Título original: Entre os Dedos
Realização: Tiago Guedes e Frederico Serra
Argumento: Rodrigo Guedes de Carvalho
Elenco: Isabel Abreu, Filipe Duarte, Fernanda Lapa e Ivo Alexandre
Editora: Clap Filmes
Entre os Dedos não é um filho puro do realismo mas é uma construção interessante em torno de algumas características desse formalismo.
O seu preto e branco é sufocante e agreste, mas apaga a artificialidade colorida da realidade publicitária e diz-nos que estas histórias são histórias de 10 milhões de pessoas.
O preto e branco coloca todas as personagens no mesmo patamar de realidade e, por acréscimo, no mesmo patamar de possibilidade que os espectadores.
O retrato é lato, mas o mosaico ainda deixa buracos a descoberto.O seu preto e branco é sufocante e agreste, mas apaga a artificialidade colorida da realidade publicitária e diz-nos que estas histórias são histórias de 10 milhões de pessoas.
O preto e branco coloca todas as personagens no mesmo patamar de realidade e, por acréscimo, no mesmo patamar de possibilidade que os espectadores.
Há segmentos que crescem mas não desembocam em lado nenhum. E outros que estão enredados em si mesmos e que não se unem aos restantes.
Mas quase todas as histórias têm algo a dizer de brutal e preciso, persistência no meio das ruínas, esperança no meio dos erros.
Mas quase todas as histórias têm algo a dizer de brutal e preciso, persistência no meio das ruínas, esperança no meio dos erros.
O que de verdadeiramente soberbo há em Entre os Dedos são os seus actores e a precisão com que são dirigidos.
Eles são a substância do que, a nós como a eles, parece escapar para fora de alcance.
As intenções de muitos segmentos não são alcançáveis senão por olhar para o que os actores dizem na sua forma de ocupar o cenário.
A finalidade de muitos segmentos ficam a pairar sem que as consigamos agarrar e sentimos perder uma parte do que o filme tinha para dizer.
Eles são a substância do que, a nós como a eles, parece escapar para fora de alcance.
As intenções de muitos segmentos não são alcançáveis senão por olhar para o que os actores dizem na sua forma de ocupar o cenário.
A finalidade de muitos segmentos ficam a pairar sem que as consigamos agarrar e sentimos perder uma parte do que o filme tinha para dizer.
A ideia dos realizadores é a de não demonstrar, não tirar conclusões.
Mas mesmo sem conclusões é preciso fazer as histórias tombar num ponto sólido a partir de onde o rumo fique ainda em aberto.
A liberdade não foi a bênção que parecia ser para o filme, mas sim para os actores que ganharam espaços vazios para preencher.
Ainda assim, Entre os Dedos é a (continuada) demonstração de um cinema português a correr um duplo risco, de ter uma personalidade muito forte e de atrair o público.
Mas mesmo sem conclusões é preciso fazer as histórias tombar num ponto sólido a partir de onde o rumo fique ainda em aberto.
A liberdade não foi a bênção que parecia ser para o filme, mas sim para os actores que ganharam espaços vazios para preencher.
Ainda assim, Entre os Dedos é a (continuada) demonstração de um cinema português a correr um duplo risco, de ter uma personalidade muito forte e de atrair o público.
EXTRAS
Making Of – 25 minutos bem pensados e bem montados, um trabalho de bom nível a acompanhar o filme e a complementá-lo positivamente.
Um Filme de Actores – Espaço para os actores falarem do seu trabalho e da sua percepção do filme. Um entendimento muito importante das exigências a que o argumento os submeteu e das exigências que o seu trabalho nos faz a nós.
Entrevista com os realizadores, a actriz Isabel Abreu e o crítico João Lopes – Útil como debate de ideias a partir de vários pontos de relação com o filme. Ideias que surgem a cada um dos intervenientes por influência da visão dos restantes e que dão novas possibilidades ao espectador.
Entrevista com Jorge Coelho – Interessante visão sobre como se produz a música para um filme, como a inspiração para cada filme faz variar a música criada e como é preciso entender como melhor servir o filme através da música.
Um Filme de Actores – Espaço para os actores falarem do seu trabalho e da sua percepção do filme. Um entendimento muito importante das exigências a que o argumento os submeteu e das exigências que o seu trabalho nos faz a nós.
Entrevista com os realizadores, a actriz Isabel Abreu e o crítico João Lopes – Útil como debate de ideias a partir de vários pontos de relação com o filme. Ideias que surgem a cada um dos intervenientes por influência da visão dos restantes e que dão novas possibilidades ao espectador.
Entrevista com Jorge Coelho – Interessante visão sobre como se produz a música para um filme, como a inspiração para cada filme faz variar a música criada e como é preciso entender como melhor servir o filme através da música.
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