Realização: Anton Corbijn
Argumento: Deborah Curtis e Matt Greenhalgh
Elenco: Sam Riley, Samantha Morton e Alexandra Maria Lara
Finalizavam-se os anos 70. Fonte de um tempo mais negro e sombrio, onde a fama sugava os corpos sem intenções de redenção, mas onde a criatividade se vivia ao rubro, revolucionando as Artes, incluindo a música. E foi no fim dessa mesma década complexa que nasciam os Joy Division, banda célebre, quase mítica, de duração efémera, mas com um legado maior que a vida.
Desse legado surgiu o filme do fotógrafo Anton Corbijn, inspirado na biografia do vocalista da banda Joy Division, Ian Curtis, com o título Control, Touching From A Distance, e que foi escrita pela viúva Deborah Curtis. Esta é uma das biopics mais assombrosas e profundamente comoventes dos últimos anos.
De Anton Corbijn chega-nos o seu legado enquanto fotógrafo, mas felizmente não cai no erro de inundar a película de imagens ou planos estáticos. O conceito plástico do preto e branco é aproveitado, induzindo a contemplação e ao despojo. O realizador despe-se de todos os artíficios e sentimentalismos, de forma a explorar o mundo intrínseco de Ian Curtis. A competência de fotógrafo está latente em cada cena de Control, mas esse conhecimento permite uma maior fruição entre o meio e o sujeito.
A vida pessoal do vocalista, a sua relação com Deborah Curtis e Annik Honoré, o seu ingresso nos Warsaw e nos Joy Division, a sua luta contra a epilepsia e o seu confronto com a súbita fama e o mundo que vorazmente o consumia. É isto que reside em Control. É esta biopic que comove e surpreende com noções quase poéticas e (des)encantadas.
O elenco é todo ele competente e nisso estão todos de parabéns. Sam Riley interpreta lindamente bem o vocalista, ganhando-lhe toda a expressão corporal, a fisionomia e voz semelhantes. O jovem actor tem aqui um belo e surpreendente início de carreira, que certamente acabará por a marcar. Mas também Samantha Norton tem toda a complacência e placidez necessárias para interpretar a esposa do vocalista, contrastando com a vivacidade de Alexandra Maria Lara, enquanto amante de Curtis.
Recordemos também as cenas dos concertos e, meus senhores, a música. A música, essa noção maior que a banda nos trouxe pela mão de Ian Curtis. Um filme de teor mais que documental, uma notabilização de um ícone da música e de canções intemporais, muito realçadas pelo preto e branco, que assenta em cada cena como um ponto final contemplativo, a cada frase das letras da banda, numa tortura psicológica e de confissão. Um filme onde o espectador se confronta a sós com Ian Curtis e os seus fantasmas.
Argumento: Deborah Curtis e Matt Greenhalgh
Elenco: Sam Riley, Samantha Morton e Alexandra Maria Lara
Finalizavam-se os anos 70. Fonte de um tempo mais negro e sombrio, onde a fama sugava os corpos sem intenções de redenção, mas onde a criatividade se vivia ao rubro, revolucionando as Artes, incluindo a música. E foi no fim dessa mesma década complexa que nasciam os Joy Division, banda célebre, quase mítica, de duração efémera, mas com um legado maior que a vida.
Desse legado surgiu o filme do fotógrafo Anton Corbijn, inspirado na biografia do vocalista da banda Joy Division, Ian Curtis, com o título Control, Touching From A Distance, e que foi escrita pela viúva Deborah Curtis. Esta é uma das biopics mais assombrosas e profundamente comoventes dos últimos anos.
De Anton Corbijn chega-nos o seu legado enquanto fotógrafo, mas felizmente não cai no erro de inundar a película de imagens ou planos estáticos. O conceito plástico do preto e branco é aproveitado, induzindo a contemplação e ao despojo. O realizador despe-se de todos os artíficios e sentimentalismos, de forma a explorar o mundo intrínseco de Ian Curtis. A competência de fotógrafo está latente em cada cena de Control, mas esse conhecimento permite uma maior fruição entre o meio e o sujeito.
A vida pessoal do vocalista, a sua relação com Deborah Curtis e Annik Honoré, o seu ingresso nos Warsaw e nos Joy Division, a sua luta contra a epilepsia e o seu confronto com a súbita fama e o mundo que vorazmente o consumia. É isto que reside em Control. É esta biopic que comove e surpreende com noções quase poéticas e (des)encantadas.
O elenco é todo ele competente e nisso estão todos de parabéns. Sam Riley interpreta lindamente bem o vocalista, ganhando-lhe toda a expressão corporal, a fisionomia e voz semelhantes. O jovem actor tem aqui um belo e surpreendente início de carreira, que certamente acabará por a marcar. Mas também Samantha Norton tem toda a complacência e placidez necessárias para interpretar a esposa do vocalista, contrastando com a vivacidade de Alexandra Maria Lara, enquanto amante de Curtis.
Recordemos também as cenas dos concertos e, meus senhores, a música. A música, essa noção maior que a banda nos trouxe pela mão de Ian Curtis. Um filme de teor mais que documental, uma notabilização de um ícone da música e de canções intemporais, muito realçadas pelo preto e branco, que assenta em cada cena como um ponto final contemplativo, a cada frase das letras da banda, numa tortura psicológica e de confissão. Um filme onde o espectador se confronta a sós com Ian Curtis e os seus fantasmas.
Extras da Edição Especial de 2 Discos:
DISCO 1
- Selecção por Capítulos
- Trailers
- Comentário Audio de Anton Corbijn
DISCO 2
- Ao Vivo
- Making Of
- Entrevistas
- Em rodagem
- Galeria de Fotos
- Ovo de Páscoa
Uma bela homenagem a Ian Curtis e aos Joy Division, servida por um fascinante preto e branco. Gostei muito.
ResponderEliminar9/10.
Abraço.
Red Dust, foi um filme que me surpreendeu bastante pela positiva. Muito bem realizado.
ResponderEliminarAinda que admitindo grande parte da sua qualidade técnica, o meu desejo após ter visto Control foi dirigi-me a Anton Corbijn e perguntar: E daí?
ResponderEliminarJackson, é verdade que não tem nada a acrescentar à história de Ian Curtis e à história do Cinema. Mas foi feito de uma forma tão perfeita e comovente.
ResponderEliminara nao perder, para quem ainda nao viu
ResponderEliminarÉ realmente uma óptima sugestão de cinema. Ah e para quem não tem o DVD, vai sair no Jornal Público na próxima sexta-feira, por mais 1,95€.
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