domingo, 5 de setembro de 2010

O Aprendiz de Feiticeiro, por Carlos Antunes


Título original: The Sorcerer's Apprentice
Realização: Jon Turteltaub
Argumento: Lawrence Konner, Mark Rosenthal e Matt Lopez
Elenco: Nicolas Cage, Jay Baruchel, Alfred Molina, Teresa Palmer e Monica Bellucci

Jerry Bruckheimer pegou (mais uma vez...) na fórmula, ainda para mais repetindo os intervenientes que já lhe tinham proporcionado um sucesso com direito a sequela.
Mas a fórmula falhou. Seja porque o material de origem é ténue demais para justificar uma longa metragem capaz de chamar público, seja porque o público não é nem uniforme nem uniformizável e, por isso, se cansou finalmente de ter sempre o mesmo para ver nas alturas-chave do ano.


A história é daquelas que se se viu uma vez se reconhece sem demora na outra centena de vezes que a mostram, com o jovem desenquadrado que se descobre a braços com um poder que o poderá tornar único, com o mestre que aprende a ser mais brando com o seu aluno, o interesse amoroso de ambos que os dignifica (e ajuda) e, até, um outrora amigo que traiu à conta de um coração partido.
As personagens são os que se espera delas, muitas vezes utilitárias, ainda que Toby Kebbell seja, no pouco tempo de ecrã, o melhor do filme, excêntrico e divertido - só fica a pergunta, se há sempre uma personagem destas no filmes de Jerry Bruckheimer e se é sempre o melhor do filme, porque não entregar-lhe a liderança como (oh, surpresa!) em Piratas das Caraíbas?
A história desenvolve-se com base numa matrioska mágica onde os adversários de Merlin vão sendo aprisionados, seguindo os inimigos consecutivamente até chegar ao "boss final", como qualquer videojogo pouco exigente.


Admita-se que tem a sua graça a colocação da magia como parte ou expressão da Física ou a forma como um Mago se vende como ilusionista para ganhar a vida.
Não é novo - basta ver The Prestige - mas são ideias melhores do que o esperado para um filme desta natureza.
Só que são breves, inutilizadas e, finalmente, esquecidas para dar lugar a uma utilização da magia como veículo para o CGI - ou seja, como algo saído dos combates de Dragon Ball.
O que é pena quando alguns truques como o Espelho Húngaro e o Tapete Persa Movediço estavam bem imaginados.


De tal forma a fórmula se repete que, quem tiver paciência para aguentar os créditos até ao final, verá uma cena a prometer a sequela que, caricatamente, já tinha sido revelada dentro do próprio filme quando a meio do combate a personagem de Alfred Molina desaparece mas deixa para trás o seu chapéu.
É tudo tão irritantemente tirado do molde que se torna redundante e, assim, esgota o crédito que tem com o público.



1 comentário:

  1. esse filme é tão foda e esses críticos invejosos falam mal deles porque não conseguiram ser cineastas. Vão pro inferno!

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