terça-feira, 29 de março de 2011

Sanctum, por Carlos Antunes


Título original: Sanctum
Realização: Alister Grierson
Argumento:
John Garvin, Andrew Wight
Elenco: Rhys Wakefield, Allison Cratchley e Christopher Baker

Sanctum é um filme catástrofe como nos habituámos a lembrar dos anos 1970. Se no final dessa década já não tinham interesse, agora ainda menos.
Um filme catástrofe com enormes valores de produção mas que recorda Earthquake mais do que The Towering Inferno.


Com um elenco de canastrões e desconhecidos, o filme está ali para fazer valer os cenários.
Nesse aspecto o filme leva a sua avante, de tal forma percorrendo todos os meandros da gruta gigante que é impossível ter uma ideia global da mesma.
A orientação geográfica da história é a primeira a perder-se. Logo seguida da orientação para a motivação das personagens.
Julgar-se-ia que seria a da sobrevivência e, no entanto, há uma série de comportamentos que vão contra essa ideia.


Mas admitamos que isso tinha de ser mesmo assim para servir a sucessão de tensos acontecimentos. Isso obriga-nos a perguntar onde está o ritmo narrativo para essa sucessão?
O grau de tensão de de três mergulhadores imóveis e silenciosos à espera de um quarto - preso numa estreita passagem - é nulo.
Há mais vazios no filme deste género, paragens durante as quais ainda se tentam alguns truques de montagem mas que deixam o espectador a interrogar-se se era mesmo necessário estar ali aquele pedaço de celulóide.


Tudo isto vem depois de sequências panorâmicas que poderiam ter saído de um documentário National Geographic.
Estas servem para exibir o 3D e são mesmo as únicas que o justificam. Depois disso confesso que não me lembro de momento algum em que esse efeito pelo qual se paga um extra fosse notável.
Veículos para o 3D como este continuam a ser um negócio de gato por lebre. Mais dia menos dia o público farta-se deste truque e veremos como justificarão os estúdios que tenham preferido aumentar os lucros ignorando a descida do número de espectadores em vez de a abordar.



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