Título original: (500) Days of Summer (2009)
Realização: Marc Webb
Argumento: Scott Neustadter e Michael H. Weber
Elenco: Joseph Gordon-Levitt e Zooey Deschanel
Em altura de crise artística, quem consegue reinventar géneros assiste, obviamente, a uma ascensão imediata. E isso é o que observamos em (500) Days of Summer. Impulsionado pelo hype gerado no Festival de Sundance, o filme fez furor em variadíssimos outros festivais de cinema independente e inclusive no Estoril Film Festival 2009. Contudo, o filme tem tido dificuldade em ser vendido no circuito comercial e, ao que parece, em Portugal acabará remetido directamente para DVD.
Apesar de incomparável, podemos adiantar desde já que, pela frescura, e originalidade encontramos semelhanças entre (500) Days of Summer e Eternal Sunshine of the Spotless Mind (2004). Puro e genuíno, o filme segue essa tendência para dramatizar a comédia, introduzindo uma total revolução do género. No argumento da dupla Scott Neustadter e Michael H. Weber seguimos uma história que é praticamente a antítese da comédia romântica, longe da habitual procura do público. E é nisso que o filme se destaca. Na diferença que se sente de imediato na nota inicial dos autores. Hilariante e que revela que o filme pretende demarcar-se dos restantes e de certa forma, subverter o género.
Marc Webb, vindo do mundo dos videoclips, é também uma das principais causas do sucesso do filme. A sua aparente despreocupação com os dogmas cinematográficos e padrões, resulta numa realização ligeira, ternurenta e original. Uma mistura de vários géneros, uma celebração da vida, muito mais importante que o amor. Amor esse que, apesar de ser o mote para o filme, não é ele o mais importante. Em (500) Days of Summer, satirizamo-nos a nós próprios - eternos sonhadores, brinca-se com os clichés, vive-se a cultura pop contemporânea. É a consequência de uma edição de montagem inteligente, perspectivada, revolucionária e que não segue ordens cronológicas. Aqui, Marc Webb brinca com o espectador. Tanto lhe dá o que quer, como lho tira imediatamente a seguir, num fantástico retrato do amor moderno, de um modo realista e brutal.
Mas garantidamente, um dos pontos mais importantes a favor do filme é a química dos protagonistas. Joseph Gordon-Levitt destaca-se como um dos mais promissores jovens actores da actualidade, mas também Zooey Deschanel, que perde os tiques de vedetismo de filmes anteriores e se evidencia pela beleza e singularidade. Ambos fazem um dos pares mais verosímeis e realistas da História do Cinema: é o carisma de ambos que provoca esse efeito.
A seu lado, encontra-se a banda sonora. Não fosse o realizador vindo do mundo musical, a música é uma das personagens mais importantes do filme. The Smiths, Regina Spektor, Carla Bruni, Simon & Garfunkel são alguns dos mais importantes nomes a reter na banda sonora. Cultura pop, evidência ternurenta e comovente do argumento, é a música que conta a história e que acompanha os protagonistas. É ela que os une.
(500) Days of Summer tem tudo para se tornar um filme de culto. Sensível e honesto, separa os sonhos da realidade e mantém o espectador sempre de pés no chão, mesmo que - a dada altura - nos sintamos acima dele. Divide a realidade das expectativas (literalmente!), força-nos a ter uma visão honesta do Amor. É tudo uma questão de perspectiva, aprendemos a dada altura. Mesmo que o Verão já tenha passado.
Apesar de incomparável, podemos adiantar desde já que, pela frescura, e originalidade encontramos semelhanças entre (500) Days of Summer e Eternal Sunshine of the Spotless Mind (2004). Puro e genuíno, o filme segue essa tendência para dramatizar a comédia, introduzindo uma total revolução do género. No argumento da dupla Scott Neustadter e Michael H. Weber seguimos uma história que é praticamente a antítese da comédia romântica, longe da habitual procura do público. E é nisso que o filme se destaca. Na diferença que se sente de imediato na nota inicial dos autores. Hilariante e que revela que o filme pretende demarcar-se dos restantes e de certa forma, subverter o género.
Marc Webb, vindo do mundo dos videoclips, é também uma das principais causas do sucesso do filme. A sua aparente despreocupação com os dogmas cinematográficos e padrões, resulta numa realização ligeira, ternurenta e original. Uma mistura de vários géneros, uma celebração da vida, muito mais importante que o amor. Amor esse que, apesar de ser o mote para o filme, não é ele o mais importante. Em (500) Days of Summer, satirizamo-nos a nós próprios - eternos sonhadores, brinca-se com os clichés, vive-se a cultura pop contemporânea. É a consequência de uma edição de montagem inteligente, perspectivada, revolucionária e que não segue ordens cronológicas. Aqui, Marc Webb brinca com o espectador. Tanto lhe dá o que quer, como lho tira imediatamente a seguir, num fantástico retrato do amor moderno, de um modo realista e brutal.
Mas garantidamente, um dos pontos mais importantes a favor do filme é a química dos protagonistas. Joseph Gordon-Levitt destaca-se como um dos mais promissores jovens actores da actualidade, mas também Zooey Deschanel, que perde os tiques de vedetismo de filmes anteriores e se evidencia pela beleza e singularidade. Ambos fazem um dos pares mais verosímeis e realistas da História do Cinema: é o carisma de ambos que provoca esse efeito.
A seu lado, encontra-se a banda sonora. Não fosse o realizador vindo do mundo musical, a música é uma das personagens mais importantes do filme. The Smiths, Regina Spektor, Carla Bruni, Simon & Garfunkel são alguns dos mais importantes nomes a reter na banda sonora. Cultura pop, evidência ternurenta e comovente do argumento, é a música que conta a história e que acompanha os protagonistas. É ela que os une.
(500) Days of Summer tem tudo para se tornar um filme de culto. Sensível e honesto, separa os sonhos da realidade e mantém o espectador sempre de pés no chão, mesmo que - a dada altura - nos sintamos acima dele. Divide a realidade das expectativas (literalmente!), força-nos a ter uma visão honesta do Amor. É tudo uma questão de perspectiva, aprendemos a dada altura. Mesmo que o Verão já tenha passado.
Classificação:
Mais do que conhecida a minha resistência à pirataria, esperarei, impaciente, pelo DVD.
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Não vi ou conheço o filme mas o titulo é muito curioso.
ResponderEliminarPermite fazer trocadilhos... quem não souber a razão do termo Summer, como eu imaginava, diria que a tradução teria de ser "(500) Dias de Verão" e diria-lhe até (para gozar com o seu título do artigo) se não será antes "(500) Days of Verão"... :-)
É sem dúvida alguma um filme fantástico. Se chegar em DVD ao nosso país antes do fim do ano constará com toda a certeza no meu top 10 dos melhores filmes do ano.
ResponderEliminarAbraço
O filme é extraodinário, a realização, as interpretações, a banda sonora e principalmente a mravilhosa originalidade do argumento e do filme em sim que o torna num pioneiro na sua área e o torna bastante apreciável...
ResponderEliminarAbraço
http://nekascw.blogspot.com/
É mesmo de propósito para me matares de curiosidade não é Tiago? Escusado será dizer que não posso esperar mais pelo filme, dado que estou bem atento ao trabalho de Joseph Gordon-Levitt, e o rótulo de melhor filme indie do ano, é por demais aliciante, dado que sou fã número um do estilo.
ResponderEliminarParabéns pela crítica, inspirada!
Este filme é maravilhoso e comoveu-me até; não é nada do que se espera do inicio ao fim. Eu gostei muito, ainda que aquela forma fora do convencionalismo pese um bocado ao final infeliz...
ResponderEliminarRoberto F. A. Simões,
ResponderEliminarE era mesmo pertinho de ti o Estoril Film Festival, onde o podias ter visto. Mas também sei que as tuas expectativas não são assim tão elevadas. Mas acredito que vais gostar.
ArmPauloFerreira,
É um trocadilho engraçado, mas que se percebe claramente no início do filme ou no IMDb. :P Aproveita a sugestão!
Fifeco,
Concordo, é um bom filme que poderá claramente concorrer a categorias de Melhor Argumento Original, na próxima temporada de prémios.
Nekas,
Não o acho necessariamente um pioneiro. A chamada dramédia ou comédia dramática já está em voga há algum tempo. Contudo, é claramente um dos melhores nesse género.
Jackson,
Propositado não, mas espero bem que as tuas expectativas estejam ao nível da qualidade do filme. :D Tendo em conta o género, acredito que vais gostar! Obrigado. :)
RBranco,
ResponderEliminarAquilo que tu dizes "infeliz", é para mim realista. E por isso é que acho que o filme resulta bastante bem. É genuíno e o facto de ser pouco convencional, ajuda a transmiti-lo...
Estou super curioso em relação a esta fita. As criticas que tenho lido nos sites que estimo, só têm aumentado a minha ansiedade.
ResponderEliminarSim, foi o que tive a discutir com a pessoa que viu comigo. É realista: fiquei contente que assim o fosse; já não via comédias românticas há muito tempo e vi esta porque tinhas dito que era diferente :)
ResponderEliminarRicardo V.,
ResponderEliminarAcredito! As minhas expectativas eram também elas muito elevadas, mas não afectaram o visionamento do filme. Ficou à altura do esperado! :)
R. Branco,
ResponderEliminarAinda bem que as minhas sugestões resultam nisso! :)
R. Branco,
ResponderEliminarAinda bem que as minhas sugestões resultam nisso! :)