sábado, 12 de junho de 2010

A Mulher do Viajante no Tempo, por Tiago Ramos



Título original: The Time Traveler's Wife (2009)
Realização: Robert Schwentke
Argumento: Bruce Joel Rubin e Audrey Niffenegger
Elenco: Eric Bana e Rachel McAdams

A ideia principal do romance de Audrey Niffenegger, mesmo que de certa forma assente em trâmites fantasiosos, era a da noção de um amor que transcende o tempo. Um conceito poeticamente bonito que difere da maioria dos filmes com temática semelhante como The Time Machine (2002). Abandona o conceito de ficção-científica mais futurista e entra na tentativa de adoptar uma verosimilhança com o mundo científico, no que diz respeito ao corpo humano como uma espécie de máquina do tempo biológica.


A ideia interessante, mesmo que melodramática e tendenciosamente propositada para a lamechice, podia ter dado de facto origem a uma história bem construída e potencialmente interessante. Mas na verdade a ineficiência do argumento de Bruce Joel Rubin (Ghost), que acaba por ignorar as bases da boa história que tinha entre mãos e a realização inconsistente de Robert Schwentke (Flightplan) acabam por fazer com que este A Mulher do Viajante no Tempo se torne um filme mal aproveitado e completamente dispensável.

E se todos os amantes de ficção científica e da temática de viagens no tempo gostam dos eternos paradoxos, a verdade é que aqueles que são criados neste argumento são tão ridículos e tão pouco plausíveis, que acabam por retirar toda a credibilidade que o filme poderia ter alcançado. É irrealista e pouco plausível e mesmo sabendo de antemão que nos devemos concentrar é na história de amor dos protagonistas, os erros são tão gritantes que tal se torna impossível. E quando falamos em defeitos não nos podemos esquecer, claro está, dos erros de continuidade. Num filme com a temática das viagens no tempo e que oscila entre tempos narrativos esse é um erro imperdoável e que acaba por confundir o espectador.



A favor de A Mulher do Viajante no Tempo temos a química dos actores Rachel McAdams e Eric Bana, competentes nas suas composições e que sabem criar a atmosfera ideal para um melodrama do género. Ou ainda a excelente fotografia de Florian Ballhaus (Flightplan) e a banda sonora de Mychael Danna (500 Days of Summer).

Pena que nenhum destes pontos seja suficiente para tirar o filme da espiral descendente a que foi conduzido. Como entretenimento que tenciona ser, tinha a obrigação de ser bem melhor.



Classificação:

3 comentários:

  1. Não li o livro por isso não posso comparar, mas também não se deve comparar um livro com um filme de 90 minutos. Eu vi o filme e gostei. Se houve falhas nas viagens temporáis, não as notei. Acho que a nota não está bem atribuída comparando este com alguns filmes com histórias complicadissimas que só o autor consegue entender o verdadeiro significado. Mas esta é a minha opnião. Acho que vale a pena ser visto...

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  2. Quero ler o livro!!!
    adorei o filme tem um bom sentido...

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  3. Faço minhas as suas palavras. Era mesmo isso que eu queria dizer...

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