quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Charlie Bartlett - Psicanálise para Todos, por Carlos Antunes

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Título original: Charlie Bartlett
Realização: Jon Poll
Argumento: Gustin Nash
Elenco: Anton Yelchin, Robert Downey Jr., Hope Davis e Kat Dennings

Charlie Bartlett parece ter algo a dizer sobre a juventude actual, aquela que se tipifica no imaginário de "liceu americano" ao longo de décadas de filmes.
Parece ter algo que, mesmo que não seja novo, é enunciado de maneira diferente.

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O filme parece disposto a pegar nos modelos de comportamento, nos papéis que se desenvolvem num liceu, e desconstruí-los por via da análise instruída de Charlie que, nem por isso, deixa de ser a de um dos seus pares.
Há um falso distanciamento da sua personagem que, na verdade, está mais próxima dos grandes problemas de todos os outros do que eles podem imaginar.

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Mas o filme contenta-se em divertir um pouco o espectador, criando alguns momentos inusitados.
O filme acaba por apenas (re)evidenciar que, se os adultos devem ouvir mais os jovens que têm uma inteligência construída numa base diferente e não necessariamente menos significativa, os jovens devem também compreender as diferenças
Faltava-lhe o risco de dizer algo mais, de levar as questões ao seu âmago. Faltava-lhe tentar, por exemplo, demonstrar as semelhanças que um movimento de rebelião pode ter com a forma política da idolatria da imagem.
Isso impede que o resultado seja mais distinto perante muitos filmes que se têm visto no mesmo género, e impede que o filme seja melhor.

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E isso é uma pena, pois teria sido possível "sacar" daqui um grande filme, com a interpretação de Yelchin a justificar quase todas as hipóteses singulares e, quase certamente, todos os riscos tomados.
Yelchin aguenta tudo com que tem de trabalhar no argumento, elevando o melhor e trazendo o pior do ridículo para o convincente.
Ao lado de Yelchin, Downey Jr. parece aqui um verdadeiro figurante.

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Charlie Bartlett passou perto de nos ficar na memória, de revolucionar a imagem que temos dos modelos básicos de um liceu americano, tornando-os arquétipos de discussão mais intensa.



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