Título original: L'âge des Ténèbres
Elenco: Marc Labrèche, Diane Kruger, Sylvie Léonard e Caroline Néron
Não tenho ilusões sobre a invisibilidade de um filme como este, mas é caso de triste espanto ver que um filme do autor de O Declínio do Império Americano e As Invasões Bárbaras se estreia numa única sala do país.
Claro que, por outro lado, depois de ver o filme, nem mesmo essa única sala parece uma opção lógica.
Desde logo porque o filme chega com, pelo menos, três anos de atraso e, igualmente, porque no seu estilo muito particular não conseguirá um público.
Claro que, por outro lado, depois de ver o filme, nem mesmo essa única sala parece uma opção lógica.
Desde logo porque o filme chega com, pelo menos, três anos de atraso e, igualmente, porque no seu estilo muito particular não conseguirá um público.
Um Quebec tornado inócuo, onde a palavra "negro" está proibida por lei, onde é impossível fumar a menos de 1 km de qualquer edifício oficial - patrulhas dedicam-se somente a capturar os infractores - e onde os danos causados a propriedade pública em caso de acidente são divididos equitativamente entre todos os envolvidos - sejam vítimas ou culpados -, cai afinal no absurdo.
E nesse absurdo a vida de um funcionário público parece ainda mais caricata e sem sentido.
Por isso é que o protagonista se liberta da realidade e vive do escapismo sexual da sua imaginação, tornando submissa a sua chefe, salvando da homossexualidade a sua bela colega e proporcionando à estrela de cinema um universo faustoso onde Rufus Wainwright é o bardo.
Aliás, mesmo quando vive a realidade sujeita-se a uma que é perfeitamente irreal, levado pela sua nova namorada(?) para uma recriação da Idade Média onde deverá lutar por ela para que ela o recompense... apenas com um vislumbre dos seus seios!
E nesse absurdo a vida de um funcionário público parece ainda mais caricata e sem sentido.
Por isso é que o protagonista se liberta da realidade e vive do escapismo sexual da sua imaginação, tornando submissa a sua chefe, salvando da homossexualidade a sua bela colega e proporcionando à estrela de cinema um universo faustoso onde Rufus Wainwright é o bardo.
Aliás, mesmo quando vive a realidade sujeita-se a uma que é perfeitamente irreal, levado pela sua nova namorada(?) para uma recriação da Idade Média onde deverá lutar por ela para que ela o recompense... apenas com um vislumbre dos seus seios!
Mas por mais que queiramos sentir o desafio do burlesco de uma vida assim decorrida, a verdade é que sentimos que o filme se está a perder.
Como se também o filme tivesse perdido o contacto com a realidade a ser caricaturada, seguindo por ali fora sem saber onde pretende chegar.
Nem o retrato da vida do protagonista nem da vida social se completam, ambas são hilariantes em determinado momento mas não ficam como imagem absoluta do absurdo particular ou global em que vivemos!
Como se também o filme tivesse perdido o contacto com a realidade a ser caricaturada, seguindo por ali fora sem saber onde pretende chegar.
Nem o retrato da vida do protagonista nem da vida social se completam, ambas são hilariantes em determinado momento mas não ficam como imagem absoluta do absurdo particular ou global em que vivemos!
A Era dos Ignorantes poderia ter sido uma desgarrada crónica do absurdo do "sistema", sem concessões.
Uma mistura da alienação de Tati com o humor mais escandaloso e radical do continente americano.
Poderia ter sido mas não chegou lá por, na sua imaginação crescente, ter querido contemplar mais do que deveria.
Uma mistura da alienação de Tati com o humor mais escandaloso e radical do continente americano.
Poderia ter sido mas não chegou lá por, na sua imaginação crescente, ter querido contemplar mais do que deveria.
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