terça-feira, 10 de março de 2009

A Onda, por Tiago Ramos



Título Original: Die Welle (2008)
Realização: Dennis Gansel
Argumento: Dennis Gansel e Todd Strasser
Elenco: Jürgen Vogel, Frederick Lau, Max Riemelt e Jennifer Ulrich

Além de um movimento autocrata, A Onda representa a nova vaga do cinema alemão. E neste caso apercebemo-nos que a mesma se encontra numa fase prolífera da sua criação. Die Welle (no original) não é um filme que explora a vertente moderna do nazismo, mas sim uma película sobre a mente humana e as suas fraquezas. Aborda a componente influenciável da raça humana e como facilmente se pode confundir união e uniformidade, com ideologias totalitárias e como elas se influenciam mutuamente.



A Onda é um sério aviso sobre a nossa fragilidade e permitia uma excelente abordagem do plano sociológico. A premissa do filme inspira-se num caso real, ocorrido no final dos anos 60 na Califórnia, embora a acção do mesmo decorra na Alemanha atual. Uma aula prática sobre autocracia e as origens do totalitarismo levou a que fora dela, uma turma comece a actuar segundo os moldes da mesma.

Felizmente esta ideia foi bem desenvolvida pela realização ágil de Dennis Gansel, mas peca por uma fraca dimensão gráfica da violência esperada, sem ao mesmo tempo fugir dos clichês habituais de uma história do género. O elenco de A Onda é sobretudo jovem, mas com atitude e o desempenho do veterano Jürgen Vogel é bastante positivo e coerente.

A verdade é que apesar de a primeira parte do filme ser bastante fluida, a dada altura a narrativa é lenta, num eterno impasse de conclusão e que conduz a algum aborrecimento por parte do espectador. A sequência final difere do realismo em que o filme actua e apesar da carga dramática que transporta, conduz a uma metáfora ainda em bruto, com muito por explorar.



O filme contudo fica-se pela temática do interessante, com algumas dificuldades em conduzir algumas partes da narrativas. Mas acima de tudo, A Onda traz uma reflexão sobre a (fácil) manipulação da natureza humana, a eterna falibilidade das nossas democracias e os abismos da sociedade de massas e que nos conduz para um inquietante estado de reflexão.

Classificação:

Sem comentários:

Enviar um comentário