domingo, 4 de março de 2012

Eddie: The Sleepwalking Cannibal, por Tiago Ramos


Título original: Eddie: The Sleepwalking Cannibal (2011)
Realização: Boris Rodriguez
Argumento: Jonathan Rannells, Alex Epstein e Boris Rodriguez
Elenco: Thure Lindhardt, Dylan Smith e Georgina Reilly

A proposta de Boris Rodriguez é deveras simples, mas a simplicidade por si só nunca prejudicou a apreciação global de um filme. Pelo contrário, Eddie: The Sleepwalking Cannibal  é uma comédia dramática simples e ligeira, mas que não deixa de apresentar alguma originalidade na temática (um canibal sonâmbulo) com alguns toques de gore. Daí que o humor associado à narrativa seja simultaneamente tão evidente como também apresenta toques bastante subtis e divertidos e que contribuem para tirar o filme do marasmo que inicialmente parecia cair.

Muito pelo contrário, é precisamente pela forma humilde e honesta com que o argumento é construído que deixa o espectador interessado na história. E embora pudesse ter sido dado mais espaço para explorar as relações entre personagens, o espectador não deixa de se deliciar com uma história de improvável amizade que privilegia valores universais sem nunca deixar de lado a comédia de horror que prometia ser. O dinamarquês Thure Lindhardt (Flame and Citron), cada vez mais habitual em produções norte-americanas, dá um toque nórdico e inusitado ao protagonista à medida que deixa a sua crise inspiracional e a pressão exterior afectar-lhe as decisões, garantindo interessantes momentos do filme. Mas é também Dylan Smith que tem um dos melhores desempenhos do filme, num papel quase duplo, onde tanto consegue interpretar um autista como um canibal sonâmbulo.

Do filme pouco mais há a dizer, a não ser que garante momentos de agradável entretenimento, mas sem nunca atingir também uma qualidade excepcional. É propositadamente simples e merece louvor por isso. Destaque para os deliciosos comentários que se ouvem na rádio durante a história e também nos créditos finais. Uma prova que não são necessários efeitos especiais e excessivo sangue para entreter uma audiência e que a simplicidade pode proporcionar bons momentos no cinema.


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