Realização: Andrés Muschietti
Argumento: Neil Cross, Andrés Muschietti e Barbara Muschietti
Elenco: Jessica Chastain, Nikolaj Coster-Waldau, Megan Charpentier, Isabelle Nélisse e Daniel Kash
Além do factor mediático (o óbvio protagonismo de Jessica Chastain uma estrela em ascensão e uma espécie de "selo" de garantia de um produtor como Guillermo del Toro), há outros motivos para o sucesso de Mamã. Partindo de uma curta-metragem sem grande teor narrativo, mas de uma qualidade técnica e ambiente interessantes, como génese do projecto, a versão longa da ideia teria que obviamente ser preenchida com detalhes consistentes e cativantes. E este filme consegue-o por recuperar as normas do género de terror, seguindo-as como se de uma lição académica se tratasse, mas aplicando-as de um modo bastante competente, algo que nem sempre podemos dizer das mais recentes produções de género. A forma que Mamã tem de impressionar a sua audiência é recorrendo aos mecanismos básicos do terror (e que recentemente tivemos de oportunidade de rever em Psico, um dos pioneiros nessa técnica), daí que nos momentos mais tenebrosos da história tenhamos direito a mudanças de som abruptas, uma fotografia escura com bom uso das sombras, sustos esperados, crianças e uma narrativa que inclui elementos sobrenaturais. Se é ou não original, essa é outra discussão, mas a verdade é que resulta e Andrés Muschietti consegue manter um ambiente consistentemente tenso e de grande expectativa.
O elenco ajuda, especialmente as jovens actrizes (Megan Charpentier e Isabelle Nélisse são simplesmente arrepiantes), com os restantes actores a apresentarem desempenhos credíveis o suficiente para nos manter interessados. Pena que nem sempre a narrativa saiba construir as personagens para além do tal conformismo dos estereótipos e não deixa de ser incómodo que a protagonista, uma jovem de poucos afectos e de um estilo de vida boémio e membro de uma banda, tenha de ser produzida com um cabelo curto e escuro, várias tatuagens, maquilhagem escura e unhas pintadas de preto. Esse é um tipo de estereótipo básico que, mesmo gerando reconhecimento e compreensão fácil por parte do espectador, acaba por se sentir acomodado a essa simplicidade.
Mesmo assim e com algumas mudanças na condução da história (há momentos em que parece que o protagonista da trama se vai alterando), Mamã consegue gerir bem o seu tempo e na maioria das vezes, manter-se acima da média para uma produção do género. O problema é que no seu final (apesar de apresentar uma conclusão bastante corajosa e consistente em relação à construção das personagens), recorre a uma sequência em CGI para dar corpo a algo que era maioritariamente sugerido durante a história. O poder de sugestão funciona mais que o gráfico e a mente humana mais facilmente se ilude com a sua própria imaginação e Mamã, ao mostrar em demasia e tornar tudo demasiado real, faz perder esse jogo de ilusão com a mente do espectador. É uma pena.
Além do factor mediático (o óbvio protagonismo de Jessica Chastain uma estrela em ascensão e uma espécie de "selo" de garantia de um produtor como Guillermo del Toro), há outros motivos para o sucesso de Mamã. Partindo de uma curta-metragem sem grande teor narrativo, mas de uma qualidade técnica e ambiente interessantes, como génese do projecto, a versão longa da ideia teria que obviamente ser preenchida com detalhes consistentes e cativantes. E este filme consegue-o por recuperar as normas do género de terror, seguindo-as como se de uma lição académica se tratasse, mas aplicando-as de um modo bastante competente, algo que nem sempre podemos dizer das mais recentes produções de género. A forma que Mamã tem de impressionar a sua audiência é recorrendo aos mecanismos básicos do terror (e que recentemente tivemos de oportunidade de rever em Psico, um dos pioneiros nessa técnica), daí que nos momentos mais tenebrosos da história tenhamos direito a mudanças de som abruptas, uma fotografia escura com bom uso das sombras, sustos esperados, crianças e uma narrativa que inclui elementos sobrenaturais. Se é ou não original, essa é outra discussão, mas a verdade é que resulta e Andrés Muschietti consegue manter um ambiente consistentemente tenso e de grande expectativa.
O elenco ajuda, especialmente as jovens actrizes (Megan Charpentier e Isabelle Nélisse são simplesmente arrepiantes), com os restantes actores a apresentarem desempenhos credíveis o suficiente para nos manter interessados. Pena que nem sempre a narrativa saiba construir as personagens para além do tal conformismo dos estereótipos e não deixa de ser incómodo que a protagonista, uma jovem de poucos afectos e de um estilo de vida boémio e membro de uma banda, tenha de ser produzida com um cabelo curto e escuro, várias tatuagens, maquilhagem escura e unhas pintadas de preto. Esse é um tipo de estereótipo básico que, mesmo gerando reconhecimento e compreensão fácil por parte do espectador, acaba por se sentir acomodado a essa simplicidade.
Mesmo assim e com algumas mudanças na condução da história (há momentos em que parece que o protagonista da trama se vai alterando), Mamã consegue gerir bem o seu tempo e na maioria das vezes, manter-se acima da média para uma produção do género. O problema é que no seu final (apesar de apresentar uma conclusão bastante corajosa e consistente em relação à construção das personagens), recorre a uma sequência em CGI para dar corpo a algo que era maioritariamente sugerido durante a história. O poder de sugestão funciona mais que o gráfico e a mente humana mais facilmente se ilude com a sua própria imaginação e Mamã, ao mostrar em demasia e tornar tudo demasiado real, faz perder esse jogo de ilusão com a mente do espectador. É uma pena.
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