Título original: The Messenger
Realização: Oren Moverman
Argumento: Alessandro Camon e Oren Moverman
Parecem dois anunciantes de morte, purgados de emoções e trajados de formalidade.
Na verdade são dois homens confrontados com as mais brutais e descarnadas emoções humanas mas presos na obrigatória compostura militar machista: os homens não falam sobre as suas emoções, cumprem as regras e engolem em seco.
Eles vivem as mesmas perdas que os familiares que procuram mas não a podem exteriorizar, para eles apenas existe um código de conduta que pretensamente os protege.
Mas vivendo por mil a dor de perder a pessoa que lhes é mais importante tem tem o seu preço.
Na verdade são dois homens confrontados com as mais brutais e descarnadas emoções humanas mas presos na obrigatória compostura militar machista: os homens não falam sobre as suas emoções, cumprem as regras e engolem em seco.
Eles vivem as mesmas perdas que os familiares que procuram mas não a podem exteriorizar, para eles apenas existe um código de conduta que pretensamente os protege.
Mas vivendo por mil a dor de perder a pessoa que lhes é mais importante tem tem o seu preço.
Ben Foster surge como o novato - e medalhado herói - que despreza este trabalho onde não se arrisca a vida, mas que rapidamente cede à dedicada preocupação de ver pessoas compostas a tornarem-se violentas ou estranhamente educadas quando ele lhes anuncia a tragédia pessoal.
Woody Harrelson passa por estas missões como um profissinal. Já deve ter visto vários novatos sucumbir à emoção bruta mas não se pode permitir tal luxo
Só que ele guarda uma fragilidade prestes a jorrar. A sua raiva transvestida de inconsequência é um parco mecanismo de defesa e é certo que, inevitavelmente, acabará por quebrar, sobretudo com o novo companheiro a devolver às pessoas a quem comunicam as mortes a existência humana sentida que Harrelson tinha conseguido esconder da sua mente.
Woody Harrelson é a alma do filme, numa interpretação verdadeiramente espantosa. Já o vimos fazer todo o género de papéis e ele ainda surpreende assim.
Woody Harrelson passa por estas missões como um profissinal. Já deve ter visto vários novatos sucumbir à emoção bruta mas não se pode permitir tal luxo
Só que ele guarda uma fragilidade prestes a jorrar. A sua raiva transvestida de inconsequência é um parco mecanismo de defesa e é certo que, inevitavelmente, acabará por quebrar, sobretudo com o novo companheiro a devolver às pessoas a quem comunicam as mortes a existência humana sentida que Harrelson tinha conseguido esconder da sua mente.
Woody Harrelson é a alma do filme, numa interpretação verdadeiramente espantosa. Já o vimos fazer todo o género de papéis e ele ainda surpreende assim.
Quando o filme se afasta de Harrelson e se aproxima do drama romântico torna-se menos interessante.
Ainda que carregando a inegável incapacidade das personagens fazerem sentido da situação que viveram um perante o outro e das obrigações que tal situação acarreta e mesmo com Samantha Morton interessantíssima como sempre, há uma quebra nessas alturas, como se não fosse genuína a preocupação de Foster a tornar-se em paixão ou, antes, como se fosse uma traição ao homem que verdadeiramente precisa de um companheiro já há tempo demais.
Ainda que carregando a inegável incapacidade das personagens fazerem sentido da situação que viveram um perante o outro e das obrigações que tal situação acarreta e mesmo com Samantha Morton interessantíssima como sempre, há uma quebra nessas alturas, como se não fosse genuína a preocupação de Foster a tornar-se em paixão ou, antes, como se fosse uma traição ao homem que verdadeiramente precisa de um companheiro já há tempo demais.
O que interessa verdadeiramente é que estes homens vão a caminho um do outro, de uma aprendizagem ou de uma explosão mútua.
Um parece disposto a esquecer a farda para tocar o humano, outro parece incapaz de deixar de usar a farda como dique da emoção que os outros lhe transmitem.
Nenhum deles alguma vez escapará à exigência militar, mas superarão em privado o que a família militar nunca conseguirá apaziguar.
Um parece disposto a esquecer a farda para tocar o humano, outro parece incapaz de deixar de usar a farda como dique da emoção que os outros lhe transmitem.
Nenhum deles alguma vez escapará à exigência militar, mas superarão em privado o que a família militar nunca conseguirá apaziguar.
Sem comentários:
Enviar um comentário