Aqui ficam os dois vencedores deste passatempo. Obrigado a ambos pelo esforço, bem como aos restantes participantes.
Rui Carneiro
“A Última Legião”, ou, “The Last Legion”, no original, é um daqueles filmes onde a realidade histórica surge intrinsecamente entrelaçada com a ficção, o mito e o fantástico.
Na verdade, e para um entusiasta da lenda de contornos arturianos, o filme de Doug Lefler transporta-nos para cenários reminiscentes desse imaginário pagão e bárbaro, experiência sempre agradável, ainda que cada vez mais rara no cinema actual.
No entanto, há que salvaguardar que este não é um filme grandíloquo ou épico. A dimensão histórica existente funciona mais como substrato para os ditames da lenda, do que como alicerce narrativo ou epocal.
Aspecto a salientar é, com efeito, a forma original como o filme revisita a lenda arturiana, subvertendo-a, transfigurando-a e relacionando-a intimamente com a expansão imperial romana. Essa incursão é feita de forma por vezes subtil, mas a todo o momento somos confrontados com reminiscências de acontecimentos, figuras ou motivos que remetem directamente para esse universo fantástico e mágico.
O elenco do filme conta com alguns nomes sonantes de Hollywood, como Colin Firth e Ben Kingsley e ainda com a exótica estrela dos filmes Bollywood, Aishwarya Rai, no entanto, pela própria natureza do filme não há aqui representações surpreendentes, há apenas competência quanto baste para que o filme não precipite o público num estado de letargia acéfala, mas falta um pouco mais de paixão e intensidade dramática à prestação da generalidade do elenco.
Outro dos aspectos significativos do filme, reside no facto de este ser uma adaptação da obra homónima de Valerio Massimo Manfredi que é actualmente, a par de Bernard Cornwell, um dos melhores autores de romances históricos. Logo, o filme, para todos aqueles que como eu desconhecem a obra de Manfredi, não deixará de criar grandes expectativas pelo contacto com um universo literário fascinante.
Facto é que a crítica tende a menosprezar este filme, destacando aspectos negativos a vários níveis, no entanto, e apesar de ter sido um “flop” de bilheteira no ano de estréia, “A Última Legião” não deixará de providenciar alguns bons momentos cinematográficos.
Em resumo, esta produção beneficia de um trabalho de direcção competente e de um argumento pleno de potencial que peca sobretudo por aparentemente não fazer jus à obra original de um autor com créditos firmados dentro do género.
De referir que em termos de banda sonora, o compositor Patrick Doyle consegue de alguma forma manter o andamento do filme moderadamente interessante, graças aos seus arranjos orquestrais. Se o tema principal não é especialmente cativante, é em momentos mais combativos que os temas mais empolgantes e dinâmicos conferem algum fôlego e entusiasmo à acção.
Um último apontamento para os cenários idílicos que são retratados ao longo do filme, com ênfase especial para as rodagens que tiveram lugar na Eslováquia, em Pezinok, nomeadamente no castelo Cerveny.
“A Última Legião” teria, à partida, os ingredientes necessários para marcar um lugar nos cânones do género, no entanto, acaba por falhar esse objectivo, redundando num agradável, mas inócuo, exercício de entretenimento.
Na verdade, e para um entusiasta da lenda de contornos arturianos, o filme de Doug Lefler transporta-nos para cenários reminiscentes desse imaginário pagão e bárbaro, experiência sempre agradável, ainda que cada vez mais rara no cinema actual.
No entanto, há que salvaguardar que este não é um filme grandíloquo ou épico. A dimensão histórica existente funciona mais como substrato para os ditames da lenda, do que como alicerce narrativo ou epocal.
Aspecto a salientar é, com efeito, a forma original como o filme revisita a lenda arturiana, subvertendo-a, transfigurando-a e relacionando-a intimamente com a expansão imperial romana. Essa incursão é feita de forma por vezes subtil, mas a todo o momento somos confrontados com reminiscências de acontecimentos, figuras ou motivos que remetem directamente para esse universo fantástico e mágico.
O elenco do filme conta com alguns nomes sonantes de Hollywood, como Colin Firth e Ben Kingsley e ainda com a exótica estrela dos filmes Bollywood, Aishwarya Rai, no entanto, pela própria natureza do filme não há aqui representações surpreendentes, há apenas competência quanto baste para que o filme não precipite o público num estado de letargia acéfala, mas falta um pouco mais de paixão e intensidade dramática à prestação da generalidade do elenco.
Outro dos aspectos significativos do filme, reside no facto de este ser uma adaptação da obra homónima de Valerio Massimo Manfredi que é actualmente, a par de Bernard Cornwell, um dos melhores autores de romances históricos. Logo, o filme, para todos aqueles que como eu desconhecem a obra de Manfredi, não deixará de criar grandes expectativas pelo contacto com um universo literário fascinante.
Facto é que a crítica tende a menosprezar este filme, destacando aspectos negativos a vários níveis, no entanto, e apesar de ter sido um “flop” de bilheteira no ano de estréia, “A Última Legião” não deixará de providenciar alguns bons momentos cinematográficos.
Em resumo, esta produção beneficia de um trabalho de direcção competente e de um argumento pleno de potencial que peca sobretudo por aparentemente não fazer jus à obra original de um autor com créditos firmados dentro do género.
De referir que em termos de banda sonora, o compositor Patrick Doyle consegue de alguma forma manter o andamento do filme moderadamente interessante, graças aos seus arranjos orquestrais. Se o tema principal não é especialmente cativante, é em momentos mais combativos que os temas mais empolgantes e dinâmicos conferem algum fôlego e entusiasmo à acção.
Um último apontamento para os cenários idílicos que são retratados ao longo do filme, com ênfase especial para as rodagens que tiveram lugar na Eslováquia, em Pezinok, nomeadamente no castelo Cerveny.
“A Última Legião” teria, à partida, os ingredientes necessários para marcar um lugar nos cânones do género, no entanto, acaba por falhar esse objectivo, redundando num agradável, mas inócuo, exercício de entretenimento.
Mário Roque
Desequilibrado é o adjectivo a ser aplicado a este filme.
Olhamos para o elenco e achamos que Colin Firth e Ben Kingsley darão a elevação de classe que a aventura precisa mas Colin Firth é a escolha errada para o papel de general romano enquanto Ben Kingsley em um papel tão fraco que não consegue fazer alguma coisa com ele.
Pelo contrário, a escolha de Aishwarya Rai que parecia basear-se apenas na sua beleza exótica funciona bem melhor e o então quase desconhecido Thomas Brodie-Sangster fica na retina com a melhor interpretação do filme.
Já quanto à história, o filme é divertido e bem executado quando se debruça pelas batalhas entre romanos e godos. A aventura promete erguer-se para patamares de lenda.
Mas, quando chega a essa lenda, é tudo terrivelmente pobre e os personagens nunca conseguem passar de aventureiros a heróis.
Não é um filme mau, mas é um filme que tem tanto para apreciar como para criticar.
Olhamos para o elenco e achamos que Colin Firth e Ben Kingsley darão a elevação de classe que a aventura precisa mas Colin Firth é a escolha errada para o papel de general romano enquanto Ben Kingsley em um papel tão fraco que não consegue fazer alguma coisa com ele.
Pelo contrário, a escolha de Aishwarya Rai que parecia basear-se apenas na sua beleza exótica funciona bem melhor e o então quase desconhecido Thomas Brodie-Sangster fica na retina com a melhor interpretação do filme.
Já quanto à história, o filme é divertido e bem executado quando se debruça pelas batalhas entre romanos e godos. A aventura promete erguer-se para patamares de lenda.
Mas, quando chega a essa lenda, é tudo terrivelmente pobre e os personagens nunca conseguem passar de aventureiros a heróis.
Não é um filme mau, mas é um filme que tem tanto para apreciar como para criticar.
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