segunda-feira, 14 de março de 2011

Captifs, por Carlos Antunes


Título original: Captifs
Realização:
Yann Gozlan
Argumento: Yann Gozlan e Guillaume Lemans
Elenco: Zoé Félix, Eric Savin e Arié Elmaleh

Captifs insere-se num género de terror de sobrevivência que já não tem segredos e que investe cada vez menos em estabelecer algo para lá do limitado período e espaço de cativeiro.
Captifs coloca três personagens sem contexto nem definição num percurso perigoso de pós-guerra que os leva directamente para as mãos de uns sujeitos violentos e bárbaros que precisam de matéria-prima para alimentar o mercado negro de orgãos.
Nem a premissa nem a justificação para ela são originais – basta recordar Turistas como um exemplo óbvio – e, a partir do momento em que a engrenagem narrativa está em movimento, tudo o resto cai no mesmo saco.


Linearmente escrito, seguindo ponto por ponto a inevitabilidade que o público já sabe que vem aí – uma morte, uma tentativa de fuga, um confronto e uma perseguição – o filme não compensa isso sequer com uma boa execução.
Em nenhum momento se consegue sentir tensão ou angústia para com a situação que se nos apresenta. Muita da culpa é do tempo morto entre marcos de acção. Morto porque não consegue, na sua espera, gerar expectativa.
Outra tanta é da tal falta de composição de ambientes, de personagens ou de cenários apesar da adição de elementos de (ridícula) profundidade psicológica relacionados com a infância da protagonista e que, no final de contas, serve apenas à introdução de umas cenas com cães.


Sem ritmo nem ambiente, apesar de tudo o filme dura 80 minutos mas estaria mais do que despachado em metade disso.
Trata-se aqui de esticar o que seria o fulcro do filme para o tornar no filme inteiro, como se o início de um filme fosse dispensável.
Sem porta de entrada na vida das personagens ou no contexto geográfico da acção, o filme parece um trabalho inacabado que partiu logo das componentes a que o trabalho devia chegar, sobretudo no que toca a uma ilusão de virtuosismo visual envolvendo um milheiral.



2 comentários:

  1. O trailer parecia mostrar mais e melhor ... Pelos vistos não.

    ResponderEliminar
  2. De França costumam sair umas pérolas no que toca ao horror, mas neste também não tenho grande expectativa.

    ResponderEliminar