segunda-feira, 18 de maio de 2009

Review - Fringe, Season 1


Por esta altura praticamente todos os leitores do blogue sabem que sou fã acérrima desta série. Gosto das teorias, do mistério, do compasso e do facto de que é uma série que faz puxar pela cabeça. É uma série perfeita? Não.

Fringe peca pela instabilidade na qualidade de episódios. Sem ter de pensar muito aponto desde logo para "The No Brainer" e "Midnight" como as grandes falhas entre os 20 episódios. Se calhar esta opinião é fundamentada em critério de fã: o querer saber mais e perceber mais pode levar a desconsideração de bons episódios onde apenas não foi adiantado nada de muito relevante para a série. Contudo nestes episódios o principal defeito que posso apontar (e que se estenderá a secções de outros) é a previsibilidade e a falta de ritmo.


Ainda assim Fringe cativou-me. Também não seria tarefa difícil, visto que desde sempre fui fã de séries e filmes de ficção científica, mas conseguiu chegar onde poucos chegaram. Alguns fãs de The X Files levaram a mal esta série e entenderam-na como uma cópia barata, mas apesar de ambas lidarem com alguns temas semelhantes entre si, a abordagem feita é diferente. Fringe dedica-se a ciência, se não real pelo menos teórica e não tem as mesmas ambições que a série de culto.

O enredo consegue ser coerente desde o primeiro até ao último episódio, e é digno de se rever depois de chegar ao último episódio, nem que seja para nos apercebermos de tudo o que perdemos para trás. As personagens são intrigantes, com fios condutores por vezes ténues, mas sempre presentes e uma evolução digna de se ver. Destaco, logicamente, o papel de John Noble como Walter Bishop, que consegue revelar conflitos internos e a sua falta tão bem que quase é possível acreditar que tudo aquilo se passa realmente no seu cérebro e não no da personagem. Anna Torv é talvez a actriz com maior evolução, tendo-nos oferecido um papel trémulo no início, mas conquistando o seu lugar a cada novo episódio. Desapontante foi, talvez, a tão grande omissão de um grande desempenho por parte de Joshua Jackson (Peter Bishop).


Admito que Fringe não é uma série fácil. Uma pessoa só consegue entrar realmente no mundo de Fringe ao fim de 5 ou 6 episódios, o que é mau para a série e as audiências. Fringe destaca-se como sendo um jogo mental, uma espécie de duelo entre produtores e audiência para chegar a um mesmo fim, passando por criação e interpretação de pistas quase ocultas, chegando à quase paranóia de se achar que tudo o que acontece pode ser a pista decisiva para se compreender toda a envolvência.


Se é um dos que pretende começar a assistir agora que foi renovada, vá-se munindo de uma boa dose de memória e atenção e não veja Fringe para descontrair, porque se vir como é suposto não vai conseguir dar descanso à cabeça. Se acompanha pela RTP, anime-se, as coisas estão prestes a fazer todo o sentido. Se como eu acompanhou a transmissão americana, partilhe as suas opiniões sobre a que será provavelmente a mais recente série de culto.

Fringe é uma série cativante para quem a consegue aguentar. E quem a consegue aguentar descobre um enredo envolvente, coerente e habitualmente pouco previsível, que o manterá agarrado ao ecrã horas a fio. Com um ritmo por vezes alucinante, Fringe é, na minha opinião, uma das séries a não perder desta temporada e possivelmente das próximas.


2 comentários:

  1. Grande blog e GRANDE serie!! Tudo bem explicado em português de portugal. Parabéns :)

    Certamente conhecerás este site- http://www.fringetelevision.com/ - mas se não, aqui deixo para poderes dar um espreitadela. Tem lá muita curiosidade no 'fringe wiki' :)

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  2. Muito obrigada!

    Sim, conheço esse mas costumo ver mais outros:
    http://www.fringebloggers.com
    http://www.observersarehere.com

    Estes são os que apresentam teorias mais coerentes dos que tenho encontrado, e também há o:
    http://www.fringelab.blogspot.com

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