domingo, 11 de outubro de 2009

Orfã, por Carlos Antunes



Título original: Orphan
Realização: Jaume Collet-Serra
Argumento: David Johnson e Alex Mace
Elenco:
Vera Farmiga, Peter Sarsgaard e Isabelle Fuhrman

A pergunta que um espectador faz no início de Orfã, é até que ponto se poderá esperar algo de novo num filme de terror sobre uma criança que corporiza o mal.
Mas com Orfã pode realmente esperar-se algo novo.

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Acho que chega a ser injusto aproximar Orfã do filme de terror. Na verdade o formato thriller do filme serve um propósito mais forte e dramático.
Mesmo potenciando os medos mais imediatos dos espectadores, é sobre o medo da abertura da nossa vida a estranhos, é sobre o medo de depositar a nossa confiança e o nosso amor em qualquer outra pessoa.
Se é um filme sobre o medo evidente perante a ameaça física, é também sobre o medo da revelação dos nossos sentimentos, da abertura de nós próprios ao mundo.

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Para conseguir isso o realizador está dependente das belas interpretações da principais figuras do elenco.
Por um lado, as crianças capazes de interpretarem personagens plausíveis, complexas sem deixar de lado a necessária inocência infantil.
Por outro, Vera Farmiga e Isabelle Fuhrman, com a primeira a exibir classe pura sem exageros desnecessários numa personagem à beira da explosão e com a segunda a deixar-nos perfeitamente atónitos com a sua fria malvadez encapuçada sobre um olhar bem comportado mas desde o início perturbador.

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Claro que com o benefício da eficaz tensão aplicada por Jaume Collet-Serra, tensão essa que agarra e surpreende o espectador, o filme consegue sugerir-se a um público mais abrangente.
A sua capacidade como entretimento torna o drama não só mais rico como mais atraente.

http://unrealitymag.com/wp-content/uploads/2009/07/orphan18.jpg

Coloquemos Orfã no género que quisermos, mas a sua riqueza e eficácia serão inegáveis.
Usufruamos do filme, acima de tudo.


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