Título original: Soul Men
Realização: Malcolm D. Lee
De Soul Men extravasa aquela fantástica energia que evoca muito da própria América.
Há uma genuinidade intensa neste espectáculo, parte comédia, parte musical, parte road movie.
Uma dupla musical, desentendida há muitos anos, junta-se para um tributo.
Para lá chegar têm de atravessar o país num (mítico) Cadillac.
Pelo meio vivem aventuras e desventuras, a sua incompatibilidade transforma-se aos poucos em entendimento.
Isto faz com que o filme persiga o screwball sem deixar de lado uma interessante sensibilidade dramática.
O filme tão depressa evoca Antes Só, Que Mal Acompanhado como O Dueto da Corda.
E fá-lo com notável energia.
Muito graças a Bernie Mac, que é a alma deste filme.
A sua energia, sincera e absoluta, carrega consigo tudo o que possa parecer prestes a falhar num argumento que serve fundamentalmente para o desenrolar da comédia.
A sua interpretação, genial na parte cómica, revela-o também como um potencial actor dramático (sempre temperado com a sua veia cómica, claro).
É uma pena que ele não possa confirmar essa impressão, mas aconselho que se deixem ficar pelos créditos finais, que têm uma última e deliciosa declaração de comédia que ficará na memória afectiva de todos!
Atrás do mote de Bernie Mac vai Samuel L. Jackson. Parece arrancado do marasmo que é repetir a sua própria persona e cria uma excelente sinergia com o parceiro.
Tudo fica complementado com a qualidade da banda sonora, com os deliciosos passos de dança dos dois e com o permanente sorriso do espectador.
Não chega a ser o filme que poderia ter sido, mas acerta quase sempre no alvo.
Esta dupla estava bem entrosada!
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