Realização: Graham Annable, Anthony Stacchi
Argumento: Adam Pava, Irena Brignull
Elenco de vozes: Ben Kingsley, Jared Harris, Nick Frost, Isaac Hempstead Wright, Elle Fanning
É notável a capacidade e intenção dos estúdios Laika em diferenciar-se dos demais (e mais populares) estúdios de animação. Com apenas três longas-metragens produzidas, notou-se em Coraline (2009) e ParaNorman (2012), a ideia de subverter a noção de animação familiar, abordando temas mais negros - sempre no espectro do terror - de uma forma surpreendentemente original, mas nunca inferior no plano moral. E foi com esse curto, mas notável historial, que partimos para este Os Monstros das Caixas com uma elevada expectativa. E sobretudo ao nível técnico, este não desilude. Praticamente artesanal, utilizando a habitual técnica de plasticina e stop-motion, os cenários são extremamente ricos e profundamente detalhados, fruto de um trabalho meticuloso, engenhoso e delicado (mesmo que o 3D não impressione particularmente). Ambientado num cenário que evoca os livros de Charles Dickens e o ambiente Vitoriano, o filme não abdica do visual negro, com alguns elementos de terror.
Ainda que a narrativa seja bem mais básica e previsível que a dos seus antecessores, não deixa de ser um filme bem pensado e inteligente, socialmente atento e repleto de afirmações políticas acerca das classes sociais e da modernidade da estrutura familiar. Veja-se o caso da criança, criada por monstros das caixas e fora do espectro social humano e que é, numa análise inicial, mais acarinhada e protegida, que a outra criada numa família dita normativa, do ponto de vista sociológico. Ou então, analise-se o caso do vilão, figura obcecada pela posição social - que ironicamente encontra-se ligada à degustação de queijo, ao qual é gravemente alérgico. É com estes pequenos detalhes que os estúdios Laika continuam a sua tradição do tema da aceitação e identidade própria, que chamam a atenção do público infantil, mas que num espectro mais alargado fará com que os adultos se revejam.
Ainda que não seja o seu melhor trabalho, Os Monstros das Caixas confirma a determinação dos estúdios Laika em abordar temas e visuais idiossincráticos, mesmo que nem sempre encontre o equilíbrio entre o seu trabalho técnico inventivo e o seu argumento mais linear e delicado. Não deixa de ser ainda assim um filme familiar, divertido e enérgico, capaz de conquistar facilmente o espectador.
É notável a capacidade e intenção dos estúdios Laika em diferenciar-se dos demais (e mais populares) estúdios de animação. Com apenas três longas-metragens produzidas, notou-se em Coraline (2009) e ParaNorman (2012), a ideia de subverter a noção de animação familiar, abordando temas mais negros - sempre no espectro do terror - de uma forma surpreendentemente original, mas nunca inferior no plano moral. E foi com esse curto, mas notável historial, que partimos para este Os Monstros das Caixas com uma elevada expectativa. E sobretudo ao nível técnico, este não desilude. Praticamente artesanal, utilizando a habitual técnica de plasticina e stop-motion, os cenários são extremamente ricos e profundamente detalhados, fruto de um trabalho meticuloso, engenhoso e delicado (mesmo que o 3D não impressione particularmente). Ambientado num cenário que evoca os livros de Charles Dickens e o ambiente Vitoriano, o filme não abdica do visual negro, com alguns elementos de terror.
Ainda que a narrativa seja bem mais básica e previsível que a dos seus antecessores, não deixa de ser um filme bem pensado e inteligente, socialmente atento e repleto de afirmações políticas acerca das classes sociais e da modernidade da estrutura familiar. Veja-se o caso da criança, criada por monstros das caixas e fora do espectro social humano e que é, numa análise inicial, mais acarinhada e protegida, que a outra criada numa família dita normativa, do ponto de vista sociológico. Ou então, analise-se o caso do vilão, figura obcecada pela posição social - que ironicamente encontra-se ligada à degustação de queijo, ao qual é gravemente alérgico. É com estes pequenos detalhes que os estúdios Laika continuam a sua tradição do tema da aceitação e identidade própria, que chamam a atenção do público infantil, mas que num espectro mais alargado fará com que os adultos se revejam.
Ainda que não seja o seu melhor trabalho, Os Monstros das Caixas confirma a determinação dos estúdios Laika em abordar temas e visuais idiossincráticos, mesmo que nem sempre encontre o equilíbrio entre o seu trabalho técnico inventivo e o seu argumento mais linear e delicado. Não deixa de ser ainda assim um filme familiar, divertido e enérgico, capaz de conquistar facilmente o espectador.
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