domingo, 27 de dezembro de 2009

Os Irmãos Bloom, por Carlos Antunes

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Título original:
The Brothers Bloom
Realização: Rian Johnson
Argumento: Rian Johnson
Elenco: Rachel Weisz, Adrien Brody, Mark Ruffalo e Rinko Kikuchi

Os Irmãos Bloom é um jogo de enganos , uma aventura que ultrapassa as fronteiras que as personagens tinham construída para ele e que, no processo, leva o espectador encantado com o engano.
Mas é também um filme feito de imensa ternura.
As personagens buscam aqui uma realidade própria, uma história que não seja uma invenção, uma vida que não esteja encerrada numa bolha.
Por isso convergem tão facilmente uns para os outros, estão desde logo dispostos a entregarem-se a algo distinto.
É um jogo para eles, mas é também a vida. E esta precisa da emoção, seja a mais extraordinária, como para a personagem de Rachel Weisz que busca um sentido de aventura, seja a mais comum, como a personagem de Adrien Brody que busca um sentido de pertença - senão mesmo amor.

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O filme evoca vários tempos no seu interior, do glamour de outras décadas aos truques de outros personagens.
Há crime e há charme, pequenas maravilhas fora de tempo, o mais clássico dos passados no nosso presente.
Por isso mesmo é que há tanto encanto neste filme, a evocação de outras memórias com a frescura que se exigia.

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Laivos de comédia, laivos de drama, laivos de acção.
O filme permite-se correr solto, deixando-se pintalgar com as nuances das suas personagens, em vez de tentar comandá-las a uma leitura e a um destino concretos.
É um filme descomplexado, que na sua liberdade leva o espectador com facilidade. E isso dá, exactamente, gosto em deixarmo-nos ir.

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Isso e a precisa escolha dos quatro actores, todos "no ponto", cada um no seu próprio registo.
Separados seriam criações suficientemente interessantes, mas juntos são complementares e deliciosos.
A sensibilidade e o encanto de Adrien Brody. O charme e a astúcia de Mark Ruffalo. A inocência e a energia de Rachel Weisz. O mistério e a eficácia de Rinko Kikuchi.
Eles dão-nos a sensação de que já não se fazem filmes assim, tão descomprometidamente livres e mesmo assim tão memoráveis.


2 comentários:

  1. Entra directamente para o top dos meus filmes preferidos do ano!

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