sábado, 10 de março de 2012

Code 37: The Movie, por Tiago Ramos


Título original: Code 37: The Movie (2011)
Realização: Jakob Verbruggen
Argumento: Ed Vanderweyden
Elenco: Veerle Baetens, Michael Pas, Marc Lauwrys, Gilles De Schrijver, Maaike Neuville, Aline Van Hulle, Carry Goossens e Ben Segers

O problema do filme não tem que ver directamente com o material de origem, mas mais pelo facto de não se conseguir distanciar dele e criando algo que funcionaria apenas por complemento e pouco como estrutura independente e isolada. Code 37: The Movie é baseado na série policial homónima belga e embora a sua acção central se dê a compreender facilmente e de forma isolada da versão televisiva perde e muito na sua adaptação ao grande ecrã. E embora seja fluido, essa fluidez tem que ver precisamente com o facto de não perder os tiques e maneirismos televisivos, esquecendo-se precisamente que é uma longa-metragem e assemelhando-se a um episódio de duas horas. Aliás, toda a produção envolvida segue a imagética padrão de uma série policial, tanto a nível das personagens como a nível da estrutura do argumento.

Veerle Baetens é uma actriz carismática e o papel assenta-lhe perfeitamente, mas não deixa de ser uma reunião de clichés do género: uma detective com todo um passado e bagagem emocional, problemática, o que a eleva ao estatuto de anti-heroína e cujos problemas do passado não raras vezes chocam com as suas investigações profissionais.  A nível do elenco secundário o mesmo se passa: os actores são competentes, mas as personagens, na sua maioria, não passam de meros adereços em função da protagonista.

Como episódio isolado vê-se bem, não exige uma compreensão maior de todo o panorama global (já que a acção principal também não é particularmente inspirada) e cria uma atmosfera interessante, com cenas de alguma emoção. Porém, finaliza de uma forma bastante livre, deixando pontas soltas e que remetem directamente para uma intenção que o espectador continue a segui-la na versão televisiva. Algo que de certa forma até se compreende, mas que isoladamente e como longa-metragem de ficção poderia ter funcionado bem melhor.


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