Guia para a mitologia de True Blood - vampiros e shapeshifters

(Nota: este artigo é dedicado à mitologia da série explorada até agora. Notoriamente existem algumas diferenças comparativamente com os livros e algumas omissões, mas dado que não pretendo escrever um artigo que contenha spoilers e que ninguém sabe como Alan Ball irá alterar outras questões, este artigo apenas resume aquilo com que os espectadores de True Blood já se depararam)

Vampiros

Sociedade

Os vampiros "saíram do caixão" há 2 anos, aquando da criação de um substituto sintético do sangue que lhes permite satisfazer as suas necessidades nutricionais e evitar o consumo de sangue humano, sendo que a primeira marca a ser desenvolvida foi Tru Blood. Nalguns países não foram aceites e foram perseguidos, mas noutros ganharam direitos constitucionais. Nos E.U.A. são aceites como indivíduos, mas não se podem casar com humanos ou possuir propriedades, embora possam ter negócios próprios.

Capacidades e características

Apesar de poderem mudar o seu aspecto em termos de cabelo e barba, os vampiros não sofrem alterações corporais, ou seja, não ganham novas cicatrizes, não perdem membros ou pedaços do corpo. Isto deve-se à sua grande e rápida capacidade de regeneração (que implica, por exemplo, que uma rapariga que tenha sido tornada vampira quando virgem será sempre virgem). Além desta característica, os vampiros apresentam velocidade e força sobre-humanas, capacidade de "hipnotizar" humanos para que possam alterar a sua memória ou obrigá-los a fazer algo que não desejavam, bem como alguns poderes especiais individuais. A sua mente é totalmente fechada para os telepatas.

Hierarquia

Além dos representantes da comunidade para os humanos, os vampiros possuem uma hierarquia própria nos E.U.A.: cada estado é governado por um rei ou rainha, que poderão formar alianças entre si através do casamento. Cada estado está dividido em áreas, sendo que cada uma delas é gerida por um xerife. Acima destes existe um magistrado, que pretende manter a ordem entre vampiros. O poder e reputação de um vampiro aumenta com a sua idade, sendo esta muito importante na hierarquia.

A transformação e a relação com o criador

Para um humano se tornar vampiro deverá ser transformado por um. Esta transformação implica a ingestão do sangue da pessoa até que esteja no limiar da morte e seguidamente a doação de sangue por parte do vampiro, que deverá ser ingerido pela pessoa a ser transformada. Assim que se dá a transformação para vampiro, existe uma relação muito forte entre o criador e o novo vampiro. Não só o novo vampiro deverá acompanhar o seu criador durante vários anos até que este o liberte, como é obrigado a obedecer-lhe e a comparecer sempre que convocado (mesmo depois de liberto). Em termos de força e rapidez, um vampiro nunca poderá superar o seu criador, e através da troca de sangue poderá sempre ser localizado por ele (esta característica não é exclusiva dos vampiros, já que o mesmo se passa com humanos que ingerem sangue de um vampiro).

V - a nova droga

O sangue de vampiro é uma substância muito potente, a ponto de ser usada como droga por humanos. Dependendo da idade do vampiro e de há quanto tempo o sangue está fora do corpo, o V (nome dado ao sangue pelos consumidores) tem propriedades diferentes. Estas podem passar por um aumento de força e rapidez, bem como propriedades alucinogénicas. Como todas as drogas, quando tomada em excesso traz efeitos secundários.

O que os afecta

- prata: enfraquece os vampiros, mas não os mata. Contudo, um vampiro enfraquecido é muito mais fácil de matar.

- alho: é "irritante" para os vampiros, pelo que dispensam a sua ingestão

- hepatite D: é a única doença que afecta os vampiros e pode ser transmitida pelos humanos. Mais uma vez, enfraquece-os muito, mas não os mata.

- estacas: de madeira e directamente no coração. É uma das poucas formas de matar vampiros.

- cortar a cabeça: outra das formas de matar um vampiro. Arrancar também funciona.

- fogo/luz: é o que obriga os vampiros a serem criaturas nocturnas. A luz e o fogo matam facilmente um vampiro.

- fotos/espelhos/cruzes: mitos criados pelos vampiros quando ainda não tinham sido integrados na sociedade, de forma a que as pessoas assumissem que eles não poderiam ser vampiros.

Shapeshifters e wereanimals

Origem

Os shapeshifters e wereanimals são humanos com capacidade de alterar a sua forma física e adoptar a de um animal. Ambos podem alterar a sua aparência física quando desejam, exceptuando na lua cheia em que não conseguem evitar a alteração, e são incapazes de manter a transformação quando adormecem. Esta é uma característica hereditária, passada de pais para filhos: até agora sabe-se que basta que um dos pais seja shapeshifter para que o filho se torne, contudo ainda não é claro se todos os filhos de um mesmo casal possuem a característica ou se é reservada apenas a alguns.

Shapeshifters

Estes indivíduos podem assumir a forma de qualquer animal desde que tenham uma imagem mental clara deste, numa espécie de processo de "clonagem". Contudo, existe sempre uma forma animal que se sobrepõe às restantes, e em que o shapeshifter se sente mais confortável. Quando na forma humana, são capazes de reter algumas capacidades do animal (olfacto apurado, visão melhorada, etc). A sua mente, apesar de não ser totalmente fechada para os telepatas como os vampiros, é difícil de ler, havendo mais um influxo de emoções do que propriamente pensamentos concretos.

Wereanimals

Os wereanimals, ao contrário dos shapeshifters, estão restringidos a adoptar uma única forma animal, sendo que cada indivíduo tem características próprias quando muda de forma (e não uma "clonagem" como no caso anterior). Assim sendo, os wereanimals tomam o nome do animal em que se transformam (como por exemplo werewolves, no caso dos que se transformam em lobos). Esta designação levou a muitas confusões por parte das pessoas que não estavam familiarizadas com a mitologia, esperando uma transformação de lobisomem característica dos filmes do tema. Na verdade, o que acontece é uma transformação tal como as dos shapeshifters, mas condicionada a um único animal.