Realização: Gus Van Sant
Argumento: Gus Van Sant e William Shakespeare
Elenco: River Phoenix, Keanu Reeves, James Russo, William Richert e Rodney Harvey
"Wherever. Whatever. Have a nice day" é o mote de Gus Van Sant na sua terceira longa-metragem. Essa mesma epígrafe do filme é também a das personagens de Mike e Scott, que deambulam por entre paragens incertas, com encontros inesperados, pairando sempre na inconstância do dia-a-dia, com um rumo de certa forma indefinido.
Abordando a sua temática comum da figura do marginalizado e inadaptado, em A Caminho de Idaho acompanhamos a jornada de dois jovens assente no tema da prostituição masculina. Longe de ter uma visão marcadamente dramática, Gus Van Sant entrega-nos um argumento levemente irónico até, subjacente no facto de a personagem principal sofrer de narcolepsia, simples acessos de sono profundo, independentemente do sítio onde se esteja ou tarefa que se desempenhe.
O argumento deixa-se conduzir mais uma vez pelas personagens. São elas que fazem o filme, que o criam e ajudam a desenrolar-se. É Mike, pelas mãos de River Phoenix, que marca toda a película com a sua memória familiar e a busca do seu eu interior, a sua amizade/amor com Scott (Keanu Reeves), numa melancolia constante que embala todo o filme.
Essa história de amizade/amor entre os dois protagonistas do filme é catalisadora do sentimento da opção e das escolhas que resultam numa contínua vida sem regras ou no regresso à formalidade e ao socialmente aceitável. É isso que marca das melhores cenas do filme e de toda a filmografia de Gus Van Sant.
River Phoenix tem um desempenho fantástico em todo o filme, numa coesão singular com a personagem, que nos faz ter saudades da sua pequena, mas excelente carreira no mundo do cinema. Keanu Reeves, no seu melhor, a fazer-nos olhar para a sua filmografia recente, sendo impossível não fazer comparações.
A nível técnico, Gus Van Sant potencia todo o filme com recursos a belíssimos e longos planos, contemplativos do céu e do campo, evocando as pinturas de Van Gogh, numa apreensão única daquilo que é a paisagem, tornando A Caminho de Idaho uma espécie de road movie. Depois, as imagens tremidas e os planos fugidios remetem para o plano das memórias, numa inevitável comparação com as nuvens em movimento: uma constante em todo o filme. Também as cenas estáticas do filme, semelhante a fotos garantem dos melhores momentos de todo o filme e um recurso estílistico incrível.
A Caminho de Idaho conclui-se da mesma forma que se inicia: com dualidades, decisões e opções. Um eterno contraste entre a escolha de ser para sempre marginal à sociedade ou rumar à normalidade. Um belíssimo filme, poético com toda a certeza.
Abordando a sua temática comum da figura do marginalizado e inadaptado, em A Caminho de Idaho acompanhamos a jornada de dois jovens assente no tema da prostituição masculina. Longe de ter uma visão marcadamente dramática, Gus Van Sant entrega-nos um argumento levemente irónico até, subjacente no facto de a personagem principal sofrer de narcolepsia, simples acessos de sono profundo, independentemente do sítio onde se esteja ou tarefa que se desempenhe.
O argumento deixa-se conduzir mais uma vez pelas personagens. São elas que fazem o filme, que o criam e ajudam a desenrolar-se. É Mike, pelas mãos de River Phoenix, que marca toda a película com a sua memória familiar e a busca do seu eu interior, a sua amizade/amor com Scott (Keanu Reeves), numa melancolia constante que embala todo o filme.
Essa história de amizade/amor entre os dois protagonistas do filme é catalisadora do sentimento da opção e das escolhas que resultam numa contínua vida sem regras ou no regresso à formalidade e ao socialmente aceitável. É isso que marca das melhores cenas do filme e de toda a filmografia de Gus Van Sant.
River Phoenix tem um desempenho fantástico em todo o filme, numa coesão singular com a personagem, que nos faz ter saudades da sua pequena, mas excelente carreira no mundo do cinema. Keanu Reeves, no seu melhor, a fazer-nos olhar para a sua filmografia recente, sendo impossível não fazer comparações.
A nível técnico, Gus Van Sant potencia todo o filme com recursos a belíssimos e longos planos, contemplativos do céu e do campo, evocando as pinturas de Van Gogh, numa apreensão única daquilo que é a paisagem, tornando A Caminho de Idaho uma espécie de road movie. Depois, as imagens tremidas e os planos fugidios remetem para o plano das memórias, numa inevitável comparação com as nuvens em movimento: uma constante em todo o filme. Também as cenas estáticas do filme, semelhante a fotos garantem dos melhores momentos de todo o filme e um recurso estílistico incrível.
A Caminho de Idaho conclui-se da mesma forma que se inicia: com dualidades, decisões e opções. Um eterno contraste entre a escolha de ser para sempre marginal à sociedade ou rumar à normalidade. Um belíssimo filme, poético com toda a certeza.
Classificação:
Nunca vi o filme, sabes se há o DVD?
ResponderEliminarFilipe Assis,
ResponderEliminarEditado em Portugal não há, pelo que me consta. Tens por exemplo no Brasil, com o título "Garotos de Programa".
Não consigo é encontrar em lado nenhum o Last Days! :(
Eu comprei na Fnac, vai a uma. Se não houver, manda vir de outra loja Fnac.
ResponderEliminarFilipe Assis,
ResponderEliminarJá fui! Esgotadíssimo!
Mesmo o site da FNAC dá a indicação de indisponível...
É o filme indispensável que me falta de Gus Van Sant. Encontro-o regularmente à venda na secção de importação da FNAC mas sem legenda. Estive mesmo para o comprar, mas desisti, prefiro vê-lo nas melhores condições.
ResponderEliminarTiago Ramos, O LAST DAYS agora é te díficil de encontrar. Adquiri-o à cerca e dois meses, por 5€ na fnac, mas agora também não o tenho visto. Mas podes sempre encomendar, como fiz com o REQUIEM FOR A DREAM e MYSTERIOUS SKIN.
Jackson,
ResponderEliminarÉ um bom filme, acredita, valerá a pena...
Pois, eu apercebi-me disso consultando através da Internet, mas com um preço tão baixo deve ter esgotado. Mas agora nem para encomenda está disponível.
Eu comprei o Last Days por 2 euros na Media Markt no Verão passado ;) espero que o consigas encontrar.
ResponderEliminarRBranco,
ResponderEliminarNão encontro no MediaMarkt! ... :(
É um filme extraordinário! Que absoluta obra-de-arte! Que imagística poderosíssima! Que argumento, que performances, que fotografia! Um dos melhores filmes de Gus Van Sant, sem dúvida!
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Ah! Fico feliz por teres gostado, é sem dúvida uma grande obra e um dos melhores de Gus Van Sant, sim. :)
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