Título original: The Lovely Bones
Realização: Peter Jackson
Argumento: Fran Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson e Alice Sebold
Quando num filme sobre a tragédia maior de uma família a única personagem com quem sentimos uma estranha forma de empatia é o assassino, há algo errado com ele.
Quando num filme sobre a tragédia maior de uma família tudo parece terrivelmente falso, há algo de errado com ele.
Quando num filme sobre a tragédia maior de uma família tudo parece terrivelmente falso, há algo de errado com ele.
Peter Jackson teve de pegar no filme com um artifício, dando-lhe uma ideia geral mas errónea de thriller que o filme nunca seria.
Preso nessa armadilha, com um texto original que é limitado pela originalidade de como é contado e que não tem a força que deveria, Peter Jackson não consegue tocar o espectador, não consegue tornar as personagens em matéria-prima de um drama arrasador.
Aquilo que se passa é quase um conjunto de casualidades, destinos em torno de uma tragédia que, no entanto, parecem obcecados com ela e não verdadeiramente tocados por ela.
São vidas vulgares, mesmo no sofrimento, apenas colocadas em evidência porque a tragédia que as afectou é de uma enormidade inegável.
São vidas vulgares, mesmo no sofrimento, apenas colocadas em evidência porque a tragédia que as afectou é de uma enormidade inegável.
A relevância que viria da perspectiva da rapariga morta é também ela falsa, falsa pois não acrescenta nada aos eventos que vemos de uma perspectiva "normal".
Tão falsa como o aspecto do céu em que ela passeia. Um céu que não apela ao público, que não serve propósito real, mesmo quando pretende sugerir significados importantes para o futuro da história; que é falso quer como fruto de imaginação, quer como paraíso concedido aos que sofreram durante a sua vida.
Tão falsa como o aspecto do céu em que ela passeia. Um céu que não apela ao público, que não serve propósito real, mesmo quando pretende sugerir significados importantes para o futuro da história; que é falso quer como fruto de imaginação, quer como paraíso concedido aos que sofreram durante a sua vida.
No seio de tantos pormenores desajustados, a honesta e intensa interpretação de Stanley Tucci faz figura de farol que, infelizmente, não consegue atrair para si a qualidade do que o circunda.
Peter Jackson ainda tentar alguns pormenores de realização para dar ritmo à narrativa, mas há muito pouco para salvar, muito pouco que justifique este filme.
Peter Jackson ainda tentar alguns pormenores de realização para dar ritmo à narrativa, mas há muito pouco para salvar, muito pouco que justifique este filme.
Ainda não vi o filme, mas a crítica sintetiza mordazmente aquilo que tanto leio nesta blogosfera. Que pena.
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
» CINEROAD - A Estrada do Cinema «
Não o digo péssimo e também não lhe dava esta classificação, mas é uma desilusão. Já li uma frase que sintetiza o que acho «Peter Jackson fez o melhor pior filme da História do Cinema».
ResponderEliminarPara mim o maior erro foi simplesmente tentar adaptar aquela coisa a que chamam livro...
ResponderEliminarnão vou discutir a forma como a narrativa foi contada, como foi retratada a imagem do ceu, nem a interpretação dos actores (apesar de ter gostado da leveza do papel da susan sarandon)
ResponderEliminarno entanto o filme tem a melhor ambiencia sonora que já ouvi num filme há já muito tempo!
O trabalho do Brian Eno é fenomenal e a forma como a banda sonora entra no filme não estraga nenhuma situação de suspense (como é normal nos dias de hoje) e ajuda a criar uma certa ênfase sentimental nas diversas situações do filme.
É o grande elogio que posso fazer a este filme.
nem tudo está perdido ;)