Título Original: Match Point (2005)
Realização: Woody Allen
Argumento: Woody Allen
Elenco: Jonathan Rhys Meyers, Scarlett Johansson e Emily Mortimer
É Woody Allen, mas não o parece. Match Point não tem o realizador como personagem cómico-dramática. Não tem Manhattan como pano de fundo. Não tem o sentido de humor característico. Não tem até grande pronúncia americana.
Pela primeira vez, Woody Allen revela que não está preso à sua cidade adorada e remete para a soturna, sombria e chuvosa Londres a narrativa da sua história. Match Point não tem, curiosamente, Londres como pano de fundo, mas apenas como contexto, sem fazer com que a cidade se torne por si só uma personagem.
Já a narrativa revela-se completamente diferente de películas anteriores do realizador, colocando-se claramente como um marco decisivo na consolidação da sua carreira. O filme é um melodrama complexo, sobre amor, paixão, tentação e obsessão, com direito a cenas de suspense, dignas de um thriller. Mas é sobretudo um ensaio sobre a sorte e qual o seu papel na nossa vida, que acaba por nos levar a pensar o que poderia ter acontecido em certas situações pessoais, se a sorte tivesse pendido para outro lado.
Mas Match Point é também um filme sobre o sentimento de culpa e negação e nada na longa-metragem surge por mero acaso. Não é por acaso que, no início do filme, o protagonista lê Crime e Castigo, de Dostoyevsky. Tal como a cidade onde se desenrola a história, também na vida dos protagonistas paira a sombra e a culpa, como um dia chuvoso e cinzento.
O casting é igualmente fabuloso. Scarlett Johansson, a diva de Woody Allen, tem um papel extremamente sensual, o único com pronúncia norte-americana no filme e a única reminiscência das origens do realizador. Mas sobretudo, a actriz confirma o estatuto de excelente actriz que já havia revelado, especialmente nas cenas de desespero e alguma obsessão. Emily Mortimer tem um desempenho bom, tal como habitualmente possui. Já Jonathan Rhys Meyers surpreende na sua prestação, apesar de a dadas alturas se pedir mais alguma intensidade, a qual não conseguiu transmitir.
O filme é uma excelente obra do realizador, que nos deixa a pensar na sorte e no destino, num argumento cruel e real, onde Woody Allen se faz notar, depois do grande sucesso das década de 80 e 90. Porém, em termos de ritmo, deixa algo a desejar. Se o início é interessante, o desenrolar do filme acaba por se revelar incomodamente cansativo e com uma narrativa lenta, que por vezes nada adianta. Mas esse pequeno defeito é colmatado por um final inquietante e potente, num remate final, num digno match point.
Extras:
Argumento: Woody Allen
Elenco: Jonathan Rhys Meyers, Scarlett Johansson e Emily Mortimer
É Woody Allen, mas não o parece. Match Point não tem o realizador como personagem cómico-dramática. Não tem Manhattan como pano de fundo. Não tem o sentido de humor característico. Não tem até grande pronúncia americana.
Pela primeira vez, Woody Allen revela que não está preso à sua cidade adorada e remete para a soturna, sombria e chuvosa Londres a narrativa da sua história. Match Point não tem, curiosamente, Londres como pano de fundo, mas apenas como contexto, sem fazer com que a cidade se torne por si só uma personagem.
Já a narrativa revela-se completamente diferente de películas anteriores do realizador, colocando-se claramente como um marco decisivo na consolidação da sua carreira. O filme é um melodrama complexo, sobre amor, paixão, tentação e obsessão, com direito a cenas de suspense, dignas de um thriller. Mas é sobretudo um ensaio sobre a sorte e qual o seu papel na nossa vida, que acaba por nos levar a pensar o que poderia ter acontecido em certas situações pessoais, se a sorte tivesse pendido para outro lado.
Mas Match Point é também um filme sobre o sentimento de culpa e negação e nada na longa-metragem surge por mero acaso. Não é por acaso que, no início do filme, o protagonista lê Crime e Castigo, de Dostoyevsky. Tal como a cidade onde se desenrola a história, também na vida dos protagonistas paira a sombra e a culpa, como um dia chuvoso e cinzento.
O casting é igualmente fabuloso. Scarlett Johansson, a diva de Woody Allen, tem um papel extremamente sensual, o único com pronúncia norte-americana no filme e a única reminiscência das origens do realizador. Mas sobretudo, a actriz confirma o estatuto de excelente actriz que já havia revelado, especialmente nas cenas de desespero e alguma obsessão. Emily Mortimer tem um desempenho bom, tal como habitualmente possui. Já Jonathan Rhys Meyers surpreende na sua prestação, apesar de a dadas alturas se pedir mais alguma intensidade, a qual não conseguiu transmitir.
O filme é uma excelente obra do realizador, que nos deixa a pensar na sorte e no destino, num argumento cruel e real, onde Woody Allen se faz notar, depois do grande sucesso das década de 80 e 90. Porém, em termos de ritmo, deixa algo a desejar. Se o início é interessante, o desenrolar do filme acaba por se revelar incomodamente cansativo e com uma narrativa lenta, que por vezes nada adianta. Mas esse pequeno defeito é colmatado por um final inquietante e potente, num remate final, num digno match point.
Extras:
- Menus Interactivos
- Selecção de Cenas
- Trailer
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