sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Um Conto de Natal, por Carlos Antunes

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Título original:
A Christmas Carol
Realização: Robert Zemeckis
Argumento: Robert Zemeckis e Charles Dickens
Elenco de vozes: Jim Carrey, Daryl Sabara e Ryan Ochoa

Ainda que a história de Charles Dickens tenha um poder intemporal, a pergunta a ser feita será sempre "Mas ainda há algo de novo a ser feito com ela?".
Afinal de contas já estamos mais do que habituados a ver as versão animadas e televisivas da história, ano após ano.
Até mesmo as suas reinvenções e reciclagens, do divertido Scrooged ao tolo Ghosts of Girlfriends Past.

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A resposta é afirmativa - em parte, também, porque não há uma versão da qualidade que Oliver Twist tem.
Mas, sobretudo, porque Zemeckis aproveitou o factor animação para criar uma obra com uma vitalidade inegável.
Começando na rica e detalhada Londres e chegando à criação dos três fantasmas, este Um Conto de Natal é tudo aquilo que a história de Dickens merece.

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As possibilidades apresentadas por este método de animação são precisamente aquelas que fazem falta a uma imaginação que parece ter crescido sem limites a partir da palavra escrita.
Zemeckis pode ter criado o cânone visual para esta história.
Como superar os ambientes inspirados, as transformações surpreendentes?
Há tantas referências a serem encontradas aqui, da pintura a muitas das técnicas dos Clássicos.
Zemeckis potencia o cinema com a técnica, em vez de se render a ela. Até o 3D o demonstra bem, em vez de o dominar e o levar a usar truques que nos impinjam o efeito "olhos adentro", ele trata de levar o 3D para dentro do próprio filme, engrandecendo o que está na tela.

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E Zemeckis tem o arrojo de criar um ambiente que é capaz de assustar as crianças ao ponto de terem de sair a meio do filme.
As figuras dos três fantasmas não são inofensivos, são imponentes e memoráveis, graficamente soberbas e emocionalmente ferozes. São figuras completas e memoráveis.
Além de que Scrooge acabará por olhar por uma janela para ver a cidade de Londres populada de fantasmas e enfrentará um corredor sombrio onde os defeitos do Homem ganham vida.
São momentos que poderiam sair de um filme de terror ou de um quadro de Munch.
Um Conto de Natal é um filme pensado para entreter um público adulto, o que é um passo mais para o tornar mais do que um mero desenho animado para uma época específica.

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Mas há algo mais debaixo destas magníficas imagens, há interpretações de reconhecido valor.
Jim Carrey, Gary Oldman e Bob Hoskins estão lá, umas vezes reconhecíveis, outras apenas a fazer da voz a executante de uma belíssima personagem.
Há uma segunda vida debaixo do maravilhamento imagético, uma vida que acompanha o restante, que torna tudo ainda mais pleno. No fundo, que torna tudo isto ainda mais Cinema.

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Um Conto de Natal vai ser capaz de emocionar o espectador como o fez desde a primeira vez que foi lido/visto.
Mas irá também deslumbrá-lo como só as palavras de Dickens o terão conseguido.
Levou tempo, mas finalmente temos a possibilidade de ver Um Conto de Natal tal como ele merece!



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1 comentário:

  1. O filme parece ser interessante mas o que me desperta mais o interesse por este fita é Jim Carrey, este actor este um bocado parado mas já voltou ao activo com vários filmes nomeadamente YES man e I love phillip Morris em que o último espero ter a oportunidade de visionar...

    Abraço

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