quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Soldados da Fortuna, por Carlos Antunes


Título original: The A-Team
Realização: Joe Carnahan
Argumento: Joe Carnahan e Brian Bloom
Elenco: Liam Neeson, Bradley Cooper, Quinton 'Rampage' Jackson, Sharlto Copley, Patrick Wilson e Henry Czerny

Para o remake de uma série já fortemente inserida no imaginário popular o essencial passa, a meu ver, pelo casting exacto.
E desde o primeiro trailer que me pareceu que, à excepção de Quinton Jackson que nada tinha de carismático, o elenco tinha sido uma reprodução das personagens originais com um acrescento de qualidade.


O filme resulta sobretudo aí porque Liam Neeson é um actor de excepção que não se importa de passar por um filme assim, porque Bradley Cooper é a cara bonita actual capaz de fazer comédia sem parecer demasiado idiota e Sharlto Copley é um actor descoberto para ser a personagem caricata em qualquer filme.
As suas três personagens fazem o filme, com Liam Neeson a encher o ecrã sempre que nada mais o consegue e os restantes dois a fazerem o humor que distingue o filme.


Há também, obviamente, a acção, um exagero que nos merece um leve abanar de cabeça carregado com um sorriso.
Sejamos honestos, é absurdo ver um tanque a cair de paraquedas e a deitar abaixo uns quanto aviões, mas resulta naquele momento. E toda a Física nos prova que um helicóptero parado em pleno voo não resistiria nem evitaria mísseis guiados por temperatura mas as tiradas de Murdock passam por cima disso tudo.
A equipa especializa-se no impossível e é esse impossível que nos dão!


Carnahan, ainda para mais, foi uma óptima escolha para o filme visto aquilo que já tinha conseguido fazer com Smokin' Aces. Claro que se está a afastar do seu melhor, a sobriedade de Narc, mas o seu domínio da dose certa de humor num filme de acção faz dele uma escolha acertada para um género de filmes que (parece) está para durar.
Mas nem mesmo ele evita aquilo que deve ser a exigência económica e que leva a acção do absurdo hilariante ao absurdo idiota - falo da última cena, passada no cais entre dezenas de contentores - que acaba por fazer vacilar a opinião que se tem sobre o filme.
Não evita isso nem a montagem desnecessariamente frenética, apanágio do modernismo cada vez mais cansativo.


O resultado geral, considerando o material de origem que acaba por dar origem a uma história linear e simples, resulta.
Não é o plano mais bem delineado do mundo mas é o suficiente para garantir uma saída satisfeita da sala de cinema.
Se bem que não veja forma ou material para sacar daqui um segundo filme, não me importava de voltar a encontrar este Murdock de Sharlto Copley no grande ecrã. E suponho que isso já seja um bom resultado para um filme a tentar fazer dinheiro à base de uma boa dose de saudosismo.



2 comentários:

  1. Nunca vi um episódio da série, não estou com vontade de ver o filme. Boa crítica, de qualquer forma.

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  2. Somos dois... Embora me recorde de ver alguns episódios, nunca foi algo que me tivesse cativado.

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