domingo, 26 de setembro de 2010

Primeiras Impressões: Glee, segunda temporada

[Aviso: este artigo contém alguns spoilers acerca do primeiro episódio da 2ª temporada de Glee]

A nova temporada de Glee não teve um começo particularmente brilhante. O episódio de estreia abre com uma espécie de documentário escolar sobre a forma como alunos e professores passaram o Verão, uma introdução que cumpre o papel de enquadrar a temporada num novo ano lectivo. A narrativa segue com uma estrutura convencional de problemas e confusões, atitudes precipitadas e a sua eventual redenção. Pelo caminho, são introduzidos 3 novos personagens, mas nenhum se revela à partida como mais do que uma ferramenta para desenvolver os já existentes.


Beiste (Dot Jones) foi provavelmente a melhor adição ao elenco. Em poucos minutos, consegue virar Will e Sue Sylvester do avesso, precipitando-os numa aliança contra a nova professora. Será de esperar que a dinâmica deste trio se torne um ponto central desta temporada, mas tudo dependerá de como esta for executada. Já os dois novos alunos tiveram uma introdução menos feliz. Sunshine (Charice) é imediatamente instrumentalizada como alvo dos ciúmes e egoísmo de Rachel devido aos seus fantásticos dotes vocais – um tema repetido demasiadas vezes durante a primeira temporada e que já deveria ter sido ultrapassado. Ainda assim, a voz de Charice é impressionante e o primeiro solo da sua personagem será prova disso. Por sua vez, Sam Evans (Chord Overstreet) aparenta ser o tipo de rapaz que faltava para agradar a todas as audiências, pois as suas semelhanças com Justin Bieber saltam imediatamente à vista. A sua introdução é feita de forma idêntica à de Finn no primeiro episódio, o que não é coincidência: a série parece querer desenvolver uma rivalidade entre os dois rapazes.


Não havendo grandes avanços a nível do enredo, seria de esperar que as músicas tivessem maior destaque. A única música de grupo em todo o episódio (Empire State of Mind) está bem conseguida, mas já o primeiro dueto entre Rachel e Sunshine fica marcado pela quantidade surpreendente de auto-tune que se consegue ouvir numa casa de banho. As músicas em Glee sempre se caracterizaram pela qualidade de estúdio – algo que nem todos apreciam pela falta de realismo, mas é feito a pensar na qualidade sonora. Já a aplicação de distorções vocais em ambientes casuais se torna mais questionável e até, neste caso, bastante ridícula.


Se os novos personagens e músicas não trouxeram nada de particularmente refrescante à série, também não tiraram nada do que é necessário para um episódio de Glee. As one-liners da Britanny e a forte presença de Sue Sylvester originam os momentos mais divertidos, mesmo num episódio em que grande parte dos personagens habituais têm muito pouco destaque. Quem não gostou dos episódios temáticos da primeira temporada (como o de Madonna, Lady Gaga ou música Funk), poderá ter alguns dissabores logo ao segundo episódio: avizinha-se o episódio dedicado a Britney Spears, mas este será também o primeiro centrado na hilariante Britanny. Apesar do arranque morno da temporada, a popularidade de Glee continua ao rubro. Os produtores ainda não consideram que seja tempo de grandes mudanças e os New Directions seguem, por enquanto, sem mudar de direcção.

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