Realização: Pedro Almodóvar
Argumento: Pedro Almodóvar
Elenco: Javier Cámara, Darío Grandinetti, Leonor Watling, Rosario Flores, Mariola Fuentes e Geraldine Chaplin
Por isso é que Hable con ella fascinou tanto e tão completamente aqueles que o viram.
Porque tudo ali é tão novo e tão inebriante, mas tão puro na forma como trata da essência do Cinema.
A evocação do movimento - da dança ainda para mais -, do cinema mudo - numa obra dentro da obra que é uma maravilha por si mesma - e da música - partilhada, dada a uma assistência de reacções distintas - são tudo evocações do próprio Cinema, das suas pequenas maravilhas, das suas nuances.
Ao lado dessa poesia do próprio cinema vem a história de amores singulares, amores dependentes e conturbados na sua aparente placidez.
Amores que estão para lá das aparentes restrições morais do seu tempo, mesmo que façam sentido apenas aos olhos de quem o constroi na sua mente.
Mais do que os amores, é a amizade de dois homens, de dois homens que se conseguirão relacionar pela coincidência da sua necessidade de sobrevivência.
Estão ambos subjugados a mulheres com quem não conseguem verdadeiramente relacionar-se - por motivos distintos, claro - mas por quem esperam.
Ambos aceitaram viver por extensão da vida dessas mulheres, um apoiando o talento de uma, outro cuidando-lhe das funções mais primárias por ela.
Será preciso que um se sacrifique pelo outro para que ambos consigam viver - ou dar significado à sua vida.
São os elementos atípicos que Almodóvar convoca para o seu melodrama que tornam Hable con ella um filme tão hipnótico, tão inesquecível embora tão aparentemente estranho.
O seu poder poético deriva a forma como os elementos que poderiam aparecer desfasados no clássico melodrama lhe dão um tom único, pessoalíssimo e inovador.
O seu poder poético deriva a forma como os elementos que poderiam aparecer desfasados no clássico melodrama lhe dão um tom único, pessoalíssimo e inovador.
Este filme de Almodóvar convoca todo o tempo os elementos que dão colorido ao seu universo. As suas actrizes, as suas fixações, os seus prazeres, os seus amigos.
Mas a estranheza do que isto possa trazer não reduz a emoção pura com que o filme nos consegue tocar.
Mas a estranheza do que isto possa trazer não reduz a emoção pura com que o filme nos consegue tocar.
Por isso é que Hable con ella fascinou tanto e tão completamente aqueles que o viram.
Porque tudo ali é tão novo e tão inebriante, mas tão puro na forma como trata da essência do Cinema.
A evocação do movimento - da dança ainda para mais -, do cinema mudo - numa obra dentro da obra que é uma maravilha por si mesma - e da música - partilhada, dada a uma assistência de reacções distintas - são tudo evocações do próprio Cinema, das suas pequenas maravilhas, das suas nuances.
Ao lado dessa poesia do próprio cinema vem a história de amores singulares, amores dependentes e conturbados na sua aparente placidez.
Amores que estão para lá das aparentes restrições morais do seu tempo, mesmo que façam sentido apenas aos olhos de quem o constroi na sua mente.
Mais do que os amores, é a amizade de dois homens, de dois homens que se conseguirão relacionar pela coincidência da sua necessidade de sobrevivência.
Estão ambos subjugados a mulheres com quem não conseguem verdadeiramente relacionar-se - por motivos distintos, claro - mas por quem esperam.
Ambos aceitaram viver por extensão da vida dessas mulheres, um apoiando o talento de uma, outro cuidando-lhe das funções mais primárias por ela.
Será preciso que um se sacrifique pelo outro para que ambos consigam viver - ou dar significado à sua vida.
A magnífica combinação de todos estes elementos, perfeita, dão a este melodrama um tom próprio, não só de Almodóvar mas da própria Espanha.
Melodrama de sabor único e vincado, por isso mesmo tão admirado. A perfeita lapidação do melhor de Almodóvar.
Melodrama de sabor único e vincado, por isso mesmo tão admirado. A perfeita lapidação do melhor de Almodóvar.
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