Realização: Michael Mann
Argumento: Michael Mann e Ronan Bennett
O mais puro do cinéfilo não pode deixar de sorrir, quando perto do seu fim, John Dillinger assiste a Manhattan Melodrama (1934). É como se de certa forma a personagem de Clark Gable no filme em questão fosse a sua antítese. Um é de uma visão romanceada, o outro é uma visão realista.
Michael Mann, aclamado realizador de The Insider (1999) e produtor de The Aviator (2004), entrega-nos em Inimigos Públicos uma visão única do ladrão de bancos, inimigo público n.º 1 dos Estados Unidos, estávamos nós em 1933. Uma visão bastante distinta daquela que já nos foi entregue em Dillinger and Capone (1995), Dillinger (1973), Dillinger (1945) The Lady in Red (1979).
Em toda a sua perspectiva, o cineasta recupera o mito daquele que era considerado como o Robin Hood da década de 30, que devolvia o dinheiro às pessoas durante os assaltos a bancos, pois só queria roubar o Estado. Um mito reavivado de uma forma crua, associando-o a um homem comum e não se debruçando sobre a motivação por detrás das suas acções. É um John Dillinger que queria todo o Mundo naquele preciso momento, que vivia do perigo e do escarnecer das Leis americanas e do sistema judicial.
É um Johnny Depp longe dos tiques afectados que muitas vezes prejudicam as suas prestações. Temos um trabalho coeso, realista, bastante simples, mas que encarna de uma forma surpreendente aquilo que conhecemos como sendo John Dillinger. Esse protagonismo não seria auto-suficiente sem a presença da personagem de Christian Bale, que melhora o seu desempenho em face do piloto automático mode em que entrou nos seus últimos trabalhos. Mas quem brilha, no plano secundário, é uma Marion Cotillard fantástica, independente, mas ao mesmo tempo necessitada da protecção do protagonista, numa prestação tão boa quanto a de Johnny Depp.
Michael Mann brilha na realização, utilizando um estilo diferente daquele que antevíamos pelo trailer do filme. É uma câmara dinâmica, em constante movimento, que (ab)usa dos close-ups, como se isso garantisse proximidade das personagens e das perspectivas handycam. É um trabalho maior de realização, que não cai nos lugares comuns de que poderia ter sido vítima.
Inimigos Públicos é também um trabalho superior no que diz respeito aos cenários e ao guarda-roupa, graças às mãos de Rosemary Brandenburg e Colleen Atwood, respectivamente. Trabalhos deslumbrantes, mas discretos como se quer, de forma a proporcionar um maior realismo à película.
Este é já um dos grandes filmes de 2009 e, ou muito me engano, não sairá de mãos a abanar na próxima temporada de prémios.
Michael Mann, aclamado realizador de The Insider (1999) e produtor de The Aviator (2004), entrega-nos em Inimigos Públicos uma visão única do ladrão de bancos, inimigo público n.º 1 dos Estados Unidos, estávamos nós em 1933. Uma visão bastante distinta daquela que já nos foi entregue em Dillinger and Capone (1995), Dillinger (1973), Dillinger (1945) The Lady in Red (1979).
Em toda a sua perspectiva, o cineasta recupera o mito daquele que era considerado como o Robin Hood da década de 30, que devolvia o dinheiro às pessoas durante os assaltos a bancos, pois só queria roubar o Estado. Um mito reavivado de uma forma crua, associando-o a um homem comum e não se debruçando sobre a motivação por detrás das suas acções. É um John Dillinger que queria todo o Mundo naquele preciso momento, que vivia do perigo e do escarnecer das Leis americanas e do sistema judicial.
É um Johnny Depp longe dos tiques afectados que muitas vezes prejudicam as suas prestações. Temos um trabalho coeso, realista, bastante simples, mas que encarna de uma forma surpreendente aquilo que conhecemos como sendo John Dillinger. Esse protagonismo não seria auto-suficiente sem a presença da personagem de Christian Bale, que melhora o seu desempenho em face do piloto automático mode em que entrou nos seus últimos trabalhos. Mas quem brilha, no plano secundário, é uma Marion Cotillard fantástica, independente, mas ao mesmo tempo necessitada da protecção do protagonista, numa prestação tão boa quanto a de Johnny Depp.
Michael Mann brilha na realização, utilizando um estilo diferente daquele que antevíamos pelo trailer do filme. É uma câmara dinâmica, em constante movimento, que (ab)usa dos close-ups, como se isso garantisse proximidade das personagens e das perspectivas handycam. É um trabalho maior de realização, que não cai nos lugares comuns de que poderia ter sido vítima.
Inimigos Públicos é também um trabalho superior no que diz respeito aos cenários e ao guarda-roupa, graças às mãos de Rosemary Brandenburg e Colleen Atwood, respectivamente. Trabalhos deslumbrantes, mas discretos como se quer, de forma a proporcionar um maior realismo à película.
Este é já um dos grandes filmes de 2009 e, ou muito me engano, não sairá de mãos a abanar na próxima temporada de prémios.
Classificação:
Só uma observação:Michael Mann não realizou O Aviador.
ResponderEliminarJackie Brown,
ResponderEliminarTens toda a razão, claro. Já foi rectificado.
Jackie Brown,
ResponderEliminarTens toda a razão, claro. Já foi rectificado.