quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Doomsday - Juízo Final, por Carlos Antunes

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Título original:
Doomsday
Realização: Neil Marshall
Argumento: Neil Marshall


Doomsday é o melhor exemplo de cinema série B de tempos recentes.
A sua tardia estreia é apenas um exemplo do mau aproveitamento de um dos filmes que melhor cita e revitaliza as suas fontes, de John Carpenter a George Romero.

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A premissa é de uma simplicidade que não permite antever a genial gama de possibilidades que permitirá concretizar.
Afinal de contas, ao isolar todo um país para evitar a propagação de um vírus permitirá que no interior do território a população se destrua e se reconstrua a seu belo prazer.
Por isso, quando Eden Siclair (Rhona Mitra) é enviada para encontrar os sobreviventes e a possível cura para um novo surto do vírus, ela acabará por ter de lutar pela sua vida em cenários que vão dos tempos medievais ao futuro punk pós-apocalíptico.

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Permite muito mais do que isso, permite que se tenham combates a cavalo, perseguições de máquinas saídas de Mad Max a um Aston Martin, ataques militares em ambientes urbanos ou uma tribo canibal.
Permite que se crie uma das mais interessantes personagens – e ainda por cima feminina – de filmes de acção, simultaneamente carregada de força e sensualidades brutas.
Permite que se tenha o maior gozo possível numa sala de cinema em muito tempo.

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Neil Marshall parece ter aprendido as melhores lições que os mestres do género foram dando ao longo da sua cinematografia.
E não só as aprendeu como as interpretou com imensa energia e um gozo evidente pelo modelo de filme a que deu nova vida, conseguindo colocar em jogo todos os elementos que se esperam ver surgir num filme assim, conseguindo conjugá-los numa excelente narrativa com conotações políticas, morais e humanas evidentes.
Conseguindo, também, conjugá-los com um domínio das cenas, dos movimentos e da fotografia que o elevam para lá do habitual gueto para onde o “cinema sério” quer remeter os séries B.

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Um filme de acção, capaz de activar toda a adrenalina possível, mas rico e feito com um investimento sincero e com uma qualidade técnica invejável.
Um dos melhores filmes que vamos poder ver este ano, provavelmente.



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