Aqui ficam os dois vencedores deste passatempo. Obrigado a ambos pelo esforço, bem como aos restantes participantes.
Rui Carneiro
“Diário de um Escândalo” é um retrato pungente, complexo e controverso de uma história em que a ficção anda de mãos dadas com a realidade.
Baseado na obra homónima de Zoe Heller, o filme retrata os dramas e meandros das relações humanas, mostrando de forma clara a sua natureza e diversidade.
De salientar também a magnífica adaptação que Patrick Marber faz da obra original, visto que o argumento do filme é de tal forma apelativo que o espectador tende a não desviar a atenção nem por um momento graças à dinâmica envolvente da história.
Por entre a teia dos relacionamentos e a tensão psicológica e emocional, emergem duas actrizes de referência: Judi Dench (Barbara Covett) e Cate Blanchett (Sheba Hart) que rapidamente elevam a intriga muito para lá do simples “leitmotiv” dos filmes que abordam as temáticas da escola e do ensino, sendo que a prestação de Dench terá sido mesmo uma das mais brilhantes do ano de lançamento do filme, pela sua espantosa capacidade para dotar a sua personagem com diversas camadas psicológicas que deixam o espectador expectante acerca da próxima cena. Em certos momentos torna-se mesmo difícil destrinçar entre a natureza da personagem, visto que Dench a faz movimentar no limbo entre o maquiavélico e o delicodoce.
Em termos de realização, Richard Eyre consegue potenciar e projectar toda a qualidade de um elenco fantástico, promovendo assim um trabalho cinematográfico digno de nota. Há que referir que ao vermos o filme sentimos que Eyre percebeu que tinha em mãos uma plêiade de bons actores e um excelente argumento, assim sendo provavelmente concedeu alguma liberdade criativa a toda a equipa, facto que, neste caso, terá sido verdadeiramente a melhor opção.
Em resumo, “Diário de um Escândalo” tem todos os atributos necessários para cativar e emocionar audiências e merecia talvez uma maior atenção do público do que aquela que teve à data de exibição. De facto, não é todos os dias que nos deparamos com uma boa história que é representada de forma magistral, no entanto, este é um desses casos, logo os noventa minutos desta obra são momentos de bom entretenimento com alguma dose de reflexão, aspectos que tornam um filme sempre mais apelativo para aqueles que privilegiam a trama mais complexa e menos descartável.
Baseado na obra homónima de Zoe Heller, o filme retrata os dramas e meandros das relações humanas, mostrando de forma clara a sua natureza e diversidade.
De salientar também a magnífica adaptação que Patrick Marber faz da obra original, visto que o argumento do filme é de tal forma apelativo que o espectador tende a não desviar a atenção nem por um momento graças à dinâmica envolvente da história.
Por entre a teia dos relacionamentos e a tensão psicológica e emocional, emergem duas actrizes de referência: Judi Dench (Barbara Covett) e Cate Blanchett (Sheba Hart) que rapidamente elevam a intriga muito para lá do simples “leitmotiv” dos filmes que abordam as temáticas da escola e do ensino, sendo que a prestação de Dench terá sido mesmo uma das mais brilhantes do ano de lançamento do filme, pela sua espantosa capacidade para dotar a sua personagem com diversas camadas psicológicas que deixam o espectador expectante acerca da próxima cena. Em certos momentos torna-se mesmo difícil destrinçar entre a natureza da personagem, visto que Dench a faz movimentar no limbo entre o maquiavélico e o delicodoce.
Em termos de realização, Richard Eyre consegue potenciar e projectar toda a qualidade de um elenco fantástico, promovendo assim um trabalho cinematográfico digno de nota. Há que referir que ao vermos o filme sentimos que Eyre percebeu que tinha em mãos uma plêiade de bons actores e um excelente argumento, assim sendo provavelmente concedeu alguma liberdade criativa a toda a equipa, facto que, neste caso, terá sido verdadeiramente a melhor opção.
Em resumo, “Diário de um Escândalo” tem todos os atributos necessários para cativar e emocionar audiências e merecia talvez uma maior atenção do público do que aquela que teve à data de exibição. De facto, não é todos os dias que nos deparamos com uma boa história que é representada de forma magistral, no entanto, este é um desses casos, logo os noventa minutos desta obra são momentos de bom entretenimento com alguma dose de reflexão, aspectos que tornam um filme sempre mais apelativo para aqueles que privilegiam a trama mais complexa e menos descartável.
Sofia Ventura
Diário de um Escândalo é um filme em que o espectador está deliciado a ver um combate de interpretações entre Judi Dench e Cate Blanchett.
Dench tem um papel que a obriga a ser de uma suavidade que só vem tornar mais terrível os seus actos posteriores, revelando que a crueldade se esconde nas mais simpáticas das atitudes.
Blanchett parece mais frágil, mais manietada, mas isso é próprio da sua interpretação até que tem de se confrontar com Dench, e é como se não houvesse limite para a qualidade a que ambas chegam.
O tom do filme é dramático, mas há nuances de comédia negra e uma tensão que parece mais apropriada para um filme de terror psicológico em que duas
Esses outros géneros que se misturam com o drama ajudam a evitar exageros e a adensar a qualidade das personagens que as actrizes já levavam para elevados patamares.
A lição subjacente que elas deixam com esta história traz conclusões que não são fáceis de digerir quando tornam ainda mais evidente que não há nada de ameno em boa parte das relações modernas. No mundo em que vivemos isso deve assustar-nos um pouco!
Dench tem um papel que a obriga a ser de uma suavidade que só vem tornar mais terrível os seus actos posteriores, revelando que a crueldade se esconde nas mais simpáticas das atitudes.
Blanchett parece mais frágil, mais manietada, mas isso é próprio da sua interpretação até que tem de se confrontar com Dench, e é como se não houvesse limite para a qualidade a que ambas chegam.
O tom do filme é dramático, mas há nuances de comédia negra e uma tensão que parece mais apropriada para um filme de terror psicológico em que duas
Esses outros géneros que se misturam com o drama ajudam a evitar exageros e a adensar a qualidade das personagens que as actrizes já levavam para elevados patamares.
A lição subjacente que elas deixam com esta história traz conclusões que não são fáceis de digerir quando tornam ainda mais evidente que não há nada de ameno em boa parte das relações modernas. No mundo em que vivemos isso deve assustar-nos um pouco!
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