segunda-feira, 15 de junho de 2009

O Panda do Kung Fu, por Tiago Ramos



Título original: Kung Fu Panda (2008)
Realização: Mark Osborne e John Stevenson
Argumento: Jonathan Aibel e Glenn Berger
Elenco de vozes: Jack Black, Dustin Hoffman, Angelina Jolie, Ian McShane, Jackie Chan, Seth Rogen e Lucy Liu

É o método da Dreamworks. Usar o conceito de fábula, num formato altamente comercial, inúmeras referências à cultura pop e outras e o uso de actores conhecidos para interpretar as vozes das personagens. Se às vezes resulta, outras vezes nem por isso.



Kung Fu Panda é o meio termo entre o que resulta muito bem e o que não resulta de todo. A primeira vantagem do argumento deste filme de animação é a fácil identificação do espectador com a personagem principal. Afinal quem nunca teve sonhos e ambições altamente improváveis de se concretizarem? Por outro lado, todo o filme pisca ao olho ao público mais adulto inserindo referências a filmes de kung fu e outros, fazendo alusão a personagens como Mr. Miyagi, de The Karate Kid (1984) ou até a Yoda, da saga Star Wars.

Estas referências ao mundo do cinema, especialmente asiático, são complementadas com um humor eficaz e acessível. É também competente ao inserir a componente moral ao longo de todo o argumento, tornando-o numa animação para toda a família. O problema é que talvez diferencia-se demasiado nessas suas facetas, não havendo um meio-termo entre cenas dramáticas e cenas cómicas. O humor é também por vezes excessivamente corporal, não havendo muitas piadas de certa forma inteligentes.



A utilização excessiva de vozes conhecidas no elenco é também pouco perceptível, devido à grande maioria das personagens serem demasiado marginais ao argumento. O elenco é quase todo ele secundário, à excepção do protagonista Po e o mestre Shifu. Daqui se extraem claramente motivações única e exclusivamente com fins comerciais, o que de certa forma indica que não há uma grande preocupação com o público.

Não se deve contudo retirar mérito à película por isso. O Panda do Kung Fu é competente no seu fim, com alguns traços moralizantes e um certo tom classicista que faz recordar por vezes algumas das animações da Disney. Simplesmente não seja talvez tão tocante quanto outras.

Classificação:



4 comentários:

  1. Faço das tuas palavras as minhas, concordando a 100% com toda a tua crítica. Diverge apenas na classificação final, que para mim é mais baixa.

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  2. Jackson,
    Eu percebo, não é daqueles filmes que despertem grandes emoções em nós...

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