Realização: Luca Guadagnino
Argumento: Luca Guadagnino
Elenco: Tilda Swinton, Flavio Parenti e Edoardo Gabbriellini
O prazer de comer. O amor nascido desse prazer. Não é de facto o que temos de mais importante em Eu Sou o Amor, filme do italiano Luca Guadagnino, mas é sobretudo um excelente ponto de partida, extremamente subtil para um filme que surpreende precisamente pela estética. Em italiano soa melhor «Io sono l'amore», assim o canta Maria Callas interpretando "Mamma Morta" e assim se ouve na televisão, quando passa Philadelphia (1993).
São esses pequenos pormenores, deliciosos, clássicos e virtuosos que fazem de Eu Sou o Amor um dos mais interessante filmes a estrear em Portugal este ano. A história de uma família milanesa, com uma matriarca russa, uma história de amor proibido com contornos de um classicismo já raro no cinema italiano e que nos faz regressar aos bons velhos tempos. De facto, a aura de Luchino Visconti paira sobre esta longa-metragem, fazendo recordar Il gattopardo (1963) em diversos momentos. Mas o que surpreende em Luca Guadagnino é que, se em grande parte do filme evoca grandes mestres do cinema italiano, em nenhum momento se cola demasiado a esse padrão. É clássico, mas reinventa esse mesmo classicismo introduzindo-lhe notas pessoais. É uma fusão entre o cinema clássico e o cinema experimental.
Tilda Swinton tem aqui, provavelmente, o seu melhor papel no cinema. A sumptuosidade e a sua pose austera contrasta com a intensidade do argumento, num papel para o qual aprendeu a falar italiano e russo. A actriz reinventa-se. Nas cenas no palacete, adquire uma rigidez impressionante (correspondente aos padrões sociais que lhe são exigidos), mas nas cenas exteriores, assume uma sensualidade inebriante e uma simplicidade que remete para as suas origens humildes. Todo o restante elenco é igualmente competente.
Tecnicamente é precisamente a câmara de Luca Guadagnino que faz do filme mais interessante. O experimentalismo e a homenagem ao cinema italiano é evidente. Mas nada estaria completo sem a interessante fotografia de Yorick Le Saux (Julia) ou a fantástica banda sonora de John Adams. Esta última é subtil em muitos momentos, para depois subir numa intensidade desenfreada, às vezes estridente, que culmina em momentos de grande tensão.
Porém nem tudo é perfeito. A montagem rápida do filme deixa a desejar em algumas das vezes, bem como a construção do argumento em determinados momentos, nomeadamente no final. Não se deverá desconsiderar porém, Eu Sou o Amor como um dos mais interessantes filmes que teremos oportunidade de ver este ano, juntamente com uma grande interpretação de Tilda Swinton.
São esses pequenos pormenores, deliciosos, clássicos e virtuosos que fazem de Eu Sou o Amor um dos mais interessante filmes a estrear em Portugal este ano. A história de uma família milanesa, com uma matriarca russa, uma história de amor proibido com contornos de um classicismo já raro no cinema italiano e que nos faz regressar aos bons velhos tempos. De facto, a aura de Luchino Visconti paira sobre esta longa-metragem, fazendo recordar Il gattopardo (1963) em diversos momentos. Mas o que surpreende em Luca Guadagnino é que, se em grande parte do filme evoca grandes mestres do cinema italiano, em nenhum momento se cola demasiado a esse padrão. É clássico, mas reinventa esse mesmo classicismo introduzindo-lhe notas pessoais. É uma fusão entre o cinema clássico e o cinema experimental.
Tilda Swinton tem aqui, provavelmente, o seu melhor papel no cinema. A sumptuosidade e a sua pose austera contrasta com a intensidade do argumento, num papel para o qual aprendeu a falar italiano e russo. A actriz reinventa-se. Nas cenas no palacete, adquire uma rigidez impressionante (correspondente aos padrões sociais que lhe são exigidos), mas nas cenas exteriores, assume uma sensualidade inebriante e uma simplicidade que remete para as suas origens humildes. Todo o restante elenco é igualmente competente.
Tecnicamente é precisamente a câmara de Luca Guadagnino que faz do filme mais interessante. O experimentalismo e a homenagem ao cinema italiano é evidente. Mas nada estaria completo sem a interessante fotografia de Yorick Le Saux (Julia) ou a fantástica banda sonora de John Adams. Esta última é subtil em muitos momentos, para depois subir numa intensidade desenfreada, às vezes estridente, que culmina em momentos de grande tensão.
Porém nem tudo é perfeito. A montagem rápida do filme deixa a desejar em algumas das vezes, bem como a construção do argumento em determinados momentos, nomeadamente no final. Não se deverá desconsiderar porém, Eu Sou o Amor como um dos mais interessantes filmes que teremos oportunidade de ver este ano, juntamente com uma grande interpretação de Tilda Swinton.
O trabalho de Tilda Swinton, e a frieza das suas interpretações, são algo que me fascina. Este Eu Sou o Amor parece-me uma excelente aposta.
ResponderEliminarEla é uma actriz excelente e para mim este é o seu melhor papel.
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