Título original: Vera Drake (2004)
Realização: Mike Leigh
Argumento: Mike Leigh
Elenco: Imelda Staunton, Richard Graham, Eddie Marsan, Anna Keaveney, Daniel Mays e Sally Hawkins
Existe uma noção muito ambígua de Bem e de Mal. E a linha imaginária que os divide é mais frágil do que poderíamos calcular. Vera Drake sabe-o e como tal, a cada passo dado, a cada expressão proferida ou olhar materno com que ajuda alguém pretende dividir o espectador nessa mesma noção de Bem e Mal.
Mike Leigh tem em Vera Drake uma realização e um argumento feitos para impressionar académicos. O tema polémico do aborto é abordado de uma forma reflexiva, sem nos impor nada directamente, mas com uma mensagem subliminar de tolerância muito importante. A forma como o realizador nos coloca perante o quotidiano de Vera Drake é feita de forma a manobrar o espectador, num estilo britânico bastante realista.
A fotografia e ambientes cénicos são todos eles bastante sombrios, com algumas noções metafóricas. O mesmo se passa com a banda sonora composta por Andrew Dickson, que acaba por se revelar algo soturna.
O problema em Vera Drake é o facto de Imelda Staunton carregar todo o filme às suas costas. A sua interpretação é fantásticas, com algumas cenas onde atinge todo o expoente dramático. Não foi por acaso que ficou nomeada para o Óscar de Melhor Actriz. Não sendo isso por si só um problema, sente-se a falta de uma exploração maior das personagens do também talento elenco secundário, que não tem tanta margem de manobra como se gostaria.
A nível argumentativo, Vera Drake torna-se absolutamente prevísivel e resta ao espectador confirmar as suas expectativas, facto que se nota mais a meio do filme. Salva-se a interpretação da protagonista, que compensa esse factor.
O filme é interpretativo do cinema de Mike Leigh e confirma-o como um consistente realizador europeu, mas peca por um certo maquinismo repetitivo. Está longe de ser uma obra-prima, mas problematiza astutamente a definição do Certo e do Errado, manipulando de certa forma o espectador, sem ser uma peça de propaganda.
Realização: Mike Leigh
Argumento: Mike Leigh
Elenco: Imelda Staunton, Richard Graham, Eddie Marsan, Anna Keaveney, Daniel Mays e Sally Hawkins
Existe uma noção muito ambígua de Bem e de Mal. E a linha imaginária que os divide é mais frágil do que poderíamos calcular. Vera Drake sabe-o e como tal, a cada passo dado, a cada expressão proferida ou olhar materno com que ajuda alguém pretende dividir o espectador nessa mesma noção de Bem e Mal.
Mike Leigh tem em Vera Drake uma realização e um argumento feitos para impressionar académicos. O tema polémico do aborto é abordado de uma forma reflexiva, sem nos impor nada directamente, mas com uma mensagem subliminar de tolerância muito importante. A forma como o realizador nos coloca perante o quotidiano de Vera Drake é feita de forma a manobrar o espectador, num estilo britânico bastante realista.
A fotografia e ambientes cénicos são todos eles bastante sombrios, com algumas noções metafóricas. O mesmo se passa com a banda sonora composta por Andrew Dickson, que acaba por se revelar algo soturna.
O problema em Vera Drake é o facto de Imelda Staunton carregar todo o filme às suas costas. A sua interpretação é fantásticas, com algumas cenas onde atinge todo o expoente dramático. Não foi por acaso que ficou nomeada para o Óscar de Melhor Actriz. Não sendo isso por si só um problema, sente-se a falta de uma exploração maior das personagens do também talento elenco secundário, que não tem tanta margem de manobra como se gostaria.
A nível argumentativo, Vera Drake torna-se absolutamente prevísivel e resta ao espectador confirmar as suas expectativas, facto que se nota mais a meio do filme. Salva-se a interpretação da protagonista, que compensa esse factor.
O filme é interpretativo do cinema de Mike Leigh e confirma-o como um consistente realizador europeu, mas peca por um certo maquinismo repetitivo. Está longe de ser uma obra-prima, mas problematiza astutamente a definição do Certo e do Errado, manipulando de certa forma o espectador, sem ser uma peça de propaganda.
Extras:
- Menus Interactivos
- Índice de Cenas
- Trailers
- Entrevista com o Elenco e a Equipa
Classificação:
Poderosíssimo, e Imelda Staunton está soberba.
ResponderEliminarJackson,
ResponderEliminarEu acho que o filme é praticamente todo assente na interpretação (quase perfeita) de Imelda Staunton e acaba por perder com isso.
Concordo com a tua nota. Um filme interessante, mas não tão forte quanto esperava. Imelda Staunton marca claramente a diferença. Esteve muito bem.
ResponderEliminar7/10.
Abraço.
Red Dust,
ResponderEliminarVera Drake é Imelda Staunton. Sem ela, o filme não é metade do que era.
Red Dust,
ResponderEliminarVera Drake é Imelda Staunton. Sem ela, o filme não é metade do que era.