terça-feira, 18 de maio de 2010

Green Zone: Combate pela Verdade, por Carlos Antunes


Título original: Green Zone
Realização: Paul Greengrass
Argumento:
Brian Helgeland e Rajiv Chandrasekaran
Elenco: Matt Damon, Greg Kinnear e Jason Isaacs

Numa guerra que foi profundamente escrutinada, a ficção não pode procurar a verdade, mas antes uma história de interesse e impacto inquestionável.
A crítica de erros já profundamente expostos e debatidos não traz interesse à ficção e muito raramente tem alterado as perspectivas do que já se conhece.


Sobretudo se essa verdade é procurada numa versão de filme de acção como já não se usa.
O herói, unidimensional, a solo e que tudo pode, com um sentido de justiça sem contacto com a complexa realidade que o rodeia.
A verdade, assim moldada aos intentos individuais das cenas, é um farsa que se desajusta à agenda tão denunciada do filme - como em quase todos os filmes que surgem com uma agenda moralista pré-definida.


O que piora o caso é o cansaço sentido pelo espectador perante um esquema cinematográfico que se repete há tempo demais.
O mesmo realizador, o mesmo protagonista e o mesmo género de acção levam a que pareça que basta mudar o cenário, o guarda-roupa e a motivação genérica para se ter um filme.
Uma fórmula esticada até ao limite do possível de forma a obter rendimento e não qualidade distintiva.


Green Zone é um caso de desinteresse generalizado, da forma e do conteúdo, nenhum dele verdadeiramente ajustado ao outro.
O filme não é mau mas é difícil encontrar a disposição para admitir que tem algo que resulta quando se apresenta com uma motivação tão errada e tenta manipular o público desonestamente.



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