Realização: Christophe Van Rompaey
Argumento: Mieke de Jong
Elenco: Emma Levie, Niels Gomperts e Jeroen Willems
Lena foi um dos mais interessantes dramas que passaram pelo Fantasporto 2012. O seu destaque não é necessariamente pela narrativa do filme, que não é de facto original, mas sim pela forma detalhada e complexa com que a jovem protagonista Emma Levie - no seu primeiro trabalho como actriz - constrói a personagem que dá nome ao filme. Anti-heroína, Lena começa por nos surpreender dada a sua face impenetrável para se dar a conhecer como uma jovem inteligente, sensível e responsável. A actriz que lhe dá vida fá-lo especialmente com a linguagem corporal e o olhar. Queremos nós perceber aquele olhar, quer Christophe Van Rompaey dá-lo a conhecer ao espectador. Fá-lo através de close-ups frequentes, travellings, voice-overs e uma atmosfera naturalista conjugada com algumas cenas intensas e estilizadas. Destaque ainda para a inteligente utilização da banda sonora e para a fotografia de Menno Westendorp.
«Se alguma coisa for mal, certifica-te que ninguém o vê. Continua...» diz Lena repetidamente. Uma frase que se aplica às suas aulas de dança, como a toda a sua vida. A todo este território familiar que nos é entregue e em que mergulhamos profundamente pela lente do jovem realizador belga: uma história de emancipação e de crescimento. Psicologicamente complexo vai construindo lentamente a tensão, deixando o espectador continuamente mais absorto nos dramas familiares e nas decisões moralmente questionáveis que Lena e as outras personagens vão tomando. Narrativa ambígua e impactante que mesmo podendo desiludir na sua conclusão, não deixa o espectador indiferente, já que a construção da personagem principal é tão assombrosa que o deixa emocionalmente ligado a esta.
Se já com Moscow, Belgium (2008), o belga Christophe Van Rompaey demonstrou ser um jovem cineasta a seguir, nota-se aqui que tal como Lena também ela passou por um processo de amadurecimento e que é definitivamente alguém a ter debaixo de olho. De Emma Levie, esperam-se novos trabalhos: se com pouca experiência aparenta um talento quase inato, com algum trabalho, poderá atingir grandes feitos. Lena já o foi.
Elenco: Emma Levie, Niels Gomperts e Jeroen Willems
Lena foi um dos mais interessantes dramas que passaram pelo Fantasporto 2012. O seu destaque não é necessariamente pela narrativa do filme, que não é de facto original, mas sim pela forma detalhada e complexa com que a jovem protagonista Emma Levie - no seu primeiro trabalho como actriz - constrói a personagem que dá nome ao filme. Anti-heroína, Lena começa por nos surpreender dada a sua face impenetrável para se dar a conhecer como uma jovem inteligente, sensível e responsável. A actriz que lhe dá vida fá-lo especialmente com a linguagem corporal e o olhar. Queremos nós perceber aquele olhar, quer Christophe Van Rompaey dá-lo a conhecer ao espectador. Fá-lo através de close-ups frequentes, travellings, voice-overs e uma atmosfera naturalista conjugada com algumas cenas intensas e estilizadas. Destaque ainda para a inteligente utilização da banda sonora e para a fotografia de Menno Westendorp.
«Se alguma coisa for mal, certifica-te que ninguém o vê. Continua...» diz Lena repetidamente. Uma frase que se aplica às suas aulas de dança, como a toda a sua vida. A todo este território familiar que nos é entregue e em que mergulhamos profundamente pela lente do jovem realizador belga: uma história de emancipação e de crescimento. Psicologicamente complexo vai construindo lentamente a tensão, deixando o espectador continuamente mais absorto nos dramas familiares e nas decisões moralmente questionáveis que Lena e as outras personagens vão tomando. Narrativa ambígua e impactante que mesmo podendo desiludir na sua conclusão, não deixa o espectador indiferente, já que a construção da personagem principal é tão assombrosa que o deixa emocionalmente ligado a esta.
Se já com Moscow, Belgium (2008), o belga Christophe Van Rompaey demonstrou ser um jovem cineasta a seguir, nota-se aqui que tal como Lena também ela passou por um processo de amadurecimento e que é definitivamente alguém a ter debaixo de olho. De Emma Levie, esperam-se novos trabalhos: se com pouca experiência aparenta um talento quase inato, com algum trabalho, poderá atingir grandes feitos. Lena já o foi.
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