Argumento: Ho-Cheung Pang
Elenco: Josie Ho, Michelle Ye e Eason Chan
Dream Home é uma matança, uma sequência de 11 assassinatos movidos por um desejo do qual até se pode dizer ser justo mas que se torna louco e arbitrário na sua expressão violenta.
O filme está longe de se resumir a um festival de sangrenta luxúria, embora esse seja um aspecto evidente e imponente no cômpito geral.Há uma enorme dose de gore no filme, mas há igualmente um outro lado, talvez difícil de captar entre corpos.
A verdade é que há um comentário feito ao continuado desrespeito pelas pessoas que só o mercado imobiliário gera.
Desrespeito que, em Hong Kong, foi iniciado pela máfia e pelo governo que desejavam rentabilizar espaços em nome de dinheiro e evolução, depois continuado pelos especuladores que acabaram por originar a "Bolha" e, eventualmente, perpetuado pelas próprias pessoas que perderam a noção do valor de uma casa como elemento essencial para outras pessoas.
O trauma que esta sequência causou à protagonista do filme é contado em flashback e dá ideia do que cada um luta pelo que precisa e o que deseja tendo em vista o seu bem estar.
A verdade é que há um comentário feito ao continuado desrespeito pelas pessoas que só o mercado imobiliário gera.
Desrespeito que, em Hong Kong, foi iniciado pela máfia e pelo governo que desejavam rentabilizar espaços em nome de dinheiro e evolução, depois continuado pelos especuladores que acabaram por originar a "Bolha" e, eventualmente, perpetuado pelas próprias pessoas que perderam a noção do valor de uma casa como elemento essencial para outras pessoas.
O trauma que esta sequência causou à protagonista do filme é contado em flashback e dá ideia do que cada um luta pelo que precisa e o que deseja tendo em vista o seu bem estar.
Aquilo que a protagonista faz para ter o que deseja é contado no presente, uma forma pouco subtil de desvalorização do imóvel, a batalha que ainda se pode travar contra o "sistema".
O seu processo para fazer tal coisa parte daquele fundo negro que todos temos (e escondemos) de racionalização de um evento que deveria originar pena e empatia.
A partir daí o realizador explora o gore ao limite, variando um pouco arbitrariamente entre o cruel e o absurdo, sendo que é este último método de violência que parece funcionar melhor.
Não só porque traz um dose de riso agregada que evita um distanciamento emocional total da protagonista - apesar de tudo, uma sofredora - mas também porque é ele que melhor cimenta a crítica generalizada.
O seu processo para fazer tal coisa parte daquele fundo negro que todos temos (e escondemos) de racionalização de um evento que deveria originar pena e empatia.
A partir daí o realizador explora o gore ao limite, variando um pouco arbitrariamente entre o cruel e o absurdo, sendo que é este último método de violência que parece funcionar melhor.
Não só porque traz um dose de riso agregada que evita um distanciamento emocional total da protagonista - apesar de tudo, uma sofredora - mas também porque é ele que melhor cimenta a crítica generalizada.
Claro que tentando combinar dois aspectos tão extremos num filme tem os seus custos no resultado final.
A crítica eficaz e o horror eficaz não são antagónicos mas o valor de choque inibe a subtileza da mensagem a reter.
Há costuras imperfeitas bem à mostra no processo de unir duas sensibilidades tão diferentes.
Ainda assim admiro como Ho-Cheung Pang não teve pudores de andar a remexer em temas e géneros distintos para fazer o filme que desejava.
A crítica eficaz e o horror eficaz não são antagónicos mas o valor de choque inibe a subtileza da mensagem a reter.
Há costuras imperfeitas bem à mostra no processo de unir duas sensibilidades tão diferentes.
Ainda assim admiro como Ho-Cheung Pang não teve pudores de andar a remexer em temas e géneros distintos para fazer o filme que desejava.
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