quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Festival de Veneza 2011: Dia 1 e 2

O cinema regressou ao Lido que, entre charme e glamour, apresenta uma forte selecção na edição deste ano do Festival de Veneza. Entre muito oscar buzz e bastante hype, as atenções estão viradas para vários cineastas, alguns desde logo preferidos e com apostas de Leão de Ouro à cabeça. Mas a atenção está também sobre Darren Aronofsky, querido do festival e director do júri do certame deste ano que, com a sua "equipa", tem de fazer esquecer as decisões (tão criticadas e badaladas) de Quentin Tarantino no ano anterior.  


A passadeira vermelha foi ontem inaugurada por George Clooney - outro dos habitués do festival - com uma das longas-metragens mais aguardadas do ano: The Ides of March. O filme vira-se para o mundo político - o olhar mais crítico e uma visão mais cínica do universo das campanhas políticas e da criação da imagem do candidato ideal - mas o realizador e actor fez questão de salientar em conferência de imprensa que esta «não é uma crítica aos Estados Unidos». Sendo ou não, a verdade é que, embora bastante apreciado na sua generalidade, The Ides of March não convenceu completamente. Alguns consideraram-no um «forte pontapé de saída» para o certame deste ano, apontando a sua estética «clássica e sólida» - alguns comparam-no a um aprendiz de Sidney Lumet - e ao seu «argumento aguçado com um elenco forte». Contudo, para muitos é tido como um «filme liso» e «demasiado convencional». Poderá ser também um dos fortes candidatos à próxima temporada de prémios: há quem veja como praticamente certa uma nova nomeação para Ryan Gosling.


Ao segundo dia, as atenções viraram-se para o novo filme de Roman Polanski, que não compareceu em Veneza dadas as suas habituais "restrições" de viajar sem receio de ser novamente colocado em prisão domiciliária. Carnage foi ovacionado no Lido e embora tido como «algo exagerado», dada a quase-comédia de costumes instaurada, há quem diga que Roman Polanski devia fazer comédias mais vezes. Adjectivado na sua maioria como «agradável», Jodie Foster e Christoph Waltz são considerados o melhor do filme, embora Kate Winslet seja uma autêntico crowd pleaser e John C. Reilly acabe por surpreender.


As coisas não correram tão bem para a rainha da pop Madonna que agitou as águas do Lido, com centenas de fãs da cantora a iniciarem a caça aos autógrafos e agitou também a crítica, sendo arrasada na sua maioria. Alguns consideram W.E. um «desastre completo» e que nem os actores o salvam disso. São feitas críticas à forma como a figura feminina é tratada e à história demasiado «açucarada», mas também é considerado como ligeiramente superior ao esperado - não que isso seja necessariamente positivo. Porém, a sua estética é apreciada (comparada ao estilo de Tom Ford) e o guarda-roupa é largamente elogiado (possível nomeação ao Óscar?).

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