Realização: Aleksandr Sokurov
Argumento: Aleksandr Sokurov e Marina Koreneva
Elenco: Johannes Zeiler, Anton Adasinsky, Isolda Dychauk e Georg Friedrich
A revisão da lenda do homem que vendeu a alma ao Diabo em troca de conhecimento é mais um pretexto para o cineasta russo Aleksandr Sokurov recuperar a sua tetralogia do poder e criar uma obra simbólica, de grande força cinematográfica, com alusões e intenções políticas contemporâneas. A composição riquíssima da sua câmara foca o grotesco barroco e põe de lado o que conhecemos das visões de Goethe ou até Murnau, para criar a sua própria perspectiva, mais negra e surreal que nunca, suja e pervertida. Fausto trata da ânsia, eternamente insatisfeita, do ser humano pela sua própria superação. Uma busca que Sokurov tão bem alegoriza pelos belos quadros que compõe em conjunto com o director de fotografia Bruno Delbonnel, frequentemente distorcendo as noções de realidade, com experiências e jogos de luz e sombra, que imprimem tanto um sentido do divino como do maligno. O Bem e o Mal amplificado numa noção frequentemente filosófica e por isso emprestada do imaginário do realizador, comummente interessado no olhar cínico e embrutecido do Homem. A corrupção do divino através do terreno e a brutal dominância do Mal pelo corrompedor poder do dinheiro.
Sokurov rodeia-se dessa visão estética muito própria e muito rica em simbolismos mais ou menos negros, francamente sincera e brutal, como se tivesse perdido a esperança na própria Humanidade. É uma parábola existencialista e atenta até à contemporaneidade do tema, não fosse este também um cineasta político. Fausto é uma visão abstracta e radical do mito de um homem desiludido e frustrado com a própria condição humana limitada. Grotesco e profano, mas imensamente elegante, de uma preocupação estética e sensorial que abdica das convenções narrativa para estimular o espectador através das imagens. Visão opressiva, violenta e teatral, mas fortemente icónica para o Cinema.
A revisão da lenda do homem que vendeu a alma ao Diabo em troca de conhecimento é mais um pretexto para o cineasta russo Aleksandr Sokurov recuperar a sua tetralogia do poder e criar uma obra simbólica, de grande força cinematográfica, com alusões e intenções políticas contemporâneas. A composição riquíssima da sua câmara foca o grotesco barroco e põe de lado o que conhecemos das visões de Goethe ou até Murnau, para criar a sua própria perspectiva, mais negra e surreal que nunca, suja e pervertida. Fausto trata da ânsia, eternamente insatisfeita, do ser humano pela sua própria superação. Uma busca que Sokurov tão bem alegoriza pelos belos quadros que compõe em conjunto com o director de fotografia Bruno Delbonnel, frequentemente distorcendo as noções de realidade, com experiências e jogos de luz e sombra, que imprimem tanto um sentido do divino como do maligno. O Bem e o Mal amplificado numa noção frequentemente filosófica e por isso emprestada do imaginário do realizador, comummente interessado no olhar cínico e embrutecido do Homem. A corrupção do divino através do terreno e a brutal dominância do Mal pelo corrompedor poder do dinheiro.
Sokurov rodeia-se dessa visão estética muito própria e muito rica em simbolismos mais ou menos negros, francamente sincera e brutal, como se tivesse perdido a esperança na própria Humanidade. É uma parábola existencialista e atenta até à contemporaneidade do tema, não fosse este também um cineasta político. Fausto é uma visão abstracta e radical do mito de um homem desiludido e frustrado com a própria condição humana limitada. Grotesco e profano, mas imensamente elegante, de uma preocupação estética e sensorial que abdica das convenções narrativa para estimular o espectador através das imagens. Visão opressiva, violenta e teatral, mas fortemente icónica para o Cinema.
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