Título original: Astro Boy
Realização: David Bowers
Argumento: Timothy Harris
Elenco de vozes: Kristen Bell, Nicolas Cage, Samuel L. Jackson, Charlize Theron, Bill Nighy e Freddie Highmore
Não direi que me parece incompreensível, mas é inusitado que Astro Boy só tenha estreado por cá na sua versão dobrada.
Não se trata apenas de constatar que o elenco de vozes é de luxo, mas igualmente de pensar que as gerações familiarizadas com a série que deu origem a este filme são já mais velhas.
A animação pode, ainda em muitos casos, vista como infantil, mas é necessário pensar no grau de revivalismo de quem quer encarar uma série de alguma inocência num mundo sem ela.
Não se trata apenas de constatar que o elenco de vozes é de luxo, mas igualmente de pensar que as gerações familiarizadas com a série que deu origem a este filme são já mais velhas.
A animação pode, ainda em muitos casos, vista como infantil, mas é necessário pensar no grau de revivalismo de quem quer encarar uma série de alguma inocência num mundo sem ela.
Astro Boy é, afinal, a versão menos indefesa de Pinóquio. Tem a mesma inocência, as mesmas ideias simples sobre o mundo que acabarão por se transformar mas também por vencer sobre as restantes.
Mas Astro Boy também sofre mais do que Pinóquio, sendo abertamente rejeitado.
Tudo isso sofrerá alterações, redimidos os que falham e transformado a geral consciência do mundo.
Mas Astro Boy também sofre mais do que Pinóquio, sendo abertamente rejeitado.
Tudo isso sofrerá alterações, redimidos os que falham e transformado a geral consciência do mundo.
O estilo do filme guarda algo do estilo original do Mangá mas americaniza-o. A cor e a cinética do filme são, sem dúvida, uma mais valia, mas não sinto as personagens um pouco desvirtuadas.
Quem não conhece a série - uma amostra da qual a Asa tem vindo a editar por cá - não sentirá nada disso e apenas se deixará levar pela qualidade plástica, profundamente atractiva e enérgica de um filme de acção num revivalismo melhorado dos anos 1950 americanos.
Quem não conhece a série - uma amostra da qual a Asa tem vindo a editar por cá - não sentirá nada disso e apenas se deixará levar pela qualidade plástica, profundamente atractiva e enérgica de um filme de acção num revivalismo melhorado dos anos 1950 americanos.
A aposta na acção deixa que a história em si fique um pouco mais débil, sobretudo por ter de ser mais esquemática, mas na essência estão lá todas as referências à luta e à conjugação entre humanos e máquinas.
Sabendo que o filme não poderia ser profundamente original nos dias de hoje, ainda assim o argumentista não deixou de fora a reflexão política e social sobre o medo das "máquinas", ainda para mais trazendo à baila memórias de filmes que são essenciais para quem se interessa pelo tema.
Sabendo que o filme não poderia ser profundamente original nos dias de hoje, ainda assim o argumentista não deixou de fora a reflexão política e social sobre o medo das "máquinas", ainda para mais trazendo à baila memórias de filmes que são essenciais para quem se interessa pelo tema.
Mais uma razão, aliás, para o filme ter estreado na sua versão original, pois todas as referências acabam por ser desperdiçadas se o público for, todo ele, infantil.
Isso e, claro, o facto de o filme já não ter a mesma inocência da série, tendo de ser obviamente mais feroz, por vezes mais cruel.
Nesse aspecto, não é apenas divertimento, o abandono de Astro Boy precisa de um acompanhamento adulto, por exemplo.
Se as vozes portuguesas não são más, vendo a versão original, percebe-se que são insuficientes.
Isso e, claro, o facto de o filme já não ter a mesma inocência da série, tendo de ser obviamente mais feroz, por vezes mais cruel.
Nesse aspecto, não é apenas divertimento, o abandono de Astro Boy precisa de um acompanhamento adulto, por exemplo.
Se as vozes portuguesas não são más, vendo a versão original, percebe-se que são insuficientes.
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