man-point.webp" width="640" /></a></div>
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</div>Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-7720997606397559022021-10-06T17:59:00.005+01:002021-10-22T16:03:40.768+01:00Edição do Cinepop para 2021 e estreia do Cinepopcast<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUfVx2MYruxZ_C3saSE7fr56l0XTmNHHP8xPQp31efodFZ26niKg7zYnq7EBn3Ssgwa-zT2jue1riROwUSuVhZw9alTTgqCUzvUyYy3fn8lkMEXrLrh2n3CAmmoDvRQrcflrByv_l-AKo/s500/93777851_1123515238047042_1235866333933993984_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="500" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUfVx2MYruxZ_C3saSE7fr56l0XTmNHHP8xPQp31efodFZ26niKg7zYnq7EBn3Ssgwa-zT2jue1riROwUSuVhZw9alTTgqCUzvUyYy3fn8lkMEXrLrh2n3CAmmoDvRQrcflrByv_l-AKo/w400-h400/93777851_1123515238047042_1235866333933993984_n.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O <b>Cinepop </b>é um evento que começou em 2016, organizado pelo produtor e realizador <a href="https://www.imdb.com/name/nm10609480"><b>Tiago Pedro de Carvalho</b></a>, fundador da produtora Guérrilha Films, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, que desde então traz à sala do Fórum Lisboa um conjunto de filmes icónicos de diversas épocas do cinema.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div><div><div style="text-align: justify;">Devido à situação pandémica em que nos encontrámos durante 2020, foi inevitável a interrupção da temporada anterior, que contou com <b><i>Goodfellas </i></b>de Martin Scorsese, <b><i>Flash Gordon</i></b> de Mike Hodges, <b><i>Se7en </i></b>de David Fincher, <b><i>Dr. No</i></b> de Terence Young, <b><i>Escape from New York</i></b> de John Carpenter e <b><i>Zelig </i></b>de Woody Allen.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><a href="https://www.blogger.com/#"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7OhpyCYWCpDFRdFvmeoc-RBOmUglQqsaZSTNjXDc7vHbERrQjCnZO086CxNkR2XmDp_i2d_aZFL01nPEdhkw2asmVUR2zXvH9XgKDoVgI7m2Uf4JWOuYCiFFn4HNRMHiQmYGb8D1YQDE/w640-h453/242325432_190204496476482_570165948187413341_n.jpg" /></a><br /><br /><div style="text-align: justify;">Sendo assim, a temporada de filmes que recomeça agora em 2021 retoma onde a anterior parou, com:</div></div>
<span style="text-align: justify;">- <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt0047396" target="_blank">Rear Window</a></i></b></span><span style="text-align: justify;"> (1954)</span><span style="text-align: justify;">, </span>de Alfred Hitchcock, a <b>10 de Outubro</b>;<br />
<span style="text-align: justify;"><i>- <b><a href="https://www.imdb.com/title/tt0066921" target="_blank">A Clockwork Orange</a></b></i></span><span style="text-align: justify;"> (1971)</span><span style="text-align: justify;">, d</span>e Stanley Kubrick, a <b>17 de Outubro</b>;<br />
<span style="text-align: justify;">- <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt0092099" target="_blank">Top Gun</a></i></b></span><span style="text-align: justify;"> (1986)</span><span style="text-align: justify;">, d</span>e <a href="https://www.imdb.com/name/nm0001716/?ref_=tt_ov_dr">Tony Scott</a>, a <b>24 de Outubro</b>;<br />
<span style="text-align: justify;">- <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt0079945" target="_blank">Star Trek: The Motion Picture</a></i></b></span><span style="text-align: justify;"> (197</span>9), de <a href="https://www.imdb.com/name/nm0936404/?ref_=tt_ov_dr">Robert Wise</a>, a <b>7 de Novembro</b>;<br />
<span style="text-align: justify;">- <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt0057076" target="_blank">From Russia With Love</a></i></b></span><span style="text-align: justify;"> (1963)</span><span style="text-align: justify;">, d</span>e <a href="https://www.imdb.com/name/nm0950109/?ref_=tt_ov_dr">Terence Young</a>, a <b>14 de Novembro</b>;<br />
<span style="text-align: justify;">- <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt0084726" target="_blank">Star Trek II: The Wrath of Khan</a></i></b></span><span style="text-align: justify;"> (1982)</span>, de <a href="https://www.imdb.com/name/nm0583292/?ref_=tt_ov_dr">Nicholas Meyer</a>, a <b>28 de Novembro</b>;<div><div>- <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt0088680/" target="_blank">After Hours</a></i></b> (1985), de Martin Scorcese, a <b>5 de Dezembro</b>;</div><div><div>- <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt0095016/" target="_blank">Die Hard</a></i></b> (1988), de <a href="https://www.imdb.com/name/nm0001532" target="_blank">John McTiernan</a>, a <b>12 de Dezembro</b>;</div></div><div><div>- <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt0096446/" target="_blank">Willow</a></i></b> (1988), de <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000165" target="_blank">Ron Howard</a>, a <b>19 de Dezembro</b>;</div></div><div><br /></div>
<div style="text-align: justify;">As sessões, que iniciam já esta semana, decorrem aos <b>domingos, às 16h00, no Fórum Lisboa</b> na Avenida de Roma, contando muitas das sessões com uma breve apresentação do filme por <b>Nuno Markl</b>. Os bilhetes para as sessões têm o modesto custo de 4€.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Complementarmente ao evento Cinepop, foi lançado um Podcast pelos dois coradores do evento, que estará disponível nas plataformas Spotify, YouTube, Facebook e Instagram, e cujo mais recente episódio deixamos desde já disponível abaixo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para mais informações, podem seguir o Cinepop na respectiva página do <u><a href="http://www.facebook.com/CinePopLx" target="_blank">Facebook</a></u> ou do <u><a href="http://www.instagram.com/cinepoplx" target="_blank">Instagram</a></u>.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><iframe allow="autoplay; clipboard-write; encrypted-media; fullscreen; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="232" src="https://open.spotify.com/embed/show/1Hln0mKSXfnAHRQtURqqvt" width="100%"></iframe></div><div style="text-align: justify;"><div><br /></div></div>
</div>Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-30402229149849768372021-10-02T19:12:00.003+01:002022-01-03T11:56:40.816+00:00007: Sem Tempo Para Morrer, por Eduardo Antunes<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://splitscreen-blog.blogspot.com/2021/10/007-sem-tempo-para-morrer-por-eduardo.html" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1920" data-original-width="1280" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAfXWiQ6MLOIDaq9XF7tHnRBmRbqHGaZQLe0iBf7FTWHTRkd5Eme7Y0wmzKsRnODAbXQ1gKXBYVqoHWZGdhc27vrdwUkX6k04kHA-2hsVK9CM-pieDZdn7FBlngueKP_kQVCK__rdKYK4/w426-h640/be3a3be639fe6ba855ffe33d8c9e0cea.jpg" width="426" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div>
<div>
<b>Título original</b>: <a href="https://www.imdb.com/title/tt2382320" target="_blank">No Time to Die</a> (2021)</div>
<div>
<b>Realização</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm1560977/?ref_=tt_ov_dr">Cary Joji Fukunaga</a></div>
<div>
<b>Argumento</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0701031/?ref_=ttfc_fc_wr1">Neal Purvis</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0905498/?ref_=ttfc_fc_wr2">Robert Wade</a>, Cary Joji Fukunaga, <a href="https://www.imdb.com/name/nm3564817/?ref_=ttfc_fc_wr4">Phoebe Waller-Bridge</a><br /></div>
<div>
<b>Elenco</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0185819/?ref_=ttfc_fc_cl_t1">Daniel Craig</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm2244205/?ref_=ttfc_fc_cl_t3">Léa Seydoux</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1785339/?ref_=ttfc_fc_cl_t2">Rami Malek</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm2736476/?ref_=ttfc_fc_cl_t4">Lashana Lynch</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0924210/?ref_=ttfc_fc_cl_t7">Ben Whishaw</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0365140/?ref_=ttfc_fc_cl_t8">Naomie Harris</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000146/?ref_=ttfc_fc_cl_t5">Ralph Fiennes</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0942482/?ref_=ttfc_fc_cl_t9">Jeffrey Wright</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1869101/?ref_=ttfc_fc_cl_t11">Ana de Armas</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1239499/?ref_=ttfc_fc_cl_t13">Rory Kinnear</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0910607/?ref_=ttfc_fc_cl_t6">Christoph Waltz</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm2915105/?ref_=ttfc_fc_cl_t10">Billy Magnussen</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1399770/?ref_=ttfc_fc_cl_t12">David Dencik</a> </div>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><a href="https://www.blogger.com/"></a><u></u><u></u><br />
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<div style="text-align: justify;">Um eterno vácuo nesta série cinematográfica, aparentemente permamente após a despedida imerecida que <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt2379713/" target="_blank">Spectre</a></i></b> à altura ofereceu, é finalmente substituído pela sequela que torna esse outro filme quase irrelevante, oferecendo uma mais clara despedida à personagem que Craig foi cunhando sua ao longo de quatro anteriores filmes, por entre uma infeliz quantidade de lugares comuns que, embora alguns insólitos e de certa forma bem-vindos à personagem, não permitem o distanciamento do eterno agente britânico de outras narrativas tão semelhantes.</div>
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<div style="text-align: justify;">
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<a name='more'></a><div style="text-align: justify;">O total desagrado para com o segundo filme de Bond realizado por <a href="https://www.imdb.com/name/nm0005222/" target="_blank">Sam Mendes</a>, num argumento totalmente despido de sentido ou direcção, sem qualquer originalidade ou emoção na sua história, meramente guiado pela recuperação dos direitos autorais sobre o inimigo intemporal de 007, acabou por inevitavelmente elevar as expectativas desta última tentativa de finalizar o arco entregue às mãos de Daniel Craig, mesmo para lá dos atrasos no lançamento.</div><div style="text-align: justify;">E verdadeiramente, o honesto entusiasmo de ver a primeira grande sequência de acção, pontuada de diversos momentos icónicos, excelentemente executada e filmada, reforçada pela sua versão IMAX, após sensivelmente uma década desde a última verdadeiramente memorável sequência em algum destes filmes, pareceu suficiente para justificar o retorno a esta era de Bond uma última vez. Ainda que mais à frente nos apercebamos que o peso da sua finalidade tenha talvez sido demasiado para o que o filme se propõe fazer com essa premissa e intenção.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: justify;">A existência de uma analepse exclusivamente dedicada à ligação de quem sabemos ser o antagonista Safin à infância de Madeleine, antecedendo o prólogo que impulsiona a restante narrativa previamente aos créditos iniciais, ilustra desde logo o duplo enfoque que o filme terá a partir daí, não satisfeito com a resolução oferecida a Blofeld em <b><i>Spectre</i></b>. Não toma a captura deste como a finalização da sua relevância para esta história contínua, antes assumindo esse como um ponto narrativo que conecta mais pessoalmente o antagonista interpretado por Malek a este final da história de Bond. </div><div style="text-align: justify;">Quase que a reincorporação do antagonista anterior aqui acaba por deixar no esquecimento o filme anterior –sendo até o nome completo de Blofeld reafirmado, para quem eventualmente nem se lembrasse (ou tivesse visto) o filme antecessor. Vemos então essa linha narrativa finalizada, através de uma entretida cena em Cuba em que somos apresentados ao que será o real conflito primário, mas retraindo-se a narrativa daí em diante. Pouco mais se volta a focar na aparente traição de Madeleine enquanto paralelismo narrativo com os eventos do primeiro filme e trágica condição para James, e torna-se antes numa história tão semelhante a uma qualquer outra missão do agente secreto, aparte as variantes particulares desta interpretação da personagem.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhI7kbcy5K0lFLysxiM0UmOUF_nhFjn-UURHW0ALa26vLvGVKjpTtWKeWMQ6ye1YIQzRLD847cvS7I-Ivht_pQy7sxOqpoZEXMIEYZgLvRrjTrDXIzJYnNOoj6FFP66nIM4SZY1iSR2S8o/s1920/James-Bonds-DB5-in-Matera-Italy.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1282" data-original-width="1920" height="428" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhI7kbcy5K0lFLysxiM0UmOUF_nhFjn-UURHW0ALa26vLvGVKjpTtWKeWMQ6ye1YIQzRLD847cvS7I-Ivht_pQy7sxOqpoZEXMIEYZgLvRrjTrDXIzJYnNOoj6FFP66nIM4SZY1iSR2S8o/w640-h428/James-Bonds-DB5-in-Matera-Italy.jpg" width="640" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;">Fica claro que, a partir daí, o filme não resultará em mais do que uma série de convenções narrativas tão conhecidas do resto da franquia, desde logo visível na caracterização de Safin (mesmo visual, que não encontra na junção das culturas russa e nipónica um meio-termo interessante). Onde este faz questão de apontar a sua proximidade com a personagem de James, ambos enquanto assassinos em massa diferenciados apenas pelos seus métodos, nunca ficará clara qual a racionalidade por trás dos desígnios do antagonista após a sua vingativa apresentação.</div></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #cc0000;">[<i>Spoilers</i>] </span></b><span style="text-align: left;">Tendo em conta os eventos apresentados ao início que ofereciam a Safin razão suficiente para fazer valer os seus actos, a</span><span style="text-align: left;"> exterminação completa de Spectre e eventual morte de Blofeld sente-se satisfatória </span><span style="text-align: left;">e ilustra eficazmente a ameaça em mãos</span><span style="text-align: left;">, mas a repentina extensão da aplicação da sua arma a milhares de pessoas sem explicitação exacta das suas identidades acaba por o revelar como apenas mais um esquecível vilão, para o qual o discurso final superficialmente exposto em frente ao agente britânico não ajuda. </span><span style="color: #cc0000; text-align: left;"><b>[Fim de <i>spoilers</i>]</b></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E se a última parte demonstra algo é de facto a forma básica como esta história irá terminar, em mais uma infiltração a um brutalista complexo numa ilha desconhecida onde nos apercebemos da barbaridade da escala do plano do psicopata vilão. Nem mesmo as implicações políticas referidas a propósito do ataque a tal reduto servem como ponto de real conflito, já que não existe alternativa à de salvar milhões de pessoas de um ataque terrorista. Após os riscos sensivelmente realistas de <a href="https://www.imdb.com/title/tt0381061"><b><i>Casino Royale</i></b></a> e <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt0830515/" target="_blank">Quantum of Solace</a></i></b>, e mesmo os mais pessoais de <a href="https://www.imdb.com/title/tt1074638"><b><i>Skyfall</i></b></a>, o final (literalmente) bombástico de <b><i>No Time to Die</i></b> não é suficiente por si só.</div><div style="text-align: justify;">Por isso mesmo é feita uma tentativa de oferecer uma caracterização emocional a Bond, que permita com que os seus esforços tenham maior impacto nas suas tomadas de decisão e, consequentemente, na audiência que assiste. Mas através da posterior evolução da sua relação com Madeleine, esta resvala na mais óbvia forma de emocionalidade com que o vilão pode mais tarde ameaçar o protagonista.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div><div style="text-align: justify;">Esta revela-se igualmente uma (terceira) tentativa de realçar o envelhecimento e eventual irrelevância dos métodos clássicos associados à personagem, que <b><i>Skyfall </i></b>fez por voltar a apontar e, desde logo, corresponder –num género de exercício auto-referenciável da própria franquia e personagem, presa(s) (discutivelmente, após <b><i>Casino Royale</i></b>) a uma inevitável fórmula limitadamente renovável. </div><div style="text-align: justify;">Aqui, não se revela mais que uma série de novos apontamentos sobre o mesmo tema sem grande desenvolvimento, já que James nunca poderia deixar de ser o mais capacitado agente do MI6, sendo continuamente mais eficaz que a juventude (humana e tecnológica), mesmo com o joelho inoperável que parece comportar. Pois mesmo as diversas referências, seja do próprio ao seu estatuto profissional, ou à relevância e eventual passagem e herança do seu código numérico, parecem servir apenas de pequenas piadas referenciais, para o qual não ajudam diálogos genéricos como:</div><div style="text-align: justify;"><div><i>Safin - I've made you redundant.</i></div></div><div style="text-align: justify;"><i>Bond - Not as long as there are men like you in the world.</i>.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8zMcyERraALlSkdc2P-vTQFpf2Kwa_k-Wvqe-gRIPeorUuFEkgjr3tPjhiBGH-w0YJpnaM1Ei1I8qfjO83OzlAaJSLdVbx2fxK_pd6l6WEXEWY1a4k1tLHe6NBJsF3uJoJK6RbMZgTv4/s2048/MV5BMmU4YzJmN2EtZmQxMi00ZWI2LWE3N2QtMTljZjA4ZGUwOTQyXkEyXkFqcGdeQXVyMDM2NDM2MQ%2540%2540._V1_.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8zMcyERraALlSkdc2P-vTQFpf2Kwa_k-Wvqe-gRIPeorUuFEkgjr3tPjhiBGH-w0YJpnaM1Ei1I8qfjO83OzlAaJSLdVbx2fxK_pd6l6WEXEWY1a4k1tLHe6NBJsF3uJoJK6RbMZgTv4/w640-h426/MV5BMmU4YzJmN2EtZmQxMi00ZWI2LWE3N2QtMTljZjA4ZGUwOTQyXkEyXkFqcGdeQXVyMDM2NDM2MQ%2540%2540._V1_.jpg" width="640" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;">O que me leva a referir a personagem interpretada por Lashana Lynch que, no seu papel enquanto nova agente 00 e ao contrário da breve aparição de Paloma (Ana de Armas), acaba por não deixar uma impressão muito memoriosa. O seu único intuito acaba por ser, de forma claríssima, sugerir a extensão do titular papel para lá da personagem original. Objectivo que não se sente sequer meritoso, primeiramente pela quase irrelevância da personagem de Nomi no panorama geral da narrativa, presente mais como forma de contrariar as atitudes do envelhecido agente e, mais tarde, validar o seu legado.</div><div><div style="text-align: justify;">Até <b><i>Quantum of Solace</i></b>, com os seus diversos problemas circunstanciais, ofereceu-nos Camille, uma mulher com um merecido estatuto semelhante ao de Bond, onde não precisava de o contradizer, antes revelando-se sua igual, de forma alguma sexual, com um propósito próprio e com quem 007 acabava por trabalhar naturalmente para ambos atingirem os seus objectivos. Mostrava assim que, apesar do retorno dos filmes seguintes a alguns dos lugares comuns da personagem, é possível escrever agentes femininas cujo intuito não seja o de (se) rebaixarem (perante) a personagem de James Bond, antes de promoverem a sua própria agência em paralelo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É apreciado o distanciamento de <a href="https://www.imdb.com/name/nm0001877/" target="_blank">Hans Zimmer</a> das composições musicais constituídas de diversos sons electrónicos de <a href="https://www.imdb.com/name/nm0002353/" target="_blank">Thomas Newman</a> patentes nos dois anteriores filmes, inserindo-se em parte na linha da iconicidade que <a href="https://www.imdb.com/name/nm0003417/" target="_blank">David Arnold</a> ofereceu aos filmes da franquia desde a presença de <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000112/" target="_blank">Pierce Brosnan</a>. Chega mesmo a recuperar alguns reconhecíveis acordes das excepcionalíssimas composições musicais iniciadas em <b><i>Casino Royale</i></b>, reconhecíveis por exemplo no tema romântico aqui criado, o que permite uma mais ténue mas eficaz ligação com os primeiros filmes com Craig no comando. </div><div style="text-align: justify;">Ainda assim (talvez pela incorporação tardia do compositor na produção), não existem grandes momentos musicais de destaque, fora talvez a muito pontual reinterpretação do tema principal com trompas e semelhantes instrumentais de sopro, presente na icónica fuga com o Aston Martin DB5 que o agente conduz ao início, na fuga em Cuba ou na climática missão.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Todos estes pequenos factores acabam por se acumular no resultado final e contribuir para que este já não se sinta o mesmo James Bond que nos foi apresentado há quinze anos. Se parcialmente isso é propositado e algo inevitável, numa evolução emocional da personagem que se iniciou então e se estende continuamente há vários filmes, em vários outros aspectos sente-se apenas como mais um filme clássico de 007, um pouco distante da subtileza apresentada entretanto. Se a avaliação deste esforço cinemático parece inseparável da personagem que o conduz, a verdade é que não existe material suficiente para diferenciar este filme de tantos outros <i>blockbusters hollywoodianos</i>, apenas diferenciado pela nacionalidade dos protagonistas e elevado em momentos pela catártica despedida desta variação da personagem. </div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbG1AzwUPIe2j97N2QcoLUT9hqbSrLx8IHaGnGbvGD-71Zm9JO9t1Gda5M4ju69Ld3siY0Rh4N0iutCRoBSiS2FDIQ3DnHmd7PFt_qtB0fMuRyggN9seYFRGm2a58wwCvyeJPu3a1CKyDb/s1600-h/2.png" style="text-align: left;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5302060521542024482" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbG1AzwUPIe2j97N2QcoLUT9hqbSrLx8IHaGnGbvGD-71Zm9JO9t1Gda5M4ju69Ld3siY0Rh4N0iutCRoBSiS2FDIQ3DnHmd7PFt_qtB0fMuRyggN9seYFRGm2a58wwCvyeJPu3a1CKyDb/s320/2.png" style="height: 29px; width: 155px;" /></a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8yr9AJ-wk9z-ndu94o51OgFRo1xYtGCYZ5WuwbzTb7A7QP3wIv5qUljp0VnsZ-e6n4xSiBQOM1tCmeHZHVyZofTQe7b_toMI2BeeRjsgLzovaQ7c9o78kfELcSxYHUqpfI6JA0nJMCKA/s1920/B25_36024_RC.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="1920" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8yr9AJ-wk9z-ndu94o51OgFRo1xYtGCYZ5WuwbzTb7A7QP3wIv5qUljp0VnsZ-e6n4xSiBQOM1tCmeHZHVyZofTQe7b_toMI2BeeRjsgLzovaQ7c9o78kfELcSxYHUqpfI6JA0nJMCKA/w640-h426/B25_36024_RC.jpg" width="640" /></a></div>
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</div>Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-72220775337099522162021-09-27T01:04:00.002+01:002021-09-27T01:11:06.015+01:00Um Lugar Silencioso 2, por Eduardo Antunes<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<b>Título original</b>: <a href="https://www.imdb.com/title/tt8332922/">A Quiet Place Part II</a> (2020)</div>
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<b>Realização</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm1024677/?ref_=tt_ov_dr">John Krasinski</a></div>
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<b>Argumento</b>: John Krasinski</div>
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<b>Elenco</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm1289434?ref_=tt_cl_t_1">Emily Blunt</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm8075925?ref_=tt_cl_t_2">Millicent Simmonds</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm7415871?ref_=tt_cl_t_5">Noah Jupe</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0614165?ref_=tt_cl_t_3">Cillian Murphy</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0005023?ref_=tt_cl_t_6">Djimon Hounsou</a></div>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><a href="https://www.blogger.com/"></a><u></u><u></u><br />
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<div style="text-align: justify;">Como tantos outros casos, o sucesso do que se poderá considerar um relativamente pequeno empreendimento sob a forma de <b><i>A Quiet Place</i></b> levou à inevitável e talvez injustificada criação de uma sequela, no que se revelou um claro lucro dado o baixo orçamento patente no primeiro filme mas que acaba por não recapitular a novidade do primeiro, antes repetindo e tirando o efeito do mesmo.</div>
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<a name='more'></a><div style="text-align: justify;">De início, não poderia ter sentido um maior sorriso do que aquele que crescentemente se me esboçava à medida que assistia à cena inicial do filme, numa decisão acertada de aproveitar a oportunidade de ver este filme na versão que o cartaz acima clama para que vejamos. Pois é esse formato que melhor faz por destacar as capacidades que crescentemente Krasinski demonstra enquanto realizador e que maior impacto oferece aos eventos representados.</div><div style="text-align: justify;">O enfoque em elementos dramáticos que conhecemos do primeiro capítulo, ou em elementos que de maior forma nos enquadram a geografia dos eventos seguintes, a utilização ocasional do silêncio para impactar de maior forma os momentos que se seguirão, os planos contínuos que nos permitem manter a atenção nos diversos elementos em cena e guiar a nossa visão. Tudo elementos sem dúvida expectáveis para uma boa realização mas que ilustra um pensamento narrativo pensado e eficiente, na sua controlada aplicação neste género (e especificamente no início deste capítulo), conseguindo oferecer o impacto a uma cena em analepse para a qual sabemos não haver consequências para os protagonistas, ao mesmo tempo que faz por nos apresentar elementos narrativos relevantes ao filme em mãos, e traz expectativas para o que veremos seguidamente.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Rapidamente nos apercebemos, no entanto, do impacto que esse prólogo tem no restante filme, já que o que faz por aí nos demonstrar nunca será igualado ou superado, sequer narrativamente. Existe já uma repetição das mesmas rítmicas batidas, em que as cenas de tensão começam a perder o seu impacto, por revisitarem o mesmo número finito de cenários em que a questão do som enquanto sinalizador de perigo iminente é aplicável. Chegará sempre a um ponto em que um dos protagonistas fará um ruído que inicia a fuga seguinte, havendo muitas das vezes o surgimento de uma personagem no momento chave para resolver a situação, onde antes os cenários eram criados de forma às personagens chegarem a uma sua própria resolução. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQeSL7eHxgwX23bmYPkW3gGM_K-LS6ZQ-__6_glBrHAT6pI8LNeH0KZ9W3FkcGda6XKc3A6Rk2M1q0L2_hnvdJvsu4AMb8oHymBW7tFw2NpCdBnKtzTaHMYgwZCGGEWkrb8PJLa2GvzqY/s1280/AQP2-04327R-scaled.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQeSL7eHxgwX23bmYPkW3gGM_K-LS6ZQ-__6_glBrHAT6pI8LNeH0KZ9W3FkcGda6XKc3A6Rk2M1q0L2_hnvdJvsu4AMb8oHymBW7tFw2NpCdBnKtzTaHMYgwZCGGEWkrb8PJLa2GvzqY/w640-h426/AQP2-04327R-scaled.jpg" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mesmo no nosso eventual acompanhamento de três diferentes situações em simultâneo, com diferentes personagens em diferentes graus de perigo, uma dessas situações é potenciada por uma decisão insensanta de uma das personagens, não coadunável com o carácter que tem vindo a demonstrar até então, apenas para a criação de um momento de tensão de outra forma inexistente.</div><div style="text-align: justify;">E onde no original existe o gradual surgimento do potencial da "arma" descoberta, aqui já conhecemos os seus efeitos e, portanto, toda e qualquer tentativa de expectativa em relação à sua utilização perde-se no nosso conhecimento exacto da sua aplicação, que resulta mesmo na revisitação quase exactamente igual do final do filme anterior. Se o elemento essencial à experiência da premissa se torna redudante e desprovido do seu esperado impacto, pelo que poderemos esperar então?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Assim, da mesma forma é patente uma tentativa de expansão da ideia inicial e do universo subjacente, na ilustração das consequências dos eventos numa população obrigada a sobreviver por quaisquer meios necessários. Recebemos dicas de alguns grupos de pessoas desprovidas da sua humanidade, reduzidas à rotina de armarem engodos para que outras pessoas sejam apanhadas em seu lugar. Dicas que nunca resvalam para o restante argumento, onde nunca se tornam ameaça constante em paralelo às criaturas já conhecidas, apenas mais um inútil obstáculo, já que nenhuma personagem perece ou sofre consequências permanentes.</div><div style="text-align: justify;">E onde no acto final é-nos apresentado a noção de um pedaço de terra rodeado da substância que as criaturas não podem atravessar, finalmente um reduto onde o som é uma possibilidade sem receio de represálias, não é oferecido o tempo suficiente para saborearmos a calma antes da tempestade (qual exercício <i>hitchcokiano</i>), onde poderíamos acompanhar finalmente o assentamento das nossas personagens, sabendo a eventual e inevitável queda desse descanso, tendo em conta a premissa da narrativa que fatídicamente as assolaria.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Talvez Krasinski tenha ganho experiência no seu papel enquanto realizador, mas se veja ainda necessitado de maior experimentação e aprendizagem enquanto argumentista, onde as mãos extra do primeiro filme poderiam ter cooperado novamente para um foco mais claro, explícito, como o primeiro filme sabia delinear, através da âncora das quatro únicas personagens existentes. E se aqui os restantes membros da família são fixação suficiente para manter o nosso investimento emocional, caso haja um terceiro capítulo é necessário que a fórmula seja revista, de forma a não se tornar completamente estanque e desprovida do impacto que relembramos da nossa primeira ingressão neste universo. </div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjKKapPvTed_R4B7aYXXhrMM0SYypzKXblRjXu5TfBAaTob6PfFU3gXGp-KxBZp_T6RGtne_q8Um_wooM_fRq4Wfk-Xa5XnEJsOG7x4-aJVEBUwtNp6xpu3ZLYn19iNjscVwEWUe8t03NI/s1600-h/2,5.png" style="text-align: start;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5302060524084115490" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjKKapPvTed_R4B7aYXXhrMM0SYypzKXblRjXu5TfBAaTob6PfFU3gXGp-KxBZp_T6RGtne_q8Um_wooM_fRq4Wfk-Xa5XnEJsOG7x4-aJVEBUwtNp6xpu3ZLYn19iNjscVwEWUe8t03NI/s320/2,5.png" style="height: 33px; width: 155px;" /></a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrxbSQHvScaBL9-ctZNGlQ7ElMpiHeNt8XPcatMFzuP5K2eUoy9DrkzaDk8Kwg5QPXhIZ5HZfBzuiIUAT8VuFFUJUi-3I1ZEHH-yBO8Z_gRPCpvT1wty8WF-m1GxtArNF0D5x72zffzWw/s2048/MV5BMjI2YzJhY2MtZTJjNC00Yjc2LWEwMjgtMDA3ZjIzNjk0ZjM5XkEyXkFqcGdeQXVyODk4OTc3MTY%2540._V1_.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrxbSQHvScaBL9-ctZNGlQ7ElMpiHeNt8XPcatMFzuP5K2eUoy9DrkzaDk8Kwg5QPXhIZ5HZfBzuiIUAT8VuFFUJUi-3I1ZEHH-yBO8Z_gRPCpvT1wty8WF-m1GxtArNF0D5x72zffzWw/w640-h426/MV5BMjI2YzJhY2MtZTJjNC00Yjc2LWEwMjgtMDA3ZjIzNjk0ZjM5XkEyXkFqcGdeQXVyODk4OTc3MTY%2540._V1_.jpg" width="640" /></a></div>
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Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-19669049355078952002021-09-26T16:10:00.004+01:002021-09-26T16:15:15.756+01:00Os Dois Papas, por Eduardo Antunes<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://splitscreen-blog.blogspot.com/2021/09/os-dois-papas-por-eduardo-antunes.html" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1383" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZq1rqoTa4pExIWo1Zo7F8whqNTgZbrNqLGTW8kvh6xvt7txjV4btefhx0hwpS8T527gU5ZZMW7c6aTZleyV-y89E6BSSDKCUraFOU3L339Gxo6L2fOMju5eSiZCLM0W66PeeBUJ-S1KY/w432-h640/MV5BY2RiOTc1YmYtMDk0Yy00ZWI4LTgzN2YtYTg2ZDZmOGIwNTA1XkEyXkFqcGdeQXVyMTMxODk2OTU%2540._V1_.jpg" width="432" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><b>Título original</b>: <a href="https://www.imdb.com/title/tt8404614/" target="_blank">The Two Popes</a> (2019) <br /><b> Realização</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0576987/?ref_=tt_ov_dr">Fernando Meirelles</a><a href="https://www.imdb.com/title/tt8404614/fullcredits/director?ref_=tt_ov_dr_sm"></a><br /><b>Argumento</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0565026/?ref_=tt_ov_wr">Anthony McCarten</a><a href="https://www.imdb.com/title/tt8404614/fullcredits/writer?ref_=tt_ov_wr_sm"></a><br /><b> Elenco</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000164/?ref_=tt_ov_st">Anthony Hopkins</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000596/?ref_=tt_ov_st">Jonathan Pryce</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1375877/?ref_=tt_ov_st">Juan Minujín</a><br /> <br /><div style="text-align: justify;">Tentativa bem delineada de dar a conhecer de forma mais pessoal a relação entre duas pessoas que à partida não se permitem serem vistas como mais que marcos da instituição que representam, <b><i>The Two Popes</i></b> acaba por falhar na forma como pretende apontar os erros subjacentes ao surgimento da relação em causa.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<a name='more'></a><div>
<div style="text-align: justify;">Existe uma certa ousadia inicial na forma como Meirelles expõe as festividades de nomeação do supremo chefe da Igreja Católica, ilustradas como tal ao som de <i>Dancing Queen</i> dos ABBA, como uma coreografia previamente ensaiada de uma série de elementos burocráticos que, no fim, parecem retirar muito da suposta espiritualidade que deveria guiar as decisões em causa, elas próprias posteriormente questionadas pela própria relutância de Jorge Bergoglio.</div><div style="text-align: justify;">Mais não é, infelizmente, que um brevíssimo apontamento estilístico, onde até no final, que poderia ter exposto simetricamente a atitude do novo Papa nomeado <span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; text-align: left;">–</span>de rompimento com alguns dos pressupostos instituídos<span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; text-align: left;">–</span>, não é sequer retomado. Assim, apenas retiramos do final um tipificado discurso moralizante à luz de uma tão comum montagem de imagens documentais.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não encontramos aí o enfoque do argumento, antes na estranha amizade que acaba por surgir de duas tão diferentes personalidades. Uma das melhores cenas do filme é sem dúvida os momentos em que ambos se encontram na sala ao fim do primeiro dia do seu encontro, quando vemos Bergoglio na insistência do que o levou ali enquanto Joseph apenas tenta aproveitar os únicos momentos de uma rara e sincera paz, ainda assim conturbada pelas constantes dúvidas que o assomem. Demonstra o seu lado mais pessoal, humano, mais duvidoso do seu papel enquanto chefe ao momento da Igreja. Onde não vemos apenas a figura pública, os erros factuais enquanto tal, mas o(s) entendemos enquanto advindos de uma dissonância com a sua própria fé.</div><div style="text-align: justify;">E dessa forma, também se propõe libertar um pouco perante o seu irmão, ideologicamente distante mas mais próximo do que à partida julgara. Onde o seu amor pela música é exposto de forma mais admiradora, onde antes apenas se exteriorizava de forma reverencial, e onde ambos se possibilitam um primeiro passo à aproximação enquanto pontos opostos da mudança que vêem necessária.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNCyG9FWTP22cA_WUSOLVlK90BuGX1uH9-qwfgzOiviPs-pr8KZqnlFIxYPSupyKfTmzuEKV0P8mtC7u6363G5z-YuzHPxvC0M1LUr99jxR4bFQSc0OPrPiSbZHDpLn4EdKfJ3sn7WOWs/s2048/f42de6535d175a18489e8750406e.webp" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNCyG9FWTP22cA_WUSOLVlK90BuGX1uH9-qwfgzOiviPs-pr8KZqnlFIxYPSupyKfTmzuEKV0P8mtC7u6363G5z-YuzHPxvC0M1LUr99jxR4bFQSc0OPrPiSbZHDpLn4EdKfJ3sn7WOWs/w640-h426/f42de6535d175a18489e8750406e.webp" width="640" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mas fora as interpretações dos dois actores, que desta forma permitem que a narrativa vença precisamente no foco nestas duas pessoas (não por acaso o título dado ao filme), o mesmo perde repentinamente quando se extravia no seu meio ponto para uma particular opção narrativa. Uma alongada analepse onde vemos representada a inicial jornada de Jorge, que interrompe inteiramente a gradual relação de amizade que vemos a surgir entre os dois clérigos, na qual estamos inteiramente investidos e, mais, retira a si próprio o impacto que deveria ter na nossa percepção da complexa persona que Bergoglio pretende mostrar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Talvez preferível fosse que a história sobre o passado de Jorge tivesse sido contada ao início, em género de prólogo, sem conhecermos efectivamente de quem se tratava a personagem apresentada (oferecendo-se a nacionalidade como única pista necessária ao público) para que durante o filme esses eventos permanecessem presentes. Não apenas a narrativa em mãos se manteria num ritmo mais constante, mais, quando Bergoglio contasse a sua história a Ratzinger pelas suas próprias palavras, recordaríamos os eventos iniciais, agora de um ponto de vista mais pessoal, emocional, apenas ilustrado pela interpretação de Jonathan Pryce. Da forma como a narrativa se estrutura, por termos conhecimento à partida de quem se trata, julgamos os eventos passados pela pessoa que é ao presente, ao invés de podermos experienciar a surpresa de confrontarmos as algo questionáveis e fatídicas opções da juventude de Jorge com a sua actual posição.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ao seu fim, o filme ilustra as divergências nas convicções e epiritualidade entre os dois homens, e onde vituriosa e genuinamente consegue, apenas através de um puro diálogo entre ambos, demonstrar a humanidade inaparente de Ratzinger, já os questionamentos quanto às suas posições dentro da Igreja Católica perante as responsabilidades sociais da mesma, assim como algumas das dificuldades morais por que Bergoglio também passou, são realizadas de forma óbvia e ineficiente, sem a subtileza a que o realizador alude ao início e que faz por demonstrar com as duas essenciais interpretações.</div><div><div><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjKKapPvTed_R4B7aYXXhrMM0SYypzKXblRjXu5TfBAaTob6PfFU3gXGp-KxBZp_T6RGtne_q8Um_wooM_fRq4Wfk-Xa5XnEJsOG7x4-aJVEBUwtNp6xpu3ZLYn19iNjscVwEWUe8t03NI/s1600-h/2,5.png" style="text-align: left;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5302060524084115490" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjKKapPvTed_R4B7aYXXhrMM0SYypzKXblRjXu5TfBAaTob6PfFU3gXGp-KxBZp_T6RGtne_q8Um_wooM_fRq4Wfk-Xa5XnEJsOG7x4-aJVEBUwtNp6xpu3ZLYn19iNjscVwEWUe8t03NI/s320/2,5.png" style="height: 33px; width: 155px;" /></a></div><div><br /></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju0Et3OQh6IXebhnUr1SVMBf9krAv3TngUiIuh_LpD-FEmGVmheR2IweE2YijLp2m0LioeqNNRkXO9GoagCFlu5jaNVgMlsX7LWz2JDl0hORfVETCKI3QRho1PYm8mDfHVT183LdHweTc/s1600/20191212T1111-32503-CNS-MOVIE-REVIEW-TWO-POPES.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1066" data-original-width="1600" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju0Et3OQh6IXebhnUr1SVMBf9krAv3TngUiIuh_LpD-FEmGVmheR2IweE2YijLp2m0LioeqNNRkXO9GoagCFlu5jaNVgMlsX7LWz2JDl0hORfVETCKI3QRho1PYm8mDfHVT183LdHweTc/w640-h426/20191212T1111-32503-CNS-MOVIE-REVIEW-TWO-POPES.jpg" width="640" /></a></div></div></div>Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-41418034358056513292021-09-06T21:24:00.004+01:002021-09-06T21:25:28.941+01:00"The Green Knight" e "The Night House" no MOTELx 2021<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnRT8Uz1XVHh3KwtbZYmYDxJim4cqJkXKlivfetbW4zASii2Zrpe-sJib2aK4wV7_MRJqa0VPDJB8-U-GzYt2siAq3cm0ecJ2xhQe4Oee5zH02A2erio76x94CNN3J4DQZFFRDNRDrA8k/s905/poster-motelx-21-640x905.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="905" data-original-width="640" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnRT8Uz1XVHh3KwtbZYmYDxJim4cqJkXKlivfetbW4zASii2Zrpe-sJib2aK4wV7_MRJqa0VPDJB8-U-GzYt2siAq3cm0ecJ2xhQe4Oee5zH02A2erio76x94CNN3J4DQZFFRDNRDrA8k/w452-h640/poster-motelx-21-640x905.jpeg" width="452" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>
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O filme <b><a href="https://www.imdb.com/title/tt9243804/" target="_blank">The Green Knight</a></b>, a mais recente longa-metragem de <a href="https://www.imdb.com/name/nm1108007/?ref_=tt_ov_dr" target="_blank"><b>David Lowery</b></a>, será o filme de abertura do <b>MOTELx 2021</b>. O encerramento será feito com <b><a href="http://www.imdb.com/title/tt9731534" target="_blank">The Night House</a></b>, o mais recente filme de <a href="https://www.imdb.com/name/nm1410159/" target="_blank"><b>David Bruckner</b></a>, realizador de <b><a href="https://www.imdb.com/title/tt5638642/" target="_blank">The Ritual</a> </b>(2017).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Este ano, o MOTELx contará com diversos <i>slashers</i> com protagonistas femininas –nos quais se incluem <b><a href="https://www.imdb.com/title/tt0235198/" target="_blank">Audition</a>, </b>de Takashi Miike (1999) e <a href="https://www.imdb.com/title/tt0340855" target="_blank"><b>Monster</b></a>, de Patty Jenkins (2003)– que, em conjunto com a selecção para a competição oficial do MOTELX, pretende desconstruir a ideia generalizada de que o cinema de terror é composto de uma representação maioritariamente masculina.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A programação do festival também aproveita as seis décadas do início da Guerra Colonial assinaladas este ano como mote para a secção Quarto Perdido. Nesta, ir-se-á revisitar a trilogia inacabada sobre o Ultramar, do realizador <a href="http://www.imdb.com/name/nm0500758" target="_blank"><b>Joaquim Leitão</b></a> e produtor/argumentista <a href="https://www.imdb.com/name/nm0623025/" target="_blank"><b>Tino Navarro</b></a>, composta pelos filmes <b><a href="https://www.imdb.com/title/tt0209043" target="_blank">Inferno</a></b> (1999) e <b><a href="https://www.imdb.com/title/tt0829086" target="_blank">20,13 – Purgatório</a></b> (2006).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O <b>MOTELx 2021</b> decorrerá de 7 a 13 de Setembro, no Cinema São Jorge, em Lisboa.</div>
Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-82325860730501841112021-08-30T21:55:00.006+01:002021-09-26T16:14:04.170+01:00O Falcão e o Soldado do Inverno - Temporada 1, por Eduardo Antunes<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://splitscreen-blog.blogspot.com/2021/06/o-falcao-e-o-soldado-do-inverno-por.html" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1383" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEz012rX6d_3c-u6yet3-vvI4OO_tNQBEWSLvJvZyacQKm9oHoQCQG_cLzXMp-h4DyqXgR_iCvKNFc5cQAmElnE2xzthz5uvx47uE69PG9yNl0y_PxssqWpQHorL0TuZbBVuWzYo9tfeY/w432-h640/MV5BODNiODVmYjItM2MyMC00ZWQyLTgyMGYtNzJjMmVmZTY2OTJjXkEyXkFqcGdeQXVyNzk3NDUzNTc%2540._V1_.jpg" width="432" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both;">
<b>Título original</b>: <a href="https://www.imdb.com/title/tt9208876/">The Falcon and the Winter Soldier</a> (2021)</div>
<div>
<b>Criadores</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm1173259/?ref_=tt_ov_wr">Malcolm Spellman</a><br /><b>Elenco</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm1107001/?ref_=ttfc_fc_cl_t1">Anthony Mackie</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1659221/?ref_=ttfc_fc_cl_t2">Sebastian Stan</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm7210986/?ref_=ttfc_fc_cl_t4">Erin Kellyman</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0751518/?ref_=ttfc_fc_cl_t3">Wyatt Russell</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0117709/?ref_=ttfc_fc_cl_t8">Daniel Brühl</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0885840/?ref_=ttfc_fc_cl_t13">Emily VanCamp</a></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">A segunda série adjacente ao universo cinemático da Marvel pretende instaurar finalmente duas das suas personagens mais secundarizadas como passíveis de almejar o seu próprio projecto. Atingindo esse objectivo, fá-lo infelizmente através de fraca escrita, a qual foca os seus mais interessantes pontos narrativos apenas superficialmente, no que poderia ter sido uma arrojada serialização.</div>
<div style="text-align: justify;">
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<a name='more'></a><div>
<div style="text-align: justify;">Falcon é uma personagem bem desenvolvida agora, para lá da personalidade simétrica à de Steve Rogers. Sabemos o seu passado, conhecemos o seu contexto, a sua família, e serve mesmo de veículo para "responder" (ao menos, apontar) a certas questões relativas ao estatuto profissional destes defensores que provavelmente nunca consideraríamos no contexto destas histórias. Passa a ser uma personagem tridimensional, passando a audiência a entender mais profundamente porque Steve o via de facto como um companheiro e "herdeiro" à altura, para lá das brevíssimas interacções entre ambos nos poucos momentos em que contracenaram nos filmes.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mackie empenha-se na transposição do conflito interno desta personagem. Conflito não em relação às suas convicções, mas às decisões que toma ante as convicções de outros. Numa cena muito bem conseguida, na simplicidade e subtileza da sua encenação, Sam olha para o escudo, após ter sido manchado literal e figurativamente, e entendemos o peso que ele próprio sente por ter entregue aquele ícone a uma sorte que não conhecia. Não pelo escudo em si, mas pelo que ele representava, para lá dos EUA, dos valores implícitos por que Steve Rogers lutava. Antes, o peso de ter posto de parte o que Steve representava para ele e, mais, por sentir naquele momento que, de facto, quebrou a confiança do único que pôs a confiança em si, com a decisão que dissera ter achado a correcta.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJpGLKINNJCmEWnTJMVH-XgiizzcRLnvJ0iaJ3aqhHdit37U03bqo802jtVeGQQxgsD3mVKvHdG8dLtHWviJh5uocStTIsy5wlizdJ_-GJSePjBvbbBMGKxJaiP6H77Zv8mcK2NVEyzEU/s2048/tag-101-01763_r3-2-1-1.jpg" style="font-size: 16px; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJpGLKINNJCmEWnTJMVH-XgiizzcRLnvJ0iaJ3aqhHdit37U03bqo802jtVeGQQxgsD3mVKvHdG8dLtHWviJh5uocStTIsy5wlizdJ_-GJSePjBvbbBMGKxJaiP6H77Zv8mcK2NVEyzEU/w640-h426/tag-101-01763_r3-2-1-1.jpg" width="640" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;">E mais tarde, sendo lembrado da posição da sua etnia no país, fica talvez ainda mais claro porque ele deu o escudo ao governo. Talvez porque, mesmo acreditando na sua dignidade para empunhar o escudo, sabia inconscientemente que o país não o tomaria como tal. Questões que conseguimos levantar em grande parte pela interpretação de Anthony Mackie, grande e merecido suporte de toda a série, e que no final nos faz perceber que a sua opção de tomar o testemunho não passa por uma cumplicidade com o sistema governamental que tomou as decisões que levaram ali, mas antes uma forma de mudar a percepção do que significa aquele símbolo, do que pode ser o seu derradeiro legado. Que poderia ter sido o título da série. O legado do Capitão América.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Até porque, a meio da série, é-nos apresentado um novo "Cap", um escolhido pelo governo americano. Um verdadeiro herói ao típico olhar norte-americano, soldado veterano condecorado. Como que o ilustrando enquanto a escolha óbvia após Steve Rogers, preparando-nos para a inevitável falácia de tal afirmação. E no entanto, não sentimos a inteira dedicação às ideias propostas com essa decisão. Pois Walker é, desde a primeira cena, ilustrado como herói, especialmente por Lamar, sua constante companhia.</div><div style="text-align: justify;">E quando Walker utiliza o escudo num acto injustificado face a presença da personagem numa terra que não é a sua, deixando para o episódio seguinte o que julgamos passar a ser o verdadeira enfoque da série a partir de então, a situação é lidada através de um confronto corpo-a-corpo com os protagonistas, apenas para sinalizar a transição da posse do escudo para Falcon. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Existe um julgamento para Walker, mas nenhuma consequência parece definitiva. Os seus actos gritaram vergonha para o país, mas no final tem direito a empunhar o seu próprio fato (e alter-ego), na mesma sala onde lhe retiraram o título, apenas para ser transposto para o ecrã mais uma personagem das páginas desenhadas, mesmo que na presente história não se justificasse essa inclusão. Sai basicamente impune das acções extremas que tomou, quase redimido pela sua participação nos eventos finais lado a lado aos titulares protagonistas, e portanto torna-se evidente o seu papel como um obstáculo a ser ultrapassado e, depois, como sinal para inclusão futura noutras produções, e nunca como uma temática séria. E talvez bastasse não mais que um par de episódios para deixar marinar algumas destas ideias sem tão abrupta transição.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-54l8j3HhXgTJm4WJH4obHW48VbI3lqTtVkEeE77b9qhYt_epTLU1LnccV0k-arPbf7b0Wbg1sqEgGbD15tpC00tuuKXis2Rv7WBUZnmo7cwAHv5-p9beKTPTM1N6Yaqkn9cIwaLRFaU/s2048/screen_shot_2021-04-12_at_10.32.40_am.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1367" data-original-width="2048" height="428" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-54l8j3HhXgTJm4WJH4obHW48VbI3lqTtVkEeE77b9qhYt_epTLU1LnccV0k-arPbf7b0Wbg1sqEgGbD15tpC00tuuKXis2Rv7WBUZnmo7cwAHv5-p9beKTPTM1N6Yaqkn9cIwaLRFaU/w640-h428/screen_shot_2021-04-12_at_10.32.40_am.jpg" width="640" /></a></div></div><div style="text-align: justify;">Muito disto se denota pela própria escrita, em muitos momentos desajeitada, desde logo denotada em algumas interacções e diálogos que deixam uma sensação de embaraço, como se tivessem sido de alguma forma improvisadas pelos actores no momento, mas nunca de forma natural.</div><div style="text-align: justify;">E muitas vezes reconhecemos francamente a falta de subtileza na forma como ilustram os temas abordados. Como os milhentos enquadramentos aproximados do escudo, ou quando, aproximados mais do final, preparando-se Sam para empunhar o escudo, é tratado pelos sobrinhos pelo seu título familiar. "Uncle Sam"... Não ficam dúvidas para interpretação de que está em causa o legado que o Capitão América representa para o país, e o que paradigmaticamente significa a sua passagem para as mãos da personagem de Mackie, como, aliás, demonstra o óbvio discurso de Falcon no último episódio.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E, da mesma forma, ainda que nos dois últimos episódios a história se torne mais interessante pelas questões que levanta para e sobre as duas personagens titulares, toda a primeira parte sente-se bastante genérica, ainda que também questione algumas das mais interessantes consequências (sociais e políticas) deixadas em aberto pelas opções narrativas de <b><i><a href="https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwiy97q4u9nyAhVS3IUKHbSrCD8QFnoECBsQAw&url=https%3A%2F%2Fwww.imdb.com%2Ftitle%2Ftt4154796%2F&usg=AOvVaw3J8yZAQ-doAAl-PzMCKfRE" target="_blank">Avengers: Endgame</a></i></b>. Mas a criação de mais um punhado de revolucionários que lutam por uma causa justa, considerados no entanto terroristas pelo extremo das suas acções, acaba por invalidar o esforço de abordar os acertados argumentos dos antagonistas face governos que preferem circundar ou esconder os problemas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Assim, o segundo esforço televisivo da Marvel fica demarcado por uma forte tentativa de ilustrar novos protagonistas, entranhados no entanto numa série de opções narrativas que preferem anunciar brevemente os seus temas por entre sequências de acção, em vez de aproveitar a sua bem sucedida plataforma para transpor mais aprofundadamente temáticas relevantes, apesar das dicas nesse sentido. Preferem o meio termo, seguro mas descomprometido com as suas próprias opções argumentativas.</div>
</div><br />
<div style="text-align: justify;">
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: center; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; margin: 0px;">
<div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjKKapPvTed_R4B7aYXXhrMM0SYypzKXblRjXu5TfBAaTob6PfFU3gXGp-KxBZp_T6RGtne_q8Um_wooM_fRq4Wfk-Xa5XnEJsOG7x4-aJVEBUwtNp6xpu3ZLYn19iNjscVwEWUe8t03NI/s1600-h/2,5.png" style="font-size: medium; text-align: left;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5302060524084115490" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjKKapPvTed_R4B7aYXXhrMM0SYypzKXblRjXu5TfBAaTob6PfFU3gXGp-KxBZp_T6RGtne_q8Um_wooM_fRq4Wfk-Xa5XnEJsOG7x4-aJVEBUwtNp6xpu3ZLYn19iNjscVwEWUe8t03NI/s320/2,5.png" style="height: 33px; width: 155px;" /></a><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSCAIvS4WpD4T8zH_TqGOUUpCjVST2V3J6dopdLnfnY3HqHsjaclbbczt0WcjZhG5swnTxh1a1TItm61HnN7kc1iXRzfldhAZvcbTZbd5MiWKEbH6we5c3ljIu8YzvbqEg7ZJHxuQsBQE/s2048/MV5BYjgwNjljNzAtNjIyMi00MGYzLWEzNGEtNmFlYjMzODdlODJkXkEyXkFqcGdeQXVyMDM2NDM2MQ%2540%2540._V1_.jpg" style="font-size: medium; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSCAIvS4WpD4T8zH_TqGOUUpCjVST2V3J6dopdLnfnY3HqHsjaclbbczt0WcjZhG5swnTxh1a1TItm61HnN7kc1iXRzfldhAZvcbTZbd5MiWKEbH6we5c3ljIu8YzvbqEg7ZJHxuQsBQE/w640-h426/MV5BYjgwNjljNzAtNjIyMi00MGYzLWEzNGEtNmFlYjMzODdlODJkXkEyXkFqcGdeQXVyMDM2NDM2MQ%2540%2540._V1_.jpg" width="640" /></a></div></div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; margin: 0px;">
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Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-12017429772023373742021-05-09T00:12:00.007+01:002021-05-10T11:32:46.596+01:00Godzilla vs. Kong, por Eduardo Antunes<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://splitscreen-blog.blogspot.com/2021/05/godzilla-vs-kong-por-eduardo-antunes.html" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1365" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWkZURuBXCzvuXV24mgRf7gqhJ7On_Wf3DMd3w9pCbdfVxTBIalrIaDxfArJXEKO3CLvSaFG8As2UN9mjH9Vx1cCTcQxyiuDAL89usbwu22HlJ7iwsuAx9MPiQP6nZxov6BHDPXAUBYm8/w426-h640/12HUbpQRjvp7.jpeg" width="426" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><b>Título original</b>: <a href="https://www.imdb.com/title/tt5034838/">Godzilla vs. Kong</a> (2021) <br /><b> Realização</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm1417392/?ref_=tt_ov_dr">Adam Wingard</a><br /><b>Argumento</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0744429/?ref_=ttfc_fc_wr1">Terry Rossio</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1002424/?ref_=ttfc_fc_wr2">Michael Dougherty</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1296461/?ref_=ttfc_fc_wr3">Zach Shields</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm3069408/?ref_=ttfc_fc_wr4">Eric Pearson</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1440919/?ref_=ttfc_fc_wr5">Max Borenstein</a><br /><b>Elenco</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm10544447?ref_=tt_cl_t_11">Kaylee Hottle</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0356017?ref_=tt_cl_t_3">Rebecca Hall</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0002907?ref_=tt_cl_t_1">Alexander Skarsgård</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm3109964?ref_=tt_cl_t_4">Brian Tyree Henry</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm5611121?ref_=tt_cl_t_2">Millie Bobby Brown</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0065007?ref_=tt_cl_t_10">Demián Bichir</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm2555462?ref_=tt_cl_t_6">Eiza González</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm5421877?ref_=tt_cl_t_7">Julian Dennison</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0151419?ref_=tt_cl_t_9">Kyle Chandler</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1040419?ref_=tt_cl_t_5">Shun Oguri</a><br /> <br /><div style="text-align: justify;">Este seria a recomendação indicada para regressar às salas de cinema, num aproveitamento da escala do conflito patente no título que, de outra forma, não seria tão bem experienciada. E no entanto, prefiro resistir à recomendação de assistir a este filme, seja de que forma for, já que a apreciação por parte do público está dependente da sua aceitação do restante deambular por idióticas situações e personagens.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<a name='more'></a><div><div><div>Apesar do seu longo historial desde os primórdios do cinema, houve uma avalanche, durante a década de 1990, de uma série de filmes americanos focados em largos desastres causados por forças da natureza internas ou externas ao nosso planeta. Se alguns buscavam alguma seriedade na forma como emolduravam tais premissas, na procura de algum drama humano (veja-se <a href="https://www.imdb.com/title/tt0118928"><b><i>Dante's Peak</i></b></a> ou <a href="https://www.imdb.com/title/tt0120647/"><b><i>Deep Impact</i></b></a>), a maioria reconhecia o absurdo das situações propostas e, assim, sabia fixar-se no tom certo para contar a sua narrativa. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Filmes como <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt0120591/">Armageddo</a><a href="https://www.imdb.com/title/tt0120591/">n</a></i></b> ou <a href="https://www.imdb.com/title/tt0116629/"><b><i>Independence Day</i></b></a> procuravam a aceitação do público pelo puro entretenimento, cujo <i>"Welcome do Earth"</i> que <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000226/" target="_blank">Will Smith</a> expressa ao esmurrar um alienígena será, para mim, o mais elevado sinal desse entendimento. Na simplicidade das suas narrativas e na iconicidade dos seus visuais e carismáticos protagonistas, permitiram-se estes filmes manter-se, ainda hoje, revisitáveis e apreciáveis, para lá da sua qualidade cinematográfica. </div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Será talvez a partir dos anos 2010 que este tipo de filmes começa a enquadrar quaisquer eventos narrativos numa tentativa de explicitar seriamente as lógicas subjacentes, justifique-se ou não face a história contada. Talvez em parte por o público, dada a larga oferta de semelhantes filmes, não manter já um olhar desatento perante as disparatadas falhas que, muitas vezes, nos pedem que ignoremos, é mesmo a sequela de <b><i>Independence Day</i></b> (vinte anos depois do original e pelo mesmo realizador) refém desta tentativa de introduzir forçadamente conceitos aparentemente mais modernos e complexos e de justificar cada escolha narrativa.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Foi esta tendência que imediatamente passou pela minha mente, à medida que testemunhava o filme e, assim, reconhecia a incoerência subjacente a tal atitude. Pois, se os eventos retratados reconhecem o exagero da premissa, da mesma forma encontram o mais caótico emaranhamento de lógicas e explicações para chegar às situações ilustradas. </div><div style="text-align: justify;">Não será isto mais óbvio que a meia hora do final do filme, onde, dirijindo-se Godzilla a Hong Kong, enquanto o símio gigante se encontra no centro da terra –cuja viagem requiriu já diversas explicações tecnológicas para transpor os desnecessários obstáculos impostos–, pára Godzilla a sua demanda para abrir um buraco directamente até ao centro da terra (e, convenientemente, aonde Kong se encontra), para possibilitar rapidamente o regresso do símio que permita a segunda luta entre as duas criaturas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O maior pecado é conseguirmos reconhecer situações mais simples em que poderíamos expor estas criaturas no mesmo conflito. Bastaria a competição entre duas forças da natureza pelo seu lugar enquanto predador alfa para justificar o encontro (sem necessitar de explicar a ancestralidade de Kong). Em face da volatilidade do comportamento destas criaturas, a própria humanidade ver-se-ia necessitada de entrar em jogo para se afastar da potencial extinção. Conceitos aqui referidos, mas escondidos por trás de uma colectânea de ligações ancestrais entre as duas espécies e da simplória vilania dos humanos.</div><div><br /></div><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9sN5vBfNIRksWtduw-a6SCxjUGA3XBTfW_3AUuDCquq2aSpofZpP_mIUM4cov2NK0TJdKe3jSqvfAmjYHnMXgPqdfd5WF9B30T744fnEodp4aqA11x8aCR5IQB0k8B_VNu71GWU92esQ/s2048/24d36c7cb0bbab2b076e2a5459d61dbf.jpg"><img border="0" height="420" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9sN5vBfNIRksWtduw-a6SCxjUGA3XBTfW_3AUuDCquq2aSpofZpP_mIUM4cov2NK0TJdKe3jSqvfAmjYHnMXgPqdfd5WF9B30T744fnEodp4aqA11x8aCR5IQB0k8B_VNu71GWU92esQ/w640-h420/24d36c7cb0bbab2b076e2a5459d61dbf.jpg" width="640" /></a><br /><br /><div style="text-align: justify;">Mesmo o segundo confronto entre as criaturas poderia ter-se passado na terra de origem de Kong, local onde o mesmo estaria em vantagem, em vez de criar situação tão dispendiosa para justificar o encontro em Hong Kong. Faria até mais sentido a presença deste território aqui apresentado sem anterior introdução (em vez de levianamente ilustrar as lutas por entre territórios urbanos onde, em fundo, sempre se vêem pessoas mas nunca se vêem as consequências a essa escala).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #cc0000;">[<i>Spoilers</i>]</span></b> Até no final, para o instrumento de união entre as duas criaturas, que podia ter sido uma simples criação robótica cuja inteligência artifical ganhava autonomia, são criados mecanismos tão complexos quanto idiotas, sendo Mechagodzilla gerado através de ligações neuronais com um crânio de um outro titã morto e sendo a sua fonte de energia transferida remotamente do centro da terra (?!), tudo explicado com uma seriedade tal como se de uma explicação plausível efectivamente se tratasse. <span style="color: #cc0000;"><b>[/Fim de <i>spoilers</i>]</b></span></div><div style="text-align: justify;">Fica, assim, o filme, necessitado de criar situações secundárias apenas para justificar as que queremos efectivamente ver, esperando aborrecidamente cada quarenta minutos pelos escassos momentos de épica luta.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div>E mesmo essas lutas, na contratação de novo realizador com mera experiência em filmes de terror (como no seu antecessor <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt3741700/" target="_blank">King of the Monsters</a></i></b>), carecem da escala que alguém especializado na visualização de tamanhos efeitos visuais consegue impregnar. </div><div>O enquadramento da câmara, que se move à medida que os próprios monstros "filmados" também o fazem, ou se encontra demasiado próxima dos mesmos, não compreende a escala de como estes devem ser vistos. Pois, em vez de os ilustrar de um ponto de vista humano ou, ao contrário, enquadrá-los inteiramente nas dimensões do ecrã, vemos maioritariamente partes corporais e destroços em cortes sucessivos que, ao fim de algum tempo, mais se assemelha a ruído visual que a um combate entre titãs. Até Godzilla, que em 2014 era a lenta mas inescapável onda de destruição, corre agora como se o seu tamanho não fosse factor a considerar.</div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Fora isso, se existe algum (mínimo) esforço em oferecer um historial às inúmeras personagens humanas que enchem o ecrã, da mesma forma nunca existe tempo (ou vontade) de sequer as conhecermos –para lá da jovem Jia (Kaylee Hottle), melhor e mais desperdiçada presença.</div><div style="text-align: justify;">A absurdidade da personagem de Brian Tyree Henry, indivíduo que tenta oferecer uma nervosa credibilidade às mais fantasiosas teorias da conspiração e que não deixa de expressar as mais invejáveis habilidades enquanto engenheiro e pirata informático, é a que mais nos aproxima de algo como a personagem de <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000156" target="_blank">Jeff Goldblum</a> no ataque extraterrestre de 1996. No entanto, é tão esporádica e desnecessária a sua presença, numa linha secundária cuja trama o próprio Rei dos Monstros exporia mais tarde, que pelo meio das restantes personagens tão seriamente escritas se perde a sua sincera ingenuidade. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A própria música de <a href="https://www.imdb.com/name/nm0432725/" target="_blank">Tom Holkenborg</a> é vítima desta dissonância tonal, onde a grandiosidade transposta por cada faixa musical colide agressivamente com o posto no ecrã. O reconhecimento de um tom épico, onde cada nota do "refrão" explode incessantemente nos nossos ouvidos, acaba por perder o impacto, quando é mesmo utilizado durante a saída de um grupo de pessoas de uma nave, enquanto Kong se senta num trono. É a continuação do anterior trabalho de <a href="https://www.imdb.com/name/nm0566970/" target="_blank">Bear McCreary</a>, mas aqui exaustivamente aplicado.</div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nem na simplicidade da sua premissa consegue esta experiência justificar-se, antes tendo o seu público que passar por um argumento francamente aborrecido e excessivo para testemunhar os escassos momentos que não justificam sequer a deslocação a uma sala de cinema. Não passa de mais um enémiso caso de uma experiência que não sabe procurar o tom dos seus antigos congéneres nem sobressair dos mesmos e de tantos outros semelhantes. Aqui, até aparenta esgotar as hipóteses deste universo, na sequência do(s) filme(s) de que é sequela, não ficando claro como poderá daqui avançar. Talvez seja altura de revisitar as suas melhores inspirações e não oferecer o tempo a tão fracas tentativas de modernização.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div><div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilsdd7ubvirxdHwUk3lJARgAwWr3tVj9fUoAuLmQeQ2Sk8X8rhyphenhyphen4j9pJF1om_bOSucuoTlUF0THhNIotBdIPbJIY3PaT9pbRFFsbSbFCERQ3L4nBDtsZY2zsyR1FV_vP5se4No1FSZKUCs/s1600-h/1.png" style="text-align: left;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5302060515599090706" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilsdd7ubvirxdHwUk3lJARgAwWr3tVj9fUoAuLmQeQ2Sk8X8rhyphenhyphen4j9pJF1om_bOSucuoTlUF0THhNIotBdIPbJIY3PaT9pbRFFsbSbFCERQ3L4nBDtsZY2zsyR1FV_vP5se4No1FSZKUCs/s320/1.png" style="height: 29px; width: 155px;" /></a></div><div><br /></div></div><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy5lACuO_urdBOcUngikGHy6uY8E45HeG1NeSjCBDdwzxF1yNXrb-K7aTUfTavEriTfGqyPZD47JcJLc1tqnNohVDu_cJIjSxcFaP2ctpfoIhYgJxTstRJouWV6dsahm5viATEPLHOBfQ/w640-h427/judy-reyess-new-glorious-empire-screenplay.jpg" /></div></div>Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-73563630472264798372021-04-26T16:07:00.002+01:002021-05-07T11:42:36.142+01:00Primeiro trailer para "West Side Story" de Steven Spielberg<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7z_oZ-d3ID2jodTN940thyphenhypheng-ncJPahcjv92Svof5mkxT_WWX62D4hEFXtZYeKB7BR9i2nXnG28I5J7vjSwPwBryG3ILPxkgHMelZiRpd0r78RUFKQWPdlAylBSmOJU0uv00KPM9SjKM4/s2048/9rxc57dy3cv61.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1382" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7z_oZ-d3ID2jodTN940thyphenhypheng-ncJPahcjv92Svof5mkxT_WWX62D4hEFXtZYeKB7BR9i2nXnG28I5J7vjSwPwBryG3ILPxkgHMelZiRpd0r78RUFKQWPdlAylBSmOJU0uv00KPM9SjKM4/w270-h400/9rxc57dy3cv61.jpg" width="270" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><div style="text-align: justify;">Foi lançado o primeiro <i>trailer </i>para <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt3581652/" target="_blank">West Side Story</a></i></b>, nova adaptação pelo realizador <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000229" target="_blank"><b>Steven Spielberg</b></a> da história do musical da Broadway estreado em 1957. Esta não é a primeira adaptação cinematográfica do homónimo musical, tendo sido previamente adaptado há sessenta anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
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<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/apXQfOH57Lw" width="560"></iframe>
</div>
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<div>A história é originalmente inspirada na peça <i>Romeu e Julieta</i>, de Williams Shakespeare, acompanhando dois adolescentes apaixonados, pertencentes a gangues rivais nova-iorquinos, cuja relação contribui para uma forte e trágica tensão entre os seus respectivos grupos de amigos. Esta adaptação é protagonizada por <b><a href="https://www.imdb.com/name/nm5052065" target="_blank">Ansel Elgort</a></b> (<b><i>Baby Driver</i></b>, <b><i>The Fault in Our Stars</i></b>) e <b><a href="https://www.imdb.com/name/nm10399505" target="_blank">Rachel Zegler</a></b> no seu papel de estreia.</div><div>
<b><br /></b><b>West Side Story</b> estreia nos Estados Unidos no dia 10 de Dezembro de 2021.</div>
</div>Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-76988019879034898572021-04-26T15:02:00.004+01:002021-05-07T11:43:07.056+01:00"Nomadland" vence Melhor Filme, Melhor Realizadora e Melhor Actriz Óscares 2021<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQppkUE7c59wiQYg2du-XxoxL6e4ivpCvPQy8xZnjInpv93IhdH9Ya8Z6DyVkeyD_duzZma-Pj6CGeKqb4ocoZULv8pzwuVPdCKlB8c82QwNRA8dITKmPz9LbzrLTT5n4QmbVlExtwiL71/s1600/Capturar.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="178" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQppkUE7c59wiQYg2du-XxoxL6e4ivpCvPQy8xZnjInpv93IhdH9Ya8Z6DyVkeyD_duzZma-Pj6CGeKqb4ocoZULv8pzwuVPdCKlB8c82QwNRA8dITKmPz9LbzrLTT5n4QmbVlExtwiL71/s400/Capturar.JPG" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
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<div style="text-align: justify;">Face um ano de especiais particularidades, a aparente menor oferta de filmes acabou por ilustrar títulos não tão apoiados pelos estúdios. Dentro desses, <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt9770150/">Nomadland</a></i></b> acabou por ser a boa surpresa do evento, não apenas arrecandando o Óscar de Melhor Filme, como também oferecendo o reconhecimento à sua realizadora <a href="https://www.blogger.com/#"><b>Chloé Zhao</b></a>. Torna-se, assim, a sétima realizadora a ser nomeada na história dos Óscares (este ano a par com <b><a href="https://www.imdb.com/name/nm2193504/" target="_blank">Emerald Fennell</a></b> por <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt9620292/" target="_blank">Promising Young Woman</a></i></b>), assim como a segunda mulher a ganhar o prémio e a primeira de origem asiática.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><a href="https://www.imdb.com/title/tt10618286/"><b><i>Mank</i></b></a>, filme do realizador <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000399/" target="_blank"><b>David Fincher</b></a> sobre o argumentista de <i>Citizen Kane</i>, Herman Mankiewicz, parecia ser o favorito da academia, dada a sua temática reflectiva da própria indústria do cinema, tendo arrecadado um total de 11 nomeações, incluindo Melhor Filme e Melhor Realizador. Apesar disso, acabou por ganhar apenas em duas categorias técnicas, de Design de Produção e Fotografia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Desta forma, este ano acabou por ser uma oportunidade para o reconhecimento de filmes menos sonantes e, particularmente, maior representatividade e visibilidade para profissionais perante a falta de oferta igualitária de oportunidades na indústrica cinematográfica. Esperemos que esta continue a significar uma mudança de paradigma, e não apenas uma momentânea adaptação às cada vez maiores e positivas reinvidicações.</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Filme</span></b></div>
<div style="text-align: start;">
<b><i>Nomadland</i></b></div>
<div style="text-align: start;">
<br /></div>
<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Realizador</span></b></div>
<div style="text-align: start;"><div><b>Chloé Zhao</b> por <b><i>Nomadland</i></b></div>
<b><i><br /></i></b></div>
<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Actor</span></b></div>
<div><a href="https://www.imdb.com/name/nm0000164/"><b>Anthony Hopkins</b></a> em <a href="https://www.imdb.com/title/tt10272386/"><b><i>The Father</i></b></a></div>
<div style="text-align: start;">
<br /></div>
<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Actor Secundário</span></b></div>
<div><b><a href="https://www.imdb.com/name/nm2257207/" target="_blank">Daniel Kaluuya</a></b> em <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt9784798/" target="_blank">Judas and the Black Messiah</a></i></b></div>
<div style="text-align: start;">
<br /></div>
<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Actriz</span></b></div>
<div style="text-align: start;">
<b><a href="https://www.imdb.com/name/nm0000531" target="_blank">Frances McDormand</a></b> em <b><i>Nomadland</i></b></div>
<div style="text-align: start;">
<br /></div>
<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Actriz Secundária</span></b></div>
<div style="text-align: start;">
<b><a href="https://www.imdb.com/name/nm0950926/" target="_blank">Yuh-Jung Youn</a></b> em <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt10633456" target="_blank">Minari</a></i></b></div>
<div style="text-align: start;">
<br /></div>
<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Argumento Original</span></b></div>
<div style="text-align: start;"><b>Emerald Fennell</b> por <b><i>Promising Young Woman</i></b></div>
<div style="text-align: start;">
<br /></div>
<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Argumento Adaptado</span></b></div>
<div style="text-align: start;">
<b><a href="https://www.imdb.com/name/nm0358960/" target="_blank">Christopher Hampton</a></b> e <b><a href="https://www.imdb.com/name/nm1725469/" target="_blank">Florian Zeller</a></b> por <b><i>The Father</i></b></div>
<div style="text-align: start;">
<br /></div>
<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Filme de Animação</span></b></div>
<div style="text-align: start;">
<b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt2948372/" target="_blank">Soul</a></i></b></div>
<div style="text-align: start;">
<br /></div>
<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Filme Estrangeiro</span></b></div>
<div style="text-align: start;"><div><b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt10288566/" target="_blank">Another Round</a></i></b></div></div>
<div style="text-align: start;">
<br /></div>
<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Documentário</span></b></div>
<div style="text-align: start;">
<b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt12888462/" target="_blank">My Octopus Teacher</a></i></b></div>
<div style="text-align: start;">
<br /></div>
<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Curta de Animação</span></b></div>
<div style="text-align: start;">
<b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt11768948/" target="_blank">If Anything Happens I Love You</a></i></b></div>
<div style="text-align: start;">
<br /></div>
<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Curta</span></b></div>
<div style="text-align: start;">
<b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt13472984/" target="_blank">Two Distant Strangers</a></i></b></div>
<div style="text-align: start;">
<br /></div>
<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Curta Documental</span></b></div>
<div style="text-align: start;">
<b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt11643154/" target="_blank">Colette</a></i></b></div>
<div style="text-align: start;">
<br /></div>
<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Montagem</span></b></div>
<div style="text-align: start;"><a href="https://www.imdb.com/title/tt5363618/" style="font-style: italic; font-weight: bold;" target="_blank">Sound of Metal</a></div>
<div style="text-align: start;">
<br /></div>
<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Fotografia</span></b></div>
<div style="text-align: start;">
<b><a href="https://www.imdb.com/name/nm0582081/" target="_blank">Erik Messerschmidt</a></b> por <b><i>Mank</i></b></div>
<div style="text-align: start;">
<br /></div>
<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Banda Sonora Original</span></b></div>
<div><b><a href="https://www.imdb.com/name/nm0722153/" target="_blank">Trent Reznor</a></b>, <b><a href="https://www.imdb.com/name/nm1589604/" target="_blank">Atticus Ross</a></b> e <b><a href="https://www.imdb.com/name/nm4456022/" target="_blank">Jon Batiste</a></b> por <b><i>Soul</i></b></div>
<div style="text-align: start;">
<br /></div>
<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Canção Original</span></b></div>
<div style="text-align: start;">
“Fight For You”, de <b><i>Judas and the Black Messiah</i></b></div>
<div style="text-align: start;">
<br /></div>
<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Guarda-Roupa</span></b></div>
<div style="text-align: start;">
<b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt3281548" target="_blank">Little Women</a></i></b><br />
<br /></div>
<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Maquilhagem e Cabelo</span></b></div>
<div style="text-align: start;">
<b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt10514222/" target="_blank">Ma Rainey's Black Bottom</a></i></b></div>
<div style="text-align: start;">
<br /></div>
<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Design de Produção</span></b></div>
<div style="text-align: start;">
<b><i>Mank</i></b></div>
<div style="text-align: start;">
<br /></div>
<div style="text-align: start;">
<b><span style="color: #660000;">Melhor Som</span></b></div>
<b><i>Sound of Metal</i></b></div><div><b><i><br />
</i></b><div><b><span style="color: #660000;">Melhores Efeitos Visuais</span></b></div>
<div style="text-align: start;">
<b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt6723592/" target="_blank">Tenet</a></i></b></div>
</div>
</div>
Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-84124318969035817512021-04-25T00:15:00.029+01:002021-09-26T16:14:00.462+01:00#ReleaseTheSnyderCut. ou Como (fingir que) Nos Preocupamos Com A Criação<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://splitscreen-blog.blogspot.com/2020/05/releasethesnydercut.html" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1778" data-original-width="1200" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCRM-r4uNI0mL868qZ9zWYt9YqwxGxgnwf6uLOH_bB3gvr4qgrRFz-LY8bqZT448qXMKqlDFUTzwlyRwkgtkZNx7OZSNt2rnIoyThzw8q91WCZL9ReLMYdxYGVGX7nHVcJTP8HPpWDNrQ/w432-h640/PROJECT_166_Teaser_Art__3_Final___Vertical_27x40.jpg" width="432" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Servirá esta minha alongada apreciação, visto este filme servir como finalizar do que seria o primeiro acto de um universo iniciado dois filmes antes, como uma crítica retrospectiva à visão contínua e particular do realizador em causa, presente nesta trilogia não oficial e, de alguma forma, ao suposto movimento #ReleaseTheSnyderCut, previamente a uma crítica especificamente direccionada à versão original de <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt12361974" target="_blank">Justice League</a></i></b> que nos foi possibilitada finalmente visionar. </div></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a name='more'></a></div>
<div style="text-align: center;"><b>PARTE 1</b></div><div style="text-align: center;"><b>"(...) contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era bom"</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">
Este lançamento oferece a oportunidade de ter acesso a uma suposta visão originária do criador à frente do título após os problemas nos bastidores da sua filmagem, criando da mesma forma uma interessante oportunidade comercial perante os estúdios que desde os primórdios do cinema nunca se souberam comprometer com uma visão coerente sobre os seus lançamentos cinematográficos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Pois será generalizadamente preferível os realizadores poderem expressar a sua visão artística conforme pretendido, independentemente dos resultados esperados. No entanto, entende-se a decisão do presente lançamento como forma de capitalizar a situação, perante uma multidão eficazmente expressiva através das redes sociais, pela possibilidade de contribuirem com uma subscrição monetária, e nunca por um sentido de oferecer a oportunidade de visualizar o que acreditam ser um produto de maior ou menor qualidade.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O problema aqui não será a resposta aos supostos fãs, mas a atitude permanente de drástica reacção por parte dos estúdios relativamente à recepção crítica (entenda-se antes, comercial) dos seus filmes. Face a recepção generalizadamente negativa ao filme anterior, os estúdios da Warner Bros. decidiram-se a fazer mudanças drásticas a <b><i>Justice League</i></b>. Ainda que a tragédia pessoal na família de <a href="https://www.imdb.com/name/nm0811583/" target="_blank">Zack Snyder</a> possa ter sido factor relevante na forma como os eventos em torno da produção do filme se desenrolaram, já antes do afastamento e substituição do realizador parecia haver um afunilamento e limar de aspectos em que os executivos não reviam um retorno monetário suficiente, fosse na inclusão de elementos que achavam ir de encontro aos apetites da esperada audiência, fosse na resposta directa a problemas anteriormente apontados.</div><div style="text-align: justify;">Torna-se particularmente estranha esta posição por parte dos estúdios, já que a anterior experiência cinematográfica do realizador seria já prova suficiente daquilo com que poderiam contar. <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt0416449" target="_blank">300</a></i></b>, <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt0409459" target="_blank">Watchmen</a></i></b> –e certamente de forma ainda mais clara, <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt0978764" target="_blank">Sucker Punch</a></i></b>– ilustram bem todo o percurso do realizador, onde o estilo suplanta sempre qualquer pretendida (ou desejável) substância no argumento, pelo que as decisões em torno deste filme se justificam ainda menos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Perante isso, o facto dos próprios actores e realizador terem entrado no movimento suprarreferido demonstra a vontade de fazer face às idiossincrasias empresariais que em nada parecem valorizar a visão artística, talvez em parte por crerem que a expressão das personagens representadas era a melhor na versão que agora recebemos. </div><div style="text-align: justify;">Mas impõe-se aqui a verdadeira questão, onde o suporte desse movimento não transparece tanto a preocupação devida pela expressão artística em geral, mas antes pela perversão dos actos perante o realizador. Assim, não é dada tanta importância ao filme em si, antes ao seu criador, em aproveitamento de um movimento já com bastante seguimento nas redes de comunicação mais aparatosas. Mesmo o realizador, utilizando uma menos ostensiva rede de comunicação, aproveitou (mais ou menos conscientemente) a própria exclusividade das suas postagens como objecto de notícia. Por não ser tão largamente difundida, a expectativa na procura por notícias do autor justificava a maior visibilidade que, posteriormente, criaria.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilnjigZupO21aw0kpzkNhKUhb9mtH63zUTwGmx99yhoy7tfZAlP2tKCOHN7baQxaPUu70rnLL7j78vpzENngxdtuGvAn-05OMYpDeAHUnUG5vJ2bMpS4zQRmk5FiT1qg9afDYdnxxQTTY/s710/c2e4ec16eabf969783797544523b97bd66cdd050.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="710" data-original-width="600" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilnjigZupO21aw0kpzkNhKUhb9mtH63zUTwGmx99yhoy7tfZAlP2tKCOHN7baQxaPUu70rnLL7j78vpzENngxdtuGvAn-05OMYpDeAHUnUG5vJ2bMpS4zQRmk5FiT1qg9afDYdnxxQTTY/w338-h400/c2e4ec16eabf969783797544523b97bd66cdd050.jpg" width="338" /></a></div></div><br /><div style="text-align: justify;">Mais, nunca nas diversas entrevistas sobre os seus três filmes em redor das personagens da DC revelou Snyder apreciação pelos fãs das personagens, mas antes e apenas pelos seus próprios, chegando a referir a confiança no bom gosto dos seus apoiantes. Foi, assim, revelando uma clara auto-comiseração, revelada pela sua própria arte, num ciclo viciado e vicioso, onde os fãs justificam a pretensão e excentricidade do autor que, por sua vez, justifica o apoio incondicional e (preferencialmente) acrítico dos primeiros.</div><div style="text-align: justify;"><div>Assim, os problemas de Snyder, que seriam apontados a qualquer outro, são por alguma razão perdoados a este por muitos dos que seguem o seu recente currículo. Será certamente porque se tornou ele próprio um símbolo auto-criado de injustiça, referindo a iníqua situação em tantas convenções. Como se o estado em que se encontrou não fosse o mesmo de tantos outros realizadores que, muitas vezes, nem sequer têm a liberdade e chance de serem postos na posição em que Snyder foi posto, seja com os seus empreendimentos iniciais ou a partir do momento em que encontra <a href="https://www.imdb.com/name/nm0634240/" target="_blank">Christopher Nolan</a> a apoiá-lo.</div><div><br /></div>
Mas, argumentativamente, tudo isto não interessará para uma apreciação do referido filme como peça isolada, ainda que o mesmo não possa nem deva ser apreciado na sua totalidade para lá da sua contextualização. Numa procura de objectividade na discussão do mesmo, ganhará mais importância um determinado filme no contexto específico em que surja, ou será o mesmo irrelevante caso teça implicações intemporais (ou, ao invés, sequer alguma).</div><div style="text-align: justify;">Sabemos, neste caso, que inevitavelmente nunca será o filme apreciado por si só, mais que por todo o polémico percurso até ao seu lançamento, como a própria publicidade oficial que no início utilizei pretende sempre relembrar. Percurso esse que, no final, não passa de uma série de semelhantes decisões corporativas das quais tantos outros realizadores são igualmente "vítimas" (para lá de quaisquer particularidades pessoais). Ainda assim, não me impedirá que, após tudo isto, procure essa mesma objectividade, numa primeira fase em torno da visão geral dos filmes e personagens e, seguidamente, do filme que traz a esta discussão, em jeito de construção de actos subsequentes ao meu discurso.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>PARTE 2</b></div><div style="text-align: center;"><b>Pretensões (ir)realistas</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div>Muitos falam do descontrutivismo [das temáticas subjacentes a estes mitológicos seres da modernidade] a partir do qual Snyder trabalha estes seus filmes, talvez numa pressuposta continuidade do que trabalhara com <b><i>Watchmen</i></b> antes. Mas enquanto na história original de <i>Watchmen –</i>e mesmo em <i>The Dark Knight Returns</i> que lhe serviu de (aparente) inspiração– o desconstrutivismo patente advém de uma clara reinterpretação dos elementos narrativos conhecidos para oferecer uma nova perspectiva sobre o tipo de ícones a que a sua audiência estava habituada, nos filmes de Snyder não existe isso, indo ao invés de encontro aos mesmos ainda que aparente o contrário. </div><div><i><b><a href="https://www.imdb.com/title/tt0770828" target="_blank">Man of Steel</a></b></i> apresenta o típico terceiro acto bombástico, que termina num tom despretensioso, incrivelmente contrário ao cinismo demonstrado em tantos aspectos da história. <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt2975590" target="_blank">Batman v Superman</a></i></b> também se vê necessitado de inserir um confronto final de larga escala, porque talvez fosse pedir demasiado à audiência que investisse meramente na resolução das questões iniciais que levanta sem lutas físicas. O próprio facto de Snyder encaminhar as suas narrativas para conhecidas histórias das páginas das bandas desenhadas demonstra precisamente a contradição da sua visão. Não existe tanto um descontrutivismo da sua parte, como mais uma sua reinterpretação até certa medida, que também não se revela inteiramente original por ir buscar elementos conhecidos de outras histórias.</div><div><br /></div></div>
<div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-22OZfpmS2oLgAK9Vnk0LGKfiw1NBleGtNg7JOHEt3fw7wlGTmYCFVfjV21gpnThvuYB9EnXVNh5ElRiprhNsYO3yhHqpuJ56Kt6Wy2UrdymSGRlfqoWefSm1-6SIDCsZeyv0M1oji6A/s1600/Plzx.gif" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="241" data-original-width="580" height="264" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-22OZfpmS2oLgAK9Vnk0LGKfiw1NBleGtNg7JOHEt3fw7wlGTmYCFVfjV21gpnThvuYB9EnXVNh5ElRiprhNsYO3yhHqpuJ56Kt6Wy2UrdymSGRlfqoWefSm1-6SIDCsZeyv0M1oji6A/s640/Plzx.gif" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Man of Steel</i></b></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;">O problema de Zack Snyder sempre foi o não cumprimento das suas próprias pretensões, por muito que expressadas pelo próprio em entrevistas. Nunca me tendo oposto à alternativa visão em <b><i>Dawn of Justice</i></b> sobre um Batman disposto a assassinar os criminosos que persegue –como ilustrada frustração, à medida que envelhece, perante a aparente falha da sua filosofia–, a demonstração casual da forma como o faz sem nunca um aparente conflito por parte da personagem, demonstra a falta de uma coerência para as ditas sequências de acção, que não expressam (nem nunca pretenderam) a dúvida da personagem, apesar de o deverem fazer como parte de um todo que se pretende coerente.</div></div><div style="text-align: justify;">Quando, aliás, a mesma personagem toma a decisão de combater ao lado de Superman, que até meio do filme pretendia assassinar a todo o custo, tal decisão poderia ter beneficiado da expressão das suas dúvidas em algum momento anterior da história.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A afirmação do próprio realizador de que Bruce Wayne poderia ser violado na prisão no contexto do "seu universo" demonstra alguma da gratuidade que o realizador demonstra em toda a sua obra até hoje. Gratuidade na expressão da violência (física e/ou psicológica) como suposto desconstrutivismo de alguns lugares comuns mas que se formaliza em não mais que um mero gosto pessoal.</div><div style="text-align: justify;">Existe uma suposta abordagem a diversas temáticas que mais não se sentem que traços larguíssimos sobre temas que a maioria pensa compreender mas apenas saberá nomear. Pois não é posando Clark Kent em frente a um vitral de Cristo que dará sentido à intenção, se as acções da personagem não espelharem essa conexão nas nossas mentes.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;">E tudo isto estaria já patente no primeiro filme do realizador baseado nestas personagens da DC, já alvo de enorme controvérsia devido ao exagero do confronto final (que seria retroactivamente retratado de um ponto de vista humano no início do filme posterior).</div></div><div style="text-align: justify;">Em <b><i>Man of Steel</i></b>, dispensa-se qualquer sinal da Superman tentar desviar a luta fatídica da cidade –no que seria o culminar da sua inserção no mundo humano que se comprometeu a defender face a ameaça de Zod–, em favor de uma vontade do realizador forçar um plano de espectacular destruição. Ainda que o argumento parecesse levantar inicialmente estas como potenciais questões a serem abordadas (até depois dos ataques terroristas que assolaram o território norte-americano no início do milénio), levanta-as levianamente e no final ignora-as, quase insultando o seu público ao ilustrar um beijo entre o casal protagonista no meio do que é a quase a completa destruição de uma cidade.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: justify;">Não será por acaso o realizador nomeado pela sua capacidade de expressão visual. Mas nunca utiliza a linguagem do cinema como o particular instrumento narrativo que é, tentando-se, ao contrário, aproximar da linguagem que dá origem a vários dos seus filmes. Se <b><i>300 </i></b>e <b><i>Watchmen </i></b>não eram já óbvios na sua transposição directa das imagens desenhadas para o ecrã, a utilização por vezes exaustiva da câmara lenta demonstra a quase vontade de retirar o movimento às cenas para as fazer permanecer na nossa mente, como imagens que funcionem estática e descontextualizamente da restante acção. Porque Superman voando sobre uma casa com o seu símbolo perfeitamente pintado no meio de uma catástrofe serve como vinheta de banda desenhada ou bom papel de parede, mas pouco favorece a narrativa que o pretende pintar como salvador (porque espera ele? ah, sim, pela câmara que o foque...). Existe um foco no estilo sem a substância cinematográfica e narrativa que o suporte e justifique, numa utilização exaustiva da câmara lenta que lhe retira o impacto especial e ocasional que deveria ter.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilQvQG5WQZYV4ebczxuT4LCQhnLF3PWARAaZjtvkGOrohu4zRn5OSHYDFlKX7tEMaOGUf_xC4A7cknRguVzSmuw04bCQPWrbgBwcI6f070m-v2KsJ1XMyqfBdzYpxm2CyKO7PQItfooOY/s600/Batman+v+Superman+-+Dawn+of+Justice.gif" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="272" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilQvQG5WQZYV4ebczxuT4LCQhnLF3PWARAaZjtvkGOrohu4zRn5OSHYDFlKX7tEMaOGUf_xC4A7cknRguVzSmuw04bCQPWrbgBwcI6f070m-v2KsJ1XMyqfBdzYpxm2CyKO7PQItfooOY/w640-h272/Batman+v+Superman+-+Dawn+of+Justice.gif" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Batman v Superman: Dawn of Justice</i></b></td></tr></tbody></table></div></div><div><div style="text-align: justify;">É precisamente essa dissonância entre as temáticas levianamente introduzidas e a narrativa que nunca as incorpora subjacentemente que está patente nesta "trilogia" do realizador, problema talvez advindo da perspectiva de <a href="https://www.blogger.com/#">Goyer</a> e Nolan que já em <a href="https://www.blogger.com/#"><b><i>The Dark Knight Rises</i></b></a> demonstraram. E assim, transpuseram para a sua ideia original destas outras personagens as mesmas pretendidas questões, de trabalhar estas personagens numa realidade o mais próxima possível à nossa (ainda que exagerada, nas palavras de Nolan), mas sem ir de encontro às verdadeiras implicações que as mesmas teriam neste construído universo.</div><span style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"><span>E </span><b><i>Batman v Superman</i></b><span> terá sofrido mais com isso, pois teve que inicialmente tentar responder às questões que o anterior filme pusera de lado, de forma simultânea à incorporação de outras personagens e histórias conhecidas aos fãs das BDs, fazendo por finalizar com a introdução do famoso arco narrativo das páginas que estabelece a base para o filme posterior. </span></div></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando se dá a morte de Superman no final desse filme, tenta-se, assim, puxar subitamente da emoção do público por uma personagem apática que passou ambos os filmes que lhe foram dedicados a ser apresentada como uma ameaça visível à humanidade, tanto física como filosófica e ideológica. Não tanto uma personagem como uma nota de rodapé para pesquisar sobre ela. Portanto, quaisquer falhas que este <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt12361974/" target="_blank">Justice League</a></i></b> tenha seriam já esperadas, dado os problemas de base que existiam desde o início, numa incoerência sobre a pretendida abordagem perante estas personagens, o que me leva a finalizar este alongado discorrer com a devida apreciação do filme que, afinal, aqui nos traz.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>PARTE 3</b></div><div style="text-align: center;"><b>Same thing, new coat of paint</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">De certa forma, esta "nova" versão de <b><i>Justice League</i></b> funciona melhor na sua generalidade que os filmes que o precedem, pois já não existe qualquer real pretensão de tentar enquadrá-lo num paralelo à nossa realidade, indo mais de encontro às narrativas míticas que apresenta –mais que não fosse, pela presença de grandiosos seres alienígenas cujo único objectivo se resume à mera conquista planetária.</div><div style="text-align: justify;">Mas se antes poderíamos culpar <a href="https://www.imdb.com/name/nm0923736/" target="_blank">Joss Whedon</a> de (quase) se auto-referenciar nas modificações tardias na versão em que se viu a trabalhar, percebemos aqui que essa era já a vontade de Zack Snyder e <a href="https://www.imdb.com/name/nm0006516/" target="_blank">Chris Terrio</a>, na procura não só de incomporar o humor inexistente nos filmes anteriores, como de tentar criar cenas que relembrem o heroísmo que estas personagem deveriam representar na sua génese. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div>O argumento mantém-se fraco, com frases tão hilariantemente memoráveis como <i>"Evil doesn't sleep, it waits"</i> a serem expressadas com uma tal seriedade que não percebemos se devemos tomar este argumento mais ou menos seriamente, após o filme seu antecessor. Aliás, a classificação para idades acima dos dezoito anos parece quase ofensiva, visto não haver nada, para lá de umas amostras esparças de sangue e uma (bem desnecessária) decapitação, que ilustre esta visão como estando necessitada de tal classificação "exclusiva" a pessoas maiores de idade. Antes, apresenta-se como o filme mais genericamente apreciável e consumível, que já em 2017 careceria de maior originalidade. É mesmo enfurecedor, após um filme que pretendeu desmontar certos aspectos destas heróicas narrativas, que este argumento não experimente sequer descontruir minimamente a básica estrutura narrativa que há mais de uma década já tendemos a ver demasiado.</div><div><br /></div><div><div>Mesmo quaisquer potenciais conflitos entre as personagens são rapidamente resolvidos, apenas para introduzir a próxima cena de acção ou exposição narrativa. Uma discussão entre a recentemente criada equipa em redor da hipótese de trazer Superman de volta à vida –a que até Whedon tentaria posteriormente oferecer algum conflito entre as personagens, ainda que com pouco sucesso– não oferece a oportunidade de ver os seus membros debaterem-se entre as suas tão diversificadas personalidades já que, no final, todos acabam por concordar e proceder com a missão.</div><div>Mesmo a primeira sequência contra Steppenwolf (igual ao que já víramos), onde não conseguem trabalhar inteiramente em equipa, não revela consequências, já que não falharam nos seus objectivos de resgatarem os prisioneiros. Portanto, se não somos capazes de investir nas dificuldades da titular equipa, de que outra forma devemos estar investidos numa história resumível ao esforço de impedir um extraterreste em destruir o planeta? Mas mais subtileza e cuidado não seria de esperar, a quem do nada inseriu um monstro gigante no final de <b style="font-style: italic;">Dawn of Justice</b> sem qualquer antecipação.</div></div><div><br /></div><div><div>Quando no final somos apresentados ao conceito de viagens no tempo, poderia esse conceito ter sido aproveitado a par com as visões sobre o futuro apocalíptico que nos são apresentadas. Vendo-se os heróis derrotados no final, julguei ser aí que o filme efectivamente demonstraria a sua diferença, transpondo-nos repentinamente para o futuro, para este ter que ser desfeito pelas habilidades de Flash. Mas nem mesmo quando vemos no epílogo uma cena que aponta para essa fatídica realidade se sente mais que um estímulo para as sequelas que não virão. </div><div>Como este aspecto, também a presença de Darkseid não traz qualquer diferença. Novamente, é apenas mais uma aparição que pretende instaurar uma ameaça de fundo. E ficarão os ditos fãs satisfeitos com a promessa destes aspectos, como se pequenas referências fossem suficientes para entender a história que não nos é contada.</div><div><br /></div><div style="text-align: left;"></div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgo54b7X86uMDSwgxaSZSdn4chnJrThO1gwhgaC50f0ivz28iXfSTEVznODxplC7V7YXM8r6OoqaKKF2xqZN7aOoEpehyYBavqT_wn53S9QemT5UYKcL4Mzd54NX_-9zoomIThRD5B6lxA/s540/tumblr_fc46a5bb04bd22c25051e3b74b080b4c_57c64996_540.gif" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="474" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgo54b7X86uMDSwgxaSZSdn4chnJrThO1gwhgaC50f0ivz28iXfSTEVznODxplC7V7YXM8r6OoqaKKF2xqZN7aOoEpehyYBavqT_wn53S9QemT5UYKcL4Mzd54NX_-9zoomIThRD5B6lxA/w640-h474/tumblr_fc46a5bb04bd22c25051e3b74b080b4c_57c64996_540.gif" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i>Zack Snyder's Justice League</i></b></td></tr></tbody></table><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibtdK_IT1gFAGm4umjX_mwdbMzFAYmbxOWObrjRWUUiCtnWx-gLS1ma9ifkSJSgw1m9feO1zSBNTBdvq9xhlJqnJJagbSfz4Tg8mj88aOyHwMeZESa38YI6-aF0n67qQHdyi4KzNuyk2U/s600/Avengers+-+Age+of+Ultron.gif" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibtdK_IT1gFAGm4umjX_mwdbMzFAYmbxOWObrjRWUUiCtnWx-gLS1ma9ifkSJSgw1m9feO1zSBNTBdvq9xhlJqnJJagbSfz4Tg8mj88aOyHwMeZESa38YI6-aF0n67qQHdyi4KzNuyk2U/w640-h266/Avengers+-+Age+of+Ultron.gif" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt2395427/" target="_blank">Avengers: Age of Ultron</a></i></b></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both;"><div>E <a href="https://splitscreen-blog.blogspot.com/2017/11/liga-da-justica-por-eduardo-antunes.html">quando antes falara</a> da duração como inevitavelmente curta para a quantidade de personagens que se pretendiam apresentadas, nota-se que a duplicação do tempo não reverte em quase nada para a melhoria desse aspecto. Batman continua a ser a mesma inútil personagem ao longo de todo o filme que, na sua versão envelhecida, nem sequer se conseguiria aproximar dos companheiros empoderados. Pior, a sua posição aqui perante a morte de Superman mantém-se [como na versão de 2017] drasticamente contrária à que demonstrara em <b><i>Batman v Superman</i></b> e, assim, a nossa percepção desta personagem revela-se tão esquizofrénica como antes.</div><div style="text-align: justify;">Também o desenvolvimento da personagem de Barry Allen, sem os patéticos diálogos incorporados por Whedon, não deixa aqui de ser anedótico que, nos duzentos e quarenta e dois minutos totais de duração, não recebe mais desenvolvimento que antes. A primeira cena, não vista antes, onde expressa as suas habilidades pela primeira vez à audiência, em nada acrescenta senão às suas energéticas e irritantes interacções.</div></div></div></div><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Se mesmo em Victor Stone conseguimos reconhecer fácil e felizmente um mais franco enfoque, até expondo de melhor maneira as capacidades de actuação de <a href="https://www.imdb.com/name/nm3570321/" target="_blank">Ray Fisher</a>, o seu arco narrativo não deixa de ser o mais básico possível, resumível em três ou quatro frases: Cyborg culpa o seu pai; pai de Cyborg sacrifica-se; Cyborg passa a valorizar o pai, e decide-se a honrar a memória dele. </div><div style="text-align: justify;">Se, efectivamente, reconhecemos uma personagem em procura da sua humanidade, onde antes não existia senão um dispositivo para avanço do enredo, a sua básica caracterização não passa a ser desculpável apenas por comparação com um ainda mais baixo padrão, quando dentro da própria história contada se reconhece potencial para mais. Poderia a desconfiança dos restantes, face a criação de Cyborg através do estranho dispositivo que pretendem destruir, ser real motivo de preocupação e discussão para toda a equipa. Poderia essa sua origem ser aproveitada em favor do vilão contra os próprios heróis, elemento potencialmente traidor entre os heróis, trazendo até mais tragédia à personagem. </div><div style="text-align: justify;"><div><br /></div></div><div style="text-align: justify;">A real diferença que aqui mais claramente se sente é, efectivamente, a música. Se <a href="https://splitscreen-blog.blogspot.com/2017/11/liga-da-justica-por-eduardo-antunes.html" target="_blank">previamente apontara</a> também a clara vontade da banda sonora aproximar o tom dessa versão do filme aos filmes de <b><i>Avengers</i></b>, talvez esse facto fosse apenas sintomático do que o filme já realizava com o seu argumento. Pois, o tom generalizado que esta versão do argumento comporta é tão aliviado quanto a outra nas curtas interacções entre a equipa, mesmo sem a inclusão das constrangidas piadas. </div><div><div style="text-align: justify;">Assim se vê, de facto, a influência que a cinematografia e música de um filme conseguem ter no resultado final, pois enquanto a paleta vibrante de cores e a banda sonora maioritariamente formada de instrumentos de sopro [da versão de 2017] apontava para um tom desafogado e mais clássico, aqui a cinematografia mais sombria, em conjugação com a música composta por <a href="https://www.imdb.com/name/nm0432725/" target="_blank">Tom Holkenborg</a>, que inclui uma forte presença de coros femininos e percussão, transfere-nos para a grandiosidade e "modernismo" pretendidos. Apesar disso, ao mesmo tempo a inclusão de guitarras eléctricas em certos momentos não nos deixa de retirar um irónico sorriso, no que reconhecemos ser uma tentativa forçada de injectar um tom <i>cool</i> ao que se deveria sentir como algo memorável por si só.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mesmo que esta tivesse sido a versão lançada no seu original período, sentir-se-ia como a tentativa de alcançar os esforços da Marvel que tão claramente é, sem as personagens para apoiar o esforço patente. Mais, caso tivesse sofrido os inevitáveis cortes na sua duração, certamente pouco mais se diferenciariam as versões a que tivemos acesso, aparte as dissimilitudes visuais e musicais mais óbvias. O filme não deixa de ser a mais básica história possível, sem as relações e dinâmicas suficientemente desenvolvidas para ilustrar estes como os heróis que tão facilmente reconhecemos. Os problemas não se apresentaram nunca entre uma ou outra versão, mas antes na incoerência do próprio autor que, independentemente de quaisquer contributos e modificações por parte de outrém, sempre instaurou esta como sendo a sua visão ao longo dos diferentes filmes. Aquele sobre quem –ao invés das personagens transportas para o ecrã– a narrativa sempre se centrou.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyPYjgG1JTzQIyRB1cSVJ4h-ZfVER-CyDZ7zxpgVWooMbFBuW44ioLYE9ppINv2qB_3tdxGMOWI-daKagDhat6aRIeQ3EIm-7A2z5mIJXpq40MeQId_RhPApu4xqiy5vI8DMcosbS9j7M/s540/not+impressed.gif" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="402" data-original-width="540" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyPYjgG1JTzQIyRB1cSVJ4h-ZfVER-CyDZ7zxpgVWooMbFBuW44ioLYE9ppINv2qB_3tdxGMOWI-daKagDhat6aRIeQ3EIm-7A2z5mIJXpq40MeQId_RhPApu4xqiy5vI8DMcosbS9j7M/s16000/not+impressed.gif" /></a></div>
</div></div>Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-83485230446330310362021-03-20T11:07:00.006+00:002021-09-26T16:13:57.125+01:00WandaVision - Temporada 1, por Eduardo Antunes<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://splitscreen-blog.blogspot.com/2021/03/wandavision-temporada-1-por-eduardo.html" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1382" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtySIBg6Ns7i3hRjKuFx2ReE-KgjHLQCKp8xCc3kODTBiOIWJNv5A1hmx9_jFobH3wibt1euhDXprXKvtwkdeLTwwz9TZ-JKTyWm9vxLPP3dGpDfj0DM0TxFINcd-HimPf4y0lLqRh1jE/w432-h640/077_bigred_ka_r3_ms_c07_w6_f23b70eb.jpeg" width="432" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>
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<b>Título original</b>: <a href="https://www.imdb.com/title/tt9140560/" target="_blank">WandaVision</a> (2021)</div>
<div>
<b>Criadores</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm2356614/?ref_=tt_ov_wr">Jac Schaeffe</a><a href="https://www.imdb.com/name/nm2356614/?ref_=tt_ov_wr">r</a><br /><b>Elenco</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0647634/?ref_=tt_ov_st">Elizabeth Olsen</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0079273/?ref_=tt_ov_st">Paul Bettany</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1063517/?ref_=tt_ov_st">Kathryn Hahn</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm3500582?ref_=tt_cl_t_4">Teyonah Parris</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0821817?ref_=tt_cl_t_5">Josh Stamberg</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1320827?ref_=tt_cl_t_10">Randall Park</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0993507?ref_=tt_cl_t_11">Kat Dennings</a></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">Finalmente, a Marvel encontra o formato mais acertado para as histórias alongadas em que as suas personagens se baseiam e as quais requisitam a maior duração que o formato televisivo oferece.</div><div style="text-align: justify;"><div>E, no entanto, prefere esta mini-série voltar a justificar-se antes pelo (nem sequer interessante) mapeamento posterior de outras materiais, não tirando o inteiro potencial da sua particular formalização, que aqui ainda mais se justificava e pedia, por ser a própria estrutura televisiva, na sua génese, o elemento estrutural de toda a série, desde o título que básica mas inteligentemente mapeia. </div></div>
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<a name='more'></a><div>
<div style="text-align: justify;">Mesmo na transição entre diferentes séries cómicas que cada episódio vai apresentando reconhecemos o paralelismo com a própria situação mental e relacional (com Vision) da protagonista. Onde o optimismo do que parece uma vida idealizada dos anos 1950 em que inicia a série vai dando lugar ao olhar mais irónico e (de certo modo) realista das relações em causa nos anos 2000, à medida que a mesma relação entre Wanda e Vision vai evoluindo nas conturbações que ela própria criou. Até o ocasional anúncio televisivo, apropriando-se das preocupações de cada época para ilustrar igualmente algum aspecto das memórias de Wanda, revela o brilhantismo da proposta da série.Apesar das realidades paralelas, poderes místicos e seres cibernéticos, mesmo na intencional evolução acelerada da relação reconhecemos uma ponta de realidade, para a qual os próprios actores contribuem em grande medida. Olsen e Bettany carregam a maior parte do trabalho, numa química inegável e adaptação a cada novo papel divertida e atractiva em todos os momentos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtaKb2Ot5uEeHK13BDRPZ8yQnREsqV7N6foF-mkXXYv654_01aHp6dT_ClNJxESIQIsEt1cz6pn1uJNrDXAYgkwA1xfNrHmpRMnzzvH3yCaos2YbvqJRFrqathw8iYYFwAzvGiCNnUCXE/s2048/wvo0120_101_comp_v015_a_uhd_r709_e5c920dc.jpeg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1152" data-original-width="2048" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtaKb2Ot5uEeHK13BDRPZ8yQnREsqV7N6foF-mkXXYv654_01aHp6dT_ClNJxESIQIsEt1cz6pn1uJNrDXAYgkwA1xfNrHmpRMnzzvH3yCaos2YbvqJRFrqathw8iYYFwAzvGiCNnUCXE/w640-h360/wvo0120_101_comp_v015_a_uhd_r709_e5c920dc.jpeg" width="640" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em momentos específicos, é até interessante verificar um exercício quase metalinguístico na forma como acompanhamos os diferentes episódios da série que Wanda cria, onde começamos a assistir aos bastidores da mesma no decorrer dos próprios episódios. Quando os actores secundários questionam se devem repetir a cena do início, questionam a falta de crianças na cidade, param a sua actividade em fundo, ou se começam a aperceber dos eventos que eram suposto ser segredo, vamo-nos aos poucos apercebendo do que poderão significar os estranhos acontecimentos, sem termos necessidade de qualquer explicitação que a série, a partir do quarto episódio, nos dá. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É assim que a grande e francamente desnecessária falha da série surge. Após três misteriosos mas empolgantes episódios, recuamos ao início para estabelecer uma série de eventos e personagens em paralelo que em nada contribuem, na verdade, para a narrativa principal. Pois, se às tantas até acompanhamos Vision na descoberta do que se passa na cidade em que vivem, já a série nos revelou isso mesmo de outra maneira (muito menos interessante), revelando-se essas cenas quase como o obrigatório acrescento para estabelecimento de futuras personagens para subsequentes filmes e/ou séries que retira o interesse narrativo das primeiras.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Aliás, em todos os momentos em que se dava uma transição para a "realidade", para a narrativa secundária, não havia uma única altura em que os meus olhos não revirassem. Porque tão bem estamos envolvidos na deturpada mente de Wanda e na sua inaptitude em se conformar com o seu próprio luto que, quando mudamos para uma série de procedimentos para a tentar impedir, por uma série de genéricos elementos de mais uma desinteressante agência governamental com um ulterior motivo, simplesmente não nos interessamos. Por querermos desde o início que seja a própria Wanda a desfazer as consequências das suas próprias acções ou, simplesmente, a falhar tragicamente e, assim, vermos apenas no final as consequências de toda esta criação paralela que traz mais consequências (pessoais) do que inicialmente temos noção.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJ5ecNURZ93ZV7aOSXp07iQjNj3T1wJETEDg7T2-VbBM-Kz7TDR3exkpthX6ArF43xiU7z8slgkdf2vZuqWtSn89Wf3jR9lTAR20F2OzHf4GIXPYOiIVynpy749diu1z-PqeOqA4E4N70/s1920/wandavision-episode-5-marvel-mcu-vision-scarlet-witch.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1920" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJ5ecNURZ93ZV7aOSXp07iQjNj3T1wJETEDg7T2-VbBM-Kz7TDR3exkpthX6ArF43xiU7z8slgkdf2vZuqWtSn89Wf3jR9lTAR20F2OzHf4GIXPYOiIVynpy749diu1z-PqeOqA4E4N70/w640-h360/wandavision-episode-5-marvel-mcu-vision-scarlet-witch.jpg" width="640" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E ao sétimo episódio, vamos denotando uma mais óbvia forma de ilustrar narrativamente o conflito com Wanda, onde outras personagens a tentam impedir das suas acções com comuns discursos, ao mesmo tempo que Vision, na mesma demanda de descoberta, continua a participar na estrutura da série cómica em que desconhecidamente se encontra. Revelam-se, assim, ainda mais estranhas transições e edições numa série que, a este ponto, perdeu o seu inicialmente tão bem colocado foco. Ainda mais quando percebemos que, independentemente do que Wanda criou, existem mais forças em jogo que retiram muito do dramatismo até aí criado. Wanda deixa de ser a vulnerável personagem que desde a sua primeira aparição sabemos ser, para ser (novamente) mais uma peça no puzzle sem limites deste universo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Assim, continua a Marvel a falhar a potencialidade de um compromisso com o descortinar das ferramentas que já domina, preferindo utilizá-las superficialmente para chamar a atenção da audiência e depois, apenas dar-lhes mais do que já conhecem e estão prontas a aceitar. A alongada analepse em que o penúltimo episódio da série se decompõe mostra tão obviamente isso, ilustrando a história que já conhecemos sem experimentar com a meta-estrutura explorada até meio da série, e o último episódio é o típico terceiro acto de qualquer um dos vinte e três anteriores filmes, onde o anterior uso inteligente de retrocessos televisivos dão lugar a efeitos visuais sem medida. Ainda assim, não deixou (o início d)a série de arrancar alguns dos meus mais sinceros sorrisos destes últimos tempos. Talvez num universo paralelo pudéssemos ter recebido o definitivo resultado do que nos era proposto. </div>
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<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: center; text-decoration: none; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; word-spacing: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; margin: 0px;">
<div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbG1AzwUPIe2j97N2QcoLUT9hqbSrLx8IHaGnGbvGD-71Zm9JO9t1Gda5M4ju69Ld3siY0Rh4N0iutCRoBSiS2FDIQ3DnHmd7PFt_qtB0fMuRyggN9seYFRGm2a58wwCvyeJPu3a1CKyDb/s1600-h/2.png" style="font-size: medium; text-align: left;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5302060521542024482" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbG1AzwUPIe2j97N2QcoLUT9hqbSrLx8IHaGnGbvGD-71Zm9JO9t1Gda5M4ju69Ld3siY0Rh4N0iutCRoBSiS2FDIQ3DnHmd7PFt_qtB0fMuRyggN9seYFRGm2a58wwCvyeJPu3a1CKyDb/s320/2.png" style="height: 29px; width: 155px;" /></a><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlNtXMn2HsIvIFCcfkIc4Pa7WXxywZKSL4_InX-QYbDCmoa-wDL1rxVK6cPsvt-p34428xOHkswFoLgembY_Ox9cSYUJZ86Bgj1t1lL_2IIsl01gDzFjnuh_bqpkMmeD917mbHVN6cFAI/s1920/wvf2090_105_comp_v014_20201209_r709.1010_r2.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1920" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlNtXMn2HsIvIFCcfkIc4Pa7WXxywZKSL4_InX-QYbDCmoa-wDL1rxVK6cPsvt-p34428xOHkswFoLgembY_Ox9cSYUJZ86Bgj1t1lL_2IIsl01gDzFjnuh_bqpkMmeD917mbHVN6cFAI/w640-h360/wvf2090_105_comp_v014_20201209_r709.1010_r2.jpg" width="640" /></a></div></div>
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Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-66482495671829647682020-12-20T23:01:00.014+00:002021-09-26T16:13:54.106+01:00The Mandalorian - Temporada 2, por Eduardo Antunes<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://splitscreen-blog.blogspot.com/2020/12/the-mandalorian-temporada-2-por-eduardo.html" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1921" data-original-width="1280" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyDyvSE3OcIN9EMunyzG0uJvfMXNYM08rfYoesoZK_XoZRXfDtmYYFa7xFPT7-imE-8-IxRP0sCp2SWfZFdFePNRsJNWgKeLXwuy_St4yyey_RtUf6pFnr4JnJCzJulPVPdOhHkuf6B9Q/w426-h640/the-mandalorian-season-2-poster.jpg" width="426" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>
<b>Título original</b>: <a href="https://www.imdb.com/title/tt8111088/" target="_blank">The Mandalorian</a> (2019– )<br />
<b>Criadores</b>: <a href="www.imdb.com/name/nm0269463" target="_blank">Jon Favreau</a><br />
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<b>Elenco</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0050959/?ref_=tt_ov_st_sm">Pedro Pascal</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0001835/?ref_=tt_ov_st_sm">Carl Weathers</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm2442289/?ref_=tt_ov_st_sm">Gina Carano</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0002064/?ref_=ttfc_fc_cl_t4">Giancarlo Esposito</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0648249/?ref_=ttfc_fc_cl_t34">Timothy Olyphant</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0755267/?ref_=ttfc_fc_cl_t35">Katee Sackhoff</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0607325?ref_=tt_cl_t_8">Temuera Morrison</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0001840?ref_=tt_cl_t_9">Ming-Na Wen</a></div>
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<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">Aquela que se tornou um fenómeno na sua generalizada e positiva apreciação, pela utilização de elementos narrativos e estéticos reconhecidos mas aplicados a uma história e personagens inteiramente novas, começa <b><i>The Mandalorian </i></b>a desligar-se, no entanto, do seu material original para (se) alimentar (d)as relíquias da história da saga, na permanente vontade de desnecessariamente interligar os diversos materiais de uma galáxia tão vasta.</div><div style="text-align: justify;">
<br />
<a name="more"></a></div><span><a name='more'></a></span>
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<div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Não que haja problema em aproveitar aspectos ulteriores do universo em que se baseia, como a primeira temporada soube demonstrar, ao agarrar modelos narrativos conhecidos através de um ponto de vista alternativo. Ao se manter isolada do restante material existente, a temporada de estreia permitia-se estabelecer como o material necessário para cativar velhos e possíveis novos fãs para a saga, sem necessitar nunca de conhecimento prévio do material nem alienar qualquer uma das partes.</span></div><div style="text-align: justify;">Mas se na primeira temporada as referências a qualquer material complementar eram meramente amostra de um conhecimento profundo do universo em que se insere sem nunca ofuscar ou depreciar a narrativa em mãos, começam os criadores, não apenas a mostrar o seu fanatismo deleitavelmente no ecrã, como aproveitando este meio para legitimar, agora sobre uma nova forma, vários aspectos do antigo cânone face os seguidores que se sentiam, em certa medida, "traídos" pela atitude da Disney face o material.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Não é isso mais claro que na presença de Boba Fett. S</span><span style="text-align: left;">e por um lado serve a sua introdução aqui para pôr um fim à eterna discussão sobre o destino da personagem e seu potencial retorno após </span><b style="text-align: left;"><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt0086190/" target="_blank">Return of the Jedi</a></i></b><span style="text-align: left;">, por outro essa mesma necessidade de deixar clara a posição da personagem nesta cronologia parece remeter todos estes novos esforços como apenas forma de dar razão e responder às questões prementes de quem sempre demonstrou o seu apreço pela personagem, apesar do seu diminuto contributo (ao menos, no grande ecrã) até agora.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Se de início, ainda pensei ingenuamente que a aparição breve da personagem ao final do primeiro episódio seria a sua única presença nesta série - como inteligente significação de uma personagem que, abandonando a sua armadura, simbolicamente abandonava também a sua vida passada -, a personagem retorna alguns episódios depois para entusiasmar os mais dedicados e, como primeira situação de várias, aliciar à série que lhe será dedicada (conforme literal promoção após os créditos do capítulo final).</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Da mesma forma, ao terceiro episódio já se reconhece na inclusão de certas personagens conhecidas aos fãs das séries animadas uma mera forma de interligar o que eram até aqui narrativas saudavelmente desconexas. Ainda que o desconhecimento da história dessas personagens advindas de outras séries não fira inteiramente a nossa apreciação da história em mãos, existe uma clara vantagem em entender o passado das mesmas e uma certa alienação face a importância que também lhes é dada aí e que, chegados ao final da temporada, faz-nos questionar o que certos elementos querem sequer significar, ao serem apresentados sem conhecimento <i>a priori </i>dos seus mais recentes apreciadores.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Ainda assim, a apresentação de Bo-Katan nesta série acaba por deixar </span><span style="text-align: left;">(re)aberta uma interessante visão acerca das diferentes perspectivas sobre a cultura de Mandalore, algo que </span><a href="www.imdb.com/name/nm1396048" style="text-align: left;" target="_blank">Dave Filoni</a><span style="text-align: left;"> se interessa desde o seu envolvimento em </span><b style="text-align: left;"><i><a href="www.imdb.com/title/tt0458290" target="_blank">Clone Wars</a></i></b><span style="text-align: left;"> e que é começado a ser questionado pelo protagonista ao longo da duração da temporada, ainda que muito esporadicamente.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbtX2gX1oVujH-ZRUqGupa2J8W7hrzNZxQR-ndFt4j5n2TmVTDKiAYQVv2HUbxWUM_2AmQKNP_gB_BCgtfb9cvKQ0rqbJKZdDKEhx8bFcaHvZhUbQ1cnJsU048sNAnEYO01WWGHPe-AJ8/s1400/the-mandalorian-cobb-vanth-1400x933.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="933" data-original-width="1400" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbtX2gX1oVujH-ZRUqGupa2J8W7hrzNZxQR-ndFt4j5n2TmVTDKiAYQVv2HUbxWUM_2AmQKNP_gB_BCgtfb9cvKQ0rqbJKZdDKEhx8bFcaHvZhUbQ1cnJsU048sNAnEYO01WWGHPe-AJ8/w640-h426/the-mandalorian-cobb-vanth-1400x933.jpg" width="640" /></a></div><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">E se, por exemplo, o segundo episódio surge aqui como uma relíquia do início da série, oferecendo um desvio do protagonista numa tarefa que em nada contribui para a sua principal meta, </span><span style="text-align: left;">é ainda assim um episódio que faz por nos informar do conflito que se vem instaurando em Din Djaran. F</span><span style="text-align: left;">ace a primazia dada à protecção da criança que o acompanha, a quem se afeiçoa cada vez mais, é capaz de deixar de parte a sua profissão e, mais relevante, o sentido de honra subjacente à cultura que exterioriza, sendo questionado e relembrado disso mesmo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span>O maior problema é quando, a partir do meio da temporada, começamos a ver verdadeiramente o carácter da série transpor para lá do que originalmente atiçou o interesse do seu público. </span>Servia esta como uma série que alargava o universo de <i><b>Star Wars</b></i>, através de uma narrativa e personagens que intersectavam e eram influenciadas (necessariamente) pelos eventos em redor, funcionando no entanto sempre independentemente da restante saga narrativa e oferecendo novos acontecimentos. </div></span></div></div></div><div style="text-align: justify;"><span><div style="text-align: justify;">Mas a partir do quinto episódio, a discussão muda inteiramente da sua inicial e principal ideia para as ligações transcendentais à série que pretende criar, com uma desavergonhosa aplicação do modelo que possibilita o sucesso monetário do universo cinemático e serial interligado que as personagens da Marvel criaram desde há mais de uma década. Se geralmente os episódios são sempre iniciados com o personagem titular, a apresentação (imediata e sem cerimónia) de Ahsoka Tano no Capítulo Treze revela a importância que o restante episódio dedicará à mesma em detrimento de quem dá nome à série.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div>Realizado pelo criador original desta personagem - criada para as séries animadas - , é clara a vontade do autor deste episódio em legitimar e enfatizar a sua criação (desnecessariamente, até depois da <a href="https://splitscreen-blog.blogspot.com/2020/05/star-wars-clone-wars-temporada-7-por.html">conclusão da sua história na finalização de <b><i>Clone Wars</i></b></a>). E se a personagem de Pascal se cruza com as mais variadas personagens no seu caminho, da qual esta poderia ser apenas mais uma, nada na restante narrativa do capítulo desta história requer ou foca, na verdade, a presença do titular personagem. </div></div><div style="text-align: justify;">O episódio não serve nada senão o lançamento de narrativas secundárias adicionais, que nada têm a ver com o protagonista e para os quais não conhecemos factos ou personagens, apresentando-se todos os diálogos e duelos vazios de conteúdo ou sentido. E se o objectivo de Din Djarin era encontrar a Jedi indicada, ao final do episódio é ele prontamente redireccionado para outro lugar, ficando a frustração de um episódio desnecessário e a clara intenção do mesmo lançar apenas o próximo desejado (?) <i>spin-off</i>, inclusivamente com a nomeação de um outro antagonista pelo seu nome e título, como forma de facilitar a pesquisa a quem não o conheça.</div><div style="text-align: justify;"><div><br /></div><div>No entanto, para lá de congratular o conhecimento expandido dos maiores fãs, o que se torna o real crime é o facto de, na cronologia em que os criadores inseriram este esforço televisivo, não serem exploradas melhor as potencialidades que o período oferecia. No rescaldo da aparente derrota do Império, de uma aparente paz na galáxia, são pontualmente mostradas pequenas instâncias do desenvolvimento do estado conturbado após a queda do antigo regime. </div><div>Desde logo o primeiro episódio desta temporada volta a pôr em causa a vitória no final da trilogia original, com a subida imediata de poderes alternativos nos sítios mais remotos aonde o poder da que será chamada a Nova República não se estende, ainda que aparições ocasionais marquem a sua presença ao longo da série.</div><div><br /></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNXpJsa3UQQJYh64hsiS7SFzqYbQB8xoClah4D8tt1DQimIbXgxnwbBCUdDm8nmtzZUbrBnm0hnlw7DAlNs78SAdO84kUokvfqXk-FrLTLXNRyEX4NzH1GLl89Vs2zNPUhgl0e3UBkSSQ/s1920/5tsxUqWLxWXKMPrbJRVHva.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1920" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNXpJsa3UQQJYh64hsiS7SFzqYbQB8xoClah4D8tt1DQimIbXgxnwbBCUdDm8nmtzZUbrBnm0hnlw7DAlNs78SAdO84kUokvfqXk-FrLTLXNRyEX4NzH1GLl89Vs2zNPUhgl0e3UBkSSQ/w640-h360/5tsxUqWLxWXKMPrbJRVHva.jpeg" width="640" /></a></div><br /></span><div style="text-align: left;"><span><div style="text-align: justify;">E se não desejo que esta se transforme numa tentativa de justificar aspectos inexplicados dos episódios cinemáticos mais recentes da saga - como, aliás, o Capítulo Doze pareceu apontar assustadoramente, no que toca a razão da captura a Criança -, não deixaria de ser interessante esta série afirmar-se inteiramente no seu particular cenário, explorando de que forma a Primeira Ordem foi surgindo dos restícios do Império, num espelho do que aconteceu inicialmente com o próprio surgimento da Rebelião. Aliás, o penúltimo episódio traz à superfície nuances interessantes do próprio funcionamento do anterior regime da galáxia, após o líder auto-apontado ter sido derrotado. Podemos assistir à actuação de núcleos ocupacionais em diversos planetas, distantes da caótica e desatenta instauração da República.</div></span><div style="text-align: justify;">Inclusivamente, ao fazer retornar uma personagem da primeira temporada e demonstrar a sua posição enquanto antigo agente do Império, entretanto desertor, aproveita-se o argumento para trazer um questionamento mais pessoal para o próprio funcionamento interno de um regime aparentemente ordeiro. Em conversa em volta de uma mesa, o apontado desertor aproveita-se para questionar a actuação do seu antigo patrão, apesar da missão premente em mãos, criando tensão suficiente para nem a audiência nem o próprio protagonista terem conhecimento de qual será a resolução. Não só estabelece caracterização para esta personagem através do seu particular passado, como também aproveita para apresentar a renovada visão de Din Djarin sobre o seu próprio código, através de uma opção que nunca teria sequer considerado na temporada anterior, tudo nuns breves minutos da nossa atenção, o que nos leva a imaginar o que a temporada poderia mais ter feito se tivesse dedicado o mesmo nível de interesse no restante tempo.</div></div><span><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;">E, no entanto, demonstra visivelmente o final da temporada o que de errado passa a exteriorizar esta série, com a introdução de mais uma famosa personagem cuja presença não era esperada numa narrativa que sempre se apresentou como tangencial aos principais eventos galácticos. Como se pausasse inteiramente a narrativa da série para apresentar, de forma gritante e grosseira, uma personagem que todos já conhecem. Presença que se revela da mais notória vontade de atingir a nostalgia dos fãs originais da saga, já no ponto mais distante do sagaz trabalho que a temporada anterior conseguira fazer.</div><div style="text-align: justify;">Não é possível resumir melhor esta temporada que nos momentos últimos desse capítulo, onde o retorno de uma outra antiga personagem literalmente interrompe um momento de despedida, de extrema emocionalidade, entre as personagens centrais desta narrativa. Como se o desejo de ver o conhecido ultrapassasse em cada momento o que entretanto foi criado.</div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><i>The Mandalorian</i></b> passou a servir, infelizmente, apenas os fãs mais antigos da saga e os próprios criadores, atiçando-os através da inclusão directa de elementos conhecidos, por aos mesmos aparentemente servir apenas o interesse nostálgico de revisão da sua paixão original, agora com uma renovada camada visual.</div><div style="text-align: justify;">Passa, a partir daqui, a largar o seu interesse como um universo expansivo, de narrativas diversas, rodeando-se apenas de personagens anteriormente conhecidas. Se o foco dos filmes numa determinada linha narrativa permitia a distanciação do restante material para partes inexploradas do mesmo universo dramático, os criadores da série já não aparentam estar interessados em expandir as possibilidades narrativas e temáticas do mesmo, muito por culpa da clara oportunidade de recriar, agora e adiante, o sucesso de um universo conectado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjKKapPvTed_R4B7aYXXhrMM0SYypzKXblRjXu5TfBAaTob6PfFU3gXGp-KxBZp_T6RGtne_q8Um_wooM_fRq4Wfk-Xa5XnEJsOG7x4-aJVEBUwtNp6xpu3ZLYn19iNjscVwEWUe8t03NI/s1600-h/2,5.png" style="text-align: left;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5302060524084115490" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjKKapPvTed_R4B7aYXXhrMM0SYypzKXblRjXu5TfBAaTob6PfFU3gXGp-KxBZp_T6RGtne_q8Um_wooM_fRq4Wfk-Xa5XnEJsOG7x4-aJVEBUwtNp6xpu3ZLYn19iNjscVwEWUe8t03NI/s320/2,5.png" style="height: 33px; width: 155px;" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh83dXigsvpk7tZrO-HUj6fR2yICYNS5JeeXes4HKL32F0ZnR4yz7rePJ8Xyrp1__-SZFOb3rvsIAmVBenn4eWrT3kikfmXuSSjj7dQOVpPBWCorAbeWZkIVJIfAW7PqA_8YXIfh9WNles/s2000/image.webp" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1333" data-original-width="2000" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh83dXigsvpk7tZrO-HUj6fR2yICYNS5JeeXes4HKL32F0ZnR4yz7rePJ8Xyrp1__-SZFOb3rvsIAmVBenn4eWrT3kikfmXuSSjj7dQOVpPBWCorAbeWZkIVJIfAW7PqA_8YXIfh9WNles/w640-h426/image.webp" width="640" /></a></div><div style="text-align: right;"></div></span></div>
Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-36819642605889048272020-12-19T19:10:00.014+00:002021-04-26T23:33:47.234+01:00Mulher Maravilha 1984, por Eduardo Antunes<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://splitscreen-blog.blogspot.com/2020/12/mulher-maravilha-1984-por-eduardo.html" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="1013" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJroRMPUPlj6lGGGfzjBHXql6Rit5OQKwjFFALyMclyhIT9SAIrzvBYcGcbVAhkCidwc7SAJrgvbEKfhzsqPbabtGBrDTRsVLgjVaxmrC9TQlXNDlO8zWd3Y0v6mFj5gwF_FK6VjTl3bc/w432-h640/wonder_woman_nineteen_eighty_four_ver6_xxlg.jpg" width="432" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><b>Título original</b>: <a href="https://www.imdb.com/title/tt7126948/" target="_blank">Wonder Woman 1984</a> (2020) <br /><b> Realização</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0420941/?ref_=tt_ov_dr">Patty Jenkins</a><br /><b> Argumento</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0424315/?ref_=tt_ov_wr">Geoff Johns</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0420941/?ref_=tt_ov_wr">Patty Jenkins</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1709264/?ref_=tt_ov_wr">Dave Callaham</a><br /><b> Elenco</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm2933757/?ref_=ttfc_fc_cl_t2">Gal Gadot</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1517976/?ref_=ttfc_fc_cl_t5">Chris Pine</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0050959/?ref_=ttfc_fc_cl_t1">Pedro Pascal</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1325419/?ref_=ttfc_fc_cl_t6">Kristen Wiig</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0001567/?ref_=ttfc_fc_cl_t3">Connie Nielsen</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000705/?ref_=ttfc_fc_cl_t4">Robin Wright</a><br /> <br /><div style="text-align: justify;">É com bastante desapontamento que vejo esta sequela, para lá das boas intenções que guiam a mensagem pretendida para lá dos créditos, não utilizar o potencial que apresentara previamente com a sua inspiradora protagonista, antes deixando-se cair numa confusão de antigas referências, personagens não desenvolvidas e, pior, uma protagonista completamente descaracterizada e distante do seu interesse original.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<a name='more'></a><div>
<div style="text-align: justify;"><b><i>WW84</i></b> não esconde a sua inspiração. Veste sem receios a mesma referência subliminar, do original <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt0078346/" target="_blank">Superman</a>, </i></b>que antes já possuía, transpondo não apenas uma cinematografia contrastante à propositadamente sóbria do filme anterior, como uma mesma sensação de heroísmo da qual estas personagens não deveriam fugir, especialmente com contornos tão míticos quantos estas possuem. E outros referentes que remetem para a época abordada, como seja <i><b>Indiana Jones</b></i> - em grande parte exposta numa perseguição semelhante à do <a href="https://www.imdb.com/title/tt0097576/" target="_blank">terceiro filme</a> dessa outra franquia - ajudam a explanar em partes o sentimento de aventura que, por exemplo, a Marvel deixou em larga medida de ter, por entre sequências de acção de contornos excessivos, genéricos ou imemoráveis.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mesmo os temas musicais que <a href="www.imdb.com/name/nm0001877" target="_blank">Hans Zimmer</a> aqui nos proporciona, seja na nossa revisitação de Themyscira logo ao início, ou especialmente na passagem para o titular ano e apresentação da protagonista na sua gloriosa <i>persona</i>, remetem para a sensação de deslubramento patente na música composta por <a href="www.imdb.com/name/nm0002354" target="_blank">John Williams</a> para esses outros referentes. A experiência inicia-se entusiasmante, num retorno ao grande ecrã justificado desde a cena inicial.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E ainda que comece como uma aparente imitação do Lex Luthor de <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000432?ref_=nmls_hd">Gene Hackman</a>, rapidamente apercebemo-nos de Maxuell Lord ser, na verdade, a parte desta narrativa que desejamos ver regressar em cada cena. Numa ampla interpretação por Pedro Pascal, em partes caricatamente excêntrica mas nunca exagerada, escondendo a vulnerabilidade do ambicioso apetite do antagonista, a sua constante e dispendiosa decadência mais nos vai remetendo para a trágica condição que leva a cada drástico passo, que ao vil resultado que, ingenuamente, nunca considera.</div><div style="text-align: justify;">É mesmo interessante ver que, se pelo material promocional nos era indiciada a personagem de Kristen Wiig como principal antagonista, com Maxuell Lord a ocupar o papel de vilão secundário, é na verdade este último o mais desenvolvido e relevante dos dois e, aliás, de entre todo o elenco de personagens do filme, para lá mesmo da própria protagonista.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div>Pois se o filme antecessor desenvolve inteiramente Diana como o centro emocional em quem a audiência se deve significar, ela movimenta-se aqui passivamente à narrativa. Mais não se nota isso que pela reintrodução de Steve Trevor, que a cada cena desvia nocivamente a atenção da narrativa. </div><div>Quando experienciámos Diana fora do seu meio no filme de 2017, era ao serviço de expor a sua inocência num mundo contrário às suas mais esperançosas ideias. Aqui, a descontextualização de Trevor não serve propósito narrativo algum, estando descontextualizado no próprio filme tal como, no final, repete e retira (portanto) o impacto dramático do final do filme anterior, por o já termos experienciado antes.</div><div>E se o início da amizade entre Diana e Barbara demonstra o início de um respeito mútuo e, ao mesmo tempo, a possibilidade de uma serena integração nesta sociedade para lá da relação da qual nunca recuperou, é desfeita a ideia com o regresso de Steve que, servindo a literal formalização do desejo profundo da protagonista, corta a evolução emocional da mesma.</div></div><div><br /></div><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4_UeZIjGIvHFeZQ36b45aXk_w-pzOwA7jWtXVY7TfggZlYPmYEUcbmuEFdP6rQIEGv2Bnau6Ui2tkfpbDalhSUnSwG95ChBlH-vm1v-XbJyyiEyBKR7ynGnI7EdvYJl7Srj1mPtlExzU/s2048/WW84-27173rv2.jpeg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4_UeZIjGIvHFeZQ36b45aXk_w-pzOwA7jWtXVY7TfggZlYPmYEUcbmuEFdP6rQIEGv2Bnau6Ui2tkfpbDalhSUnSwG95ChBlH-vm1v-XbJyyiEyBKR7ynGnI7EdvYJl7Srj1mPtlExzU/w640-h426/WW84-27173rv2.jpeg" /></a><br /></div><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Após setenta anos em auto-isolamento, incapaz de seguir para lá do primeiro e único amor que genuinamente sentiu, de que forma pode uma literal deusa lidar com a mortalidade do mundo que habita? Na sua aceitação da violência inerente do ser humano, significará o seu distanciamento uma cumplicidade com essa mesma condição, um distanciamento do papel a que se tinha proposto? São questões que se proporcionavam com tão drástica distância temporal entre os cenários de ambos os filmes, e que se levantam quando vemos Diana nunca se revelar de forma pública (supostamente...).</div><div style="text-align: justify;">Poderia a assunção do erro do seu isolamento demonstrar como as suas acções (ou falta delas) teriam contribuído para a queda dos valores societais, face o questionamento de uma sociedade que precisava, mais que nunca, de um forte exemplo.</div><div style="text-align: justify;">Quando oferece o filme uma tentativa de justificação para tantas décadas passadas numa vivência discreta mas não ausente, fá-lo apenas através de uma vaga passagem por várias fotografias da sua história. Não temos tempo suficiente para entender o efeito do próprio exílio emocional em Diana, para lá da sua presença isolada num restaurante apinhado de casais.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No filme predecedente, servia a relação de Diana com Steve como uma proeminente lembrança da razão porque decidiu deixar a única casa que conheceu para enfrentar horrores desconhecidos. Uma relação que cresceu e revelou diferenças e similitudes entre ambos, representando no final do filme, mais que um tipificado interesse romântico, um símbolo do que acredita existir subjacente a toda a violência que habita cada ser. E ainda que aqui consiga Diana formalizar a despedida de Trevor que não conseguira antes, sinalizando potencialmente a libertação do seu desejo, não demonstra de que forma ela crescerá para lá dele, já que a não experienciámos durante a maior parte da duração do filme senão na companhia do seu interesse romântico.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Desta forma, entendemos também rapidamente a inutilidade da inclusão de Barbara Minerva, através de uma personagem de assumida ingenuidade na sua escrita inicial. Desprezada pelos seus pares, (supostamente) vulgar em aparência e interacção social, pretende a sua personagem ser o literal contrário da protagonista, para serem no entanto reveladas as características que uma ambiciona da outra. Inicia, assim, o filme uma potencial amizade que não se desenvolverá e, pior, passará a antagonismo sem razão aparente para lá da necessidade de novo confronto final - ainda que, novamente, o filme construa a irrelevância do mesmo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Também se aqui é a violência trocada pela insaciabilidade do homem em antigir os seus desejos, numa tentativa aparente de oferecer a cada filme dedicado à heroína, mais que um necessário (?) vilão, uma temática sobre a qual construir a narrativa do filme, não deixa este de voltar a incluir os vícios de uma audiência desabituada. Até elementos que compõem a maior parte do material promocional do filme, surgem como elementos chamativos sem sentido de inclusão. Pois, se surge o fato dourado apenas após a Mulher Maravilha recuperar os poderes que entretanto perdera, para que serve o mesmo senão como isco visual e nada mais além disso?</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É trágico que, a inspiração inerente à personagem conforme nos foi apresentada no filme anterior, seja aqui remetida de forma forçada para um discurso final, que faz por tentar contextualizar a sua temática à altura de lançamento, mas nunca a consegue justificar pelas personagens que compõem a narrativa abordada. Ainda que honesto nas suas ligações cinemáticas, este é um filme que não transpõe a mesma honestidade para a sua protagonista, tornando-se, no fim, tão esquecível como os exemplos de quem se tentava distanciar.</div><div><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilsdd7ubvirxdHwUk3lJARgAwWr3tVj9fUoAuLmQeQ2Sk8X8rhyphenhyphen4j9pJF1om_bOSucuoTlUF0THhNIotBdIPbJIY3PaT9pbRFFsbSbFCERQ3L4nBDtsZY2zsyR1FV_vP5se4No1FSZKUCs/s1600-h/1.png" style="text-align: left;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5302060515599090706" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilsdd7ubvirxdHwUk3lJARgAwWr3tVj9fUoAuLmQeQ2Sk8X8rhyphenhyphen4j9pJF1om_bOSucuoTlUF0THhNIotBdIPbJIY3PaT9pbRFFsbSbFCERQ3L4nBDtsZY2zsyR1FV_vP5se4No1FSZKUCs/s320/1.png" style="height: 29px; width: 155px;" /></a></div><div><br /></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6cvXJlxBqE6rEQiweK6dD8OS2z8S5AftRTDcAKl0avLD9xOWGFzYjsrGVO58LU4DI8GSBRT8Ea7D1LQ05e_nFqMrRf9fhCqEfB3mUYyFGoSgj3Bc8BI8PTLoMqoPkFi0cp5jfL-Wsvkk/s2048/b8bef426-72c6-445b-a01e-b8420bdbd34f-rev-1-WW84-04786r_High_Res_JPEG.jpeg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1152" data-original-width="2048" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6cvXJlxBqE6rEQiweK6dD8OS2z8S5AftRTDcAKl0avLD9xOWGFzYjsrGVO58LU4DI8GSBRT8Ea7D1LQ05e_nFqMrRf9fhCqEfB3mUYyFGoSgj3Bc8BI8PTLoMqoPkFi0cp5jfL-Wsvkk/w640-h360/b8bef426-72c6-445b-a01e-b8420bdbd34f-rev-1-WW84-04786r_High_Res_JPEG.jpeg" width="640" /></a></div><br /></div></div>Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-18703596839825992242020-11-21T14:06:00.005+00:002023-03-22T18:23:58.138+00:00Star Wars: The Clone Wars - Temporada 7, por Eduardo Antunes<div>
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<a href="https://splitscreen-blog.blogspot.com/2020/05/star-wars-clone-wars-temporada-7-por.html"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="693" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8oNKwMzTL_6NZZ8UFFEhwnvP7iCwBqrOVmeKEv66X-DYK46z5JUOJ0VqxSfT-oifd4cVT4BRDzbYSk0VwseoJzKtWyqi_7NCbUTgOmMTmeIbt_FiYdwStf3NXF_MXD8oI9nwD5M8FqiM/s640/clone.jpg" width="442" /></a></div>
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<b>Título original</b>: <a href="https://www.imdb.com/title/tt0458290/" target="_blank">Star Wars: The Clone Wars</a> (2008–2020)<br />
<b>Criadores</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000184/?ref_=tt_ov_wr">George Lucas</a><br />
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<b>Elenco</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm1782667/?ref_=tt_cl_t3">Matt Lanter</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0852517/?ref_=tt_cl_t4">James Arnold Taylor</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0237065/?ref_=tt_cl_t5">Ashley Eckstein</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1022429/?ref_=ttfc_fc_cl_t16">Sam Witwer</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0048389/?ref_=tt_cl_t2">Dee Bradley Baker</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0141333/?ref_=ttfc_fc_cl_t8">Terrence 'T.C.' Carson</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0437454/?ref_=tt_cl_t1">Tom Kane</a> </div>
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São desde logo óbvias as tribulações que o cancelamento e tardio reactivamento da série teve sobre a sua formalização, que não esconde a esquizofrenia que a mesma sempre revelou e que, dada a sua finalização assumida, deveria aqui ter feito por combater, longe já da original ideia de uma série para crianças.<br />
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Não será isso mais óbvio que nos dois primeiros terços da temporada que, dada a escassez generalizada de episódios, ainda se faz mais sentir no ritmo e interesse da narrativa. Ao assumir novamente a sua estrutura originária de arcos narrativos menores estendidos por diversos episódios, a temporada perde o potencial de se focar inteiramente nos eventos antecedentes e simultâneos ao terceiro filme da saga com mais afinco.<br />
É capaz mesmo de perder demasiado tempo com uma narrativa que, revelando alguns detalhes para a percepção das crescentes dúvidas de Ashoka em relação à sua antiga ordem, faz por repartir esses detalhes por entre uma aventura e personagens que acabam por ser desinteressantes e inconsequentes no restante panorama (aparte talvez uma posterior aparição num qualquer material adicional que a Disney se decida a publicar).<br />
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O maior problema desta perda de tempo sentir-se-á no arco de conclusão da série que, independentemente da existência de materiais adicionais explicativos – em que já sabemos que a Disney se apoia (em demasia) e que aqui escondem, por exemplo, o contexto do retorno de Maul após a sua captura pelo antigo mestre –, peca pela perda de alguns pormenores que fariam falta para uma transição mais suave entre os eventos da série e os do filme.</div>
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É desde logo interessante explorar eventos que sabemos que correriam em paralelo aos retratados em <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt0121766/" target="_blank">Revenge of the Sith</a></i></b>, focando-se particularmente nas personagens de Maul e Ashoka no confronto maior existente no planeta de Mandalore. Mas esse mesmo confronto, com um vasto e interessantíssimo historial na série e após as expectativas criadas para o remate do mesmo (inclusivamente após a revelação das consequências na recente <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt8111088/" target="_blank">The Mandalorian</a></i></b>), acaba por não revelar inteiramente as consequências no planeta e sua população, como o já conseguira fazer anteriormente na série com grande destaque.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHGt1PfNp4Q4s6g2NlRopNYMoHkZcuZa8LHt9F4imm-XbJLFjdNYK7SzZxjSSww1XA76Sk0Doyp-0iHEZXjYpbqvcnoIViN0fMsNz16GAm-gSz8daZ9_ZFZYAsRSH0LEEmvvZh0yZcprc/s1600/image-asset.jpeg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="358" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHGt1PfNp4Q4s6g2NlRopNYMoHkZcuZa8LHt9F4imm-XbJLFjdNYK7SzZxjSSww1XA76Sk0Doyp-0iHEZXjYpbqvcnoIViN0fMsNz16GAm-gSz8daZ9_ZFZYAsRSH0LEEmvvZh0yZcprc/s640/image-asset.jpeg" width="640" /></a></div>
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Ao mesmo tempo, são esquecidos quase por inteiro os restantes protagonistas na base da série e da segunda trilogia de filmes, nomeadamente Anakin e Obi-Wan, que recebem tempo de ecrã quase nulo na dúzia de episódios que compõe a temporada. Se o destaque iria sempre para as histórias das personagens ausentes dos filmes, a ausência de Ashoka dos filmes não negava o acompanhamento dos dois restantes protagonistas da série, mesmo que em meno tempo. Sendo assim, funciona a temporada como final da história de Ashoka (até ao seu revisitar, cronologicamente, em <a href="https://www.imdb.com/title/tt2930604/" style="font-style: italic; font-weight: bold;" target="_blank">Rebels</a>), mas enquanto finalizar da série como um todo falha precisamente na sua dependência do filme em paralelo. </div><div style="text-align: justify;">Percebendo o público as dúvidas de Anakin levantadas sobre o tratamento de Ashoka pelo Concelho Jedi, não passa isso de uma fala quase descartável, que falha numa transição satisfatória dos elementos que a série apresentou para o filme adjacente, que seria sempre difícil mas não impossível de concretizar.</div>
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Se Ashoka (face o seu entendimento do descontentamento da população para com os Jedi) tivesse tido uma última discussão com o seu mentor sobre a posição do Concelho Jedi em todo a guerra, todo o posterior questionamento de Anakin seria ainda mais reforçado entre a posição conservadora mas ingénua de Obi-Wan e a mais sábia da aprendiz que necessitou desligar-se daquele mundo para aprofundar a sua visão sobre o mesmo. Para além disso, serviria essa possível discussão entre ambos como uma explicação plausível para a não referência no filme da Jedi abandonada e contribuiria ainda mais para o fatídico entendimento de Anakin do que parece, de facto, ser a traição dos valores dos Jedi (justificando até a trágica última cena da série).<br />
Em vez disso, a última vez que vemos Anakin antes do que será a sua tentação por Sidious é num agradável diálogo com a sua aprendiz que, apesar das dúvidas para com a sua expulsão, deixa-nos na expectativa de ter recebido material adicional para colmatar mais a transição algo repentina de Anakin em <b><i>Revenge of the Sith</i></b>. Fossem mais momentos de questionamento, ou mais actos inprudentes da parte do suposto Escolhido, teria sido necessário mais tempo com a personagem nesta temporada.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnbGaOtj0RLu0zxhgoltXFGYrVc6PRL1iiivG-QDwPJsmKrld72yU5FWRBEfqHGbQb5EzrpsdDdkd7uZ3cLyjrvZxuEtGZqWRU0tPLG-EIaS96B5emOypc_fg3A-h-XHtkExn_QIFEyus/s1600/star-wars-the-clone-wars-season-7-jedi.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="873" data-original-width="1600" height="348" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnbGaOtj0RLu0zxhgoltXFGYrVc6PRL1iiivG-QDwPJsmKrld72yU5FWRBEfqHGbQb5EzrpsdDdkd7uZ3cLyjrvZxuEtGZqWRU0tPLG-EIaS96B5emOypc_fg3A-h-XHtkExn_QIFEyus/s640/star-wars-the-clone-wars-season-7-jedi.jpg" width="640" /></a></div>
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Nada disto seria particularmente relevante na nossa apreciação da temporada, se a mesma não limitasse o arco "final" (nesta série, ao menos) de Maul às suas premonições relativamente a Anakin. Apesar do foco na batalha em Mandalore, estamos constantemente a ser lembrados do que sabemos estar a ocorrer (como seria esperado), ainda que só entendamos a cronologia conjunta por um ou outro holograma expositivo, ou uma qualquer sensação através da Força.<br />
Ainda assim, é precisamente aí que o acompanhamento de Maul se torna particularmente interessante, já que, mais do que um aprendiz em busca de se vingar do mestre que o traiu, é no preciso conhecimento do plano de Sidious para o futuro da galáxia que também inicia a compreensão – em paralelo com Ashoka no espectro oposto – de qual deve a sua posição ser perante o estado em que a galáxia permanecerá.</div>
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</div>A verdade é que, toda a disjunção e falta de coerência entre os diversos arcos da série deve-se à esquizofrenia na base da mesma que, originalmente criada com um público juvenil em mente (patente no próprio estilo de animação empregado), foi-se adaptando para o público de maior idade que buscavam alguns dos temas, ideias e/ou personagens surgidas dos filmes que serviram de prequelas à trilogia original de Lucas. Assim, nota-se mesmo que, se no início mantém o tom mais juvenil iniciado no filme de 2008, o final apresenta já uma maturidade surpreendente, desde logo patente nos créditos iniciais num sinistro vermelho e continuada com a brilhante música de <a href="https://www.imdb.com/name/nm0454349/" target="_blank">Kevin Kiner</a>, que em certos momentos nos relembra mais <i>Blade Runner</i> que <i>Star Wars</i> (oiça-se o exemplo mais abaixo).</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRhCn9VN6o5EiSCOha82VY9HAkH6yqTxr3C9gFm8pFEkkm5iBDMPcK6PxdJDm_7rutzStNrBwBL6wpilRWUu9GFFmBHffyrX5VRofVmJSTn6ItfpRpvk9xwTW3R5t5jmk691PDoapEjWg/s1600/clone-wars-season-7-episode-10-images-ahsoka-tano-darth-maul-scaled.jpeg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="679" data-original-width="1600" height="270" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRhCn9VN6o5EiSCOha82VY9HAkH6yqTxr3C9gFm8pFEkkm5iBDMPcK6PxdJDm_7rutzStNrBwBL6wpilRWUu9GFFmBHffyrX5VRofVmJSTn6ItfpRpvk9xwTW3R5t5jmk691PDoapEjWg/s640/clone-wars-season-7-episode-10-images-ahsoka-tano-darth-maul-scaled.jpeg" width="640" /></a></div>
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Percebe-se assim que houve uma total dedicação renovada na elaboração desta última temporada, que se denota logo pelo estilo de animação que, das restantes temporadas, recebeu uma melhoria clara, seja na camada extra de textura que as personagens recebem, assim como um redesenho mais caracterizado e vívido. Note-se até na existência de um redesenho mais ameaçador da personagem de Grievous para esta temporada, visível por apenas um segundo, que deixa no ar o potencial de ver representado o rapto de Palpatine que nunca vemos no filme, e que tinha já sido retratado na <a href="https://www.imdb.com/title/tt0361243/" target="_blank">anterior mini-série de animação</a>.</div>
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Não ganha esse esforço maior destaque que no duelo final entre Ashoka e Maul, prometido logo no trailer como um dos momentos de destaque da temporada, em que não hesitaram em capturar o desempenho do actor que interpretou originalmente Darth Maul em <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt0120915/" target="_blank">The Phantom Menace</a> </i></b>para lhe oferecer uma maior fluidez e veracidade. Ajuda isto a enaltecer a semelhante posição em que se encontram ambas as partes, deixados de lado pelas suas respectivas crenças e ídolos, nem pondo Ashoka imediatamente de parte a oferta do antigo Sith.</div>
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É por tudo isso pena que, após tantos anos de espera por esta temporada, não tenha sido possibilitada uma revisão maior de como esta se formalizaria. Se o intuito seria sempre terminar num arco contínuo mais acentuado, dada a ligação mais clara com o terceiro filme das prequelas, a mesma deveria ter sido pensada como um todo e não uma amálgama de restícios de ideias anteriores. Fica a satisfação de um final bem feito, mas o tédio de, após tantos anos, ainda termos tido que esperar vários episódios antes de recebermos o merecido.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKdElDo5y-zrBfI0MM5kyqk_oJPA56yGfqvNNaUJRwkmRIPhBTVRW_0gksO0Uaf9cZyvDSmGTGT4itL_xqobvJtG5bCxxHkVjqdFHTRXbW8IXC-lkYY4c0JiFN_N6-o-k4USY5ZHQ5XzCH/s1600-h/3.png"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5302060756559599746" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKdElDo5y-zrBfI0MM5kyqk_oJPA56yGfqvNNaUJRwkmRIPhBTVRW_0gksO0Uaf9cZyvDSmGTGT4itL_xqobvJtG5bCxxHkVjqdFHTRXbW8IXC-lkYY4c0JiFN_N6-o-k4USY5ZHQ5XzCH/s320/3.png" style="height: 33px; width: 155px;" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5Phl8uze4FemGtBYdRP3kYK5a07JM097TOE0Z6eOrEBH54TamZyhVnHNFopw-wB0T65k0lJvcoak1JfnBGHQ1uCQT0nDrDrU43sMZJ_Hawm_UIMyU5SjsELjyUhxFwe2oDlPRzwBC7XY/s1600/fa836390af77dad4-1200x675.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="675" data-original-width="1200" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5Phl8uze4FemGtBYdRP3kYK5a07JM097TOE0Z6eOrEBH54TamZyhVnHNFopw-wB0T65k0lJvcoak1JfnBGHQ1uCQT0nDrDrU43sMZJ_Hawm_UIMyU5SjsELjyUhxFwe2oDlPRzwBC7XY/s640/fa836390af77dad4-1200x675.jpg" width="640" /></a></div>
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<iframe allow="autoplay; encrypted-media" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/MJrEkTEkE4Q" width="560"></iframe>
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Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-90345680342669044412020-09-09T18:34:00.003+01:002020-09-09T18:54:34.831+01:00Primeiro trailer para "Dune" de Denis Villeneuve<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsQBcwtzNxQZWP4PlWhsSqpatNIQV3cu2VwcTxI2DYNRwh9IA1If7Jal7if2KLnWidPm8u_BmBj_gUj1IFF29uPsLQ3ISXIT0s1mun3YgP04g_SbuB6jKfsJW18MceNu4Kmcac12KmomE/s1000/MV5BMGFkZGY0NTgtMGEyZC00YzhjLTkyOWItYzMzOTljMDA3ZjU2XkEyXkFqcGdeQXVyNzc4NTU3Njg%2540._V1_SY1000_CR0%252C0%252C562%252C1000_AL_.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="562" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsQBcwtzNxQZWP4PlWhsSqpatNIQV3cu2VwcTxI2DYNRwh9IA1If7Jal7if2KLnWidPm8u_BmBj_gUj1IFF29uPsLQ3ISXIT0s1mun3YgP04g_SbuB6jKfsJW18MceNu4Kmcac12KmomE/s320/MV5BMGFkZGY0NTgtMGEyZC00YzhjLTkyOWItYzMzOTljMDA3ZjU2XkEyXkFqcGdeQXVyNzc4NTU3Njg%2540._V1_SY1000_CR0%252C0%252C562%252C1000_AL_.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><div style="text-align: justify;">Foi lançado o primeiro <i>trailer </i>para <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt1160419/" target="_blank">Dune</a></i></b>, adaptação pelo realizador <a href="www.imdb.com/name/nm0898288" target="_blank"><b>Denis Villeneuve</b></a> do livro de ficção científica homónimo do autor Frank Herbert, publicado originalmente em 1965. Este será a primeira de duas partes da adaptação do livro de mais de 400 páginas, após a primeira tentativa de adaptação por <a href="www.imdb.com/name/nm0000186" target="_blank">David Lynch</a> em 1984, produção envolta em diversos problemas.</div>
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/n9xhJrPXop4" width="560"></iframe>
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<div>A história acompanha o filho de uma família nobre, Paul Atreides (<b><a href="www.imdb.com/name/nm3154303" target="_blank">Timothée Chalamet</a></b>), do planeta deserto Arrakis, que é encarregado de proteger o bem mais valioso e o elemento mais vital da galáxia, uma substância chamada "Melange" que prolonga a vida humana e fornece níveis acelerados de pensamento.</div><div>Depois de <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt1856101/" target="_blank">Blade Runner 2049</a></i></b>, do mesmo realizador, não ter ganho popularidade entre o público há três anos, apesar das críticas generalizadamente positivas, resta perceber se esta produção sofrerá o mesmo destino.<br />
<b><br /></b><b>Duna</b> estreia nos Estados Unidos no dia 18 de Dezembro de 2020.</div>
</div>Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-11213906423622562632020-08-30T12:11:00.023+01:002021-10-16T01:01:45.848+01:00Tenet, por Eduardo Antunes<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://splitscreen-blog.blogspot.com/2020/08/tenet-por-eduardo-antunes.html" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2001" data-original-width="1330" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWaZGsgyAGOPFHXHZbidqi3XdAs-jgE1js7HCXTzba2RozimHb22guRur3kTUZU2wPHW-HwLYPd34eZqHiz6HYuUtXuAG9AoQyZXXsHcASVoBd6FaVdJAfPl6-7VZ68RkE7xQh0C0Jd04/s640/tenet_teaser_EB07367_B_1024x1024%25402x.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><div style="text-align: justify;"><b>Título original</b>: <a href="https://www.imdb.com/title/tt6723592/" target="_blank">Tenet</a> (2020)</div><div style="text-align: justify;"><b style="font-weight: bold;">Realização</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0634240/?ref_=tt_ov_dr">Christopher Nolan</a></div><div style="text-align: justify;"><b style="font-weight: bold;">Argumento</b>: Christopher Nolan</div><div style="text-align: justify;"><b style="font-weight: bold;">Elenco</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0913475/?ref_=tt_ov_st_sm">John David Washington</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1500155/?ref_=tt_ov_st_sm">Robert Pattinson</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm4456120/?ref_=tt_ov_st_sm">Elizabeth Debicki</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000110/?ref_=tt_cl_t3">Kenneth Branagh</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm1093951/?ref_=tt_cl_t5">Aaron Taylor-Johnson</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0438092/?ref_=tt_cl_t13">Dimple Kapadia</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div> <div style="text-align: justify;"><b><i>Tenet </i></b>parece ser uma justificação de Nolan para o seu próprio contributo cinematográfico, no entanto reconhecendo-se a perda de um necessário foco emocional em detrimento de uma presumida originalidade na estrutura narrativa. A qual também não é pensada na totalidade da experiência que nos propõe, como se ao invés de construir a narrativa em volta da proposta mecânica, tivesse que ter construído em volta de uma ideia visual inicial um filme que, no final, nem retoma a nostalgia das suas influências nem oferece realmente nada de novo aparte a curiosidade inicial.</div><div style="text-align: justify;"><div><br /></div><a name='more'></a><div>A maior falha do filme é a falta de uma clara ideia do que pretende ser, com uma narrativa que não gira em torno do truque que o realizador introduz (como já acontecia no anterior <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt5013056" target="_blank">Dunkirk</a></i></b>), antes funcionando em paralelo a este e tentando em pontos justificar a sua inclusão. Significa que, se o utensílio temporal utilizado faz aparentemente parte integrante da narrativa contada, como objectivo a ser alcançado de ambos os lados da barricada, a sua substituição por um qualquer outro dispositivo não modificaria em nada a história aqui contada. </div><div>Numa duração aproximando-se dos 150 minutos, com o que parece material para diversos episódios, reconhecemos no entanto o vazio de uma história que durante os primeiros cem minutos apenas salta de local em local, sem termos noção de personagens ou consequências e que, no final, acaba por ser uma variação sobre a travagem de um mecanismo que terminará o mundo como o conhecemos, conceito a este ponto já tão cansativo quanto soa.</div><div><br /></div><div>À partida, porque o que é apresentado como um filme de espionagem desde o seu prólogo, deriva na sua forma mais básica, assemelhando-se aos piores exemplos da saga do famoso espião britânico com que Nolan admitidamente cresceu e se inspirou, tentanto no entanto transparecer ao mesmo tempo um certo nível de dramatismo (inexistente) de um romance de John Le Carré. Aliás, reconhecemos na personagem de Elizabeth Debicki a sua exacta interpretação em <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt1399664/" target="_blank">The Night Manager</a></i></b>; enquanto mulher de um traficante de armas, controlada através da sua relação com o filho e sem conhecimento das reais implicações dos negócios do marido, numa tentativa de oferecer um nível de humanidade, de outra forma, ausente.</div><div><br /></div><div>Infelizmente, se nessa mini-série podíamos contar com o carisma ocasionalmente assustador de <a href="https://www.imdb.com/name/nm0491402/" target="_blank">Hugh Laurie</a>, numa narrativa habilmente contada através das relações entre as personagens centrais, não só não existe tempo para isso por entre tantos locais visitados e eventos dispersos, como a interpretação de Brannagh enquanto nada mais que um vilão unidimensional é, simplesmente, má. Desde a escusada nacionalidade russa (com o correspondente falseado sotaque), acompanhada de violentas e vazias ameaças e incompreensíveis motivações, é nas suas falas que reconhecemos o maior pecado de uma personagem que, a cada momento que entra em cena, nos faz revirar o olhar com a sua inaptitude nesta história. Aliás, quando ouvimos a deixa "Se eu não te posso ter, mais ninguém pode" dirigida à sua mulher, questionamos se não teremos entrado na sala errada (relembrando, no entanto, a falta de oferta cinematográfica para tal engano e imediatamente a tristeza de sabermos estar na sala correcta). </div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div> <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhs9IeIKPdgOs2jGndeguIb4JB3RKVQ85BucpUrRDWi3l7Bu-TEtbLB_ntVW2LRs_L9YdbsIob9YCnuJoiHbLIu72o-ljtMMYvMjgrxOaLE2IvR0nR8ozhad75r2d6y7wmhbVoVElUiLAY/s1300/tenet-elizabeth-debicki-kenneth-branagh-cliff-and-co.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="867" data-original-width="1300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhs9IeIKPdgOs2jGndeguIb4JB3RKVQ85BucpUrRDWi3l7Bu-TEtbLB_ntVW2LRs_L9YdbsIob9YCnuJoiHbLIu72o-ljtMMYvMjgrxOaLE2IvR0nR8ozhad75r2d6y7wmhbVoVElUiLAY/s640/tenet-elizabeth-debicki-kenneth-branagh-cliff-and-co.jpg" width="640" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quanto à mecânica temporal que desta vez o realizador se propõe a utilizar, tal como no final de <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt0816692/" target="_blank">Interstellar</a></i></b> as desnecessárias justificações apenas nos retiram da apreciação imediata, à procura de tentar entender o conceito e o sentido da sua formalização durante cada cena utilizada, em vez de simplesmente aceitarmos o mistério e nos embebermos no entretenimento da sua execução visual. Até porque as explicações, ao contrário de <b><i><a href="https://www.imdb.com/title/tt1375666/" target="_blank">Inception</a></i></b>, onde serviam de enquadramento para a restante acção do filme, aqui servem antes como pedaços de informação sobre um conceito mais complicado que complexo.</div><div style="text-align: justify;">Pois, o que acabamos por ver representado no ecrã é o mesmo tipo de interacções temporais e paradoxos que já <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000116/" target="_blank">James Cameron</a> utilizava em <b><i>Terminator</i></b>. Em vez, no entanto, de ser uma estrutura narrativa afectada por esse dispositivo ou um drama para o qual o mesmo é dispensável, este filme é um manual de funcionamento sobre o mesmo, escondido por trás de uma história genérica, sem quaisquer personagens ou eventos memoráveis.</div><div style="text-align: justify;">Para além disso, a hipótese de reviver e revisitar eventos passados na nossa linha temporal através do acesso a uma segunda linha temporal que funciona de forma independente e contrária à primeira, acaba por juntar conceitos diferentes (de viagens no tempo e linhas temporais paralelas), sem justificar a evolução repentina da ideia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E se Nolan nunca teve particular engenho para filmar cenas de acção, antes conseguindo engendrar interessantes cenários onde colocar a câmara, não é mais óbvia essa inaptitude que aqui. Aparte a sequência passada no aeroporto (iniciada ainda assim com um desnecessário e desinteressante avião real a despenhar-se), mais tarde revisitada de outro ponto de vista, onde conseguimos ver com real efeito o engenho temporal a trabalhar em todas as suas vertentes e entender a acção na sua totalidade, nenhuma outra se aproxima sequer de um igual nível de entusiasmo.</div><div style="text-align: justify;">O terceiro acto, aparentemente tirando total proveito da mecânica em jogo, não permite uma inteira compreensão da acção, com uma série de soldados semelhantemente vestidos a correr pelo meio de um ambiente deserto, sem entendermos objectivos ou quem devemos seguir para lá do Protagonista (também ele, escondido por uma máscara). Que resulta, no final, numa troca entre este e o vilão para impedir a activação do engenho antes da contagem final, tão vazia quanto as duas personagens envolvidas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mesmo as sequências mais casuais e que não requisitariam grande mestria, revelam uma falta de inspiração do realizador que, na sua aposta em acrobacias práticas, não as sabe aqui utilizar. Não se tornou isso mais óbvio que num assalto automóvel a uma carrinha, tão entediante na sua edição quanto desinspirada na execução, onde cada acção toma o triplo do tempo para decorrer. E aí, até se vê a composição musical de <a href="https://www.imdb.com/name/nm3234869/" target="_blank">Ludwig Göransson</a> necessitada de dar o ritmo que a cena não tem, transparecendo a esquizofrenia do nosso aborrecimento face uma música que nos tenta convencer do oposto.</div><div style="text-align: justify;">Também a casualidade do jogo metalinguístico de nomeação do Protagonista (literalmente chamado assim sem qualquer outro nome oferecido) não serve qualquer propósito. Se a meio é posto em causa durante uns segundos o seu papel enquanto mero peão movido entre vontades e jogos de outras personagens com real intenção e poder de decisão, no final a sua "revelação" como o real protagonista não traz nada ao seu percurso, visto ter sido sempre participante activo ao longo da narrativa.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No final, o que parece ser o verdadeiro jogo temporal é a perda de tempo pela qual Nolan nos fez passar durante todo o filme. Tão imemorável quanto datado, o realizador vê-se cada vez mais perdido no orçamento inesgotável que lhe parecem dedicar, sem relembrar a genialidade das suas obras iniciais que, pegando num semelhante mecanismo, fez por o trabalhar em prol de uma história que de outra forma não poderia ser contada. Não salvando a crise actual do cinema, talvez possa retrospectivamente servir para relembrar ao autor o que o levou inicialmente a dedicar-se à indústria sem se aproveitar demasiado da mesma. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFTy9ORyZMVyrbLW3nBTNUk_uioDxDmpD9S2GaL7NmQz6CSGRPL7qCDnH1xARmXEyKimgK0oL2RQ_CoL4acaV-OSMuL2CfpaZ8T9SzIZwXGc99Oj8aavzH-dxy8UPJt4-9Om-2Dn9Bh2Bw/s1600-h/1,5.png" style="text-align: left;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5302060516606997714" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFTy9ORyZMVyrbLW3nBTNUk_uioDxDmpD9S2GaL7NmQz6CSGRPL7qCDnH1xARmXEyKimgK0oL2RQ_CoL4acaV-OSMuL2CfpaZ8T9SzIZwXGc99Oj8aavzH-dxy8UPJt4-9Om-2Dn9Bh2Bw/s320/1,5.png" style="height: 31px; width: 155px;" /></a></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi71QddI0Ns4il-WsBXb4N8hnkH7JjVVVF70C8Ho_dQth4iUAyhcN0AdhVqgkRXzE1LTJA03Irmr_27qQl-ly7T4Sn0_iebPUFUT-PK0whinris2lHJYxYSFNRKllkHaQFnbFzHzrLW3_g/s1280/Tenet-898942473-large.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="1280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi71QddI0Ns4il-WsBXb4N8hnkH7JjVVVF70C8Ho_dQth4iUAyhcN0AdhVqgkRXzE1LTJA03Irmr_27qQl-ly7T4Sn0_iebPUFUT-PK0whinris2lHJYxYSFNRKllkHaQFnbFzHzrLW3_g/s640/Tenet-898942473-large.jpg" width="640" /></a></div>Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-49745465292276792912020-05-10T00:54:00.002+01:002021-09-26T16:13:47.302+01:00Sex Education - Temporadas 1 e 2, por Eduardo Antunes<div>
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<a href="https://splitscreen-blog.blogspot.com/2020/05/sex-education-temporadas-1-e-2-por.html"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1080" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNoTAzXkvB3x1J5D4I2RR4vbANQRG3gqJ3LBpjA4Zb0G62mj7Tyd3ZFJECCpH_DoirEQN79-Y_CnQgEYCL_Lzf1nCrQwMuiAQN7zyxhaPbiWUt_eqIZfI7Us9Rm6UkegD8C8uR8xPuC64/s640/Sex-Education-Netflix-TV-Show-Poster-5.jpg" width="432" /></a></div>
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<b>Título original</b>: <a href="https://www.imdb.com/title/tt7767422/" target="_blank">Sex Education</a> (2019– )<br />
<b>Criadores</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm5677403/?ref_=tt_ov_wr">Laurie Nunn</a><br />
<b>Elenco</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm2633535/?ref_=tt_cl_t1">Asa Butterfield</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm8076281/?ref_=tt_cl_t4">Emma Mackey</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm6967441/?ref_=tt_cl_t3">Ncuti Gatwa</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0000096/?ref_=tt_cl_t2">Gillian Anderson</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm2809631/?ref_=tt_cl_t6">Kedar Williams-Stirling</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm8874222/?ref_=tt_cl_t5">Connor Swindells</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm10117059/?ref_=tt_cl_t10">Patricia Allison</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm7737332/?ref_=tt_cl_t9">Tanya Reynolds</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0677944/?ref_=tt_cl_t7">Alistair Petrie</a></div>
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Ainda que a sua premissa sugira o contrário, numa abordagem totalmente livre da temática do sexo que se torna central no nosso acompanhamento das inúmeras personagens, principais e secundárias, <b><i>Sex Education</i></b> encontra-se longe de quebrar ou subverter inteiramente os paradigmas deste género de séries direccionadas (em princípio) a um público adolescente, por não se inclinar inteiramente sobre os elementos que efectivamente traz com interesse para uma discussão mais ampla sobre a sexualidade.<br />
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É interessante que a série, desde a primeira cena, demonstre uma total desinibição relativamente à forma como apresenta as relações sexuais, seja na sua representação física, seja na sua incorporação na construção das relações interpessoais dos diversos protagonistas. E isso até leva, em tempos, a pôr em causa se esta forma quase leviana como aborda o sexo não servirá apenas como ponto de venda da série, demonstrando a ousadia da novidade que rapidamente nos poderemos aperceber não interferir no restante desenvolvimento da mesma.<br />
A verdade é que a forma banal de abordar a temática acaba precisamente por servir o propósito de demonstrar os mais complexos sentimentos que se escondem por trás do maior ou menor interesse nas relações sexuais. É o sexo aqui claramente utilizado como ferramenta que esconde os medos da puberdade, seja o desapontamento face às expectativas de cada um, ou a humilhação trazida pela falta de correspondência a um estatuto esperado, seja por si ou por outrém, parceiro ou colega. </div>
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Mas ainda assim, na sua premissa e potencial, não parece desenvolver dramaticamente os pontos que, directamente relacionados com o sexo, poderiam transpor esta série para lá do óbvio, do (des)confortável. Se a sexualidade é aqui aberta e encarecidamente abordada, não tecendo comentários sobre as situações mais drásticas que daí surjam, seria nessa eventual interpretação que poderia procurar o seu particular contributo (apesar dos seus propósitos mais modestos equanto entretenimento).<br />
Será na situação de Eric que encontraremos a mais clara exploração dramática durante a primeira temporada, onde a sua família aceita a sua homossexualidade independentemente das suas crenças reiligiosas, mas não lhe dá na verdade tempo para ser escutado. Sente nessa silenciosa aceitação da sua pessoa o espaço finito para se expressar, expandindo aos poucos os limites desse espaço para rapidamente o mundo desaprovador voltar a empurrá-lo para dentro do seu quarto, onde nem a sua amizade com Otis poderá ser sempre a constante expectável.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1ydWQ61bfqg-14S5BdJfa6VYM_6x08dtppWzDIAIxn1Iaz7APGjNAC84wHzuwYqFM4oPG6bRGcwM0GBjYdwB7FBdg7DcoFMkZ111wVUZkW6atM8b_85l3JZdKlu_C5-3prmEJ7Bkn668/s1600/MV5BMTU5NDY0NDMyMV5BMl5BanBnXkFtZTgwOTA5MTgwNzM%2540._V1_.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1ydWQ61bfqg-14S5BdJfa6VYM_6x08dtppWzDIAIxn1Iaz7APGjNAC84wHzuwYqFM4oPG6bRGcwM0GBjYdwB7FBdg7DcoFMkZ111wVUZkW6atM8b_85l3JZdKlu_C5-3prmEJ7Bkn668/s640/MV5BMTU5NDY0NDMyMV5BMl5BanBnXkFtZTgwOTA5MTgwNzM%2540._V1_.jpg" width="640" /></a></div>
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Mas aquele que se apresenta como o aspecto da série melhor conseguido até agora, e mais perto de uma problematização do sexo neste formato, será a subtil dramatização da personagem de Aimee. Aquela que literalmente inicia a série com uma inequívoca descontracção sexual e inerente entusiasmo, parecendo a partir daí servir como suporte cómico constante da série, na segunda temporada encontra nessa sua extrovertida e ingénua personalidade o contraste necessário para transpor a sua traumática experiência com maior surpresa e destaque.<br />
Face uma indesejável experiência num transporte público onde se esperaria um certo nível de segurança, a inaparente perturbação de Aimee acaba por resvalar para os mais simples comportamentos para com quem lhe está mais próximo. Pela não assunção da sua condição, num bloqueio inconsciente da experiência, ao mínimo contacto com o namorado é ela relembrada do assédio a que foi sujeita. E precisamente por não ser alvo de uma das narrativas principais, a cada pequeno momento ou mínimo gesto em que vemos o seu trauma saltar à superfície, torna-se tão mais dramático imaginarmos o que seria passar por tal situação, numa das poucas instâncias em que a série se propõe a comentar mais aprofundadamente sobre a sua temática.<br />
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De resto, serve mais o tema do sexo como forma de ilustrar a maior ou menor confiança destes adolescentes, seja pela forma como se comportam confiantemente face os outros para esconder a sua inexperiência ou, contrariamente, como as suas seguranças nas relações sexuais que perpetuam escondem uma inabilidade na sua entrega emocional.<br />
Não será mais clara esta última situação que em Jackson na primeira temporada, que não retém no núcleo do seu desenvolvimento o sexo enquanto catalizador, apesar da sua introdução através da relação casual com Maeve. Antes, sendo o miúdo de maior popularidade no liceu, é nessa popularidade que começamos a reconhecer as rachas que transparecem traumas e verdades escondidas, na abalada relação entre as mães que influencia a sua própria relação com elas e consigo próprio. E apesar de se tornar mais claro na segunda temporada, serão as casuais discussões entre as mães de Jackson que permitem entender a diferenças entre elas e a falta de um entendimento aprofundado dos desejos mutáveis de Jackson de qualquer um dos envolvidos.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPtrvG44j5hVeHYOAbSrwGyyBLaSrntozZEPa7feyGBOKldYW1gzlVuKfbMl08dPgRvpYTQbzCaGPDwGumEAcMyYlAbzmzZu_Y1_79M5pXVLoJh3CnGhrqX5EGeaQ7-A1TXC96UWOQQPk/s1600/50HKSg1.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPtrvG44j5hVeHYOAbSrwGyyBLaSrntozZEPa7feyGBOKldYW1gzlVuKfbMl08dPgRvpYTQbzCaGPDwGumEAcMyYlAbzmzZu_Y1_79M5pXVLoJh3CnGhrqX5EGeaQ7-A1TXC96UWOQQPk/s640/50HKSg1.jpg" width="640" /></a></div>
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O interessante é também quando a série experimenta expressar o mesmo tipo de inseguranças relacionais com as suas personagens adultas, demonstrando que o receio em expressar inequivocamente as nossas emoções pode transparecer nas subsequentes fases da nossa vida, independentemente da nossa própria capacidade em entender as suas causas e efeitos.<br />
Em particular com a mãe do protagonista, Jean, após a sua separação menos que saudável e por inteira culpa do ex-marido, é incapaz no entanto de se conformar e comprometer a uma nova relação duradoura, projectando as suas frustrações no limite do desconhecimento em lidar com o que será a renovação da sua vida, ainda que ela domine todas as ferramentas para lidar com a situação enquanto terapeuta sexual.<br />
Isso expressa-se igualmente desde logo no seu domínio (enquanto profissional) dos problemas que sabe que afectam Otis, e na sua inabilidade (enquanto mãe) em utilizar esse conhecimento em prol dele, tentando forçar a conversa quando não é pretendido ou expressando-se da pior forma quando finalmente lhe é permitido acesso aos problemas do filho.<br />
<br />
No entanto, se a série se foca em grande parte nas complexidades acima expressadas, e se os pontos fortes da primeira temporada derivam da sua premissa original a qual permite a quebra dos nossos julgamentos primários sobre os conhecidos arquétipos presentes nestas séries, muitas vezes esse exercício aparenta algo superficial ou apressado. Para introduzir um novo nível de complexidade às relações amorosas de Otis, cai inclusivamente na segunda temporada no mesmo tipo de lugares comuns que conhecemos de séries de adolescentes, incluindo o mesmo triângulo amoroso em que a/o protagonista está dividida/o entre o amor correspondido mas não assumido e a aceitação da possibilidade de uma relação para lá das expectativas criadas. Numa série que se pretende diferenciar o máximo das suas congéneres na sua abordagem, ainda que estas situações possam surgir de uma realidade inconstante que nos habita enquanto na puberdade, a sua inclusão aqui lê-se enquanto um lugar comum que não deveria existir da forma óbvia como se expressa.<br />
<br />
Apesar de tudo isso, não deixa esta de ser uma série de extrema eficácia ao nos deixar apegados às suas diversas personagens, com interpretações de um elenco maioritariamente jovem que nunca nos deixam de convencer da naturalidade das suas acções. Com uma dinâmica central que, nos aparentes opostos de Otis e Maeve que retrata, demonstra as similitudes que não esperamos encontrar, tão distantes quanto alcançáveis, não deixamos nunca de ficar na expectativa de que essa dinâmica se resolva e descubra o final feliz que, no entanto, a série nos prepara para a possibilidade de não existir. Se no seu seguimento, e como tantas outras séries, necessitou de buscar formas mais fáceis de criar conflito, com eventuais mudanças drásticas de apetências sexuais quando as relações se pareciam aproximar de uma qualquer normalidade, talvez a sua continuação permita a exploração mais complexa das dinâmicas que apresenta, apesar de tudo, corajosamente.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKyQRgCdZheT89brzXwchCYXuoPM08SYew0S8E1RcCk2be7qDM5VmXFFYEbJBCNyYugwclMHQuNMYKIe3YcI7eU9ghbw_ML9DZ4qEGZx7QD-Q3DIigHMmZCqBy5zUNtombRTXHfyJv4BlQ/s1600-h/3,5.png" style="text-align: start;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5302060755077282770" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKyQRgCdZheT89brzXwchCYXuoPM08SYew0S8E1RcCk2be7qDM5VmXFFYEbJBCNyYugwclMHQuNMYKIe3YcI7eU9ghbw_ML9DZ4qEGZx7QD-Q3DIigHMmZCqBy5zUNtombRTXHfyJv4BlQ/s320/3,5.png" style="height: 32px; width: 155px;" /></a></div>
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Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-4316581996103317732020-04-19T21:24:00.000+01:002020-04-20T11:35:05.974+01:00O Homem Invisível, por Eduardo Antunes<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<a href="https://splitscreen-blog.blogspot.com/2020/04/o-homem-invisivel-por-eduardo-antunes.html"><img border="0" data-original-height="914" data-original-width="640" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCsbLjU0awvFogWybHD93eVXgfTnceXcW6BpVmX_NtzqT2xYgdeShiHBPrAaACBHerXj7Mx2UpVNzoyp809-SdesCxKZZBqHc4KiZ1qzDfgU_OWw8B4YeaMyBCMOAyQJyiemErnAH8ngw/s640/ibxb0upl5wn3t340sgsy.jpg" width="448" /></a></div>
<a href="https://www.blogger.com/"></a><br /></div>
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<b>Título original</b>: <a href="https://www.imdb.com/title/tt1051906/">The Invisible Man</a> (2020)</div>
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<b>Realização</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm1191481/?ref_=tt_ov_dr">Leigh Whannell</a></div>
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<b>Argumento</b>: Leigh Whannell</div>
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<b>Elenco</b>: <a href="https://www.imdb.com/name/nm0005253/?ref_=tt_ov_st_sm">Elisabeth Moss</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm0388038/?ref_=tt_ov_st_sm">Aldis Hodge</a>, <a href="https://www.imdb.com/name/nm4977564/?ref_=tt_ov_st_sm">Storm Reid</a></div>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><a href="https://www.blogger.com/"></a><u></u><u></u><br />
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Não é a premissa de um filme controlado no seu orçamento e narrativa, sobre a possível paranóia de uma mulher abusada psicologicamente por uma força inescapável, suficiente para transpor este recontar da clássica história para lá de uma fraca tentativa de modernizar, mais que apenas superficialmente, um simples <i>thriller </i>tedioso.</div>
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O que parecia um esforço meritoso de renovar uma ideia tão conhecida não fraqueja na falta de quaisquer pontos fortes. Será antes no reconhecimento de uma falta de compromisso com o potencial que aparentemente o realizador e argumentista não saberia enfrentar que surge um certo desapontamento.<br />
Após a inexplicada escapatória do que parece uma prisão sob a capa de uma luxuriosa e moderna mansão, em que todos os passos da protagonista se nos revelam tão calculados como os vigiados ângulos da fria e distante arquitectura que comumente espelha a própria relação em causa na cena, os momentos seguintes definirão os dois primeiros terços do filme.<br />
<br />
É a partir da sua libertação e subsequente descontração quotidiana que surgem diversos momentos em que a câmara permanece fixa sobre um determinado momento, aparentemente normal. Aí, quando a cena se esvazia de presença humana, é-nos questionado se estaremos na presença da titular personagem. Aí, quando um acidente ocorre, o realizador faz-nos questionar quaisquer suspeitas que surjam seguidamente. Torna-se vincada, a partir desses momentos, a sensação de qualquer hipótese de presença do titular personagem significar antes a paranóia e trauma da protagonista posterior ao seu cativeiro.<br />
<br />
Para mais, todo o restante argumento vai apresentando os eventos como possíveis frutos da imaginação, advinda das experiências traumáticas de Cecilia, nada mais que a transposição dos seus receios como justificação das suas acções aparentemente irracionais e inconscientes. A afirmação da morte do seu "captor" enquadra todos os eventos decorrentes como efeitos da desconexão com a sua própria memória e realidade, e julgamos então o título do filme como significante da metafórica natureza da psicose da personagem de Elisabeth Moss que, não apenas a afecta a ela, mas faz a sua própria família questionar qualquer razão que lhe sobrasse.</div>
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No entanto, o facto é que, o que rapidamente nos convenceria deste como um excepcional exercício de verdadeiro horror psicológico, em que acompanhando a protagonista não temos nunca certezas da sua confiabilidade, rapidamente mergulha num comum <i>thriller, </i>que larga as suas mais arrojadas ideias em favor de um previsível jogo de predador e presa, com desculpas esfarrapadas para justificar eventos e motivações das personagens em questão.<br />
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É uma morte súbita e algo surpreendente encerrando o segundo acto e oferecendo uma nova contextualização aos eventos posteriores, que transforma o restante filme em algo tão esquecível. Podia ao menos o próprio desconhecimento da tecnologia por trás da capacidade do perseguidor servir ainda mais o mistério dos eventos e uma constante destreza (cinemática) para quebrar a ilusão, mas por não confiar na aceitação do conceito pelo seu público vê-se o filme necessitado de demonstrar pormenores desnecessários.<br />
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Mas mesmo que o terceiro acto se assumisse como tal escapatória ao mais mental exercício inicial, podia a conclusão ter regressado à matriz do filme, conseguindo ela escapar ao controlo no final, para apenas esse
controlo se continuar a apresentar psicologicamente no seu contínuo receio para lá dos eventos enquadrados pelo filme. Tornar-se-ia a invisibilidade simbólica, eterno receio, numa constante prisão da qual a protagonista não mais conseguiria escapar, sempre duvidosa. Seria um final mais sombrio, mas por isso mesmo talvez mais apropriado ao exercício aparente na execução do acto primeiro.<br />
<br />
E ficando, ainda assim, a interessante forma como a protagonista vira o jogo de perseguição contra o original manipulador – aproveitando-se da única fraqueza deste (por sinal, emocional, contrariando a sua aparente total sociopatia) para obter a vantagem e renovado controlo sobre ele e, assim, sobre a sua vida –, fica o final bem aquém de um mais elaborado aproveitamento de temas tão mais aterrorizantes que os poucos e fracos sustos que povoam a narrativa. Talvez nas mãos de um realizador mais interessado pudessem estes emergir para lá da intangibilidade.</div>
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Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1291187480755459840.post-80579270144234150282020-02-14T20:32:00.005+00:002020-02-14T20:32:41.852+00:00Versão completa do tema de Billie Eilish para "No Time To Die"<div style="text-align: center;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEoqjdvOxyuOVT4IrQTaBcQ9NIpXws7r_XddX99UqYn2ZogL_DW_dNwGtOS-14PEebIJPqLCbLw22piwTHKZwUDKcrNjtxxqsnEGQ2sxnEdsQhcGLmyhcuiNyR3HlkrCqrVw8oGCn3fqg/s1600/billie-eilish-no-time-to-die.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEoqjdvOxyuOVT4IrQTaBcQ9NIpXws7r_XddX99UqYn2ZogL_DW_dNwGtOS-14PEebIJPqLCbLw22piwTHKZwUDKcrNjtxxqsnEGQ2sxnEdsQhcGLmyhcuiNyR3HlkrCqrVw8oGCn3fqg/s320/billie-eilish-no-time-to-die.jpg" width="320" /></a></div>
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Foi revelada o tema completo para o genérico do 25º filme da franquia de James Bond, <a href="https://www.imdb.com/title/tt2382320/"><b><i>No Time to Die</i></b></a>, interpretada por <b>Billie Eilish</b> e co-escrita com o seu irmão e produtor, Finneas O'Connell:</div>
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<iframe allow="autoplay; encrypted-media" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/GB_S2qFh5lU" width="560"></iframe>
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<b>No Time to Die</b> estreia em Portugal no dia 9 de Abril de 2020.<br />
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<b><span class="Apple-style-span" style="color: #660000;">Leia também:</span></b></div>
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<li><a href="http://splitscreen-blog.blogspot.com/2019/12/primeiro-trailer-e-posters-para-novo.html">Primeiro trailer e posters para novo filme de "007"</a></li>
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Eduardo Antuneshttp://www.blogger.com/profile/00397062350422177807noreply@blogger.com0