segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Fantasporto 2012: Dia 7

Domingo no Rivoli e o Grande Auditório cheio, mas não lotado já que a diversidade de filmes também não deverá ter ajudado a atrair um público mais vasto. Nota negativa para os problemas de projecção mais uma vez, especialmente na exibição de Hotel Lux. Embora a direcção do festival já tivesse alertado para tal, devido a ser a primeira vez que o Fantasporto utiliza um equipamento digital, não deixa de ser aborrecido. Especialmente porque parece que não existe prontidão na resolução imediata do problema e durante esta exibição, o filme foi atrasado por duas vezes e os espectadores obrigados a reverem novamente uns bons minutos das mesmas cenas e depois alterado de uma versão em Blu-Ray para outra num DVD screener, com marca d'água da produtora. Mesmo com pedidos de desculpas, o público começa a não reagir muito bem (e o realizador que estava presente também não).

Madonna's Pig (2011), de Frank Van Passel ½
Foi uma das surpresas do dia. Uma comédia ligeira e divertida, ao estilo burlesco, com uma narrativa bastante simples mas cativante, seja pelo honestidade ou pelo forma amorosa como conduz as personagens. Os toques de fantasia resultam bastante bem e contribuem para a originalidade do filme como um todo, embora talvez necessitasse de uma duração inferior para ser ainda mais competente. Destaque positivo para algumas referências políticas, nomeadamente à Europa como comunidade.

Também da Bélgica, Lena oferece-nos um drama pungente sobre a passagem da adolescência à idade adulta. Na sua estreia como actriz, Emma Levie consegue apresentar uma composição detalhada e complexa, especialmente na linguagem corporal e no olhar. O argumento foca-se precisamente nessa personagem que dá nome ao filme, na ânsia por emancipação e nos relacionamentos familiares. A história, embora não seja original é impactante e nota-se o trabalho cuidado na realização, banda sonora e fotografia de Menno Westendorp.

Hotel Lux (2011), de Leander Haußmann 
O filme tinha um grande potencial entre mãos. Mas para algo que se anunciava tão cómico (o próprio realizador o referiu na sua apresentação), Hotel Lux não deixa de ser bastante aborrecido e de fraca concepção. O problema mais grave é que a narrativa tenta ser muita coisa ao mesmo tempo: uma comédia satírica, uma grande produção de Hollywood ao estilo dos anos 30 e perto do fim, um filme de acção e aventura. Mas no fim de contas, não consegue assumir nenhum destes tons da forma acertada, gerando uma trama desequilibrada e sem grande interesse.

Keyhole (2011), de Guy Maddin ½
É complicado avaliar esta obra de Guy Maddin sem conhecer um pouco a sua filmografia e o seu estilo. Uma adaptação livre da história de Ulisses em Odisseia e provavelmente o filme menos convencional e bizarro do cineasta. A narrativa não-linear e bastante confusa não tenta sequer ser coesa, apresentando apenas conceitos intransigentes na sua estética claustrofóbica, psicossexual e simbólica, mas tão hipnotizante.

5 comentários:

  1. O problema de projecao com Hotel Lux deve-se ao facto da produtora ter enviado um suporte digital deficiente que, apesar de previamente visionado, bloqueava sempre na mesma altura em plena projecao. A solucao encontrada com o apoio do realizador do fllme obrigou, para que o publico "nao perdesse a continuidade da obra" a repetir parte do filme ja exibido, ate para se poder fazer o acerto da legendagem electronica. Tambem lamentamos a situacao e pediremos responsabilidades a produtora.

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  2. Tiago, peço uma reavaliação ao Hotel Lux! ;)

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    1. Não, mesmo sem problemas de projecção, o filme é fraquinho e chato. ^^

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  3. Respostas
    1. Mas um filme que só vale a pena pelo seu final... hmm...

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