terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Fantasporto 2013: Dia 1

Começou hoje o período conhecido como pré-Fantas (habitualmente dedicado a retrospectivas), a preparar o público para as sessões competitivas do Fantasporto 2013 que se iniciam já na próxima sexta-feira. Hoje ainda com uma fraca afluência de público e com o Teatro Rivoli em fase de preparação do espaço para uma concorrida sessão de abertura, a direcção do festival optou por uma novidade: um filme-concerto, com o clássico de animação La planète sauvage (1973) a ser musicado ao vivo pela banda Beautify Junkyards.

La planète sauvage (1973), de René Laloux Uma estrelaUma estrelaUma estrelaUma estrela
Bela homenagem ao realizador francês René Laloux pela celebração dos quarenta anos deste clássico da ficção-científica e da animação. Uma oportunidade única de ver em grande ecrã uma obra requintadamente original (baseada no conto de Stefan Wul, originalmente publicado em 1957) e visualmente coerente, num estilo de desenho de assombrosas inspirações surrealistas. Da história futurista e por vezes bizarra (mas de grande coerência, com sólidos conceitos próprios a nível geográfico, físico e outros) retira-se uma deliciosa sátira à sociedade humana no geral e ao Homem em particular (à luz dos dias em que foi realizado, evocava ainda a ocupação russa na Checoslováquia). Uma crítica às relações interpessoais, ao conhecimento e ao preconceito, bem como a nossa relação com a Natureza. Um clássico de culto, visualmente assombroso.
Esta sessão foi musicada ao vivo pela recém-formada banda Beautify Junkyards (composta por membros dos antigos Hipnótica) com uma composição original, que consegue evocar bastante bem o visual surrealista da animação, com um bom ritmo e de uma forma musicalmente cativante. Porém, tem como problema a sua quase omnipresença durante todo o filme (por vezes até de forma excessiva), e apesar de "sincronizada" com a acção, por vezes não respeita o tempo da narrativa, não permitindo absorver os silêncios (também importantes) da mesma.

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