segunda-feira, 2 de março de 2009

Sessão de Encerramento: Fantasporto 2009



"Este não é o Fantas da crise!", disse Beatriz Pacheco Pereira na sessão de abertura do Fantasporto deste ano. E no final do festival internacional de cinema do Porto, facilmente nos apercebemos disso pela divertida sessão de encerramento que encheu a o Grande Auditório do Teatro Rivoli.

Longe da austeridade e glamour de outros eventos e festivais, o Fantasporto revelou mais uma vez o seu espírito espontâneo e divertido a que já habituou os cinéfilos por excelência. Este ano, o grande vencedor do festival foi uma animação sem diálogos, da autoria de Bill Plympton, Idiots and Angels, que acabou por vencer também o prémio para Melhor Argumento. Por seu lado, o prémio especial do júri seguiu para a Coreia do Sul, com Hansel & Gretel, de Pil-Sung Yim, que venceu também o Prémio Orient Express para Melhor Filme.



Eden Lake, de James Watkins, venceu o prémio de Melhor Realizador e de Melhor Actor (Jack O'Connell), enquanto que a Melhor Actriz foi para Macarena Gómez, por Sexykiller, morirás por ella. O prémio para Melhor Fotografia coube a Unborn e a Melhor Curta-Metragem foi Next Floor. Astrópía, um dos grandes favoritos do festival, ficou-se por uma menção honrosa do júri internacional.

Na Semana dos Realizadores, Moscow, Belgium, levou o grande prémio, enquanto que o júri optou por Palermo Shooting, de Wim Wenders. Na mesma secção, o melhor realizador foi Bent Harner, por O' Horten e por sua vez o melhor argumento foi o de Vanished Empire. Brian Cox e Mamatha Bhukya, foram respectivamente o melhor actor e actriz. A lista completa dos vencedores, pode ser vista no site oficial.

A cerimónia de atribuição dos prémios decorreu sem nada de importante a registar, excepto a presença absolutamente genial da actriz espanhola Macarena Gómez, que numa paródia a Penélope Cruz, dedicou o prémio, não aos espanhóis, mas... aos portugueses. Bastante apreciada foi também a presença de Paul Schrader, Wim Wenders e José Fonseca e Costa, bem como de centenas de outros convidados especiais como Malu Mader e Paulo Pires.



Num discurso activista proferido por Mário Dorminsky, um dos fundadores e director do Fantas, foi reforçado que, apesar de 2009 ter sido o ano em que o festival menos apoios económicos recebeu, foi o ano que mais filmes teve em competição e exibição, com mais convidados e entre os quais, nomes importantes do cinema. O Fantasporto 2009 cresceu também em público cerca de 25%, bem como em popularidade, tendo sido interessante ver como os media deram ainda mais enfâse do que o habitual ao festival. Apesar de os dados oficiais ainda não terem chegado, estima-se que 70 mil pessoas afluíram ao festival deste ano, com cerca de 50 mil espectadores pagantes.

É triste apercebermo-nos que um festival como este, prestes a chegar à edição número 30, não recebe apoios do Estado Português, apesar de ter recebido já vários prémios nacionais, bem como ter sido considerado pela Variety, como um dos 25 festivais de cinema do mundo. Espera-se um posicionamento diferente do Ministério da Economia, bem como do Instituto do Cinema e do Audiovisual, no próximo ano. O Fantasporto é actualmente um dos eventos que mais leva o nome do Porto e do Portugal para o estrangeiro e como tal, deve ser apoiado.

No final do discurso, Mário Dorminsky deu umas pistas para a próxima edição do Fantasporto que decorrerá de 26 de Fevereiro a 6 de Março de 2010, na comemoração dos 30 anos do festival. Segundo o fundador, a edição 30 do Fantasporto fará a ligação entre o cinema e a ciência robótica, bem como homenagear o realizador Luís Galvão Teles.



A sessão de encerramento finalizou com a exibição do filme Adam Resurrected, do alemão Paul Schrader, o qual reforçou que apesar de ser sobre a temática do Holocausto, é uma história puramente fictícia nascida da mente do escritor Yoram Kaniuk. Brevemente será publicada no Split Screen a crítica do filme.

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