quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Passatempo "A Nossa Vida"


Mais uma vez o Split Screen e a Midas Filmes dão a oportunidade aos nossos leitores de assistirem ao melhor cinema europeu. Neste caso à antestreia do filme italiano A Nossa Vida, de Daniele Luchetti. O realizador de Mio fratello è figlio unico (2007), conta o drama de um trabalhador dos subúrbios de Roma que, com uma mulher grávida do seu terceiro filho, acaba por se tornar vítima de uma grande injustiça.
O filme valeu ao seu protagonista, o actor Elio Germano, a Palma de Ouro para Melhor Actor no Festival de Cannes 2010. A Nossa Vida chega às salas de cinema portuguesas a 8 de Setembro, mas os nossos leitores terão a oportunidade de assistir à sua antestreia numa das seguintes datas:
  • Dia 06 de Setembro (Terça-feira) - Lisboa | UCI El Corte Inglès às 22h
  • Dia 06 de Setembro (Terça-feira) - V. N. Gaia | UCI Arrábida Shopping às 22h
Temos 20 convites duplos para cada uma das antestreias em Lisboa e Porto. Basta preencherem o seguinte formulário para se habilitarem a vencer:

Notas:
- O passatempo decorre até às 21h00 do dia 04 de Setembro, sendo excluídas todas as respostas que chegarem depois desse prazo.
- Apenas será aceite uma participação por e-mail e por pessoa.
- Os premiados serão escolhidos entre todos aqueles que apresentarem uma participação válida - com as respostas correctas às questões, juntamente com todos os dados solicitados - e a escolha será definitiva a menos que se apresente um caso de fraude. A escolha é aleatória.
- O nome dos vencedores será publicado neste blogue e os mesmos serão avisados por email.
- Em caso de não concordar com alguma destas regras, deverá abster-se de participar.
- Antes de participarem certifiquem-se que poderão comparecer no dia indicado. Em casos de força maior, deverão comunicar atempadamente a vossa ausência através do e-mail acima indicado. Reservamo-nos o direito de excluir de futuros passatempos todos os que não cumprirem estas regras.
- Os convites estão limitados à lotação da sala. O Split Screen não se responsabiliza por eventuais lotações esgotadas que possam ocorrer na data indicada.

Novo trailer de "A Dangerous Method", de David Cronenberg


Foi hoje revelado um novo trailer de A Dangerous Method, de David Cronenberg, com vista a sua distribuição no mercado norte-americano. Este não difere muito do trailer internacional revelado anteriormente:


O filme é adaptado de uma peça de teatro de nome The Talking Cure (o título inicial do filme), situada no início século XX, sobre Sigmund Freud e Carl Jung, os pais da psicanálise, e a relação deles com a jovem russa Sabina Spielrein, conhecida como a sua primeira paciente. O filme conta Viggo Mortensen (A History of Violence), Keira Knightley (Atonement), Michael Fassbender (Hunger), Vincent Cassel (Black Swan) e Sarah Gadon (Cosmopolis).
A Dangerous Method estreia no Festival de Veneza 2011 (será exibido ainda no Festival de Toronto 2011). Aos Estados Unidos chegará apenas a 23 de Novembro deste ano.

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Estreias 01 Setembro'11: Beginners, One Day, The Final Destination 5 e Hoodwinked Too! Hood vs. Evil

Dia 01 de Setembro, pode contar com as seguintes estreias numa sala de cinema perto de si:

Destaques:
Assim é o Amor (Beginners)
Ano: 2010
Realização: Mike Mills
Argumento: Mike Mills
Género: Drama
Elenco: Ewan McGregor, Christopher Plummer e Mélanie Laurent

As vidas de Oliver e do seu pai Hal (Christopher Plummer) alteram-se radicalmente quando o segundo, seis meses depois de ter ficado viúvo, assume duas coisas totalmente inesperadas: que é homossexual e que se encontra num estado avançado de uma doença terminal. Com esta consciência de mortalidade, Hal começa a viver intensamente o tempo que lhe resta, encontrando disponibilidade para viver um grande amor com um homem mais novo, reformular a sua relação com o filho e, acima de tudo, encontrar a serenidade interior que nunca havia antes encontrado. Algum tempo após a morte inevitável de Hal, Oliver conhece Anna (Mélanie Laurent), compreendendo, finalmente, o verdadeiro significado do amor. Assim, compreenderá todo o alcance dos ensinamentos que o pai lhe tentou transmitir naqueles últimos meses de vida. Realizado por Mike Mills, e inspirado na sua própria vida, uma comédia dramática que mostra como na vida e no amor nunca é tarde para um recomeço.

Outras sugestões:

Um Dia (One Day)
Ano: 2011
Realização: Lone Scherfig
Argumento: David Nicholls
Género: Drama, Romance
Quando, no dia 15 Julho de 1988, Emma Morley e Dexter Mayhew (Anne Hathaway e Jim Sturgess) se tornam amigos nunca poderiam imaginar o que a vida lhes reservava. Naquela noite nasce entre eles um pacto: todos os 15 de Julho, de uma maneira ou de outra, deverão entrar em contacto um com o outro. Dessa forma, vão sabendo o que de mais importante acontece um com o outro: os amores, ódios, separações, alegrias, tristezas. Assim, durante os 20 anos que se seguem, vão vivendo as suas vidas separadamente, com altos e baixos. Até ao dia em que compreendem que apenas se sentem felizes lado a lado. Realizado por Lone Scherfig ("Wilbur Quer Matar-se", "Italiano para Principiantes", "Uma Outra Educação"), é baseado no best-seller inglês do novelista David Nicholls.



O Último Destino 5 (3D) (Final Destination 5)  
Ano: 2011
Realização: Steven Quale
Argumento:  Eric Heisserer e Jeffrey Reddick
Género: Terror
Elenco: Nicholas D'Agosto, Emma Bell e Arlen Escarpeta

Um jovem (Nicholas D'Agosto) tem uma premonição sobre o terrível desabamento de uma ponte. Essa informação acabará por salvar um grupo de pessoas que seguiam num autocarro. Porém, este grupo estava designado para morrer e, por esse motivo, muito dificilmente escaparão à morte, que os tenciona levar, um a um, das formas mais macabras. Enquanto procuram respostas, eles vão perceber que neste jogo mortífero existem algumas regras e que há apenas uma maneira de escaparem ao seu destino. Agora, numa corrida contra o tempo, aquelas pessoas farão o seu caminho, numa tentativa desesperada de sobrevivência. Quinto episódio da saga, desta vez utilizando as técnicas 3D pelas mãos de Steven Quale que, com este filme, se inicia na longa-metragem.

Capuchinho Vermelho: A Nova Aventura 
 
Ano: 2011
Realização: Mike Disa
Argumento: Cory Edwards e Todd Edwards

Como todos sabemos, cada país tem a sua polícia especial, criada com o intuito de proteger os seus cidadãos e manter a malfeitoria sob controlo. O que até hoje não sabíamos é que, para além delas, existe a agência FPS (Felizes Para Sempre), criada para garantir um final feliz a todos os intervenientes dos contos de fadas. Nesta aventura, Capuchinho Vermelho, Lobo Mau, Avozinha e Twitchy (vozes de Hayden Panettiere, Patrick Warburton, Glenn Close e Cory Edwards, respectivamente) vão ter de esquecer as suas diferenças e formar uma equipa de resgate para salvar Hansel e Gretel das mãos da bruxa malvada. A continuação da "verdadeira" história do Capuchinho Vermelho contada, em 2005, por Cory e Todd Edwards, desta vez pelas mãos de Mike Disa e em animação tridimensional. 
Sinopses: Cinecartaz Público

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Primeiro teaser trailer de "Alps", do realizador de "Dogtooth"

 
Dogtooth (2009) foi uma das maiores surpresas do ano passado (conseguindo até uma surpreendente nomeação ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro) e veio revelar uma nova geração do cinema grego. O realizador Giorgos Lanthimos vem agora apresentar mais uma bizarra história, de nome Alps:


No filme seguimos uma enfermeira, um pai, uma atleta de ginástica rítmica e o seu treinador que criam um grupo chamado Alps e que substituem pessoas mortas, quando recrutadas pelos amigos e família do falecido.

O filme irá estrear no Festival de Veneza 2011 e volta a contar com Aggeliki Papoulia (uma das protagonistas de Dogtooth).

Novo poster de "The Ides of March"

A Columbia Pictures revelou um novo poster (mais tradicional) de The Ides of March, nova longa-metragem realizada por George Clooney


George Clooney (que também protagoniza a película) volta a focar-se no universo político, desta vez na campanha política de um candidato às eleições primárias em 2004 e no seu assessor de imprensa, homem idealista e que se vê perdido no lado mais corrupto da política. O filme conta ainda com Ryan Gosling (Blue Valentine), Paul Giamatti (Sideways), Marisa Tomei (The Wrestler), Evan Rachel Wood (Across the Universe) e Philip Seymour Hoffman (Magnolia).

O filme é baseado na peça de teatro Farragut North e será o filme de abertura do Festival de Veneza 2011. Depois fará parte da selecção do Festival de Toronto 2011 e chega a Portugal a 10 de Novembro deste ano. 

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Trailer e poster de "Miss Bala"

Foi divulgado o primeiro trailer de Miss Bala, thriller mexicano, estreado no Festival de Cannes 2011.


Realizado por Gerardo Naranjo, o filme segue uma jovem que tenta atingir o seu sonho de ser Rainha de um concurso de beleza, num México dominado pelo crime organizado. É protagonizado por Stephanie Sigman e Irene Azuela.

Miss Bala deverá fazer parte da selecção do Festival de Nova Iorque, Festival de Toronto e Festival de San Sebastián. Em Portugal ainda não existe data prevista para a sua estreia.

Posters das personagens de "Drive"

Com a campanha a todo o vapor, foram hoje revelados três novos posters de Drive, do dinamarquês Nicolas Winding Refn (Valhalla Rising), com personagens do filme.

 Os posters apresentam as personagens interpretadas por Christina Hendricks (Mad Men), Oscar Isaac (Robin Hood) e Ron Perlman (Hellboy): Blanche, Gabriel e Nino, respectivamente.

Drive estreia em Portugal a 8 de Dezembro.

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Josh Brolin será protagonista de remake de "Oldboy", realizado por Spike Lee


Depois de uma tentativa inicialmente falhada (por parte de Steven Spielberg e Will Smith) pela compra dos direitos da história sul-coreana de Oldboy (2003), inspirada na manga de Garon Tsuchiya e Nobuaki Minegishi, foi recentemente anunciado que o remake estaria entregue às mãos do realizador norte-americano Spike Lee (25th Hour).

Entretanto chegou hoje a notícia que o actor Josh Brolin (W.) foi o escolhido para protagonizar a história e dar a vida a Dae-su Oh (protagonizado por Min-sik Choi no original de Chan-wook Park), um homem que é raptado e mantido cativo - sem qualquer explicação - durante 15 anos, sem qualquer contacto com o mundo exterior. Quando um dia ele finalmente é libertado, começa a busca pela vingança contra quem ali o prendeu.

O site Deadline indica que o filme começará a ser filmado em Junho de 2012, ou seja, assim que o actor acabar as filmagens de Men in Black III. O remake de Spike Lee terá argumento adaptado por Mark Protosevich (I Am Legend).

Primeiro teaser trailer de "The Hunger Games"


Foi ontem revelado, em exclusivo, na cerimónia dos VMA (Video Music Awards) da MTV, o primeiro teaser trailer de The Hunger Games:


The Hunger Games é uma saga de ficção-científica para jovens adultos, situada num mundo pós-apocalíptico onde uma sociedade totalitária e controladora (ao género de 1984, de George Orwell) vigia toda a população. Os Estados Unidos estão agora divididos numa capital e 12 Distritos. Uma vez por ano, cada um dos distritos é obrigado a enviar dois adolescentes entre os 12 e os 18 anos (um do sexo masculino outro do sexo feminino), para participarem nos chamados Jogos da Fome, uma espécie de reality show, onde se compete numa arena até à morte. Jennifer Lawrence será Katniss, membro do Distrito 12 e que toma o lugar da sua irmã mais nova na disputa pelos Jogos da Fome.

O filme estreia em em Portugal a 29 de Março de 2012, pela Pris Audiovisuais, num elenco composto por Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Elizabeth Banks, Stanley Tucci, Woody Harrelson, Donald Sutherland, Toby Jones e Lenny Kravitz, entre outros.

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Novo teaser poster e promo da quarta temporada de "Fringe"


Em menos de um mês teremos oportunidade de ver o que aconteceu depois da surpreendente season finale da terceira temporada de  Fringe. Daí que a promoção da FOX para a quarta temporada esteja a agora a chegar em força. Eis um teaser poster e um novo trailer:

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Banners de "Drive", de Nicolas Winding Refn

A promoção em redor de Drive nos Estados Unidos tem sido imensa, muito à custa do hype que a crítica criou aquando da sua estreia em Cannes e do protagonismo de Ryan Gosling, nova sensação do cinema em Hollywood. Tido por muitos como um dos melhores filmes do ano e um dos melhores filmes de acção de sempre, foram divulgados hoje novos banners de Drive:








Sob as taglines «There are no clean getaways» e «Some heroes are real», Drive estreia a 8 de Dezembro deste ano em Portugal, com Ryan Gosling, Carey Mulligan, Christina Hendricks, Ron Perlman, Bryan Cranston, Albert Brooks e Oscar Isaac.

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Pequenas Mentiras Entre Amigos, por Carlos Antunes


Título original: Les petits mouchoirs
Realização: Guillaume Canet
Argumento: Guillaume Canet

Ainda é possível a admiração por alguns programadores de cinema em Lisboa quando, dentro de um centro comercial, ainda têm a ousadia de manter um filme em sala durante oito semanas.
Um filme francês com uma sala só para si ao fim deste tempo todo é um fenómeno raro mas não inexplicável.
É um filme cuja atracção cresce pelo boca a boca que vem revelando sempre grande satisfação à saída da sala. Um filme de público - como ocasionalmente temos oportunidade e obrigação de sublinhar que a França ainda faz regularmente - com a sugestão da revivência de felizes memórias de grupo.
Bastará dizer que o filme é uma variação sobre a forma de Os Amigos de Alex para contextualizar rapidamente o que se passa em cena, desta vez com uma geração francesa entre os 30 e os 40 anos.
São figuras a entrarem na crise de meia idade sem terem ainda superado a adolescência, um grupo por isso susceptível aos pequenos dramas e aos grandes erros como só o embalo psicanalítico moderno vai criando.
As suas preocupações são múltiplas mas a sua origem pode ser traçada ao egoísmo de cada um daqueles elemento. Os seus distúrbios tê, quase sempre, uma razão amorosa para a qual a sua idade exige uma atitude mais ponderada mas a sua mentalidade mantém irresolvida.
Os temas que o filme trata melhor de entre o conjunto de preocupações são aqueles que mal toca, falando deles através da atenção aos pormenores - das interacções, das solidões e das acções. Outros, talvez até mais sensíveis ou importantes, são tratados de forma pesada, assumindo um papel central mas não conseguindo promover o interesse do público.
A interrogação sexual da camaradagem tornada num amor que a sociedade não sabe exprimir senão através de preconceitos é um desses casos tratados sem sensibilidade; enquanto em sentido oposto o cansaço de uma mulher pelo seu papel da jovem sedutora incorrigível é quase uma miragem narrativa mas executado com uma exactidão maravilhosa.
Não será estranho que esse papel de mulher amadurecida resulte por estar entregue a Marion Cotillard, mas seria injusto não elogiar a totalidade do elenco que faz sobressair o humor que sustenta a espera pelos momentos catárticos que acabarão por chegar depois de duas semanas de coabitação - nada mais stressante para testar laços de amizade.
Mesmo sendo longo demais, sem desfecho inovador que redima a meia hora a mais que tem, o filme é um agradável encontro capaz de recriar a identificação com aquelas vidas bem mais do que Funeral à Chuva, a recente (e novelizada) versão portuguesa do mesmo esforço, conseguiu.
A entristecida nota final vai para a música. Sendo Os Amigos de Alex o mais lembrado filme destas reuniões de amigos, Les petits mouchoirs escusava de intensificar a memória comparativa ao filme de Kasdan através da sua banda sonora completamente americana, sem sequer um toque francês que sublinhe as quatro décadas que este grupo já vivera. A música é boa; não é particularmente apropriada.



domingo, 28 de agosto de 2011

Cinecoa - Festival Internacional de Cinema de Foz Côa 2011: Os destaques


A primeira edição do Cinecoa - Festival Internacional de Cinema de Foz Côa nasce como uma mostra de cinema, com a intenção de divulgar o nosso património cinematográfico, com algumas obras focadas em Trás-os-Montes e outras preciosidades da fundação do Cinema. O festival é promovido pela autarquia de Vila Nova de Foz Côa e pelo produtor e realizador português João Trabulo (Durante o Fim) e nesta primeira edição está prometida a comparência do cineasta português Manoel de Oliveira (O Estranho Caso de Angélica), da actriz francesa Ludivine Sagnier (Swimming Pool), do argumentista francês Jacques Fieschi (Nathalie...), do presidente do Instituo Lumière em Lyon, do director do Festival de Cannes e do compositor português Bernardo Sassetti (Alice) e da cantora Filipa Pais. Estes dois últimos participarão num filme-concerto.

O Cinecoa 2011 decorrerá de 29 de Setembro a 02 de Outubro. O Split Screen apresenta alguns dos destaques da programação:

A mais recente obra de Manoel de Oliveira e que teve honras de inaugurar a secção Un Certain Regard no Festival de Cannes 2010. Nascido de uma ideia antiga do cineasta (o guião original remonta a 1952), este é um dos mais curiosos filmes da sua filmografia, dado introduzir, pela primeira vez, alguns efeitos especiais e focar-se no domínio da fantasia. Mais uma vez situamo-nos num período de ambiguidade temporal, quando um jovem fotógrafo é chamado para fotografar uma jovem que morreu no dia do seu próprio casamento.

António Reis e Margarida Cordeiro regressam à região transmontana (seis anos depois de Trás-os-Montes) para mais uma obra singular do seu currículo. No filme seguimos três gerações: uma avó, um filho cientista que vive na cidade e passa férias na aldeia e duas crianças (netos), mas tudo é alterado com a morte de Ana. O filme foi exibido no Festival de Berlim 1983, Festival de Veneza 1982 e no Festival de Valladolid 1982; neste último ganhou o prémio Golden Spike.

Oportunidade rara de assistir a Maria do Mar, obra de José Leitão de Barros, sobre Falacha, um patrão de um barco da Nazaré que, sem querer, causa a morte a alguns homens. Não resistindo à pressão familiar (especialmente instigada pela Tia Aurélia, que perdeu o marido), acaba por se suicidar. Mas daí a uns anos aquelas duas gerações voltam a cruzar-se. O filme será interpretado ao vivo por Bernardo Sassetti e Filipa Pais.

Num festival banhado pelo Rio Douro, recordemos as memórias do cineasta João Botelho, nascido em Lamego. Cidade que é o ponto de partida para as memórias de infância do cineasta, sempre com o Douro como pano de fundo. O documentário é narrado pelo actor Rui Morrison.

Côa, O Rio das Mil Gravuras (2007), de Jean-Luc Brouvet 
Sempre com documentários focados na ciência, etnografia e arqueologia, o francês Jean-Luc Brouvet tem tem Côa, o Rio das Mil Gravuras a sua primeira produção filmada em Portugal. O filme foca-se nas gravuras rupestres de Foz Côa, tomando consciência do tesouro arqueológico das margens do Rio Côa, num dos mais importantes sítios pré-históricos ao ar livre, de toda a Europa.

Filme de animação premiado com o Óscar de Melhor Filme de Animação 2006 e vencedor em dez categorias dos Annie Awards 2006. Inteiramente feito com plasticina, o filme foi filmado utilizado as tecnologias de stop motion e claymation. No filme, Walter, um inventor desajeitado e o seu cão, Gromit, tem de descobrir porque razão os vegetais da cidade começam a desaparecer.

Ponyo (2008), de Hayao Miyazaki
Filme de animação mais recente do cineasta japonês Hayao Miyazaki, levemente inspirado na conto A Pequena Sereia, de Hans Christian Andersen. Ponyo é feito unicamente com recurso à animação tradicional e desenho à mão, mais uma obra excelente dos estúdios de animação Ghibli, com um teor mais infantil, mas uma mensagem universal. A história é centrada na amizade entre um rapaz de 5 anos e um peixinho-vermelho que quer ser humano.

Para consultar a programação completa basta consultar o dossier de imprensa do festival.

Rumo à Liberdade, por Carlos Antunes


Título original: The Way Back

O filme abre com o anúncio de que, em 1941, diversos homens caminharam em direcção à Índia ealguns deles conseguiram lá chegar.
Não entendo o sentido dessa abertura quando o que vamos ver é a história do caminho que esses homens percorreram. Seria de esperar que a incerteza do resultado da sua partida preenchesse o filme e deixasse o espectador temeroso perante cada uma das vidas que estão perante si.
Com esta revelação, a chegada tem de ser quase insignificante perante as ocorrências que preenchem o próprio caminho.
Não é assim, pois o filme satisfaz-se em mostrar a sucessão de episódios - uma sucessão de fronteiras e cenários variados (da estepe ao deserto) atravessados - e não em aprofundar as verdadeiras dificuldades que cada um desses cenários fez recair sobre o grupo.
Não estamos a ver os sacrifícios que cada dificuldade exige, estamos apenas a ver a passagem pelos cenários, como postais tirados de um ponto de vista mais sofrido mas nem por isso menos ilustrativos.
O grupo, como o cenário em volta, percorre as etapas que fazem do grupo uma unidade viva - mas apenas em teoria superior à soma das suas partes.
Uns morrem, outros assumem a liderança, mas a maioria das partes humanas do grupo são anónimas e, quando desaparecem, percebemos que nunca lá estiveram.
Os personagens são, na sua maioria, indistinguíveis reproduções uns dos outros. Ed Harris e Colin Farrell, com personagens de identidades mais interessantes e finais menos previsíveis, evitam entrar nessa uniformização do grupo, mas a escolha de Jim Sturgess para a figura do líder possível torna ainda mais pálida o que deveria ser a personalidade interna e variada do grupo.
Nem a estranha aparição de uma rapariga polaca, que segue o grupo até que este a aceite, contribui com algo mais do que um elemento extra a encorpar o grupo.
A sua história, diferente das restantes visto que ela não escapou da prisão siberiana, não provoca alterações na dinâmica das relações. Tal como a sua juventude ou o seu género não as provocam.
Este é um grupo de seres humanos de enorme dignidade, ainda que alguns sejam criminosos assumidos e ainda que vivam meses a fio em condições insustentáveis.
Mas esse tema só se nota porque o outro lado da humanidade dos personagens é inexistente, porque são todos eles anódinos.
O filme deveria transmitir aos espectadores as muitas emoções - dignas ou censuráveis - vividas ao longo de um acto extraordinário de resistência como este. Mas a única emoção possível é o tédio de uma viagem longa demais para um filme.


sábado, 27 de agosto de 2011

Novo poster e duas promos da quarta temporada de "Fringe"


Foi revelado um novo poster para a quarta temporada de Fringe, com destaque para as personagens de Anna Torv (Olivia Dunham), Joshua Jackson (Peter Bishop) e John Noble (Walter Bishop) e pequena menção para as de Lance Reddick (Phillip Broyles), Blair Brown (Nina Sharp), Jasika Nicole (Astrid Farnsworth) e Seth Gabel (Lincoln Lee), este último que passa a integrante do elenco fixo da série. Entretanto, foram divulgadas duas promos para o primeiro episódio da nova temporada. Inicialmente anunciado como A Sort of Homecoming, o nome do episódio foi alterado para Neither Here Nor There. A segunda promo coloca a questão: «O que é (real)idade?».

 

A quarta temporada de Fringe estreia na FOX a 23 de Setembro.

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Eu Vi o Diabo, por Tiago Ramos


Título original: Akmareul boatda (2011)
Realização: Jee-woon Kim
Argumento: Hoon-jung Park

Vamos directos ao assunto: estamos pois perante uma obra de cinema sul-coreano, um épico de vingança, género prolífico por aquelas bandas. Estreado em Portugal pela primeira vez na competição do Fantasporto 2011, Eu Vi o Diabo sagrou-se vencedor da secção Orient Express e um prémio para Melhor Realizador na secção oficial de Cinema Fantástico. O que faz desse país um local tão perfeito para este género ainda estamos longe de perceber. Mas os épicos de vingança e terror que nos têm chegado da Coreia do Sul nunca são de desperdiçar; só o ano passado chegaram a Portugal outros dois belos exemplares: Mother (2010), de Joon-ho Bong e Thirst (2009), de Chan-wook Park.

Quando vemos pela primeira vez o Diabo, passaram-se ainda poucos minutos de filme. Isto porque não há meias medidas, nem atenuantes. Já estamos habituados. Mas há ali algo simultaneamente tão desconfortável como espantoso, numa sequência que facilmente gela os mais impávidos. Estabelece-se então o mote para a trama que seguirá durante as próximas duas horas e meia: a vingança. E o Diabo teima em continuar a aparecer, cena após a cena, perante o olhar do espectador. Mas a questão que torna este filme ainda melhor é que o Diabo nem sempre tem a mesma face: questão que diferencia o filme de vingança ocidental do oriental. O primeiro lida desde sempre com a clássica dicotomia bem versus mal, o segundo distorce-a a um nível claramente ambíguo, mas sempre inclinado para uma coexistência dos dois, onde não é fácil diferenciá-lo. Mais realista portanto.

Do realizador do fantástico filme de terror A Tale of Two Sisters (2003), encontramos uma obra de um sadismos aterrador, de uma violência explícita e de uma acção intensa. E logo quando entramos de imediato num (aparentemente sem fim) jogo do gato e do rato, rapidamente percebemos que Eu Vi o Diabo é mais do que isso. É um jogo em que tanto o gato caça o rato, como o rato caça o gato ou melhor, em como os dois por vezes se confundem. Daí que aqui não há nada redutor à velha fórmula do cinema e da vida. Encontramos o horror do início ao fim, a transformação pela dor e pelo luto, a vontade de fazer mal como vingança e a vontade de fazer mal só porque sim, porque sabe bem, porque vimos o Diabo, porque somos o Diabo. Tanto que a dada altura o espectador não sabe bem porque há-de torcer: é aí que nos tornamos - sim, também nós - o Diabo. Eu Vi o Diabo é um filme longo - duas horas e meia podem não ser para todos - mas é uma duração sempre tão intensa, que não há forma do espectador respirar. É doentio e violento, como poucos. É de um sadismo estonteante.

E é bom, muito bom. Primeiro porque estamos perante dois pesos-pesados da interpretação do cinema sul-coreano. Byung-hun Lee, que já dá os primeiros passos no cinema de Hollywood (G.I. Joe: The Rise of Cobra), tem uma performance assustadora e ambígua, uma transformação inimaginável e intensa. E depois, Min-sik Choi - que regressa ao cinema depois de uma pausa - o eternoOldboy (2003), naquela que arrisco dizer ser o seu melhor desempenho no cinema. Sim, melhor que em Oldboy. Uma personagem sádica, cruel, manipuladora, vingativa. E ainda uma realização exímia de Jee-woon Kim, a provar que é um dos melhores cineastas sul-coreanos, a competir lado a lado com Joon-ho Bong e Chan-wook Park. Já para não falar (mas já falando) de uma das melhores bandas sonoras (Mowg) e fotografia (Mogae Lee) do ano.

Eu Vi o Diabo é um dos melhores filmes do ano a estrear em Portugal. Não temos dúvidas que estamos perante aquele que se tornará rapidamente um clássico do cinema oriental. Vimos o Diabo e gostámos.


Classificação:

A Conspiradora, por Carlos Antunes


Título original: The Conspirator

Em 2007 Redford assinou Lions for Lambs com uma intenção política que chegava na altura certa e agora, ainda que tenha filmado uma reconstrução histórica, o seu objectivo discursivo é o mesmo mas o tempo está completamente errado.
Se este filme tivesse surgido há quatro ou cinco anos, durante o mandato de George W. Bush, seria compreensível que Robert Redford estivesse a demonstrar como a História Americana se repete e, apesar disso, os seus políticos nada aprendem com ela.
Quase 150 anos depois dos eventos filmados por Redford,os EUA voltavam a alienar os direitos humanos dos seus cidadãos em nome de desígnios maiores. Desígnios a que deram sempre o nome de Justiça mas que eram uma mistura de desnorte, vingança e medo.
Perseguiram terroristas e, na altura como recentemente, confundiram inocentes com culpados à conta do envolvimento social e comunitário que tinham.
A destruição dos valores e a perda da inocência. Esses são os temas que Redford quer filmar, abusando do simbolismo até ao ponto em que este simplesmente toma conta do ecrã - o pássaro levantando voo, o crucifixo embrulhado nas mãos e o olhar da criança que interrompem o caminho para o enforcamento.
Pior só a luz que persiste em inundar em claustrofobia as imagens dentro da prisão Sempre entrando a 45º não importa que horas sejam, sempre tão intensa que fere os olhos, sempre a meio caminho entre a acusação mundana e a redenção divina.
Desde logo a luz é todo um programa de Redford para este filme e, tanto física como intelectualmente, afasta o público do filme.
Até porque o caso que Robert Redford para filmar tais conceitos, a acusação de uma mãe de família que mantém uma pensão onde se reunem os colaboradores de John Wilkes Booth, é quase uma abstração teórica.
Há duas figuras que, melhor ou pior, se mantém em primeiro plano, a acusada e o seu advogado que luta por ela contra as suas convicções.
Nem o advogado nem a vítima são figuras de interesse. A sua condenação ao fracasso e à morte, respectivamente, é evidente desde o início do julgamento.
Nenhum deles se revelará importante senão como engrenagem da realidade violenta da justiça em tempos terríficos.
Compare-se este filme a Young Mr. Lincoln - um exemplo em que a figura política dominante é a mesma e o tribunal joga um papel central - e percebe-se bem que falta a A Conpiradora um propósito que eleve o humano e o extraordinário de uma das suas figuras.
A Conspiradora é meramente ilustrativo, perde o seu significado porque o procura afirmar em demasia com as armas erradas e já tarde demais.

 

Novas fotos de "The Girl with Dragon Tattoo", de David Fincher

Têm sido reveladas, nos últimos dias, novas imagens de The Girl with the Dragon Tattoo, adaptação americana do primeiro volume da trilogia Millennium, do escritor sueco Stieg Larsson. O filme é adaptado por Steven Zaillian (Schindler's List) e realizado por David Fincher (The Social Network).






O filme será protagonizado por Rooney Mara (The Social Network) e Daniel Craig (Quantum of Solace), contando ainda com Robin Wright (The Conspirator), Stellan Skarsgård (Good Will Hunting), Christopher Plummer (The Last Station), Embeth Davidtz (Schindler's List), Joely Richardson (Nip/Tuck), Goran Visnjic (E.R.), Elodie Yung (District 13: Ultimatum), Yorick van Wageningen (The New World), entre outros.

The Girl with Dragon Tattoo estreia a 21 de Dezembro deste ano, nos Estados Unidos.

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