terça-feira, 31 de dezembro de 2013

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Poster, trailer e teasers da quinta temporada de "Justified"


O canal FX revelou o poster, um trailer e vários teasers da quinta temporada de Justified:


Na nova temporada, a série introduzirá novos membros da família Crowe (personagens que aparecem na obra de Elmore Leonard que é adaptada aqui). A quinta temporada de Justified estreia a dia 7 de Janeiro de 2014, no canal FX.

Último filme de Paulo Rocha é exibido na Cinemateca Portuguesa a 31 de Janeiro


O filme Se Eu Fosse Ladrão, Roubava, o último trabalho do cineasta português Paulo Rocha, terá a sua estreia nacional no dia 31 de Janeiro, na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, às 21h30.

A obra foi exibida em antestreia mundial no Festival de Locarno 2013 e segue a história de Vitalino, um lavrador de S. Vicente que, nos anos 20, vê o seu pai morrer com a Peste que dizima o país. Anos mais tarde, decide rumar ao Brasil, deixando as suas irmãs encarregues dos trabalhos de casa. O filme conta com o protagonismo de Isabel Ruth (Viagem a Portugal), Luís Miguel Cintra (Vale Abraão), Márcia Breia (Mal Nascida), Chandra Malatitch (Morrer Como Um Homem), Raquel Dias (...Quando Troveja), Carla Chambel (20,13), entre outros.

A Cinemateca Portuguesa anunciou também um ciclo integral da obra de Paulo Rocha, com a reposição em sala de versões restauradas de Os Verdes Anos (1963) e Mudar de Vida (1966). De recordar ainda que, segundo a Midas Filmes, a sessão inaugural do Cinema Ideal (na Primavera de 2014) será ainda feita com a exibição de Se Eu Fosse Ladrão, Roubava.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Obituário: Wojciech Kilar

17 de Julho de 1932 - 29 de Dezembro de 2013

Faleceu, aos 81 anos, o compositor polaco Wojciech Kilar, por motivos de doença prolongada. Popularizou-se nos trabalhos que fez para cinema, trabalhando com cineastas como Andrzej Wajda (em The Promised Land), Francis Ford Coppola (em Dracula), James Gray (em We Own the Night) e Roman Polanski (em The Pianist). Este último valeu-lhe o prémio César para a Melhor Música Escrita Para Um Filme.

Paul Rudd será Ant-Man no cinema


A Marvel revelou que o actor Paul Rudd (Prince Avalanche) está em negociações finais para interpretar o papel de Ant-Man no filme sobre a personagem. A história segue o bioquímico Hank Pym e a sua descoberta de um grupo de partículas sub-atómicas capazes de alterar o tamanho dos corpos.

Ant-Man será realizado por Edgar Wright (Hot Fuzz), que co-escreve o argumento com Joe Cornish (Attack the Block). O filme estreará a 31 de Julho de 2015.

Primeira promo da cerimónia dos Óscares 2014 com Ellen DeGeneres


A Academia norte-americana de Artes e Ciências Cinematográficas revelou recentemente a primeira promo da cerimónia dos Óscares 2014, com Ellen DeGeneres como anfitriã:


O vídeo foi realizado por Paul Feig (Bridesmaids), ao som de The Walker, de Fitz and The Tantrums. A cerimónia decorrerá a 2 de Março de 2014.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Novo trailer de "How To Train Your Dragon 2"


Foi recentemente revelado um novo trailer para How To Train Your Dragon 2:


Cinco anos depois dos eventos de How To Train Your Dragon (2010), Hiccup (voz de Jay Baruchel) e o dragão Toothless têm de proteger a paz e o futuro dos homens e dos dragões. Como Treinares o Teu Dragão 2 estreia em Portugal a 19 de Junho de 2014.

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Teaser trailer da segunda temporada de "Orphan Black"


O canal BBC America revelou um teaser trailer para a segunda temporada de Orphan Black:


Ignorada nos prémios Emmy, a actriz Tatiana Maslany acabou por ser nomeada ao Globo de Ouro 2014 de Melhor Actriz em Série Dramática, pelo(s) seu(s) desempenho(s) na série. Na segunda temporada seguiremos Sarah (Tatiana Maslany) na sua busca desesperada por encontrar a sua filha Kira, enquanto inicia uma guerra contra a pro-clone Rachel.

A nova temporada Orphan Black estreia a 19 de Abril, no canal BBC America.

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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

12 Anos Escravo, por Tiago Ramos


Título original: 12 Years A Slave (2013)
Realização: Steve McQueen

Quando ainda há bem pouco tempo se falava de Lincoln e Django Unchained como dois importantes retratos (embora um mais focado que o outro) da escravidão nos Estados Unidos, talvez se estivesse longe de imaginar o portento que chegaria quase um ano mais tarde. 12 Years A Slave está longe do formalismo do filme de Steven Spielberg ou ainda mais da piada do filme de Quentin Tarantino. Aqui não há margem para concessões: o tema é ultra-sério, a dor é real, o que vamos sentir é devastador. Logo o plano inicial revela: não há dúvidas, a escravidão existe. A câmara move-se com a subtileza e virtuosismo suficientes para nos surpreendermos com articulação impressionante entre as pretensões artísticas de Steve McQueen, a forma como compõe a imagem e a forma como transmite a emoção das personagens. É a poesia da imagem que torna tudo ainda mais devastador: a emoção é real, como também o é a dor.

Tal como em Hunger e Shame, também 12 Years A Slave retrata a força de um corpo como prisão. É no corpo daquele homem, Solomon Northup, que se vai sentir a imensidão esmagadora do mal que o homem provoca a outros. É também no corpo daquele homem e sobretudo no soberbo desempenho de Chiwetel Ejiofor que vamos perceber que há mais aqui do que dor e agonia, que há mais do aquelas aquelas espantosas e horrendas cenas de castigo físico - onde a dor se faz anunciar, se faz sentir e onde perdura. Há no olhar daquele actor a força da submissão e da injustiça, o poder de estilhaçar o coração do espectador e de proporcionar estupefacção e descrença no Homem enquanto ser social. Há mais ali - e também na intenção do cineasta - do que a vontade de querer retratar o atrozes actos cometidos contra a raça negra nos Estados Unidos. Não é uma intenção meramente histórica, há algo muito mais profundo do que a mera revelação de um sistema moralmente corrompido, da denúncia do sangue derramado, da carne infligida. Steve McQueen não traz a questão da raça à tona, não é uma questão de racismo, é uma questão de maldade.

McQueen melhora a sua destreza por conseguir utilizar (ainda melhor) os recursos técnicos que tem à sua disposição - aqui à escala de um orçamento maior. Fá-lo por potenciar a intensidade de cada cena, não só pelo olhar humano que dá à sua lente, mas por permitir que as componentes técnicas nunca se sobreponham ao que pretende, mas sim que complementem. Isso acontece por intermédio da montagem e da justaposição constante de eventos  - imagem e som - mesmo que divergentes. Acontece pelo modo como permite que a banda sonora de Hans Zimmer seja um prolongamento do sentimento dos protagonistas, pela forma como dá espaço para escutar o vento nos campos de algodão, para ouvir as vergastadas no ar, as chibatadas na carne, o som da dor. Acontece pelo modo como permite que a direcção de fotografia de Sean Bobbitt seja tão infernal e horrenda (pelos eventos que revela), como dotada de uma rara beleza. 

E se Chiwetel Ejiofor demonstra um brilhantismo praticamente inigualável, não há que esquecer todo o excelente elenco - um dos melhores castings dos últimos anos. Lupita Nyong'o à cabeça, essa estonteante descoberta, que só uma única cena (momento inevitavelmente devastador em que faz um pedido a Solomon) consegue não deixar margem a mais ninguém para duvidar do seu talento. Uma interpretação não só física - permanecerá na memória por muito tempo a forma como cruel como é retratada - mas também profundamente desesperançada. Paul Dano (a provar que é um dos mais subvalorizados actores de sempre), Adepero Oduye (aquele choro é difícil de esquecer), Michael Fassbender (assustadoramente real) e Sarah Paulson (notável e cínica surpresa) complementam ainda o rol de talento que é esbanjado - é a palavra - à frente da câmara.

12 Anos Escravo permanecerá na História. Não é só um filme sobre a incrível e desconcertante jornada de um homem. É a história da injustiça e não só a demonstração do racismo e da escravidão. É a história da brutalidade humana, mas também a forma como a sociedade aceita como correcto aquilo que lhes é imposto, a história de como a sociedade é subversiva, como o Homem é manipulável. É uma poderosa contribuição para nós espectadores e para a Humanidade: é esmagador.

Crítica possível através de um screener gentilmente cedido pela Fox Searchlight Pictures.

Classificação:

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Três posters e um novo trailer da terceira temporada de "Girls"


O canal HBO revelou recentemente um novo trailer (assim como três posters) para a terceira temporada de Girls:


A terceira temporada de Girls, composta por doze episódios, estreia a 12 Janeiro de 2014 no canal HBO, com um episódio duplo.

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Nick Nolte junta-se ao remake americano de "Broadchurch"


O actor veterano Nick Nolte (Warrior) regressará à televisão para a versão norte-americana de Broadchurch. O actor será Jack Reinhold, proprietário de uma empresa que aluga caiaques e responsável por um grupo de estudo de vida selvagem de uma pequena cidade interior dos EUA. Na série original esta personagem não existe.

Gracepoint conta ainda com David Tennant (Doctor Who), Anna Gunn (Breaking Bad), Michael Peña (End of Watch) e Jacki Weaver (Animal Kingdom). A minissérie será composta por oito episódios e não tem ainda data de estreia prevista, pelo canal FOX.

Primeiro poster e trailer de "Million Dollar Arm", com Jon Hamm


A Disney revelou os primeiros poster e trailer para Million Dollar Arm:


O filme segue a história de um jogador de críquete (Suraj Sharma) que vence um concurso de televisão e um contrato para jogar baseball nos Estados Unidos. Jon Hamm (Mad Men) será o agente desportivo J.B. Bernstein, enquanto que Alan Arkin (Argo) será um ex-olheiro de baseball. Ao elenco juntam-se Bill Paxton (Big Love) e Lake Bell (In A World...).

Million Dollar Arm é escrito por Thomas McCarthy (The Visitor), enquanto que Craig Gillespie (Lars and the Real Girl) tem a realização a seu cargo. O filme estreia a 16 de Maio de 2014, nos Estados Unidos.

Primeiro trailer da minissérie "Fleming", que segue a história do escritor que criou James Bond


O canal BBC America revelou o primeiro trailer de Fleming: The Man Who Would Be Bond:


A minissérie de Mat Whitecross (The Shock Doctrine) segue a história de Ian Fleming (Dominic Cooper), como o autor que criou a personagem James Bond. Além de escritor, o próprio foi ainda agente do serviço secreto britânico durante a Segunda Guerra Mundial. Ao elenco juntam-se ainda Rupert Evans (World Without End), Lara Pulver (True Blood), Lesley Manville (Another Year), Annabelle Wallis (Pan Am) e Samuel West (Hyde Park on Hudson).

Fleming: The Man Who Would Be Bond é composta por quatro episódios e estreia a 29 de Janeiro no canal BBC America.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

"12 Years A Slave" recebe seis prémios pela Alliance of Women Film Journalists


A Alliance of Women Film Journalists revelou a sua lista de prémios anuais, com 12 Years A Slave a vencer em seis categorias, incluindo Melhor Filme.

Melhor Filme
12 Years A Slave

Melhor Realizador
Steve McQueen por 12 Years A Slave

Melhor Argumento Original
Spike Jonze por Her

Melhor Argumento Adaptado
John Ridley por 12 Years A Slave

Melhor Documentário
Stories We Tell

Melhor Filme de Animação
The Wind Rises

Melhor Actriz
Cate Blanchett em Blue Jasmine

Melhor Actriz Secundária
Lupita Nyong'o em 12 Years A Slave

Melhor Actor
Matthew McConaughey em Dallas Buyers Club

Melhor Actor Secundário
Jared Leto em Dallas Buyers Club

Melhor Elenco
American Hustle

Melhor Montagem
Alfonso Cuarón e Mark Sanger por Gravity

Melhor Fotografia
Emmanuel Lubezki por Gravity

Melhor Banda Sonora ou Música
T-Bone Burnett por Inside Llewyn Davis

Melhor Filme Estrangeiro
The Hunt (Dinamarca)

EDA Female Focus Awards
Melhor Realizadora: Nicole Holofcener por Enough Said
Melhor Argumentista: Nicole Holofcener por Enought Said
Melhor Estrela de Acção: Sandra Bullock em Gravity
Melhor Personagem Feminina Animada: Anna (Kristen Bell) em Frozen
Melhor Revelação: Lupita Nyong'o em 12 Years A Slave
Actriz que se opõe à idade: Sandra Bullock em Gravity
Ícone Feminino: Angelina Jolie pelos seus compromissos contínuos a causas humanitárias e por promover a consciência acerca do cancro da mama.
Papel da Mulher na Indústria do Cinema: Haifaa Al-Mansour por desafiar as limitações colocadas às mulheres da sua culturar pelo filme Wadjda

Menções Especiais
Quadro da Vergonha: The Counselor, de Ridley Scott
Actriz que mais precisa de um novo agente: Cameron Diaz em The Counselor
Filme Que Querias Adorar, Mas não Consegues: The Counselor
Momento Inesquecível: Solomon penduraado em 12 Years A Slave
Melhor Uso da Nudez, Sexualidade ou Sedução: Scarlett Johansson e Joaquin Phoenix em Her
Sequela ou Remake que não devia ter sido feito: Carrie & Oz, The Great and Powerful
Maior Diferença de Idade entre o Protagonista e o Interesse Amoroso: Michael Douglas e Bre Blair (36 anos)

Oitavo clip de "Nymphomaniac", de Lars von Trier


Foi revelado um novo clip de Nymphomaniac referente ao oitavo capítulo do filme, "The Gun":



O sítio oficial inclui a seguinte descrição: «Sometimes things hide, because we're familiar with them. But if you change your point of view, they can suddenly take on a whole new meaning. Joe enters a shady business, and she quickly finds out that her life has taught her some valuable skills».

Em Portugal, Ninfomaníaca: Parte I estreia a 16 de Janeiro de 2014, com Ninfomaníaca: Parte II a chegar duas semanas depois, a 30 de Janeiro. A versão não censurada do primeiro volume estreará no Festival de Berlim 2014.

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Revelado mini-episódio que antecede estreia da terceira temporada de "Sherlock"


O canal BBC One revelou o já prometido mini-episódio que serve de prelúdio à nova temporada de Sherlock:


Os eventos do vídeo ocorrem entre o último episódio da segunda temporada (The Reichenbach Fall) e o primeiro episódio da terceira temporada (The Empty Hearse). A terceira temporada de Sherlock, com Benedict Cumberbatch e Martin Freeman, estreia a 1 de Janeiro de 2014, no canal britânico BBC One.

Dois teasers e um trailer completo de "Transcendence"


A promoção em redor do filme de estreia como realizador de Wally Pfister (director de fotografia de Inception) começou com a divulgação de dois teaser trailers (um narrado por Johnny Depp e outro por Morgan Freeman) e um trailer completo:


Transcendence apresenta a história de um cientista (Johnny Depp) que é assassinado por terroristas anti-tecnologia, mas cuja mulher (Rebecca Hall) incorpora o seu cérebro num supercomputador que criou, permitindo-lhe a habilidade de se comunicar através dele e continuar a conduzir a sua pesquisa. Ao elenco juntam-se ainda Kate Mara (House of Cards), Morgan Freeman (The Dark Knight), Cillian Murphy (Inception) e Paul Bettany (Margin Call), entre outros.

Em Portugal, Transcendence estreia a 1 de Maio de 2014.

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Black Film Critics Circle considera "12 Years A Slave" como o Melhor Filme de 2013


A Black Film Critics Circle homenageou 12 Years A Slave com a atribuição de vários prémios: Melhor Filme, Realizador, Actor, Actriz Secundária, Argumento Adaptado e Elenco. Tyler Perry recebeu o prémio Pioneiro da Indústria, enquanto que o realizador Ryan Coogler foi nomeado Estrela em Ascensão por Fruitvale Station.

Melhor Filme
12 Years A Slave

Melhor Realizador
Steve McQueen por 12 Years A Slave

Melhor Actor
Chiwetel Ejiofor em 12 Years A Slave

Melhor Actriz
Brie Larson em Short Term 12

Melhor Actor Secundário
Jared Leto em Dallas Buyers Club

Melhor Actriz Secundária
Lupita Nyong'o em 12 Years A Slave

Melhor Argumento Original
David O. Russell e Eric Singer por American Hustle

Melhor Argumento Adaptado
John Ridley por 12 Years A Slave

Melhor Documentário
20 Feet From Stardom

Melhor Filme de Animação
Frozen

Melhor Fotografia
Emmanuel Lubezki por Gravity

Melhor Filme Estrangeiro
La vie d'Adèle: Chapitres 1 et 2

Melhor Elenco
12 Years A Slave

Meryl Streep é a actriz do ano para os críticos de Nevada


A Nevada Film Critics Association elegeu 12 Years A Slave como o Melhor Filme de 2013. Alfonso Cuarón venceu como Melhor Realizador, enquanto que Matthew McConaughey venceu na categoria de Melhor Actor e Meryl Streep como Melhor Actriz.


Melhor Filme
12 Years A Slave

Melhor Realizador
Alfonso Cuarón por Gravity

Melhor Actor
Matthew McConaughey em Dallas Buyers Club

Melhor Actriz
Meryl Streep em August: Osage County

Melhor Actor Secundário
Jared Leto em Dallas Buyers Club

Melhor Actriz Secundária
Jennifer Lawrence em American Hustle

Melhor Fotografia
Emmanuel Lubezki por Gravity

Melhor Design de Produção
Dan Hennah em The Hobbit: The Desolation of Smaug

Melhores Efeitos Visuais
Gravity

Melhor Elenco
August: Osage County

Melhor Filme de Animação
Frozen

Melhor Jovem Desempenho
Sophie Nélisse em The Book Thief

Temporário 12, por Tiago Ramos


Título original: Short Term 12 (2013)
Realização: Destin Cretton
Argumento: Destin Cretton
Elenco: Brie Larson, Frantz Turner, John Gallagher Jr., Kaitlyn Dever, Stephanie Beatriz, Rami Malek, Alex Calloway, Kevin Hernandez, Lydia Du Veaux e Keith Stanfield

O Cinema sempre foi rico em filmes sobre a educação ou particularmente sobre a interacção entre professores e alunos. Dentro de uma lista extensa e transversal a quase todas as décadas, talvez se possa destacar - apreciações qualitativas à parte, até porque à crítica não convenceu - Dangerous Mind, especialmente porque enquanto ícone pop que se tornou, aproximou o género do grande público (e até dos jovens), fazendo dele um dos filmes que mais facturou nas receitas de bilheteira norte-americanas em 1995 (décimo terceiro lugar para sermos mais precisos). Antes e depois muitos outros filmes abordaram o tema, com melhor ou pior resultado, com um caso muito feliz e criativo em 2011, com Detachment.

Isto para dizer que Short Term 12 poderá não trazer nada de novo a um subgénero já comummente abordado no Cinema, mas traz em si um tom tão genuíno e emocional que se torna difícil não o colocar já como um dos melhores filmes do ano. Um filme que se nota tão próximo das personagens logo pela câmara intimista de Destin Cretton (certamente um realizador a descobrir) que prima pelos close-ups - nada invasivos, contudo - pela câmara trémula em jeito de hesitação e criando uma atmosfera naturalista que dá espaço à narrativa, personagens e espectadores, para parar, observar, escutar e interiorizar cada momento. Um trabalho brilhantemente orquestrado que dentro de algum humor e ligeireza, consegue transmitir um profundo e denso peso emocional, porque eleva cada cena a um nível superior de compreensão e maturidade, que explora a natureza humana com uma sensibilidade única e até rara de encontrar. Cada personagem, seja ela mais ou menos problemática (e aqui há espaço para tudo), tem o condão de transmitir veracidade, possível através de um guião simples, mas riquíssimo e sobretudo das excelentes interpretações de todo o elenco.

O destaque óbvio vai para Brie Larson, com uma personagem cresce com o espectador e com a história, cuja construção não é obviamente linear e que vai enriquecendo a narrativa com vários patamares de força e interesse. Impressionante trabalho a nível de expressão corporal, mas sobretudo apaixonado, individualmente desenvolvimento, profundamente comovente e tocante, que melhora ainda em cada interacção com novas personagens. E mesmo quando algumas maquinações narrativas parecem querer ameaçar o equilíbrio do argumento, a actriz consegue sempre superar esses entraves, transmitindo gestos humanos e íntimos, criando credibilidade suficiente para que o espectador possa considerar esta personagem como uma pessoa real.

Short Term 12 vence o espectador em coração, sinceridade e carisma. Raras são as vezes em que a adolescência e os jovens no geral são tratados com tanto carinho e honestidade, criando grande proximidade (quase imediata) com o espectador e fazendo-nos partilhar das suas desilusões e vitórias. Maravilhosa e despretensiosamente simples, toca o coração e isso é o que lhe basta.

Crítica possível através de um screener gentilmente cedido pela Cinedigm.

Classificação:

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Estreias 25 Dez'13: Le passé, Like Father Like Son, Short Term 12, The Secret Life of Walter Mitty, 47 Ronin e Justin Bieber's Believe

Dia 25 de Dezembro, pode contar com as seguintes estreias numa sala de cinema perto de si:

Destaques:

  O Passado (Le passé)


Ano: 2013
Realização:
Género: Drama
O iraniano Ahmad (Ali Mosaffa) regressa ao subúrbio parisiense de Sevran para, após quatro anos de separação, finalizar o divórcio da sua mulher, Marie (Bérénice Bejo) e reencontrar as duas filhas dela. Quando chega, descobre que Marie se envolveu com um homem árabe chamado Samir (Tahar Rahim), cuja mulher se encontra em coma. A situação complica-se porque Lucie (Pauline Burlet), a filha mais velha de Marie, não só se recusa a aceitar a presença de um estranho como acredita que a sua própria mãe é culpada do estado da mulher de Samir. Ahmad chega no momento em que a relação entre mãe e filha se deteriora cada vez mais. O encontro resulta assim num reviver de dramas familiares do passado que se concretizam no presente e deixam as personagens perante dilemas morais que põem em causa o seu futuro. E existe ainda um segredo que, se revelado, pode mudar a vida de todos... Um filme dramático realizado pelo iraniano Asghar Farhadi ("Uma Separação"). Nomeado para o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro, "O Passado" foi também seleccionado para representar o Irão - mesmo tendo sido rodado em Paris e em francês - como candidato à nomeação para o Óscar nessa categoria. No 66.º Festival de Cannes, Bérénice Bejo foi considerada a Melhor Actriz e o filme recebeu ainda o Prémio Ecuménico.
Outras sugestões:


  Tal Pai, Tal Filho (Soshite chichi ni naru)
Ano: 2013
Realização:
Argumento:
Género: Drama
Ryota (Masaharu Fukuyama), um homem determinado, trabalhador e bem-sucedido, e a sua mulher, Midori (Machiko Ono), formam um casal com um projecto de vida ambicioso, que inclui proporcionar ao seu filho Keita, de seis anos, a melhor preparação para o futuro e todas as oportunidades para vencer na vida. Mas tudo muda no dia em que recebem um telefonema avassalador: houve uma troca na maternidade e, afinal, o filho que pensavam ser seu não o é. O filho biológico vive com um casal humilde que, embora não lhe falte com amor e bons valores, está longe de ter planos comparáveis aos de Ryota. Este pai de família vê-se assim forçado a questionar tudo, incluindo a própria condição de pai e educador, sem perder de vista os fortes laços familiares e o bem-estar emocional das crianças. Em simultâneo, vai ter de encontrar forças para lidar com o profundo dilema de ter de escolher entre a força do sangue ou do amor. Realizado pelo japonês Hirokazu Koreeda ("Ninguém Sabe", "Andando", "O Meu Maior Desejo"), o filme recebeu o Prémio do Júri no 66.º Festival de Cannes.
Temporário 12 (Short Term 12)

Ano: 2013
Realização:
Argumento: 
Num centro de acolhimento para adolescentes problemáticos, o dia-a-dia é vivido entre dramas, traumas e também algumas vitórias. A acompanhá-los está Grace (Brie Larson), uma supervisora dedicada e comprometida com a sua missão. No entanto, debate-se com os seus próprios fantasmas e, apesar de contar com o apoio incondicional de Mason (John Gallagher Jr.), seu colega e namorado, tem extrema dificuldade em confiar nos outros. Um dia, dá entrada na instituição Jayden (Kaitlyn Dever), uma jovem tão dotada quanto potencialmente violenta. A força da ligação que se cria entre elas, associada a um acontecimento inesperado na vida de Grace, vai desencadear a libertação de que ela tanto precisa para se pacificar com o passado e, assim, conseguir abraçar o que o futuro lhe reserva. Escrito e realizado pelo norte-americano Destin Cretton, o filme acumulou várias distinções, incluindo o prémio para Melhor Actriz, para Brie Larson, no 66.º Festival Internacional de Cinema de Locarno.

A Vida Secreta de Walter Mitty (The Secret Life of Walter Mitty)
Ano: 2013
Realização
Argumento: Steve Conrad
Género: Comédia, Aventura
Elenco:  , e
Walter Mitty (Ben Stiller) passa a vida a sonhar acordado. Para fugir ao tédio, ao vazio e à mesmice do quotidiano, entrega-se a devaneios que o levam a cenários de aventura e romance onde pode ser quem quiser. Mas a sua tranquilidade é posta em causa quando o seu posto de trabalho é ameaçado e ele não tem alternativa senão descer das nuvens e enfrentar os duros contornos da realidade. Mais do que uma mera transição ou mudança de postura, a atitude de Mitty será o início de toda uma nova forma de ver o mundo, construída ao longo de uma jornada de viagens incríveis e momentos de autodescoberta que o levarão mais longe do que alguma vez poderia imaginar. Além de protagonista, Ben Stiller ocupa a cadeira de realizador nesta adaptação do conto homónimo de James Thurber, originalmente publicado na revista "The New Yorker" em Março de 1939. O elenco inclui também Kristen Wiig, Adam Scott, Sean Penn e Shirley MacLaine.

47 Ronin - A Grande Batalha Samurai (47 Ronin)
Ano: 2013
Realização:
Argumento: Chris Morgan e Hossein Amini
Género: Acção, Aventura
Elenco: , , , e
Um mestre samurai é assassinado por um senhor da guerra. Os seus discípulos juram vingar a sua morte e devolver a honra ao seu povo. Apesar de intrépido, resoluto e poderoso, o grupo foi banido e disperso, e sente-se decepado pela ausência de um líder. A derradeira esperança reside em Kai (Keanu Reeves), um mestiço exilado e escravizado. Assim, aquele que antes era considerado um marginal, transforma-se na fonte de inspiração e na arma letal para vencer a luta violenta e desigual dos 47 samurais contra o "shogun", o seu imenso exército e um caminho habitado por sombras, feitiços e criaturas fantásticas. Um épico recheado de efeitos especiais, com realização de Carl Rinch (naquela que é a sua estreia nas longas-metragens), que assinala o regresso de Keanu Reeves como protagonista de filmes de acção e aventura. O elenco conta ainda com Hiroyuki Sanada e Kô Shibasaki.

Justin Bieber's Believe (Justin Bieber's Believe)

Ano: 2013
Realização:
Género: Documentário
Justin Drew Bieber nasceu a 11 de Março de 1994, em Ontário (Canadá). Aos 15 anos, já convivia com famosos, aparecia em capas de revistas, era um ídolo para milhares de adolescentes – "beliebers", assim se chamam os fãs –, contava milhões de discos vendidos, acumulava prémios... O puto que um dia inundou a internet com "Baby" foi caminhando assim em direcção ao posto que ocupa aos 19 anos: o de estrela maior do firmamento pop. Mas Bieber não é notícia só pela música, pelo brilho, pelo sucesso ou pelas muitas "selfies" que publica nas redes sociais. O percurso também tem sido feito de polémicas, da agressão a um fotógrafo em Buenos Aires à passagem por um bordel carioca, sem esquecer os altos e baixos da relação com Selena Gomez. Este documentário procura dar a conhecer as histórias por detrás das manchetes e conduzir o público aos bastidores da ribalta. Para isso concorrem imagens inéditas, comentários de estrelas (Usher, Ludacris, Ellen DeGeneres, Nicki Minaj, will.i.am...), palavras do próprio Bieber e até conselhos da sua mãe. O objectivo é mostrar que ele é, afinal, um adolescente como qualquer outro. A diferença é que cresceu - ainda cresce - perante o olhar esmiuçador da imensa arena mediática global. A realização pertence a Jon M. Chu, que já assinara o anterior "Justin Bieber: Never Say Never" e cujo currículo inclui também "G. I. Joe Retaliação" e dois capítulos de "Step Up".
Sinopses: Cinecartaz Público

Críticos de Utah preferem "Gravity"


A Utah Film Critics Association elegeu Gravity e Alfonso Cuarón como o Melhor Filme e Melhor Realizador de 2013, respectivamente. Os críticos de Utah reservaram ainda algumas surpresas como Adèle Exarchopoulos como Melhor Actriz, Bill Nighy como Melhor Actor e The World's End para Melhor Argumento Original.

Melhor Filme
Gravity
#2 12 Years A Slave

Melhor Realizador
Alfonso Cuarón por Gravity
#2 Steve McQueen por 12 Years A Slave

Melhor Actor
Chiwetel Ejiofor em 12 Years A Slave
#2 Oscar Isaac em Inside Llewyn Davis

Melhor Actriz
Adèle Exarchopoulos em La vie d'Adèle: Chapitres 1 et 2
#2 Cate Blanchett em Blue Jasmine & Sandra Bullock em Gravity

Melhor Actor Secundário
#2 Michael Fassbender em 12 Years A Slave

Melhor Actriz Secundária
Scarlett Johansson em Her
#2 Jennifer Lawrence em American Hustle

Melhor Argumento Original
Simon Pegg e Edgar Wright por The World's End
#2 Nat Faxon e Jim Rash por The Way, Way Back

Melhor Argumento Adaptado
Julie Delpy, Ethan Hawke e Richard Linklater por Before Midnight
#2 John Ridley por 12 Years A Slave

Melhor Fotografia
Emmanuel Lubezki por Gravity
#2 Bruno Delbonnel por Inside Llewyn Davis

Melhor Filme de Animação
Frozen
#2 From Up on Poppy Hill & The Wind Rises

Melhor Filme Estrangeiro
La vie d'Adèle: Chapitres 1 et 2 (França)
#2 Le passé (Irão)

Primeiro teaser trailer de "Dawn of the Planet of the Apes"


A revista Empire divulgou recentemente o primeiro teaser trailer de Dawn of the Planet of the Apes:





O trailer dá-nos um primeiro vislumbre de um nação em crescimento de macacos geneticamente evoluídos, liderados por Caesar (Andy Serkis), que é agora ameaçada por um grupo de humanos que tentam sobreviver sozinhos, em São Francisco, com Jason Clarke (Zero Dark Thirty) à cabeça.

Planeta dos Macacos: A Revolta estreia a 17 de Julho de 2014, em Portugal.

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Poster da adaptação cinematográfica de "The Fault in Our Stars"

Foi recentemente divulgado o poster da adaptação cinematográfica do romance The Fault in Our Stars, de John Green:


Editado em Portugal sob o título A Culpa é das Estrelas (Edições Asa), o livro centra-se em dois jovens adolescentes sobreviventes de cancro, Hazel e Augustus, que se conhecem num grupo de terapia e acabam por se apaixonar. Shailene Woodley (The Descendants) e Ansel Elgort (Divergent) são os protagonistas.

Realizado por Josh Boone (Stuck in Love), The Fault in Our Stars estreia em Portugal a 28 de Agosto de 2014.

Leia também:

domingo, 22 de dezembro de 2013

A Vida de Adèle: Capítulos 1 e 2, por Tiago Ramos


Título original: La vie d'Adèle: Chapitres 1 et 2 (2013)
Realização: Abdellatif Kechiche

Abdellatif Kechiche filma as suas personagens como uma proximidade daquilo que conhecemos como realidade. Uma jovem adolescente sai de casa, gorro na cabeça, estrada a baixo, corre para apanhar o autocarro que a levará em direcção à escola, o cabelo desgrenhado, as faces coradas. "Je suis femme"; lê-se La vie de Marianne, de Marivaux. Está dado o mote. Adèle não é ainda uma mulher, mas vai crescer sob o nosso olhar. A câmara segue-a, vemo-la a dormir, as suas faces a corar, o seu cabelo desgrenhado (filmado como uma personagem), a comer bolonhesa de forma gulosa, a gordura nos lábios, a lamber os dedos. Criança ainda, cora quando se fala em rapazes, come chocolates enquanto chora, é tímida, frequentemente constrangida. A verdadeira vida de Adèle começa aqui, connosco a sermos testemunhas do seu crescimento, companheiros da sua vida, frustrações, alegrias e descobertas. Adèle descobre a sua sexualidade, tentativa e erro, segue a ordem natural da descoberta, descobre-se a si mesma e nós espectadores descobrimo-la também.

O azul predomina desde o início: nas paredes do quarto, nos lençóis, na camisola e nos brincos que usa. A cor que faz parte da vida de Adèle e aquela que se descobre ser a mais quente. Não é de admirar então que seja essa cor que a fará virar a cabeça, apaixonar-se, descobrir-se, crescer e viver. O realizador sempre com planos apertados, aproximados, deixa-nos sentir a pele das protagonistas - assombrosas nas suas criações, porque são verdade, são reais, são genuínas. São nossas e aprisionam-nos, fazem-nos sentir o que lhes passa pelo olhar. Sobretudo Adèle Exarchopoulos, descoberta extraordinária, capaz de nos fazer corar com ela, de chorar connosco, de nos hipnotizar com os cabelos ao vento, com a luz a bater-lhe no rosto. Capaz de conter em si todas as emoções e sensações do mundo. De as fazer transparecer, de uma forma raras vezes vista no cinema. Nunca somos voyeurs forçados daquela vida, da sua vida. Porque aquilo que Kechiche e as actrizes fazem é tornar-nos parte daquela vida, é sentirmos o mesmo, é querermos comer aquela bolonhesa e sujarmos a boca, comer um doner kebab de bochechas cheias. É sentirmos aquele amor, aquele sexo, a união daqueles corpos. Aquele sexo, aquelas longas cenas - belamente filmadas, diga-se - são na verdade muito íntimas, muito intensas. Mas não são mais íntimas que assistirmos a uma ruptura, a uma discussão, ao seu sono, à forma como sorve uma ostra. Não são mais íntimas que a vida que se nos interioriza como nossa. São orgânicas, são parte da vida. Não é só o sexo que é explícito, são também os sentimentos que Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux encerram nos seus rostos e corpos.

A Vida de Adèle é uma história de amor. É uma história de vida. Uma vida que podia ser nossa, que se torna nossa e que tem a extraordinária capacidade de fazer o espectador apaixonar-se por uma personagem que não é real. Mas que se torna. É por isso que a sua dança na festa de aniversário, aos dezoito anos, ainda ecoará na nossa cabeça: «I follow you deep sea baby. I follow, I follow you». E nós ficamos ali a querer seguir aquela vida, aquela Adèle que queremos que seja também nossa, mas que se afasta lentamente, com o seu vestido, de cor azul, e vemo-la partir, ao longe. 


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