Private Practice teve um começo atribulado. A primeira temporada teve apenas 9 episódios e uma temporada inacabada devido à greve dos guionistas. Até aí parecia algo promissor, um toque diferente de Shonda Rhimes (Grey's Anatomy).
A verdade é que no início da temporada as coisas voltaram a ser promissoras. Com a clínica em risco e o facto de as personagens serem levadas ao seu limite, a série conseguiu uma premissa mais ou menos interessante. Víamos novas facetas das mesmas pessoas e víamos as suas reacções quando levadas ao limite. Mas infelizmente isso não durou muito, já que a série caiu em repetições crónicas e em loops argumentistas.
Ainda assim, o pior de tudo era a previsibilidade das situações. Em Private Practice sempre houve o hábito de transpôr as lições de vida aprendidas através dos casos para a vida da equipa da Oceanside, mas quando isso se torna impulsionador de como hão-de reger toda a sua vida, torna-se aborrecido. Os casos clínicos, embora existissem alguns interessantes e muitos deles jogassem com a ética, não passaram na sua maioria de previsíveis e de fracos.
Tudo isto era ainda complementado com vidas pessoais que pareciam não evoluir, sendo que cada personagem andou à volta da mesma situação vezes sem conta durante esta temporada, debatendo-se sempre com os mesmos problemas pessoais e modos de encarar a vida. Temos a grávida de pai incerto que não se consegue decidir, o ex-marido ainda apaixonado, a ex-mulher em conflito consigo própria, o parteiro que quer muito a filha mas que ainda se preocupa demasiado com a ex-namorada para fazer algo legalmente, a directora má que afinal até nem tem coração de gelo, o médico que é o amigo dedicado e o eterno apaixonado politicamente correcto, a médica que não consegue fazer o que é politicamente incorrecto... E daqui não passamos muito.
Algures a dois terços da temporada lembraram-se de fazer um crossover com Grey's Anatomy, que apesar de ter sido ligeiramente interessante, deiou muito a desejar. Não sou fã nem sigo atentamente Grey's Anatomy, mas isso não me impede de ver alguns episódios e saber o que posso esperar daquela série, e tenho pena que se tenham diminuído ao argumento de PP em vez de tentarem fazê-lo ao bom estilo de GA. Conclusão, acho que na próxima temporada vou preferir seguir a segunda.
Bem, e com um final em aberto digno de Nip/Tuck ou de um filme de terror de série B, cá ficamos à espera da continuidade, já que a série foi renovada pela ABC para a próxima temporada.
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